UM ANO MUITO NOVO

Começa a ser ridícula a maneira tímida como muito boa gente deseja "Bom Ano"; fazem-no com um arzinho tímido não vá alguém pensar que se trata de uma ironia cínica, fazem-no quase a pedir desculpa, com um subtil sorrizinho sofredor. Chega a ser irritante para as mucosas.

Lembra-me aquelas pessoas que durante muito tempo se sentem mal, sabem que alguma coisa não esta nada bem mas que têm medo de ir ao médico "não vá descobrir-se qualquer coisa". Um dia as coisas dão para o torto e vão ao médico numa situação de urgência. Lá se confirma que há alguma coisa que não está mesmo nada bem. Pronto.
Inicia-se um tratamento complicado, caro e prolongado; podia não ser tão dramático se o tratamento tivesse sido começado mais cedo mas nada está perdido - haja bom senso e persistência que a recuperação é possível. Ninguém disse que é fácil mas é possível.
Perante isto há duas atitudes: ou se segue o tratamento complicado, caro e prolongado ou se vocifera contra este porque não resolve o caso rapidamente e ainda por cima leva o paciente a sentir-se ainda pior, mais frágil, menos apto.
Pois é, há tratamentos assim mas não se podem suspender nem evitar; há que segui-los e, após determinado período, obteremos os resultados. E isso é bom, é um "Bom Ano".

Ninguém, em posse das suas faculdades mentais, pensa que 2012 irá ser um ano fácil, obviamente não vai. Porém um ano economicamente difícil não tem de ser "um ano mau". Será melhor para uns e pior para outros, como sempre. E será de uma enorme ingenuidade, ou má fé, partir do princípio de que será forçosamente melhor para quem "tem mais" e pior para quem "tem menos", as coisas não funcionam assim.
Salvaguardando as mais dramáticas e cinematográficas excepções, o "Ter" por si só não define a fronteira entre um bom e um mau ano. Há muito quem não tenha e se aguente na corda-bamba, há muito quem tenha e que sofra enormes descalabros. Não vale a pena ir por aí, é um beco sem saída racional.

2012 vai ser um ano complicado, para os portugueses, para os europeus, para o mundo; vai ser um ano de profundas mudanças estruturais e conceituais; vai ser um ano de "terapêutica" amarga. Pois vai, e então?
A situação que nos trouxe até aqui já não suportava mais encobrimento nem adiamento, foi exposta. Isto é mau? Não creio, trata-se de uma mudança paradigmática. É difícil, é complicado, é incerto mas não é mau - a continuidade acarretaria uma "morte certa".

Uma parte da humanidade terá um bom ano e outra parte terá um mau, sempre foi assim e este ano não será diferente. Desejar um "Bom Ano" não é um sacrilégio nem um irónico acto de cinismo, deixemos-nos de complexos parvos. Qualquer um de nós poderá ter um bom ou um mau ano, é a incógnita do futuro, é a vida. Como sempre há pressupostos que ajudam e outros que antes pelo contrário mas não há certezas, nem varinhas mágicas, nem bolas de cristal.


Os nossos sonhos, desejos, esperanças, continuam a valer o que sempre valeram: uma projecção de Luz e alento nas nossas vidas.
A força, a integridade, o ânimo, o bom senso, a lucidez, a perseverança, a vontade, a motivação, a coragem, são caracteristicas que vêem agora o seu valor "acrescentado".
De tudo isto depende em grande parte a possibilidade de termos um "Bom Ano", pela parte que me toca é o que desejo a todos vós.

2012 tem uma marca de "Recomeço", aproveitemo-lo bem, de peito aberto face à vida.

NOITE DE NATAL

SE AO MENOS ESTA NOITE, NEM QUE FOSSE SÓ ESTA NOITE, O MUNDO ESTIVESSE EM PAZ
SE TODAS AS CRIANÇAS DO MUNDO PUDESSEM DORMIR EM PAZ...



Não deixem de ver o vídeo original, que não tem permissão de divulgação privada, neste link

Christmas Eve/ Sarajevo [Timeless Version]

NATAL 2011, UM NATAL COMO DEVE SER

A programação neuro-linguística é uma coisa lixada.
Pode ser muito útil, não duvido, mas quando é gerada uma penetração inconsciente através da repetição pode ser pérfida.

Estes últimos, vá lá, dois anos que vivemos em Portugal embruteceram as pessoas ainda mais do que o habitual.
A crise, a crise, a crise. "Estamos todos tramados, não há saída, é o fim". Ó raça... A mentalidade burguesa gera a pior mentalização em massa que pode ocorrer a um povo.

