A MONARQUIA... SUL AMERICANA
Se falarem mal só pode ser inveja
Não são todos que se podem gabar de escolher um sucessor e de o ver no trono, vulgo - cadeira do poder - confirmado por unanimidade... Não há nada como Real...mente!
Já agora, o Fidel tem filhos? E o Raul? E no caso de ambos serem progenitores como se estabelece a sucessão? Há que resolver estas coisas atempadamente a bem da estabilidade do povo.
A Esquerda-Caviar que me desculpe mas o que eu curto mesmo é a Esquerda-Festiva: Um bom Bolero e uma fresca Cuba LIBRE
Não são todos que se podem gabar de escolher um sucessor e de o ver no trono, vulgo - cadeira do poder - confirmado por unanimidade... Não há nada como Real...mente!
Já agora, o Fidel tem filhos? E o Raul? E no caso de ambos serem progenitores como se estabelece a sucessão? Há que resolver estas coisas atempadamente a bem da estabilidade do povo.
A Esquerda-Caviar que me desculpe mas o que eu curto mesmo é a Esquerda-Festiva: Um bom Bolero e uma fresca Cuba LIBRE
SURPRESA...!
Existe um «mal-estar» na sociedade portuguesa que, a manter-se, poderá originar uma «crise social de contornos difíceis de prever», alertou, esta quinta-feira, a Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES).
Sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional.
Nem todas as causas desse sentimento são exclusivamente portuguesas, na medida em que reflectem tendências culturais do espaço civilizacional em que nos inserimos. Mas uma boa parte são questões internas à nossa sociedade e às nossas circunstâncias. Não podemos, por isso, ceder à resignação sem recusarmos a liberdade com que assumimos a responsabilidade pelo nosso destino.
Assumindo o dever cívico decorrente de uma ética da responsabilidade, a SEDES entende ser oportuno chamar a atenção para os sinais de degradação da qualidade da vida cívica que, não constituindo um fenómeno inteiramente novo, estão por detrás do referido mal estar.
2) DEGRADAÇÃO DA CONFIANÇA NO SISTEMA POLÍTICO
Ao nível político, tem-se acentuado a degradação da confiança dos cidadãos nos representantes partidários, praticamente generalizada a todo o espectro político.
É uma situação preocupante para quem acredita que a democracia representativa é o regime que melhor assegura o bem comum de sociedades desenvolvidas. O seu eventual fracasso, com o estreitamento do papel da mediação partidária, criará um vácuo propício ao acirrar das emoções mais primárias em detrimento da razão e à consequente emergência de derivas populistas, caciquistas, personalistas, etc.
Importa, por isso, perseverar na defesa da democracia representativa e das suas instituições. E desde logo, dos partidos políticos, pilares do eficaz funcionamento de uma democracia representativa. Mas há três condições para que estes possam cumprir adequadamente o seu papel.
Têm, por um lado, de ser capazes de mobilizar os talentos da sociedade para uma elite de serviço; por outro lado, a sua presença não pode ser dominadora a ponto de asfixiar a sociedade e o Estado, coarctando a necessária e vivificante diversidade e o dinamismo criativo; finalmente, não devem ser um objectivo em si mesmos...
É por isso preocupante ver o afunilamento da qualidade dos partidos, seja pela dificuldade em atrair e reter os cidadãos mais qualificados, seja por critérios de selecção, cada vez mais favoráveis à gestão de interesses do que à promoção da qualidade cívica. E é também preocupante assistir à tentacular expansão da influência partidária – quer na ocupação do Estado, quer na articulação com interesses da economia privada – muito para além do que deve ser o seu espaço natural.
Estas tendências são factores de empobrecimento do regime político e da qualidade da vida cívica. O que, em última instância, não deixará de se reflectir na qualidade de vida dos portugueses.
3) VALORES, JUSTIÇA E COMUNICAÇÃO SOCIAL
Outro factor de degradação da qualidade da vida política é o resultado da combinação de alguma comunicação social sensacionalista com uma justiça ineficaz. E a sensação de que a justiça também funciona por vezes subordinada a agendas políticas.
Com ou sem intencionalidade, essa combinação alimenta um estado de suspeição generalizada sobre a classe política, sem contudo conduzir a quaisquer condenações relevantes. É o pior dos mundos: sendo fácil e impune lançar suspeitas infundadas, muitas pessoas sérias e competentes afastam-se da política, empobrecendo-a; a banalização da suspeita e a incapacidade de condenar os culpados (e ilibar inocentes) favorece os mal-intencionados, diluídos na confusão. Resulta a desacreditação do sistema político e a adversa e perversa selecção dos seus agentes.
Nalguma comunicação social prolifera um jornalismo de insinuação, onde prima o sensacionalismo. Misturando-se verdades e suspeitas, coisas importantes e minudências, destroem-se impunemente reputações laboriosamente construídas, ao mesmo tempo que, banalizando o mal, se favorecem as pessoas sem escrúpulos.
Por seu lado, o Estado tem uma presença asfixiante sobre toda a sociedade, a ponto de não ser exagero considerar que é cada vez mais estreito o espaço deixado verdadeiramente livre para a iniciativa privada. Além disso, demite-se muitas vezes do seu dever de isenta regulação, para desenvolver duvidosas articulações com interesses privados, que deixam em muitos um perigoso rasto de desconfiança.
Num ambiente de relativismo moral, é frequentemente promovida a confusão entre o que a lei não proíbe explicitamente e o que é eticamente aceitável, tentando tornar a lei no único regulador aceitável dos comportamentos sociais. Esquece-se, deliberadamente, que uma tal acepção enredaria a sociedade numa burocratizante teia legislativa e num palco de permanente litigância judicial, que acabaria por coarctar seriamente a sua funcionalidade. Não será, pois, por acaso que é precisamente na penumbra do que a lei não prevê explicitamente que proliferam comportamentos contrários ao interesse da sociedade e ao bem comum. E que é justamente nessa penumbra sem valores que medra a corrupção, um cancro que corrói a sociedade e que a justiça não alcança.
4) CRIMINALIDADE, INSEGURANÇA E EXAGEROS
A criminalidade violenta progride e cresce o sentimento de insegurança entre os cidadãos. Se é certo que Portugal ainda é um país relativamente seguro, apesar da facilidade de circulação no espaço europeu facilitar a importação da criminalidade organizada. Mas a crescente ousadia dos criminosos transmite o sentimento de que a impune experimentação vai consolidando saber e experiência na escala da violência.
Ora, para além de alguns fogachos mediáticos, não se vê uma acção consistente, da prevenção, da investigação e da justiça, para transmitir a desejada tranquilidade.
Mas enquanto subsiste uma cultura predominantemente laxista no cumprimento da lei, em áreas menos relevantes para as necessidades do bom funcionamento da sociedade emerge, por vezes, uma espécie de fundamentalismo utra-zeloso, sem sentido de proporcionalidade ou bom-senso.
