Desta rábula que deixo aqui abaixo ficaram muitas "frases feitas" como:
- Mas a minha mãe foi a Évora...
- Foi um senhor de castanho que passeia no corredor...
- Pois, dizia a minha irmã Jorgina que gostava muito de dizer coisas...
- Leve-me ao Estádio da Luz...
- Lá em casa havia sopa, gravatas e tudo...
- Parece um engenheiro hidráulico de olhos verdes...
Vem isto a propósito de uma outra outra rábula na qual surgia uma frase que ficou "p'rá história":
"Meu filho, quer queiras quer não queiras vais ser bombeiro voluntário"
E perguntam vocês:
Mas porque foi ela agora lembrar-se disto?
Ah...Foi por causa de umas declarações do Presidente do Governo Regional dos Açores. Pois! Nem mais.
«Para "proteger" a democracia
28.05.2009 - 11h11 Lusa
O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, defendeu hoje o voto obrigatório nas eleições em Portugal como forma de “proteger” a democracia e aumentar a responsabilidade dos políticos.“Defendo o voto obrigatório porque, se a democracia não se proteger, quando precisarmos de autoridade democrática, ela será precária e, quando precisarmos de decidir, duvidaremos sempre da legitimidade das decisões”, afirmou Carlos César.»
Espera aí... Para defender a democracia torna-se o voto obrigatório?
Deixa-cá-ver-s'eu-percebi...
A abstenção irrita-me, de certa forma choca-me.
As pessoas abstêm-se mas querem ter opiniões, querem ter a liberdade de as expressar, querem "ter voto na matéria" mas acham que não "vale a pena" votar, que "são todos uma cambada e lá não me apanham", ou simplesmente não estão para isso.
Dar um direito nosso "de barato", prescindir do exercício da liberdade de escolha e de opinião com se esta pudesse ser tomada por certa é algo me me faz uma confusão tremenda.
Muitos dos "abstencionistas militantes" que conheço, senão todos, sentir-se-iam (intelectualmente) lesados e desrespeitados senão tivessem direito de voto. Pois...
Agora...
Daí a "quer queiras quer não queiras tens de exercer um direito democrático"...
Olha que gaita, e se alguém não quiser ser democrata? Tem de democraticamente votar em branco? Em tinto? Escrever impropérios no boletim de voto?
E os anarcas? Onde ficam os direitos dos anarcas, essa franja plena de sentido de humor da cena política nacional?
E esta obrigatoriedade "a bem da democracia", é para aumentar a responsabilidade dos políticos (que estupidez...) ou para um tipo não se sentir incomodado por ter sido eleito por meia dúzia de gatos? Talvez passe secretamente pela tôla de Carlitos que a malta que se abstem o faz por estar desiludida com o poder e não vota porque também não quer mesmo votar pela oposição?
Ó Carlos César... vê se t'enxergas, meu..
(Se quiserem ler alguma coisa levada a sério sobre este fenómeno reflectido nas declarações do CêCê sugiro que visitem o
http://outrasmargens.blogspot.com/2009/06/obrigados-votar.html
Eu confesso que não tenho pachorra para atentar na coisa com um mínimo de seriedade. Já dei...)
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