Este ano "decidiu-se" que não há Natal. A frase anda por aí à solta, nas bocas e, pior, nos corações.

Porquê? Porque o dinheiro é curto, porque houve um corte nos subsídios de natal, porque a vida está difícil em muitos aspectos?
E daí? A mim parecem-me razões acrescidas para que tenhamos natal, um natal feito de momentos tão felizes quanto possível que quebrem a rotina e a vivência diárias.

Pela primeira vez na minha vida cheguei ao dia 23 de Dezembro sem ter feito Árvore de Natal. Ela tem estado ali, coitada, com meia dúzia de bolas pingonas com um ar triste como um grito surdo a pedir ajuda para brilhar e fazer sorrir.
O meu filho resolveu que este ano era ele quem enfeitava a árvore. Pois... aquilo dá uma grande trabalheira e, verdade seja dita, a forma pouco experiente como ele prende os enfeites não resiste à primeira abanadela que o cão faz com a sua espanejante cauda. E eu deixei-me ir, chego cansada, tenho muitas coisas "prioritárias" e outras tretas.
Ontem caí em mim. Olhei para aquele testemunho de substituição da vida pela sobrevivência que se erguia na minha frente sob a forma de uma árvore pingona e caí em mim. Que tristeza, como pude "deixar andar" até chegar aqui? Não está ninguém doente, não aconteceu nenhuma desgraça, temos tudo o que precisamos, e muito para além disso, não há guerra, não houve nenhum terramoto, os nossos amigos e família estão bem... POR QUE RAIO NÃO HÁ ÁRVORE DE NATAL?????????

Por que raio rodopia em torno de cabeças baixas um «Este ano não há Natal» como se o natal não dependesse de cada um de nós. O NATAL DEPENDE DE CADA UM DE NÓS. E não é uma frase feita, um chavão, é exactamente assim, das poucas coisas com projecção social que depende exactamente de cada um.
Levamos a vida inteira a dizer que o natal é a família, os amigos, a solidariedade, os encontros e reencontros e blá-blá-blá. Bonito! Ao primeiro corte no subsídio, às reais dificuldades - ou pelo menos fragilizadas facilidades - praguejamos que não há natal "este ano".
Ora bolas para tanto espírito natalício. Este ano, mais do que em muitos, há quem precise que seja e se viva, de facto, o natal, pelas razões mais diversas, pelos motivos mais diferentes.

Pois fiquem sabendo que eu faço tenções de ter um belíssimo natal, provavelmente até melhor do que muitos porque este natal me fez cair em mim de uma forma muito mais consciente. Com menos prendas, pois será e muito, mas muito, sinceramente estou-me completamente nas tintas. Sabem o que é que eu quero mesmo? Estar com aqueles que me são importantes, dar umas boas gargalhadas com muita vontade, beber um bom e reconfortante copo, partilhar uma ceia em volta de uma mesa onde não se senta o interesseirismo nem o "tem de ser".
Quero ver a excitação e a alegria estampada na cara do meu filho, que sabe que este ano as prendas serão menos mas que é um miúdo feliz porque tem família e amigos para partilharem o natal com ele e tem coisas boas para comer e uma casa quentinha onde estar. Ele sabe... e está tão contente por ser natal e por ir estar com as pessoas como em qualquer outro ano. «Hão-de vir dias mais ricos mãe, eu gosto sempre do natal...»
Como tenho a possibilidade de fazer o que mais quero posso ter um Feliz Natal, um a sério, que não é o dia da troca de embrulhos.

Já fiz a minha Árvore, mesmo cansada, mesmo com dores nas costas a bramarem que o dia foi comprido e cheio; ainda não tem luzinhas nem neve e falta o meu filho colocar-lhe a estrela grande lá em cima mas já tem a companhia do Pai Natal e de uma rena bebé.
Sinto-me muito melhor, dei um chuto na parvoeira. Chega de tretas
O natal não é "quando um homem quiser" (que frase tão estúpida...) , é só uma vez por ano, é agora e vem de dentro.

FELIZ NATAL!

AS MINHAS CANÇÕES DE NATAL FAVORITAS - 3

Esta música é como uma oração, como acender uma vela a cada criança que nasce
O Natal é isso, que haja uma Luz para cada criança



Que o vosso Natal se passe em paz, com alegria, gargalhadas, carinho e solidariedade.
Tudo o resto é o que vem por acréscimo e pouca ou nenhuma importância tem
FELIZ NATAL.



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AS MINHAS CANÇÕES DE NATAL FAVORITAS - 2

TENHA LATA, TENHA MUITA LATA
(medo, muito medo, já toda a gente tem)


Estão aí os últimos dias de trabalho antes do natal e este ano não calham feriados para a generalidade do povo; pontes... nem vê-las, nem túneis, nem um viadutozito. É a loucura, um fim de semana de natal - Bahh, coisinha sensaborona.
Mas quando a vida nos dá limões há que fazer limonada, né?