Para se ter uma noção objectiva da desproporção entre os riscos que a sociedade enfrenta e o empenho do Estado para os enfrentar, calculem-se as vítimas da última década originadas por problemas relacionados com bolas de Berlim, colheres de pau, ou similares e os decorrentes da criminalidade violenta ou da circulação rodoviária e confronte-se com o zelo que o Estado visivelmente lhes dedicou.
E nesta matéria a responsabilidade pelo desproporcionado zelo utilizado recai, antes de mais, nos legisladores portugueses que transcrevem para o direito português, mecânica e por vezes levianamente, as directivas de Bruxelas.
5) APELO DA SEDES
O mal-estar e a degradação da confiança, a espiral descendente em que o regime parece ter mergulhado, têm como consequência inevitável o seu bloqueamento. E se essa espiral descendente continuar, emergirá, mais cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever.
A sociedade civil pode e deve participar no desbloqueamento da eficácia do regime – para o que será necessário que este se lhe abra mais do que tem feito até aqui –, mas ele só pode partir dos seus dois pólos de poder: os partidos, com a sua emanação fundamental que é o Parlamento, e o Presidente da República.
As últimas eleições para a Câmara de Lisboa mostraram a existência de uma significativa dissociação entre os eleitores e os partidos. E uma sondagem recente deu conta de que os políticos – grupo a que se associa quase por metonímia “os partidos” – são a classe em que os portugueses menos confiam.
Este estado de coisas deve preocupar todos aqueles que se empenham verdadeiramente na coisa pública e que não podem continuar indiferentes perante a crescente dissociação entre o conceito de “res pública” e o de intervenção política!
A regeneração é necessária e tem de começar nos próprios partidos políticos, fulcro de um regime democrático representativo. Abrir-se à sociedade, promover princípios éticos de decência na vida política e na sociedade em geral, desenvolver processos de selecção que permitam atrair competências e afastar oportunismos, são parte essencial da necessária regeneração.
Os partidos estão na base da formação das políticas públicas que determinam a organização da sociedade portuguesa. Na Assembleia ou no Governo exercem um mandato ratificado pelos cidadãos, e têm a obrigação de prestar contas de forma permanente sobre o modo como o exercem.
Em geral o Estado, a esfera formal onde se forma a decisão e se gerem os negócios do país, tem de abrir urgentemente canais para escutar a sociedade civil e os cidadãos em geral. Deve fazê-lo de forma clara, transparente e, sobretudo, escrutinável. Os portugueses têm de poder entender as razões que presidem à formação das políticas públicas que lhes dizem respeito.
A SEDES está naturalmente disponível para alimentar esses canais e frequentar as esferas de reflexão e diálogo que forem efectiva e produtivamente activadas.
Sedes, 21 de Fevereiro de 2008
O Conselho Coordenador
(Vitor Bento (Presidente), M. Alves Monteiro, Luís Barata, L. Campos e Cunha, J. Ferreira do Amaral, Henrique Neto, F. Ribeiro Mendes, Paulo Sande, Amílcar Theias)
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TOMADA DE POSIÇÃO - FEVEREIRO 2008
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1) UM DIFUSO MAL ESTAR
Sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional.
Nem todas as causas desse sentimento são exclusivamente portuguesas, na medida em que reflectem tendências culturais do espaço civilizacional em que nos inserimos. Mas uma boa parte são questões internas à nossa sociedade e às nossas circunstâncias. Não podemos, por isso, ceder à resignação sem recusarmos a liberdade com que assumimos a responsabilidade pelo nosso destino.
Assumindo o dever cívico decorrente de uma ética da responsabilidade, a SEDES entende ser oportuno chamar a atenção para os sinais de degradação da qualidade da vida cívica que, não constituindo um fenómeno inteiramente novo, estão por detrás do referido mal estar.
2) DEGRADAÇÃO DA CONFIANÇA NO SISTEMA POLÍTICO
Ao nível político, tem-se acentuado a degradação da confiança dos cidadãos nos representantes partidários, praticamente generalizada a todo o espectro político.
É uma situação preocupante para quem acredita que a democracia representativa é o regime que melhor assegura o bem comum de sociedades desenvolvidas. O seu eventual fracasso, com o estreitamento do papel da mediação partidária, criará um vácuo propício ao acirrar das emoções mais primárias em detrimento da razão e à consequente emergência de derivas populistas, caciquistas, personalistas, etc.
Importa, por isso, perseverar na defesa da democracia representativa e das suas instituições. E desde logo, dos partidos políticos, pilares do eficaz funcionamento de uma democracia representativa. Mas há três condições para que estes possam cumprir adequadamente o seu papel.
Têm, por um lado, de ser capazes de mobilizar os talentos da sociedade para uma elite de serviço; por outro lado, a sua presença não pode ser dominadora a ponto de asfixiar a sociedade e o Estado, coarctando a necessária e vivificante diversidade e o dinamismo criativo; finalmente, não devem ser um objectivo em si mesmos...
É por isso preocupante ver o afunilamento da qualidade dos partidos, seja pela dificuldade em atrair e reter os cidadãos mais qualificados, seja por critérios de selecção, cada vez mais favoráveis à gestão de interesses do que à promoção da qualidade cívica. E é também preocupante assistir à tentacular expansão da influência partidária – quer na ocupação do Estado, quer na articulação com interesses da economia privada – muito para além do que deve ser o seu espaço natural.
Estas tendências são factores de empobrecimento do regime político e da qualidade da vida cívica. O que, em última instância, não deixará de se reflectir na qualidade de vida dos portugueses.
3) VALORES, JUSTIÇA E COMUNICAÇÃO SOCIAL
Outro factor de degradação da qualidade da vida política é o resultado da combinação de alguma comunicação social sensacionalista com uma justiça ineficaz. E a sensação de que a justiça também funciona por vezes subordinada a agendas políticas.
Com ou sem intencionalidade, essa combinação alimenta um estado de suspeição generalizada sobre a classe política, sem contudo conduzir a quaisquer condenações relevantes. É o pior dos mundos: sendo fácil e impune lançar suspeitas infundadas, muitas pessoas sérias e competentes afastam-se da política, empobrecendo-a; a banalização da suspeita e a incapacidade de condenar os culpados (e ilibar inocentes) favorece os mal-intencionados, diluídos na confusão. Resulta a desacreditação do sistema político e a adversa e perversa selecção dos seus agentes.
Nalguma comunicação social prolifera um jornalismo de insinuação, onde prima o sensacionalismo. Misturando-se verdades e suspeitas, coisas importantes e minudências, destroem-se impunemente reputações laboriosamente construídas, ao mesmo tempo que, banalizando o mal, se favorecem as pessoas sem escrúpulos.
Por seu lado, o Estado tem uma presença asfixiante sobre toda a sociedade, a ponto de não ser exagero considerar que é cada vez mais estreito o espaço deixado verdadeiramente livre para a iniciativa privada. Além disso, demite-se muitas vezes do seu dever de isenta regulação, para desenvolver duvidosas articulações com interesses privados, que deixam em muitos um perigoso rasto de desconfiança.
