MUITO PESO E DUAS MEDIDAS

Que fique claro:
Não venho aqui defender o ex-ministro Miguel Relvas, nem venho para o atacar, já enjoa.
Sobre Miguel Relvas a única coisa que me ocorre dizer é que é o único tipo destas lides que  consegue fazer concorrência, à altura, à cara de parvo de Tó-Zé Seguro.

Sobre a posição do primeiro-ministro, percebo que não tenha querido demiti-lo durante os passados meses: estava a ser pressionado para o fazer e, se o fizesse, abriria um precedente não sem consequências. Não sei se fez bem... talvez não.
Já Miguel Relvas, logo que se levantou a questão da sua licenciatura, deveria ter posto o seu caso à análise da lei e deveria ter apresentado a sua demissão. Não o fez, não sei os porquês nem o que se passou entre ele e chefe do governo. Não sei, não atiro "barro à parede a ver se cola".

Agora vamos ao que interessa, não por mais ministro ou menos ministro mas pela chafurdice e fórróbódó que tem vindo a ser feito em torno da questão.
1- Recentemente centenas de processos foram entregues pela Inspecção Geral do Ensino Superior à Secretária de Estado do Ensino Superior onde estão sendo analisados.

2- A Universidade Lusófona recebeu um despacho do secretário de Estado do Ensino Superior, João Queiró, relativo à "acção de controlo conduzida pela Inspecção Geral de Educação e Ciência (IGEC) ao procedimento de avaliação do ex-aluno n.º 20064768".

3- A U. L. confirma também ter recebido outro despacho, do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, sobre a análise ao relatório final da auditoria interna que lhe havia sido entregue pela própria U.L. 

4- Em causa está uma cadeira em que Miguel Relvas passou sem realizar exame escrito, quando o regulamento da universidade o exige e especifica que este tem de ser escrito.

5- Nuno Crato teve conhecimento dos primeiros resultados da auditoria em Março e "há alguns dias", depois de ter acesso ao relatório final, comunicou a decisão de passar o processo para o Ministério Público ao primeiro-ministro.
O ministro da Educação disse que o primeiro-ministro apenas lhe pediu para cumprir a lei e remete explicações para os tribunais.
 
6- A atribuição de graus académicos é da responsabilidade da universidade e não do  ministério.
Ao ministério cabe fazer a fiscalização e, se detectadas anomalias,  passar o processo para o Ministério Público".
A decisão cabe ao Tribunal Administrativo de Lisboa.
Pela parte que me toca, I rest my case , o que havia a fazer está feito e o caso está entregue a quem de direito.

MAS... Sim, MAS... Um grande "Mas"

Entre as enormidades descontextualizadas, e muito bem aproveitadinhas, que ouvi durante esta feira que se realizou em torno da demissão de Miguel Relvas, onde as barracas foram armadas por deputados, jornalistas e outras eminências da politiqueira nacional, pelo nosso Zê Povo que, benza-o Deus, é entendido em tudo e algo mais, não ouvi ninguém, ab-so-lu-ta-men-te-nin-guém, perguntar:
Entre essas centenas de processos encontra-se por acaso o processo referente à licenciatura do Engº José Sócrates Pinto de Sousa?
Ou:
O ministro da Educação, do tempo em que se levantou o caso da licenciatura do Engº José Sócrates Pinto de Sousa quando este era primeiro-ministro, alguma vez pediu este processo e o enviou a tribunal para fosse analisado no respeitante aos créditos atribuídos,  o exame escrito enviado por fax e sabe-se lá mais o quê?
Ou:
Porque é que o Engº José Sócrates Pinto de Sousa nunca apresentou a sua demissão ao presidente da república aguardando que o processo da atribuição do seu grau académico fosse esclarecido?

Não? Ninguém?... O silêncio é ensurcedor.

2 comentários:

  1. Caro amigo ja chega de bater no ceguinho MIGUEL RELVAS não fez nada ao contrario de JOSE SOCRATES, que ele sim fez os esames devidos

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  2. O Sócrates fez os "esames"?
    Pois, esses deve ter feito.

    Eu fiz os meus exames e não devo nada a ninguém
    Deixe-me lá falar como quero de quem quero e queira o senhor fazer a mesma coisa.

    Por aqui poderá sempre dizer o que quiser desde que, como agora, o diga educadamente.
    Agradeço isso sinceramente.

    Queira voltar sempre que desejar, embora eu creia que não irá gostar muito...

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