Ok. , experimenta isto amanhã no emprego.
Põe o som bem alto; se não tiveres computador não te inibas porque ainda dá mais efeito: pede ao tipo da contabilidade uns minutos de Net porque precisas enviar um e-mail urgente para o banco. Melhor ainda se a Nicinha que faz os cafés tiver voltado a empinocar aquela arvorezinha de natal ridícula que gosta de pôr em cima da mesa, do balcão, da secretária, do raio-que-a-parta.
'Bora lá "rocar" em volta da christmas-tree, da secretária, do balcão, do tipo da contabilidade, do Manel-Sisudo e de quem mais aparecer para ver que raio é que te deu para te passar pela cabeça pores a música aos berros.
Se não conseguires soltar a franga a este ponto... ao menos ouve a música aí em casa, bate o pézinho e imagina... O quê? O que tu quiseres, a imaginação é tua. Pode ser a Nicinha a entornar os cafés em cima do Manel-Sisudo... e...





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AS MINHAS CANÇÕES DE NATAL FAVORITAS - 1

(ou, "neste episódio", como reagir a um corte no subsídio de natal)



Os meninos podem ver em "fullscreen" e as meninas podem aprender a coreografia e divertir-se à brava.
Se os meninos conseguirem tirar os olhos do "fullscreen" também podem experimentar a coreografia.
Deixo aí abaixo uma versão menos exigente que talvez vos inspire e ajude a reduzir alguma timidez; e "Yes, you can try this at home" .





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INSTANTÂNEOS

Não sou particularmente adepta ou admiradora de "modas" mas esta coisa das "Flash Mob" é uma nova moda a que acho imensa graça; é alegre, surpreendente, imaginativo.

Há tempos coloquei aqui no RealGana duas das primeiras de que tive conhecimento que tenham ocorrido em Portugal (Esta, mesmo antes do Natal de 2009 e mais Esta , dias depois, na véspera da passagem d'ano) - foram no aeroporto de Lisboa e tiveram piada, a segunda mais do que a primeira porque foi feita numa altura em que o aeroporto estava bastante cheio e as pessoas descontrairam mais, aderiram mais mas se fosse num aeroporto de Londres, por exemplo, estou certa que saia mundo e meio a dançar. Por cá foi giro mas tímido por parte de quem observava: bater o pé ou cantarolar ainda vá mas mais do que isso já é demais para este nosso povo que se leva tão a sério.

Vem isto a propósito de um "Flash Mob" que ocorreu em Novembro passado na Gare do Oriente, em Lisboa. Dizem os organizadores em "rodapé" do vídeo publicado:
«Quando menos se esperava, 4 cantores líricos juntaram-se na Gare do Oriente e alto e bom som deram voz à DPOC. Uma acção que surpreendeu e marcou o dia mundial da DPOC, a 16 de Novembro. O momento, que durou alguns minutos, foi da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Fundação Portuguesa do Pulmão.»

Acabei há pouco de ver este "mini-espectáculo" e fiquei tristíssima: não é que seja, em si um espectáculo triste, nada disso, é até bem agradável, particularmente a "Senhora da limpeza" que canta no final, mas ao prestar atenção às pessoas que iam passando, independentemente de algumas até mostrarem um arzinho agradado, a cena é testemunho de uma profunda tristeza. Já não é só a timidez, a inibição dos sérios portuguesinhos, é muito pior do que isso: é um alheamento, uma alienação generalizada, um "estou-me nas tintas para tudo", a desistência. A reacção mais conseguida foi o sacar do telemóvel para filmar, para mostrar mais tarde que houve um momento assim, de resto, quanto a viver o momento... parece não haver "vida" para tanto.

Poucas coisas me chocam tanto quanto a desistência. Quando as pessoas se comportam como se estivessem num beco sem saída ou retorno e não querem ver a estrada a percorrer que se estende diante delas; o suicídio (recusa de viver) por omissão. Foi isso que vislumbrei neste vídeo. Será que sou eu que "ando a ver coisas"?

Aqui fica.




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SEMANA DE LUTA CONTRA A MEIA-HORA

O Conselho de Ministros aprovou uma proposta de lei que
“estabelece um aumento excepcional e temporário dos períodos normais de trabalho de 30 minutos ou de duas horas e 30 minutos por semana”.../...“aplicável durante a vigência do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal”.