Num ambiente de relativismo moral, é frequentemente promovida a confusão entre o que a lei não proíbe explicitamente e o que é eticamente aceitável, tentando tornar a lei no único regulador aceitável dos comportamentos sociais. Esquece-se, deliberadamente, que uma tal acepção enredaria a sociedade numa burocratizante teia legislativa e num palco de permanente litigância judicial, que acabaria por coarctar seriamente a sua funcionalidade. Não será, pois, por acaso que é precisamente na penumbra do que a lei não prevê explicitamente que proliferam comportamentos contrários ao interesse da sociedade e ao bem comum. E que é justamente nessa penumbra sem valores que medra a corrupção, um cancro que corrói a sociedade e que a justiça não alcança.
4) CRIMINALIDADE, INSEGURANÇA E EXAGEROS
A criminalidade violenta progride e cresce o sentimento de insegurança entre os cidadãos. Se é certo que Portugal ainda é um país relativamente seguro, apesar da facilidade de circulação no espaço europeu facilitar a importação da criminalidade organizada. Mas a crescente ousadia dos criminosos transmite o sentimento de que a impune experimentação vai consolidando saber e experiência na escala da violência.
Ora, para além de alguns fogachos mediáticos, não se vê uma acção consistente, da prevenção, da investigação e da justiça, para transmitir a desejada tranquilidade.
Mas enquanto subsiste uma cultura predominantemente laxista no cumprimento da lei, em áreas menos relevantes para as necessidades do bom funcionamento da sociedade emerge, por vezes, uma espécie de fundamentalismo utra-zeloso, sem sentido de proporcionalidade ou bom-senso.
Para se ter uma noção objectiva da desproporção entre os riscos que a sociedade enfrenta e o empenho do Estado para os enfrentar, calculem-se as vítimas da última década originadas por problemas relacionados com bolas de Berlim, colheres de pau, ou similares e os decorrentes da criminalidade violenta ou da circulação rodoviária e confronte-se com o zelo que o Estado visivelmente lhes dedicou.
E nesta matéria a responsabilidade pelo desproporcionado zelo utilizado recai, antes de mais, nos legisladores portugueses que transcrevem para o direito português, mecânica e por vezes levianamente, as directivas de Bruxelas.
5) APELO DA SEDES
O mal-estar e a degradação da confiança, a espiral descendente em que o regime parece ter mergulhado, têm como consequência inevitável o seu bloqueamento. E se essa espiral descendente continuar, emergirá, mais cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever.
A sociedade civil pode e deve participar no desbloqueamento da eficácia do regime – para o que será necessário que este se lhe abra mais do que tem feito até aqui –, mas ele só pode partir dos seus dois pólos de poder: os partidos, com a sua emanação fundamental que é o Parlamento, e o Presidente da República.
As últimas eleições para a Câmara de Lisboa mostraram a existência de uma significativa dissociação entre os eleitores e os partidos. E uma sondagem recente deu conta de que os políticos – grupo a que se associa quase por metonímia “os partidos” – são a classe em que os portugueses menos confiam.
Este estado de coisas deve preocupar todos aqueles que se empenham verdadeiramente na coisa pública e que não podem continuar indiferentes perante a crescente dissociação entre o conceito de “res pública” e o de intervenção política!
A regeneração é necessária e tem de começar nos próprios partidos políticos, fulcro de um regime democrático representativo. Abrir-se à sociedade, promover princípios éticos de decência na vida política e na sociedade em geral, desenvolver processos de selecção que permitam atrair competências e afastar oportunismos, são parte essencial da necessária regeneração.
Os partidos estão na base da formação das políticas públicas que determinam a organização da sociedade portuguesa. Na Assembleia ou no Governo exercem um mandato ratificado pelos cidadãos, e têm a obrigação de prestar contas de forma permanente sobre o modo como o exercem.
Em geral o Estado, a esfera formal onde se forma a decisão e se gerem os negócios do país, tem de abrir urgentemente canais para escutar a sociedade civil e os cidadãos em geral. Deve fazê-lo de forma clara, transparente e, sobretudo, escrutinável. Os portugueses têm de poder entender as razões que presidem à formação das políticas públicas que lhes dizem respeito.
A SEDES está naturalmente disponível para alimentar esses canais e frequentar as esferas de reflexão e diálogo que forem efectiva e produtivamente activadas.
Sedes, 21 de Fevereiro de 2008
O Conselho Coordenador
(Vitor Bento (Presidente), M. Alves Monteiro, Luís Barata, L. Campos e Cunha, J. Ferreira do Amaral, Henrique Neto, F. Ribeiro Mendes, Paulo Sande, Amílcar Theias)
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conclusões da SEDES
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O PS desdramatizou, esta sexta-feira, as conclusões da SEDES, que alertam para uma possível «crise social», resultante de um «mal-estar» na sociedade.
Para Vitalino Canas, o processo reformador tem impactos, mas também resultados.
.../...
Questionado sobre a intervenção partidária na ocupação do Estado, outra conclusão da SEDES, o representante socialista disse que a influência dos partidos era muito superior há 20 anos, quando Portugal tinha uma «economia nacionalizada».
O socialista António Vitorino, ouvido pela TSF, também destacou a importância de ver os resultados do processo reformador, em vez dos impactos «a curto prazo».
«Quando se fazem reformas que podem contender com interesses instalados ou rotinas», como a reforma da Administração Pública, «as pessoas por vezes reagem negativamente a alguns aspectos, mas o que interessa é ver a questão no seu conjunto», disse.
O ex-comissário europeu sublinhou que «as marcas de modernidade que foram imprimidas durante estes três anos» em que o PS esteve no Governo «vão criar condições para que o futuro dos portugueses seja melhor, ainda que no curto prazo crie algumas alterações».Na opinião de António Vitorino, para construir um futuro melhor é necessário «apelar à auto-estima, à mobilização da sociedade e à confiança nas próprias capacidades» dos portugueses
Publicado a 22 de Fevereiro 08 às 08:03 - in TSF on line
Eclipse total da Lua - Visível esta madrugada em Portugal
A Terra vai atravessar-se entre o Sol e a Lua esta madrugada. Se as nuvens não o impedirem, o fenómeno astronómico será visível a partir das 00h35 (hora de Lisboa), num momento em que a Lua cheia estará bastante alta no céu, em boas condições para se observar a sua ocultação.
A Lua ficará com um tom avermelhado durante o eclipse, que atingirá a sua expressão máxima às 3h26, com a Lua a mergulhar completamente na sombra da Terra. "O disco lunar estará sempre visível, com várias tonalidades entre o cinzento e o avermelhado, devido às radiações luminosas projectadas por partículas da atmosfera terrestre", explicou à agência Lusa fonte do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).
A Lua vai entrar sucessivamente na penumbra (00h35) e na sombra (1h43) até começar o eclipse total, que decorrerá entre as 3h01 e as 3h52.
