NO TRABALHO FAZ CHUVA, NA ECONOMIA TROVEJA

Taxa de desemprego quebrou novo recorde de 10,8% em Abril

Eurostat, 1 de Junho - Portugal exibe agora a quarta taxa de desemprego mais elevada da Zona Euro; o desemprego médio subiu de 10% para 10,1% entre Março e Abril.

Espanha (19,7%), Eslováquia (14,1%) e Irlanda (13,2%) são os países do euro mais castigados pelo desemprego. Não são apresentados dados actualizados para a Grécia

O universo dos desempregados em Portugal passou de 10,6% em Março para 10,8% em Abril, comparado com 9,2% em Abril 2009.

Os dados hoje revelados indicam que 595 mil portugueses procuraram agora activamente trabalho sem sucesso.
Este valor recorde significa que 76 mil portugueses foram afastados do mercado de trabalho no espaço de um ano – 11 mil só durante o mês de Abril.
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A "fase da sazonalidade", que refere a Lenucha André, será uma (long) Silly Season? Olhe, rica, se não é parece e, como dizia o Prof. Doutor do chapéu preto, "em política o que parece É".

Há pouco mais de duas semanas, a ministra do Trabalho e Solidariedade Social, Helena André, dizia:
"Entrámos já naquela que é chamada a fase da sazonalidade, portanto eu espero que os dados de Abril sejam já também no sentido daquilo que foram os dados do crescimento económico".



A OCDE, a última a actualizar previsões macroeconómicas, calcula que a taxa de desemprego subirá de 9,5% em 2009 para uma média anual de 10,6% em 2010, antes de baixar muito ligeiramente para 10,4% no próximo ano.

Havia uma piada sobre o Dr. Álvaro Cunhal que referia que se podia dizer-lhe ou perguntar-lhe fosse o que fosse que ele afirmava e respondia sempre como quisesse.
Veio-me à ideia que Vieira da Silva deverá ter aprendido umas coisas com o Dr. Cunhal...


Face ao relatório de previsões da OCDE, Vieira da Silva, ministro da Economia, afirmou que o Governo mantém a sua previsão de uma taxa de desemprego de 9,8% neste ano e no próximo.

"Não revemos, nem o crescimento económico nem o desemprego, isto são estimativas da OCDE, que é uma organização respeitável e credível, mas não vamos agora substituir as estimativas do Governo pelas da OCDE"

Compreendo a postura do Governo e de Vieira da Silva em particular:
considerando (e considerada) a OCDE "uma organização respeitável e credível", só faltava agora o nosso famigerado Governo levar estas estimativas em consideração; é que ficavam todos mal na fotografia - o Governo e, sobretudo, a OCDE. Haja coerência.

Fonte - Jornal de Negócios - 1/06/2010




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