(NÃO SE ESQUEÇAM DE PARAR A MÚSICA DO FUNDO ALI DO LADO DIREITO ANTES DE COMEÇAREM A VER O VIDEO, JÁ TEMOS CONFUSÃO QUE CHEGUE NO PAÍS, HO HO, HO)
NATAL E A CRISE...HO HO HO
A GALINHA PATARECA
No dia 8 de Março de 2008, RTP1, RTP2, SIC e TVI passaram 66 notícias sobre a manifestação dos professores em Lisboa, que ficou conhecida como Marcha da Indignação. Estes números contemplam apenas os serviços regulares de informação destes canais, excluindo por isso eventuais programas ou trabalhos específicos sobre este assunto.
Em número de notícias, a manifestação dos professores representou 30.7% do total de matérias abordadas nesse dia por estes canais.
A RTP1 foi o canal que mais notícias emitiu sobre este acontecimento, num total de 24 (36.4% das matérias relacionadas com esta manifestação).
COBERTURA NOTICIOSA, MARKTEST.COM
Raramente me dou ao trabalho de comentar neste blog, de boa frequência, os acontecimentos da política nacional. Primeiro porque raramente oiço noticiários, pelas razões que já AQUI expliquei e, em segundo lugar, chamem-me alienada, prefiro ficar longe da tragédia e acho que na merda não deve mexer-se - só para a retirar; se tal não for possível mais vale estar quieto, por higiene, olfacto, educação e bom gosto.
A comunicação social vale o que vale, o que quer dizer que não vale grande coisa mas nós cá vamos vivendo com ela e sentindo-lhe a falta quando ausente.
Os professores também valem o que valem, sendo que, a maioria de entre eles, não são, de facto, professores; são funcionários de escolas que têm por missão, incumprida, o ensino de conhecimentos, que não possuem, e a transmissão de Educação, que nunca receberam. Tarefa árdua!
No entanto... ainda há alguns Professores e, mesmo que não os houvesse, a tarefa do ministério é agir como se todos eles o fossem, logo terá de os respeitar como tal, ou não? (É melhor abanar a cabeça no sentido do sim ou o sarilho atingirá proporções desmesuradas...)
Isto a propósito da tal entrevista que aquela rapariga Maria de Lurdes deu no sábado passado à RTP1, perante o desespero do jornalista entrevistador, e que eu comecei a ouvir porque a minha mãe, que tinha saído de Lisboa e estava voltando pelas oito horas da noite, me telefonou pedindo para saber se o trânsito ainda estava cortado na baixa lisboeta. Depois fiquei colada de espanto ao caixote.
Não devo aqui expor os comentários e adjectivos que me foram saindo boca fora ao longo da tal entrevista, não pela Maria de Lurdes mas pelo respeito que eu me mereço. A minha alma estava parva! É verdade, por estranho que pareça, ainda sou capaz de autêntica incredulidade perante afirmações de um membro do executivo nacional. E o ar da "piquena"... Estava ofendida pelas politiquices, pelo incumprimento, pelos intuitos não confessos. O raio que a parta! Ah, sim, mas a ela não a intimidam. Reconheceu que cerca de cento e vinte mil professores na rua em manif intimidam qualquer um... Ah sim, mas não a ela.
Mas isto não é estar mesmo a pedi-las?
Transcrevo abaixo alguns poucos dos momentos altos da entrevista, e a escolha não é fácil, foram todos de grande elevação. Deixo também aos curiosos, que no sábado passado estavam em paz, como deve de ser pela hora do jantar, o link à RTP1 sob o qual se encontra a totalidade entrevista (até para não julgarem que sou eu, outra vez, a exagerar).
"Mª Lurdes: Esta é a desculpa "quero ser avaliado mas não quero este modelo";Mas não há outro disponível , só há este modelo (de avaliação) e não há outro.
RTP: Não há outro? Não é possível?
ML: Há o antigo. Este está há dois anos a ser trabalhado e é um modelo que foi aprovado por lei. Está na lei. E há uma memorando de entendimento com os sindicatos É difícil mas é o quadro de regras que temos (.../...)