Nas fases seguintes, a Lua sairá da sombra às 5h09 e da penumbra às 6h17, altura em que o seu disco estará de novo totalmente visível, embora a sua imagem comece a dissolver-se com o nascimento de um novo dia. O começo da fase de sombra será visível em África, na Europa, no Oceano Atlântico, na América Central e do Sul, e na América do Norte, com excepção da zona ocidental. Quanto ao final do fenómeno, só poderá ser visto na Europa ocidental e na orla mais ocidental de África, no Oceano Atlântico, no continente americano e na metade leste do Oceano Pacífico.
Este eclipse tem a particularidade de a Lua não atravessar a sombra da terra pelo meio, mas sim um pouco abaixo do diâmetro central e paralelo à orbita da Lua, o que tornará menor a fase de ocultação total.
Os últimos eclipses totais da Lua visíveis em Portugal ocorreram a 3 de Março de 2007 (entre as 22h44 e as 23h58) e a 28 de Outubro de 2004 (entre as 3h23 e as 4h45).
A Lua ficará com um tom avermelhado durante o eclipse, que atingirá a sua expressão máxima às 3h26, com a Lua a mergulhar completamente na sombra da Terra. "O disco lunar estará sempre visível, com várias tonalidades entre o cinzento e o avermelhado, devido às radiações luminosas projectadas por partículas da atmosfera terrestre", explicou à agência Lusa fonte do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).
A Lua vai entrar sucessivamente na penumbra (00h35) e na sombra (1h43) até começar o eclipse total, que decorrerá entre as 3h01 e as 3h52.
Nas fases seguintes, a Lua sairá da sombra às 5h09 e da penumbra às 6h17, altura em que o seu disco estará de novo totalmente visível, embora a sua imagem comece a dissolver-se com o nascimento de um novo dia. O começo da fase de sombra será visível em África, na Europa, no Oceano Atlântico, na América Central e do Sul, e na América do Norte, com excepção da zona ocidental. Quanto ao final do fenómeno, só poderá ser visto na Europa ocidental e na orla mais ocidental de África, no Oceano Atlântico, no continente americano e na metade leste do Oceano Pacífico.
Este eclipse tem a particularidade de a Lua não atravessar a sombra da terra pelo meio, mas sim um pouco abaixo do diâmetro central e paralelo à orbita da Lua, o que tornará menor a fase de ocultação total.
Os últimos eclipses totais da Lua visíveis em Portugal ocorreram a 3 de Março de 2007 (entre as 22h44 e as 23h58) e a 28 de Outubro de 2004 (entre as 3h23 e as 4h45).
NASA Beams Beatles Into Space - Target:Polaris, 431 light years away
MEU PAI COSTUMAVA DIZER-ME QUE "DENTRO DE POUCOS ANOS" NINGUÉM OUVIRIA OS BEATLES, AINDA QUE TIVESSEM GRAÇA; CLARO QUE O CONCEITO DE "POUCOS ANOS" É MUITO SUBJECTIVO...
É POSSIVEL QUE POR AÍ ALGURES NUM UNIVERSO O MEU PAI CONSIGA OUVI-LOS... TUDO É POSSÍVEL.
OS BEATLES E A NASA, HÁ COISAS FANTÁSTICAS, NÃO HÁ?
A VIDA A PRETO E BRANCO
Este é um "post" invulgarmente comprido mas, mesmo restringido em factos e, sobretudo, em considerações, não consegui torna-lo mais curto e por isso o dividi numa espécie de mini-capítulos.
Fui à ourivesaria cá do bairro, contei a história sumariamente, comprei o relógio e disse que o Luís iria busca-lo ao fim da tarde do dia seguinte. Depois fiquei a pensar como conseguir que o Luís fosse buscar a prenda “sem eu saber”. Após algumas congeminações... O“ Pai Natal” escreveu um bilhete ao Luís dizendo que não se tinha esquecido dos seus desejos e sonhos, que sabia o quanto ele queria dar uma prenda à mãe e que tinha pedido a um duende para tratar disso. Dizia também que era só pedir à mãe para passar pela “loja das joias” ao pé de casa e mostrar o bilhete; a prenda estava lá e depois mandavam a conta para o Pólo Norte. Posto isto restava-me fazer chegar o bilhete ao Luís e arranjar quem lho lesse...
Quando fui busca-lo à escola contei a história, o mais abreviadamente possível, a uma das funcionárias que toma conta das crianças no refeitório e após a saída das educadoras, mostrei-lhe o bilhete “do Pai Natal” e perguntei-lhe se não se importava de lho ler, colaborando na mentira. Ela, rindo, prontificou-se a colaborar.
Hoje, 14 Fev. de manhã...
***********************Pai Natal
14 de Fevereiro de 2008
Também me disse: - "Mamã temos de comprar um flor à São do café porque ela ajudou-me"
Moral da História.
O consumismo é exacerbado nestas datas. O dinheiro não é tudo e um cartão bonito que nos deu trabalho a fazer é valioso
Não podermos, por uma vez, oferecer um sonho, aos 5 anos, porque não temos dinheiro não me parece particularmente positivo, como não me parece particularmente positivo começar a sonhar com “quando eu tiver dinheiro vou realizar os meus sonhos” ou, talvez pior, “não vale a pena sonhar, não vai acontecer”.
A Vida às vezes é cinzenta e a estreiteza de vistas torna-a a preto e branco. Pensem de mim o que quiserem, encaixem–me ou não em parâmetros de “normalidade” mas dentro de mim a Vida é a cores, tem sonhos, magia e, ainda, sobrevive a capacidade de me maravilhar. Doa a quem doer.
Quanto à Dona Cila, um raio que a parta: talvez acordasse com a descarga eléctrica, talvez ruissem os muros que lhe limitam a visão periférica.
A propósito, quem é que raio se chama CILA??? Ora um moderno e conceituado dicionário oferece importantes significados para o termo, dos quais aqui reproduzirei apenas a parte mais interessante para o caso em apreço:
"Cila-brasileira: planta da família das Narcíseas (Pancratium guyanensis);
Cila-vermelha: variedade da cila europeia (Urginea maritima), com raízes vermelhas e bolbo castanho-avermelhado, USADA PRINCIPALMENTE EM VENENO PARA RATOS; As escamas do bolbo dessa planta, bem como de outra espécie desse género (Urginea indica), do Oriente, (…), são usadas como EXPECTORANTE, (…) e DIURÉTICO."]
Como vês, os dicionários são ferramentas didácticas de incomensurável valor... E a explicação supra, oferecida pelo dito, ajuda-nos a compreender algumas coisas; senão, vejamos: esta rapariga, destituída de prefixo e castrada da penúltima vogal, daquela que, acredito, tenha sido a sua graça de baptismo, é também aquela que, nos seus dias mais emotivos, o máximo a que poderá aspirar (sim, porque “sonhos” já vimos que não serão o forte dela…) é vir a ser ingrediente de veneno para ratos(!!!!), e nos dias normais, ser usada como expectorante e diurético…Deste modo, conclui-se que daquela criatura não vem nada de bom: ou excreções (mais ou menos líquidas, expelidas por orifícios diferenciados), ou, em última instância, puro veneno…
Sabes que mais? A Pata Que a Pôs!!! Essa criatura mesquinha, infeliz, triste e pobre nunca poderá compreender o significado de um SONHO, MUITO MENOS DOS SONHOS DE UMA CRIANÇA! É castrada, não apenas no prefixo e na penúltima vogal do nome; tem a alma castrada e, para isso, não há remédio…
Que o teu filho sonhe durante muitos anos, que mantenhas a tua capacidade de lhe ires alimentando os sonhos, minha querida, e que as "Cilas" que a vida nos vai trazendo se mantenham sempre longe de ambos…E, claro, não te esqueças de comprar uma flor à ajudante "honoris causa" do duende!!!
