Pois é, tenho estado caladinha. A desgraça, a infâmia e o ridículo que grassam pelo único mundo onde conseguimos ir vivendo são tão envolventes que fico sem pio.
Nós por cá vamos estando em paz e as forças da natureza têm sido benévolas mas não deixamos porém de ir vivendo numa espécie de realidade alternativa, de olhos mais ou menos fechados e ouvidos demasiadamente selectivos.
Hoje também não me irei alongar, trago palavras que não são minhas mas nas quais me encontrei e umas poucas mais, que sendo minhas, serão essencialmente dirigidas ao autor das palavras que trago.
Aah, as "setinhas" são minhas, proposta de logo temporário.
Mauro Pires, autor do blog
PortugalGate, por onde eu nunca havia passado, hoje deixou o
post que abaixo publico e onde lhe escrevi assim:
Mauro, muito obrigada pelas suas palavras.
Estava agora mesmo por aqui a pensar que, dois dias após as autárquicas, o ódio que tem vindo a ser destilado conta Passos Coelho, pela esquerda, pela direita e pelos às riscas com pintinhas, é uma demonstração de raiva de quem é pequenino na alma e na capacidade de análise. Não é uma questão partidária - quero lá saber dos partidos - é uma incapacidade de ver além do próprio umbigo que gera umas coisas parecidas com ideias; percebo que não se goste de alguém, por boas ou insignificantes razões, já a necessidade de vociferar o que vai na bílis como se se atacasse um pérfido criminoso revela mais sobre quem odeia do que seria desejável para o atacante.
Bem haja.
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"O PSD não merece Passos Coelho"
«Falo como cidadão e como apartidário. Detesto partidos, da esquerda à direita, mas por pragmatismo tenho que votar no socialista menor. No meio de tanto pântano de pândegos sobressai um Homem, sim com H grande, que aprendi a gostar nos últimos 7 anos. Parecia um boy, não percebia nada disto, era só mais um para a festa. Enganei-me com o tempo, o Pedro Passos Coelho mostrou-se completamente diferente dos outros, até dentro do seu próprio partido só existem anões, também é para ti Mini Mendes, que não lhe chegam aos calcanhares. Tem muitos, imensos e caciques de defeitos, mas há uma coisa que não se lhe pode retirar: Frontalidade, Hombridade, Frieza e o seu modo lúcido de ver o panorama contextual do estado de coisas.
Não é liberal, ou se calhar, até é! Pragmático quanto baste. Acima de tudo decente. Se Passos sair, a ala social democrata do PSD vai inundar o partido outra vez, o PSD não será um partido com resquícios liberais mas sim um Partido charneira do Partido da bancarrota. O PSD não é um Partido já faz anos, é uma manta de retalhos de barões e egos que querem o tacho, a máquina o PODER. Passos Coelho cortou com o PSD bafiento e socialista, mas não o matou. Eles vagueiam na comunicação social, vagueiam como convidados de uma comunicação podre com trela do Babush de Lisboa, eles tem todos a cartilha bem estudada até ao ínfimo pormenor e todos, na noite eleitoral, disseram o mesmo da esquerda à “direita”:” Passos Coelho está morto”. Espera lá?! Mas ele já não estava morto na semana passada, em 2015 e até há 8 anos atrás? Porque se bate na treta de um defunto? Que efeito prático isso têm?
O Portugal dos anos 80 de Sá Carneiro e Cavaco é hoje muito diferente. É um País muito mais envelhecido, com medo do futuro, conservador na mudança estrutural que o País precisa. É o ambiente excelente para partidos, actualmente social-comunistas, como o PS, florescerem. Como dizia Medina Carreira, o maior Partido Português não é o PSD ou o PS, é o Partido do Estado. O PS tem o Partido do Estado na mão, faz dele o que quer, é dono e senhor do regime oligárquico que o PSD muitas vezes tem que socorrer.
Pedro Passos Coelho tem uma missão, salvar o País dos rentistas e reformar o País, mesmo que não tenha feito tudo que tinha preconizado. O PSD dos barões quer colocar Passos fora, mas quem manda são os militantes do Partido e as bases e estes estão com Passos. Se o Presidente do PSD quiser ficar tem reeleição garantida e o PSD tem um trunfo, tem um candidato decente. Se Passos sai, o seu sucessor terá uma herança pesada e comparações normais, além disso vai ser daqueles bonecos pirómanos em que a cabeça vai para cima e para baixo, é como sorrir e acenar, mas de modo mais chique.
Se Passos fundar um partido qualquer, seja ele qual for, falo por mim, voto nele. Voto na decência, na seriedade e na frontalidade do que deve ser feito. Se o próprio Partido de interesses não o quer, o País profundo quer como se viu há 2 anos atrás. O derrotado não é Passos Coelho, os derrotados são todos os canhotos caviares que falam dele todos os dias e que nem as cuecas lavam de tão borrados que estão (desculpem a frontalidade). Se ele continua a meter medo, porquê é que Passos tem que sair? Foi ele que perdeu as eleições de 2015? O camarada Seguro não ganhou em 2013 e não foi apunhalado? Costa vai sofrer as consequências do lirismo, com a derrota do PCP, Jerónimo passado 1 milhão disse que perdeu, vai colocar a CGTP nas ruas, será o fim do Estado de graça de António Costa.
Caro Pedro Passos, fica! Tens pipocas?»
Mauro Pires