Posto isto, se alguém se sentir desrespeitado ou indignado com as palavras que se seguem tenho muita pena que a "carapuça" lhe sirva mas é exactamente assim que eu me sinto quando deputados que representam, mesmo que uma pequena parte do povo português, têm o comportamento que tiveram hoje os eleitos do Bloco de Esquerda na Assembleia da República ao receberem na Sua, Nossa, Minha casa o Chefe de Estado de um país democrático com o qual mantemos as melhores relações.
O revolucionarismo de trampa também deveria estar sujeito a limites - até talvez esteja, se considerarmos as múltiplas reacções que surgiram de imediato - mas a curteza de vista , essa parece ser ilimitada.

Idiotas!
Tudo isto é completamente idiota, uma necessidade de afirmação infantil. Não estava ali em causa qualquer tipo de regime, estava um Chefe de Estado, que é um rei, e que fez um discurso sem ondas nem ambiguidades. O facto de ser um rei não vem ao caso. E é questão que não diz respeito a nenhum português, de direita, de esquerda ou do Famões Atlético Clube, monárquico ou republicano, essa é outra questão.
Os B.E.'s não percebem o que é um rei, nesse aspecto ficaram na Idade Média ou pouco aquém. O rei é alguém que foi educado para servir o seu país, acima de interesses político-partidários. É independente como nenhum político eleito pode ser e, assim, é o único que pode representar um povo-nação. Pode-se não concordar com isto mas não ofender nem ostracizar.
Os B.E.'s, e não só, não percebem isto, sentem-se "abaixo" do rei porque o intuem "acima", acusando-o de se colocar acima. Os complexos são lixados e muito raramente auto-reconhecidos.
E há mais, e mais sério, que os B.E.'s não perceberam:
Não perceberam que esta foi a primeira visita ao estrangeiro que FilipeVI fez após a longa crise governativa em Espanha;
Não perceberam que a viagem foi marcada coladinha ao 1º de Dezembro, o que não terá sido para aproveitar a semana de descontos no El Corte Ingles;
Não perceberam que o discurso oficial de Filipe VI foi feito em português, «...Portugal, país onde que cresci...»
E muito menos perceberam por que Filipe VI fez uma visita de Estado a Portugal durante três dias.
Em três palavrinhas apenas: Não Perceberam Nada. Olharam o seu importantíssimo umbigo e afirmaram que o B.E. «mantém a posição de sempre, republicana, e não naturaliza relações de poder com base em relações de sangue e não em actos democráticos.»
Não naturaliza? Haja pachorra! Muita pachorra.


Não está em causa que Pablo Inglesias destituíria o regime monárquico na primeira oportunidade, porém sabe quem é o Chefe de Estado, e respeita-o.
Na foto ao lado:
Pablo Iglesias se salta el protocolo y regala ‘Juego de Tronos’ al rey Felipe VI
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Passaram alguns minutos desde que acabei a escrita acima e caiu-me ao colo um vídeo que não é fácil pôr aqui mas deixo o link.
Olhem que vale a pena, gosto muito, sobretudo da parte do beijinho da Nandinha, mulher do Costinha, com a mão no ombro de Letizia, aquele gesto lindo de familiaridade.
Começo a achar que mais vale fazer como a Cátí, fica sentadinha, não bate palminhas e ninguém dá por ela.
...e ainda há quem não perceba por que sou monárquica