É um desabafo pessoal e uma história ou vice-versa. Desta vez gostaria de ler alguns comentários, por certo compreenderão porquê
A VIDA A PRETO E BRANCO
A história de um dia de S. Valentim
Tenho ouvido inúmeras vezes, desde muito novinha, o comentário, ou mesmo a “acusação” : “Não és como as outras pessoas”, “Não és uma pessoa normal”, “Tens a cabeça arrumada de acordo com um esquema muito próprio”, “ Jogas com um baralho muito teu”, etc. etc. etc. Há contextos em que entendo porquê, outros há, a maior parte – digo eu, nunca pensei profundamente no assunto – em que não sei mesmo de onde vem a atribuição tão recorrente, da diferença ou, nos casos mais simpáticos, da originalidade.
Em verdade creio que sou razoavelmente normal, pelo menos no sentido da não-diferenciação da maioria das pessoas que me rodeiam; faço uma vida bastante comum e não me é particularmente difícil encontrar eco para os meus pensamentos ou preocupações, independentemente das diferenças naturais e saudáveis de opinião ou interesses, claro está. Reconheço que no que toca a Regras sou bastante arrevesada – penso que cada caso é um caso, as situações e contextos diferem constantemente e, sobretudo, há que considerar em primeiro lugar as Pessoas e as suas circunstâncias. Aceito o conceito de “regra geral” mas tenho sérias dificuldades em lidar com o “tem de ser assim porque é assim que é” ou com regras que se estabelecem para “facilitar a vida” e que acabam por se tornar espartilhos da vontade, do prazer, da imaginação e até da afectividade. O tédio é o castrador-mor da alegria e de muitas outras emoções saudáveis, do raciocínio e da criatividade.
Vem esta pequena divagação a propósito de uma conversa urgente que a, suposta, ”educadora” de infância do meu filho, de 5 anos, teve comigo esta manhã.
Recuando um pouco:
No passado natal o meu filho Luís comentou com alguém, que me contou em inconfidência, que queria pedir ao Pai Natal uma prenda para me dar no dia dos namorados: «A minha mãe é a minha namorada porque é a pessoa de quem mais gosto e que gosta mais de mim», explicou. A coisa enterneceu-me mas não voltei ao assunto.
Vem esta pequena divagação a propósito de uma conversa urgente que a, suposta, ”educadora” de infância do meu filho, de 5 anos, teve comigo esta manhã.
Recuando um pouco:
No passado natal o meu filho Luís comentou com alguém, que me contou em inconfidência, que queria pedir ao Pai Natal uma prenda para me dar no dia dos namorados: «A minha mãe é a minha namorada porque é a pessoa de quem mais gosto e que gosta mais de mim», explicou. A coisa enterneceu-me mas não voltei ao assunto.
Há dias um amigo nosso deu 5 euros ao Luís para ele pôr no mealheiro. Passado um dia ou dois o Luís perguntou-me se 5 euros dava para comprar uma prenda bonita; respondi como bem entendi e não liguei a pergunta a outra coisa para além da curiosidade ou a tentativa de entender quanto valem 5 euros.
Noutra ocasião saiu-lhe: «O Pai Natal acha que os meus sonhos não são importantes» (SIC) Então lembrei-me...
Já esta semana, quando começou o “bombardeamento” de publicidade tendo por alvo o “Dia dos Namorados”, o Luís perguntou-me se eu não gostava do “relógio dos namorados” (campanha da Swatch) enquanto passava o anúncio na TV. Respondi-lhe que não sabia, ainda não o tinha visto bem. Acto contínuo foi buscar uma revista, folheou e mostrou-me a foto, com um grande coração encarnado. Olhei, sorri-lhe e disse que sim, que era giro. (E é). Nessa noite ouvi o Luís a “conversar “ com o homem-aranha dizendo que queria dar o relógio dos namorados à mãe mas que não sabia se tinha dinheiro que chegasse no mealheiro e que ia falar com um amigo nosso para lhe pedir que fosse com ele à loja. Fechei a porta da casa de banho e sentei-me na borda da banheira a pensar no desejo do meu filho. Lembrei-me de mim com a idade dele por vezes a desejar oferecer uma prenda especial à minha mãe ou ao meu pai mas conseguia ir além dos desenhos ou do costumeiro cinzeiro de barro pintado.
Ontem,
Já esta semana, quando começou o “bombardeamento” de publicidade tendo por alvo o “Dia dos Namorados”, o Luís perguntou-me se eu não gostava do “relógio dos namorados” (campanha da Swatch) enquanto passava o anúncio na TV. Respondi-lhe que não sabia, ainda não o tinha visto bem. Acto contínuo foi buscar uma revista, folheou e mostrou-me a foto, com um grande coração encarnado. Olhei, sorri-lhe e disse que sim, que era giro. (E é). Nessa noite ouvi o Luís a “conversar “ com o homem-aranha dizendo que queria dar o relógio dos namorados à mãe mas que não sabia se tinha dinheiro que chegasse no mealheiro e que ia falar com um amigo nosso para lhe pedir que fosse com ele à loja. Fechei a porta da casa de banho e sentei-me na borda da banheira a pensar no desejo do meu filho. Lembrei-me de mim com a idade dele por vezes a desejar oferecer uma prenda especial à minha mãe ou ao meu pai mas conseguia ir além dos desenhos ou do costumeiro cinzeiro de barro pintado.
Ontem,
quando íamos a caminho da escola o Luís disse-me que ia fazer dois cartões de S. Valentim: um para o melhor amigo e outro para a mãe. Fixe, disse eu. Pois... rematou ele com um suspiro.
Suspiro compreendido, repensei e decidi-me.
Fui à ourivesaria cá do bairro, contei a história sumariamente, comprei o relógio e disse que o Luís iria busca-lo ao fim da tarde do dia seguinte. Depois fiquei a pensar como conseguir que o Luís fosse buscar a prenda “sem eu saber”. Após algumas congeminações... O“ Pai Natal” escreveu um bilhete ao Luís dizendo que não se tinha esquecido dos seus desejos e sonhos, que sabia o quanto ele queria dar uma prenda à mãe e que tinha pedido a um duende para tratar disso. Dizia também que era só pedir à mãe para passar pela “loja das joias” ao pé de casa e mostrar o bilhete; a prenda estava lá e depois mandavam a conta para o Pólo Norte. Posto isto restava-me fazer chegar o bilhete ao Luís e arranjar quem lho lesse...