Não pudemos deixar ao país a ideia de que quem está a ter atitude incorrecta é quem cumpre a lei., quem cumpre um entendimento, que a atitude incorrecta é não participar, não colaborar não fazer uma única proposta concreta, e depois manifestar na rua a força de expressão
RTP: Quer dizer que 100 mil professores estão errados?
ML: Não posso deixar ficar a ideia de que quem está a cumprir a lei está errado e que está certo quem procura boicotar a apelar ao não cumprimento da lei, criar um clima de guerrilha nas escolas, um clima de guerrilha político-partidária. (.../...)
Hoje no final desta manifestação, para mim ficou claríssimo do que se estamos a falar. Estamos a falar de pressionar a ministra da Educação porque é ano de eleições, pois perante ameaças desse tipo, perante um chantagens desse tipo, a minha única reacção é de uma total tranquilidade e do sorriso triste (.../...)
Uma manifestação deste tipo intimida qualquer um, aos que intimida, que é seu objectivo. Na ausência de argumentos e de propostas concretas faz-se uma manifestação de rua, para mostrar a força dos argumentos que não existem. (.../...)
E que o que eu pergunto é o que aconteceu, em que é que o ministério falhou, em que é que o governo falhou, para que de um dia para o outro os sindicatos decidem que não querem memorando de entendimento nem querem participar na comissão paritária . Que aconteceu? Seria extremamente importante dizer aos portugueses isto: o governo está a cumprir. Há muitas escolas e muitos professores a cumprir. E não podemos deixar a ideia de que está a cumprir está errado, e quem e não está a cumprir tem razão. (.../...)
É que com as manifestações de hoje, dos dirigentes dos diferentes partidos da oposição, que cavalgam uma onda de insatisfação, não contribuindo com nenhuma proposta, eu só ouvi adjectivos, não houve nenhuma proposta concreta para melhorar o trabalho que estamos a fazer, tirando partido do facto de estarmos num em ano eleitoral, fazendo uma chantagem sobre a ministra da Educação e fazendo das escolas um campo de batalha, de política eleitoral, de política partidária, que na minha opinião considero ilegítima e procurarei com todas as minhas forças proteger as escolas disso."
MAS O QUE É ISTO? Uma ministra da EDUCAÇÃO? Uma galinha patareca?
Maria de Lurdes, filha... aqui fica uma cantiga para te animar, não desesperes!
E SE FOSSE...
TÊM ENCONTRO HISTÓRICO
Ter, 04 Nov, 08h15
Católicos e muçulmanos vão reunir-se a partir de hoje no Vaticano para tentar lançar uma iniciativa inédita na relação entre as duas religiões e criar um mecanismo permanente de diálogo.
Por um lado, o Vaticano quer maiores garantias de que as minorias cristãs possam praticar sua fé em países muçulmanos sem serem ameaçadas. Por outro, os muçulmanos querem ser reconhecidos como uma religião não ligada à violência e apelam para que o Vaticano ajude a promover essa imagem.
O encontro que começa hoje é o primeiro desta magnitude realizado nas dependências da Santa Sé e envolve académicos e clérigos de ambas as religiões. Na quinta-feira, os especialistas terão reunião com o papa Bento XVI. Um dos resultados possíveis seria a criação de um plano de gestão de crise para evitar tensões entre as duas religiões.
Há um ano, um grupo de intelectuais muçulmanos - que ficou conhecido como Palavra Comum - enviou uma carta ao papa sugerindo o início do diálogo, na tentativa de estabelecer confiança entre os líderes religiosos. Não por acaso, a reunião de hoje recebeu o nome "Amor por Deus, Amor pelo vizinho". Um dos temas do encontro é "Dignidade Humana e Respeito Mútuo".
"Precisamos desenvolver um mecanismo de reacção a crises", afirmou Ibrahim Kalin, um académico turco que actua como porta-voz do grupo.
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".