Foi há vinte anos mas poderia ser hoje. De então para cá a violência e repressão do governo chinês sobre o seu povo não mudou, exercidas ou lactentes estão lá a todo o momento.
Em vinte anos a China mudou, muito, à custa do trabalho dos chineses, em condições que o ocidente quer ignorar, à custa de uma verdadeira invasão comercial, que o ocidente proporciona. De resto a política mantém-se, o secretismo e a censura mantéem-se, a violência mantém-se, o crime de Estado mantém-se.
Nós por cá, pelo Ocidente, falamos de "Consciência Global". Falamos. Não chega.
A auto-determinação de cada Estado independente, os princípios e valores da comunidade internacional não justificam a tolerância - diria, a ignorância - de verdadeiros crimes contra a Humanidade.
Se a China se mantém como há vinte anos, como há muito mais de vinte anos, não atribuamos, em consciência, aos liders chineses todas as culpas do cartório. Espelhemos na nossa cara as conveniências económicas, comerciais, políticas globais.
Tiananmen foi há vinte anos... de então para cá alguém com voz na sala de audiências da comunidade internacional moveu um dedo para resgatar alguma das meninas que são deixadas em "creches de acolhimento", sabe Deus como e para quê, pela simples razão de terem nascido meninas?
Humanos, nós? Temos dias...
Um bom texto de informação do Euronews:
(Vale a pena ver o pequeno vídeo filmado hoje - http://pt.euronews.net/2009/06/04/china-censura-20-anos-do-massacre-de-tiananmen/)
«Vinte anos depois, o massacre de Tiananmen ainda é um tabu na China.
Esta quinta-feira começou como qualquer outra, com o hastear da bandeira na praça onde, há duas décadas, morreu um número indeterminado de pessoas, vítimas de repressão militar. Centenas ou milhares, uma dúvida nunca desfeita por Pequim. As autoridades chinesas fazem tudo para evitar a evocação do massacre.
Desde ontem que o acesso à praça de Tiananmen está vedado. Os jornalistas que se encontram em Pequim estão a ser filmados e identificados pela polícia. A internet e os canais estrangeiros estão a ser censurados. Do outro lado do Estreito de Taiwan, uma vigília lembrou as vítimas do massacre ocorrido há 20 anos.
Washington apelou à China para, como explica o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, “pôr fim ao assédio aos participantes das manifestações e começar o diálogo com as famílias das vítimas, incluindo as mães de Tiananmen”.
Ontem, a secretária de Estado norte-americana exigiu a Pequim a publicação de uma lista com os nomes dos mortos, desaparecidos e presos no massacre. Clinton pediu também a libertação dos detidos.
A intervenção militar chinesa na noite de 3 para 4 de Junho de 1989 pôs um fim violento a seis semanas de protestos estudantis.»
Oiiiiiiiiii!!!!
ResponderEliminarVoltei.
Sabes Alex, há países que são tomados como bons samaritanos porque vão passando a imagem que lutam muito pelo bem na pátria alheia. Olha, lembrei-me de repente dos Estados Unidos. Mas é apenas a divulgação da imagem, nada de sério. Se não, como se percebe que a União Europeia (lembrei-me de repente também) que é tão a favor dos direitos humanos, escancare a porta para receber mercadoria por “tuta e meia” que é produzida por famintos e explorados?
Beijocas
Olá Pinoka!
ResponderEliminarBom saber que estás vivo e a mexer.
Não há bons samaritanos. Aliás foco isso mesmo mas, entre a "ignorância", a inoperância, as conveniencias económicas e comerciais, e o assassinato de rua, e não só, nu e cru, vai uma enorme distância.
"Nós" pecamos pelo silêncio, pelos interesses. Eles pecam pelo recurso a todo e qualquer método para manter um poder desumano.
"Lembrar Tiananmen"
ResponderEliminarQuando passam 20 anos sobre o massacre de Tiananmen, a China ainda não se libertou dos grilhões maoístas. Pior do que isso, silencia todo e qualquer movimento que vise celebrar a Primavera de 1989, ao ponto de, gerações nascidas após essa data, não saberem o que realmente aconteceu em Pequim. Travestidos de socialistas modernos, o Governo controla minuciosamente a população através do Partido, aliando-se a políticas repressivas que vão desde campos de trabalho forçados a execuções públicas. Não existe liberdade de expressão nem liberdade sindical e os meios de comunicação social estão subjugados. Por mais operações de cosmética que protagonizem, onde os Jogos Olímpicos de 2008 foram o expoente máximo, jamais se libertarão do totalitarismo nacionalista instigador do medo que nem todos os países têm coragem de denunciar mas que um dia a História tratar-se-á de reparar.
http://dylans.blogs.sapo.pt/
Dylan,
ResponderEliminarÉ isso mesmo, estamos de acordo do princípio ao fim, no entanto quando dizes que "jamais se libertarão do totalitarismo"... Todas as ditaduras caem, mais tarde ou mais cedo e, actualmente, as condições de sobrevivência de uma ditadura são progressivamente mais complicadas. A China não será excepção.