Quando fui busca-lo à escola contei a história, o mais abreviadamente possível, a uma das funcionárias que toma conta das crianças no refeitório e após a saída das educadoras, mostrei-lhe o bilhete “do Pai Natal” e perguntei-lhe se não se importava de lho ler, colaborando na mentira. Ela, rindo, prontificou-se a colaborar.
Hoje, 14 Fev. de manhã...
Ah, hoje de manhã foi a derrocada!
Quando me despedia do Luís junto ao portão do recreio da pré-primária apareceu uma empregada da limpeza a esbracejar, seguida de uma ajudante das educadoras – "Ai Mãe-do-Luis não se vá embora que a Dona Cila, a denominada “educadora”, precisa falar-lhe com urgência, até já lhe ligou para o telemóvel".
O que é que este fez agora, pensei... A dúvida foi rápida porque a Dona Cila veio ao meu encontro, vagamente sorrindo um daqueles sorrisos que se põem quando somos assaltados por uma tremenda cólica intestinal e acabámos de dar de caras com alguém de quem não seria oportuno fugir a sete pés. Depois de encontrar um gabinete vazio (ah pois, foi preciso um gabinete...) disparou com enorme decisão: - “ Fulana disse-me que lhe pediu para ler ao Luís um cartão do Pai Natal por causa de uma prenda do dia dos namorados. Não me leve a mal mas nós cá no colégio não festejamos o dia dos namorados”. Contive-me. Isto é, quase me contive, mas balbuciei com estupefacção e tão a sério quanto consegui : - “ Ah, eu também não...”. Ela pretendeu não dar pelo sarcasmo. Julguei que ia ouvir uma prece anti-consumista mas nem isso. O que ouvi a seguir é-me absolutamente inenarrável, ainda que tentasse não conseguiria repetir tanta parvoíce. Sei que a frase mais repetida foi um significativo, e revelador, “Não me leve a mal”. Tratava-se, obviamente de uma questão pessoal – de ”Educadora" para com a idiota da mãe, que sou eu. Pois que as crianças fazem “cartões de S. Valentim para os amigos, isso sim, mas namorados é para mais tarde, e as mães não são namoradas, e "no S. Valentim "desenvolvemos várias actividades plásticas dirigidas aos amigos" (e eu que me passo com "as actividades", "os eventos" e outras modernices afins). Disse lhe que sabia que o Luís ia fazer um para o melhor amigo e outro para mim. Com algum custo e muita paciência, não lhe notando as tentativas para me manter caladinha, consegui explicar-lhe os antecedentes da história. –“Pois, dizia a “Educadora”, mas não envolva o Colégio nisso, com certeza terá alguém que possa ler o cartão... Além disso nem é lógico, por que é que o Pai Natal havia de mandar uma carta para aqui?” Esta matou-me! “Lógico"? Mas o Pai Natal, ou as fadas ou o Peter Pan têm alguma coisa de lógico? O maravilhoso e o mágico não são lógicos, não acha?”, perguntei-lhe sem desejar resposta. Pum! A Cila Pim, a Cila Pum. Vou escrever um manifesto anti-Cila, pensava eu para não lhe dizer mais nada nem ouvir um último “não me leve a mal” Eu? Não...
E acabou a conversa. Perguntou-me se eu queria levar o cartãozinho... Claro que sim, respondi sorrindo. Senti uma alegria pacífica ao aperceber-me de que aquela senhora e eu não vivemos no mesmo mundo, perdoem-me a imodéstia.
Do facto de se tratar de uma mentira, criada por mim e corroborada por uma funcionária da escola, óbice que eu teria aceite e que aliás antecipei, nem uma palavra, atrevo-me a dizer, nem um pensamento; se o Luís viesse a descobrir que o tínhamos enganado, a perda de confiança que daí poderia advir nunca passou por aquela santa cabeça.
Do facto de se tratar de uma mentira, criada por mim e corroborada por uma funcionária da escola, óbice que eu teria aceite e que aliás antecipei, nem uma palavra, atrevo-me a dizer, nem um pensamento; se o Luís viesse a descobrir que o tínhamos enganado, a perda de confiança que daí poderia advir nunca passou por aquela santa cabeça.
O cartãozinho, para que conste, é exactamente assim:
O Cartão
Querido Luís Ricardo,
Tenho estado com atenção aos teus desejos e aos teus sonhos, sei que tens muita vontade de oferecer uma prenda à tua Mãe no dia dos namorados.
Por uma vez, pedi a um dos meus duendes para tratar desse assunto
Leva esta carta à loja de jóias que há na Graça, onde tu vives, e dizes que foi o Pai Natal que te disse para ires lá buscar a prenda da tua Mãe. Não te preocupes, é só pedires e entregam-te logo, sem problemas e sem te pedirem dinheiro, depois mandam-me a conta.
Só tens de dizer à tua Mãe que precisas passar na loja de jóias para veres uma coisa.
Porta-te bem,
Beijinhos do
14 de Fevereiro de 2008
Resolvi tomar um café antes de ir para casa
A dona do café ao lado de casa, que conhece o Luís desde bebé, exclamou um "ainda bem que os vejo" quando entramos, "já lhe ia ligar". Chamou o Luis para longe de mim e explicou-lhe que tinha aparecido um senhor baixinho de orelhas esquisitas, que até fazia lembrar um gnomo, e tinha deixado um bilhete para ele porque não estava ninguém em nossa casa. Leu-o e respondeu-lhe às perguntas com uma enorme paciência. Depois o Luís pediu-me para o levar à loja, e pediu-me também para não entrar. Foi lá sozinho, saiu de olhos arregalados e saco na mão. Fez mais umas partes engraçadíssimas até me anunciar, já em casa, que aquilo era a minha prenda. A felicidade dele ao verificar que dentro do pacote estava a prenda que ele queria mesmo dar-me, não uma outra qualquer, valeu tudo e o mais que fosse. Mais, uma coisa que ele gostou tanto, desta vez, com os seus “egoístas” 5 anos, não a queria para ele mas para a dar.
Também me disse: - "Mamã temos de comprar um flor à São do café porque ela ajudou-me"
Moral da História.
O consumismo é exacerbado nestas datas. O dinheiro não é tudo e um cartão bonito que nos deu trabalho a fazer é valioso
Não podermos, por uma vez, oferecer um sonho, aos 5 anos, porque não temos dinheiro não me parece particularmente positivo, como não me parece particularmente positivo começar a sonhar com “quando eu tiver dinheiro vou realizar os meus sonhos” ou, talvez pior, “não vale a pena sonhar, não vai acontecer”.
A Vida às vezes é cinzenta e a estreiteza de vistas torna-a a preto e branco. Pensem de mim o que quiserem, encaixem–me ou não em parâmetros de “normalidade” mas dentro de mim a Vida é a cores, tem sonhos, magia e, ainda, sobrevive a capacidade de me maravilhar. Doa a quem doer.
Quanto à Dona Cila, um raio que a parta: talvez acordasse com a descarga eléctrica, talvez ruissem os muros que lhe limitam a visão periférica.