Vai daí e Carvalho da Silva sai de punho em riste "na defesa dos trabalhadores" e diz:
“a situação actual obriga a estar mobilizado e a fazer uma intervenção forte”.../... “dar sinais muito fortes, por exemplo,em relação ao alargamento do horário de trabalho”.
Ridículo.

Carvalho da Silva sabe, como todos os portugueses, que se "isto não vai, racha".
Racha não, rachado está isto por todo o lado, abre pelas rachas e desintegra-se. Porém a desintegração total serve os interesses de quem não consegue impor-se pelo voto e pretende impor-se por onde conseguir, "revolucionariamente a bem do povo" e a vontade expressa do povo que se lixe.
A estratégia nada tem de novo, é velha-relha, caduca e ditatorial - porque as ditaduras funcionam de ambos os lados, à direita e à esquerda, umas "a bem da nação" outras "pela defesa da classe trabalhadora".
A CGTP classifica a aprovação desta proposta de lei como:
“uma posição de má fé do Governo”
Má fé? Esta "semana de luta" que agora se inicia é o quê, um desígnio dos anjos?

Mais trabalho é fundamental, mais produção, acelerar, levantar um país (perguntem aos japoneses que eles explicam).
As pessoas estão a rebentar pelas costuras, é verdade. Não é apenas as horas que trabalham, ou não é isso de todo, antes se trata do aperto em que se vive, das contas para pagar, dos compromissos que se tornam monstros a enfrentar a cada dia, a cada fim de mês. É verdade.
E se Portugal não cumprir, não conseguir manter uma posição em que possa ser levado a sério? Melhora a vida de alguém? Muito pelo contrário, é catastrófico.
Apesar de haver quem advogue que as dívidas de Estado não são para pagar, só as crianças acreditam nisso... Mas esses não têm culpa, aprenderam assim nos cursinhos com cadeiras de economia da escola dominical. Não têm culpa disso e as culpas que possam ter na situação actual estão passadas e sem responsabilização; chegou a hora de ir fazendo umas conferênciazitas para crianças para reaparecer, ir limpando a imagem...
C'um caneco!

Só uma ressalva:
Esta meia-hora diária é de facto necessária? Creio que sim mas também creio que não chega - ajudará.
Seria evitável? Seria, há anos, se a coisa tivesse dado a volta de outra maneira mas agora não faz sentido abordar a situação com "se...".
Meia-hora é o tempo de tomar o café, dar uma olhadela pelo "facebook" ou discutir o jogo e/ou a novela de ontem à noite, de telefonar à Maria e ao Francisco, de ir lá fora fumar dois ou três cigarros, de responder ao e-mail da "La Redoute" e de pagar as cotas do clube no MB ou na Net.
E... e mais nada, a meia-hora já lá vai, já passou e nem chegou para a bica da tarde.
... Só se a má-fé do governo está em retirar à malta o gozo de fazer todas estas coisas durante o período laboral normal; de facto metade do gozo de discutir o fora-de-jogo do golo de ontem ou a gravidez da Marianinha da novela das 10h é tiranicamente cortado. Visto desta perspectiva só pode mesmo ser má-fé. Além disso o café nem sabe ao mesmo.

Quantas horas de trabalho vale "uma semana de luta", uma tarde de manif, um dia de greve?
Ridículo. Ridículo e de má-fé.


PS - A semana de luta, talvez por ter buscado mais um "tema" que ajudasse a compor um "tanto barulho para nada", inicia-se não pelo combate à "meia-hora" mas "por ocasião do 35.º aniversário das primeiras eleições autárquicas em Portugal após o 25 de Abril de 1974" com a entrega na A.R. de uma petição pela

"defesa do Poder Local Democrático, contra a redução de autarquias e de trabalhadores".

Ora aí está uma petição que ninguém me pediu para assinar (já sei que não é preciso, a malta é organizada...). Ainda bem, chateia-me sempre dizer que não a quem anda no voluntariado pela defesa dos indefesos. Nada de reduzir autarquias, é um erro: as empresas públicas já não estão em condições de continuar a garantir os "jobs" e as privadas não vão nisso - "a solidariedade social por um amanhã mais seguro" já não é o que era. Além disso um bom "cacique" lá na terra é sempre um pilar de sustentação da luta pela democracia e há que ter cuidado: o povo manipulado pelos interesses dos grandes capitalistas já não anda a votar como devia...

A luta dos trabalhadores continua; os "outros" que trabalhem.



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FRIA INJUSTIÇA

Há exactamente 31 anos, mais ou menos por esta hora (21h), caiu-me a alma aos pés.
Não é saudosismo, é um sentimento de injustiça;
Quem morre no auge da paixão, pelo seu país e por um amor que não quer esconder, morre injustiçado.




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