Fez ontem um ano trocamos uns e-mails e, perguntava-lhe eu, brincando, em vésperas de voltar a Portugal e querendo levar-lhe uma lembrancita "O que te falta para seres feliz?".
Ela respondeu-me assim...
"Falta-me Paz de Espírito, só isso. E antes que te dês ao trabalho de me perguntar o que me trará Paz, avanço-te que não A terei enquanto houver crianças a sofrer horrores sem conseguirem compreender o que lhes está a acontecer e porquê – sejam eles os horrores da guerra, do cancro, da orfandade, da violação, da injustiça. Não consigo ter Paz enquanto Mães virem os seus filhos morrerem-lhes nos braços, ou às garras de quem lhos levar, impotentes perante esse fim-de-mundo, essas trevas que se abatem sobre a inocência. Talvez exista uma justificação, uma explicação para isso, um desígnio insondável... Como aquela história das larvas e das borboletas... Como eu não entendo sinto-me revoltada e atormentada até ao núcleo das células, até ao âmago da alma. Esse parece ser mais um daqueles assuntos entre mim e Deus, o Universo, a Vida, a Inteligência Criadora, o Grande Arquitecto ou o Que-Lhe-Queiras-Chamar. Desiste dessa parte da Paz de Espírito.
Considero-me uma pessoa muito afortunada independentemente dos meus pouco ambiciosos desejos de Ter e um pouco mais além no Ser. Escolhe-me um livro especial, um disco insubstituível, um perfume que cheire a mim ou qualquer outra coisa que esteja de facto de acordo comigo. Se conseguires acertar fico feliz, devido ao que te levou a acertar. Simples."
Simples?
Estive mais de 10 minutos a ler e reler o que escreveste. Estive mais de 10 minutos a pensar se iria ou não apagar o teu post. E estive mais de 10 minutos muito, mas muito, tentada a apaga-lo.
ResponderEliminarA data do meu aniversário é-me um assunto privado... mas reconheço que não é um segredo, nem sequer um assunto privado (nem tão pouco "um assunto")
Quanto a prantares aqui um excerto de um e-mail meu... (por que raio tens um e-mail de há um ano?) Reconheço que não há no que transcreveste uma só palavra que eu não fosse capaz de pôr aqui no blog – EU! Reconheço que, de alguma forma, já escrevi aqui coisas que, no fundo, vão dar ao mesmo. Confesso que me irritou um pouco... sobretudo o tom "lamechas" que assim, descontextualizado, transparece. Ok, talvez eu seja lamechas de vez em quando e, assim espelhado isso me irrite.
Porque te conheço até às intenções o teu post fica – com um pré-aviso de Guerra: mais uma graça destas e a tua liberdade de publicação no Real Gana é "suícidada". Simples?