Anexo
Não sei se devia fazer isto, sinto que vai agravar o meu carma, mas estou-me a sentir vingada, por um lado, e angelical, por outro.
Acabo de receber um comentário da minha amiga Sandra (falo dela aí abaixo, em Outubro, pelo dia dos anos dela) e, tratando-se de uma das pessoas que tem estatuto de Autora neste blog, permissão dela e minha, não resisto (nem quero, isto aqui chama-se Real Gana por alguma razão) a anexar o comentário dela como publicação. É perfido, cultural e, como sempre, de um sentido de humor que me toca até às cócegas.
Além do mais pode ser que ela volte a presentear-nos por cá.
r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r
"Ora então Feliz Dia de S. Valentim, querida amiga!!!
Nenhum namorado te poderia ter oferecido um dia mais original, vês?
A propósito, quem é que raio se chama CILA??? Ora um moderno e conceituado dicionário oferece importantes significados para o termo, dos quais aqui reproduzirei apenas a parte mais interessante para o caso em apreço:
"Cila-brasileira: planta da família das Narcíseas (Pancratium guyanensis);
Cila-vermelha: variedade da cila europeia (Urginea maritima), com raízes vermelhas e bolbo castanho-avermelhado, USADA PRINCIPALMENTE EM VENENO PARA RATOS; As escamas do bolbo dessa planta, bem como de outra espécie desse género (Urginea indica), do Oriente, (…), são usadas como EXPECTORANTE, (…) e DIURÉTICO."]
Como vês, os dicionários são ferramentas didácticas de incomensurável valor... E a explicação supra, oferecida pelo dito, ajuda-nos a compreender algumas coisas; senão, vejamos: esta rapariga, destituída de prefixo e castrada da penúltima vogal, daquela que, acredito, tenha sido a sua graça de baptismo, é também aquela que, nos seus dias mais emotivos, o máximo a que poderá aspirar (sim, porque “sonhos” já vimos que não serão o forte dela…) é vir a ser ingrediente de veneno para ratos(!!!!), e nos dias normais, ser usada como expectorante e diurético…Deste modo, conclui-se que daquela criatura não vem nada de bom: ou excreções (mais ou menos líquidas, expelidas por orifícios diferenciados), ou, em última instância, puro veneno…
Sabes que mais? A Pata Que a Pôs!!! Essa criatura mesquinha, infeliz, triste e pobre nunca poderá compreender o significado de um SONHO, MUITO MENOS DOS SONHOS DE UMA CRIANÇA! É castrada, não apenas no prefixo e na penúltima vogal do nome; tem a alma castrada e, para isso, não há remédio…
Que o teu filho sonhe durante muitos anos, que mantenhas a tua capacidade de lhe ires alimentando os sonhos, minha querida, e que as "Cilas" que a vida nos vai trazendo se mantenham sempre longe de ambos…E, claro, não te esqueças de comprar uma flor à ajudante "honoris causa" do duende!!!
Um grande beijinho,
Sandra"
- publicado por Sandra,
com um empurrãozinho à boca-de-cena
CHAT
As "conversas" ao estilo "chat" metem-me medo. Pessoalmente entro em depressão quando leio tanto K, tanta abreviatura de qd, tb, dok, ck e outras tantas que nem conheço. Admito que todos nós, a menos que morramos muito cedo, chegamos a uma altura da vida em que, por mais evoluídas e "abertas" que sejam as nossas cabecinhas, nos tornamos antiquados, por vezes rezingões, numa palavra – cotas. Até aqui tenho vindo a encontrar justificações aceitáveis para os meus conservadorismos, parece-me, mas a verdade é que não me podia estar mais "nas tintas" relativamente ao carácter "aceitável", ou não, das minhas justificações. Há coisas às quais espero nunca ceder, particularmente à idiotice, esteja ela "in" ou "out", seja ela um passaporte para a linguagem "cool" ou uma condenação.
Uma destas noites estive em "chat via Messenger" com alguém que vive do outro lado do mundo. A experiência não foi nova mas havia muito tempo que não o fazia. Conheço pessoas, algumas muito próximas, que vivem noutros Continentes e, aqui há uns anos, "conversávamos via Messenger" com alguma frequência. Depois... as vidas mudam, falamos mais ao telefone, etc.
Como estava a dizer, uma destas noites estive na "conversa via Messenger"... e o resultado espantou-me, já não me lembrava de que é possível, sem k's, sem abreviaturas enervantes, com graça. Não resisto, com a licença de quem é devida, a deixar aqui um bocadinho. Clikem com os vossos amigos na rede, é uma curte!
1 – Olá! Diz-me se estás ai… Estás?
1 - Não estás?
2 – Olá… Estou… a tentar saber se estou aqui.
1 – Ah… Queres tele-transportar a tua mente até aqui?
2 – Está bem… espera, tenho de parar de escrever e estalar os dedos para o conseguir.
2 – Pronto, já aí estou. Consegues “ver-me”?
1 – Perfeitamente. Pareces-me bem esta noite.
2 – Estou bem mas ainda não consigo ver-te claramente, tenho de habituar os olhos à tua luz. Expõe-te um pouco mais, sim?
1 – Sabes que não me é fácil…
2 – Será que albergas em ti um vampiro?
1 – Provavelmente, como todos nós… uns mais vampiros do que outros… Não tens vontade, ou necessidade, de vampirizar de vez em quando?
2 – Hum… Tenho de pensar… Se considerar “vampirizar” como – alimentar-me de – então “vampirizo”; se considerar como – sugar encapotadamente – , então creio absolutamente que não.
1 – E de que te alimentas tu quando "vampirizas"?
2 – Do mesmo que todos nós, provavelmente, ou muitos de nós, talvez melhor dizendo.
Neste momento estás a vampirizar-me respostas que não quero dar-te; se as queres tens de procura-las.
1 – Gosto particularmente de "vampirizar" respostas…
2 – Não te posso levar a mal mas terás de compreender se resisto a dar-tas; ainda agora reconhecias que não te é fácil expores-te.
1 – É verdade mas tu consegues fazê-lo com enorme à-vontade, por vezes até só para provocação de uma similar reacção alheia, se para tanto houver inteligência e coragem...
2 – Seja. E se bem te entendi, agradeço. Mas o que disse não foi que não quero dar-te respostas para não me expor, nem tão pouco o meu pensamento passou por aí. Não quero dar-te respostas porque é uma maneira de “vampirizar” a tua atenção, caso a tua curiosidade (te) o justifique.
1 – "Vampirizas" atenção...
2 – Como quase todos nós... mas não a sugo. Aliás tenho sérias dificuldades em suportar esse tipo de vampirismo, mesmo quando o compreendo. Há situações que me comovem mas, e contra mim falo, só me apetece fugir.
Pronto, ganhaste uma resposta, agora é a minha vez.
1 – A tua vez de ganhares o direito a uma resposta, se bem te entendo...
2 – Claro!
1 – E qual é a pergunta?
2 – Ah-ha! Não posso fazer-ta, teria de expor-me de novo
1 – Chegámos a um impasse?
2 – Não creio, basta seres Tu a fazer uma nova pergunta...
1 – E se for um insulto vingativo?
2 – Também resulta (como poderás ter acabado de te aperceber, já tardiamente) mas fica-te mal.
P – Fico-me por um pensamento... E se queres uma nova pergunta:
2 - Então? Esta coisa a piscar no ecrã começa a hipnotizar-me...
1 - A ideia é essa... aqui vai: Qual é a pergunta que gostavas que te fizesse?
2 – Eu ? Eu gostava que me fizesses uma pergunta determinada?
1 – Pediste-me uma pergunta...
2 – Uma que tenhas a bailar-te na cabeça para me fazeres.
1 – Eu? Eu tenho perguntas a bailarem-me na cabeça para ti?
2 – Não?
1 – Sim.
Várias, algumas já velhas, algumas que tenho de relembrar de vez em quando porque não as quero esquecer. Algumas ficaram desde o dia em que te conheci.
1 – Ainda aí estás?
2 – Bem, e por que não as fazes? Eu só pedi uma...
1 – Não as faço, agora, porque tu não responderias, e muito menos como eu gostaria que as respondesses – tu “dizes” muito do que dizes com o olhar; não “dizes” diferente, dizes de uma forma que não se escreve.
2 – Como toda a gente...
1 – Sim, mas em ti é notório, é uma forma de te expressares. Há pessoas que usam muito as mãos quando falam, outras usam muito a entoação, etc. Tu usas os olhos... muitas vezes nem precisas falar, um olhar e ficou dito.
2 – Fico à espera de um encontro olhos nos olhos.
Tu fazes-me as tuas velhas perguntas e eu não digo uma palavra mas prometo-te que não desvio o olhar
Já falta pouco para o Sol nascer por aqui, está na hora de os vampiros se recolherem...
1 – Como se tu fosses capaz de não dizer uma palavra... Só por aposta!
Vai e fica em paz.
Uma destas noites estive em "chat via Messenger" com alguém que vive do outro lado do mundo. A experiência não foi nova mas havia muito tempo que não o fazia. Conheço pessoas, algumas muito próximas, que vivem noutros Continentes e, aqui há uns anos, "conversávamos via Messenger" com alguma frequência. Depois... as vidas mudam, falamos mais ao telefone, etc.
Como estava a dizer, uma destas noites estive na "conversa via Messenger"... e o resultado espantou-me, já não me lembrava de que é possível, sem k's, sem abreviaturas enervantes, com graça. Não resisto, com a licença de quem é devida, a deixar aqui um bocadinho. Clikem com os vossos amigos na rede, é uma curte!
1 – Olá! Diz-me se estás ai… Estás?
1 - Não estás?
2 – Olá… Estou… a tentar saber se estou aqui.
1 – Ah… Queres tele-transportar a tua mente até aqui?
2 – Está bem… espera, tenho de parar de escrever e estalar os dedos para o conseguir.
2 – Pronto, já aí estou. Consegues “ver-me”?
1 – Perfeitamente. Pareces-me bem esta noite.
2 – Estou bem mas ainda não consigo ver-te claramente, tenho de habituar os olhos à tua luz. Expõe-te um pouco mais, sim?
1 – Sabes que não me é fácil…
2 – Será que albergas em ti um vampiro?
1 – Provavelmente, como todos nós… uns mais vampiros do que outros… Não tens vontade, ou necessidade, de vampirizar de vez em quando?
2 – Hum… Tenho de pensar… Se considerar “vampirizar” como – alimentar-me de – então “vampirizo”; se considerar como – sugar encapotadamente – , então creio absolutamente que não.
1 – E de que te alimentas tu quando "vampirizas"?
2 – Do mesmo que todos nós, provavelmente, ou muitos de nós, talvez melhor dizendo.
Neste momento estás a vampirizar-me respostas que não quero dar-te; se as queres tens de procura-las.
1 – Gosto particularmente de "vampirizar" respostas…
2 – Não te posso levar a mal mas terás de compreender se resisto a dar-tas; ainda agora reconhecias que não te é fácil expores-te.
1 – É verdade mas tu consegues fazê-lo com enorme à-vontade, por vezes até só para provocação de uma similar reacção alheia, se para tanto houver inteligência e coragem...
2 – Seja. E se bem te entendi, agradeço. Mas o que disse não foi que não quero dar-te respostas para não me expor, nem tão pouco o meu pensamento passou por aí. Não quero dar-te respostas porque é uma maneira de “vampirizar” a tua atenção, caso a tua curiosidade (te) o justifique.
1 – "Vampirizas" atenção...
2 – Como quase todos nós... mas não a sugo. Aliás tenho sérias dificuldades em suportar esse tipo de vampirismo, mesmo quando o compreendo. Há situações que me comovem mas, e contra mim falo, só me apetece fugir.
Pronto, ganhaste uma resposta, agora é a minha vez.
1 – A tua vez de ganhares o direito a uma resposta, se bem te entendo...
2 – Claro!
1 – E qual é a pergunta?
2 – Ah-ha! Não posso fazer-ta, teria de expor-me de novo
1 – Chegámos a um impasse?
2 – Não creio, basta seres Tu a fazer uma nova pergunta...
1 – E se for um insulto vingativo?
2 – Também resulta (como poderás ter acabado de te aperceber, já tardiamente) mas fica-te mal.
P – Fico-me por um pensamento... E se queres uma nova pergunta:
2 - Então? Esta coisa a piscar no ecrã começa a hipnotizar-me...
1 - A ideia é essa... aqui vai: Qual é a pergunta que gostavas que te fizesse?
2 – Eu ? Eu gostava que me fizesses uma pergunta determinada?
1 – Pediste-me uma pergunta...
2 – Uma que tenhas a bailar-te na cabeça para me fazeres.
1 – Eu? Eu tenho perguntas a bailarem-me na cabeça para ti?
2 – Não?
1 – Sim.
Várias, algumas já velhas, algumas que tenho de relembrar de vez em quando porque não as quero esquecer. Algumas ficaram desde o dia em que te conheci.
1 – Ainda aí estás?
2 – Bem, e por que não as fazes? Eu só pedi uma...
1 – Não as faço, agora, porque tu não responderias, e muito menos como eu gostaria que as respondesses – tu “dizes” muito do que dizes com o olhar; não “dizes” diferente, dizes de uma forma que não se escreve.
2 – Como toda a gente...
1 – Sim, mas em ti é notório, é uma forma de te expressares. Há pessoas que usam muito as mãos quando falam, outras usam muito a entoação, etc. Tu usas os olhos... muitas vezes nem precisas falar, um olhar e ficou dito.
2 – Fico à espera de um encontro olhos nos olhos.
Tu fazes-me as tuas velhas perguntas e eu não digo uma palavra mas prometo-te que não desvio o olhar
Já falta pouco para o Sol nascer por aqui, está na hora de os vampiros se recolherem...
1 – Como se tu fosses capaz de não dizer uma palavra... Só por aposta!
Vai e fica em paz.