(No PSD) Ficaram por lá os que estavam à espreita, os que sabem esperar, os que se estão nas tintas para o país mas sabem que um partido dá sempre jeito para o tráfico de influências, para os seus lobizecos das negociatas.
E mais uns quantos idiotas que desde jovenzinhos sonham com a política como estrelato e protagonismo.
E mais uns quantos bem intencionados que acreditam que existe mesmo oposição, que esta é possível à revelia das reuniõezinhas privadas, pluri-partidárias, a cheirar a charuto, a whisky e a esturro.
.../...
O PS "já era", como partido, não como Força Política, pela mesma razão que não existe o PSD: não existe seriedade, honestidade político-partidária, não existe "amor à camisola" na classe política - nas bases sim, ainda, um pouco, mas as bases não mandam nada.
.../...
Quando chega a hora de tocar para o jogo não há partidos nem fidelidades, não há compromissos programáticos nem com o povo. (O Povo? Raio, como é que o povo aparece aqui, a propósito de quê? O país? Ora, o país está de rastos, isto não tem safa, não sejam anjinhos. Cada um que trate é da sua vidinha o melhor que puder... .../...).
Voltando à carga...
Pois afirma o Senhor, perdão, Professor João de Deus Pinheiro numa entrevista que a " I" publica hoje em parte e amanhã na totalidade (pela "parte" que me tocou francamente dispenso o todo):
« João de Deus Pinheiro regressa à política nacional, como cabeça-de-lista do PSD por Braga. À falta de uma maioria absoluta para os sociais-democratas e mesmo que o CDS seja um aliado mais "natural" o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Cavaco Silva apoia claramente uma coligação com o Partido Socialista: "A única maioria viável é uma maioria do Bloco Central".
I -Se o PSD não conseguir uma maioria absoluta prefere um governo minoritário ou de coligação?
JDP - Qualquer dos dois pode funcionar bem. Tem de se fazer uma coligação um bocadinho como fazem os holandeses. Os holandeses demoram normalmente um mês a fazer um governo de coligação. Porque negoceiam as medidas mais contenciosas entre os partidos de coligação para antes de irem para o governo terem uma solução sobre esses contenciosos. Em Portugal temos pouco essa tradição. A tradição é mais de negociação sobre um ou dois temas e depois de distribuição das pastas. Mas se houvesse a possibilidade, com a mediação do Presidente da República, ou de alguém por ele nomeado, de os principais partidos, neste caso o Partido Socialista e o PSD, se sentarem à mesa e se entenderem sobre algumas questões cruciais para o futuro de Portugal, seria muito benéfico para o país. É quase um governo de salvação nacional que nós precisamos neste momento.»
Nada disto me faria qualquer espécie se não viesse de quem vem; que alguém defenda um governo de coligação "Bloco Central" não é coisa para grandes reparos - "chacun s'amuse à ça façon" - mas o João de Deus Pinheiro? O mais "tio" de todos os pretendentes a "tios"... Um "mêmo à séria", de Cascais e tudo... Sim, o Prof. chega mesmo para ser "tio" do Pedro Santana Lopes...
O João das calças encarnadas sabe muitíssimo bem que isto por cá não é a Holanda, mesmo que não soubesse os anitos que passou em Bruxelas ter-lhe-iam ensinado.
O Prof. terá equacionado que mais vale um lugarzinho num governo partilhado do que dois lugarzinhos a voar; isto das legislativas não está fácil, a "Campanha" não se apresenta promissora e a vontade popular é um quanto imprevisível, pelo menos a esta distância. Isto não está fácil e os campos de golf andam caríssimos...
(Nesta altura talvez comecem a desconfiar de que eu não gramo o Tio João... Não desconfiem... Tenho várias e válidas razões.)
A vida é dura e muito tem de fazer um homem para montar o camelo do poder.
Falta de conhecimento meu, invejas quiça... Para dar a mão à palmatória aqui vos deixo um singelo vídeo no qual se pode testemunhar a grande humildade deste homem que tão animado nos conta <como achou tanta graça a perguntar a Henry Kissinger "e quem é você?" que (humildemente) nem se apercebeu que Kissinger, dentro do Palácio das Necessidades quando João era ministro dos Negócios Estrangeiros, não sabia, de facto quem ele era; Ele, o homem que foi o escolhido pela "mulher, de longe, mais gira do I.S.T., e não só, de toda a universidade portuguesa"; Ele, o único português a ter tido a honra de lhe ser atribuído o grau de "Doctor of Science", a título excepcional; Ele, o homem que deixou de fazer a barba – de manhã – durante a época do 25 de Abril, não por razões revolucionárias mas porque "feitas as contas percebeu que poupava 10 minutos por dia, o que ao fim de 11 meses são 3 300 minutos, o que dava para passar mais 10 dias de férias..." Notável! ( E eu que levo 20 minutos no duche...)
E ainda, por último, a foto do seu "swing" perfeito, pouco habitual porque o seu "swing" é feio – diz ele, custa-me a crer – ao contrário do "swing" da sua mulher o do seu filho B'rnáárdo...
Então alguma vez eu iria dizer algo menos simpáctico acerca de tal figura? Essa agora, ele fala por si... a vida plena de feitos e honras deste português aberto ao seu país e cheio de vontade de colaborar com os socialistas, a bem da Nação.
PINHEIRO, João de Deus.
Nasceu em Lisboa (S. Sebastião da Pedreira) em 11 de Julho de 1945.
Professor universitário e político. Licenciado em Engenharia Química Industrial pelo Instituto Superior Técnico (1970), obteve o seu doutoramento em Engenharia Química na Universidade de Birmingham, Inglaterra, em 1976.
Iniciou a sua carreira académica na Universidade de Lourenço Marques, em 1970, transitando para a Universidade do Minho, em 1975, onde foi de Assistente a Professor Catedrático. Exerceu aí também as funções de Vice-Reitor e Reitor.
Eleito Deputado em 1985,1987 e 1991, foi Secretário de Estado da Educação e Administração Escolar no VIII Governo Constitucional, Ministro da Educação no IX Governo Constitucional, Ministro da Educação e Cultura no X Governo Constitucional e Ministro dos Negócios Estrangeiros nos XI e XII Governos Constitucionais. Entre 1993 e 1999, exerceu funções de Comissário Europeu.
É desde o ano 2000, Reitor da Universidade Moderna,
Administrador da Galpenergia,
Presidente do Conselho de Administração da Lusotur-Golfes,
membro do Conselho Superior da Fundação Ilídio Pinho,
do Conselho Consultivo do Banco Privado Português,
Presidente da Assembleia Geral da World Monument Fund e do Conselho Fiscal da SAPAS.
Publicou mais de seis dezenas de trabalhos em revistas e livros nacionais e estrangeiros, versando sobretudo temas no âmbito da Engenharia Térmica e produziu mais de 300 conferências e publicações no âmbito da sua actividade pública. Mais recentemente estreou-se na ficção com a publicação do romance “Eu abaixo assinado” (Editorial Notícias, 2000).
- Hobbies: escrita, pintura, golfe e bridge
FRASES ANTIGAS, Saudades loucas...
"Quando essas críticas vêm do PS, significa que já não têm esperança de voltar a ser Governo e que estão a reboque do PCP e do Bloco de Esquerda. Isto já é uma boa novidade", acrescentou o cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP."
Deus Pinheiro afirmou que PSD e CDS-PP "têm estado consonantes nas suas mensagens". "Até agora não senti qualquer divergência, sinto até uma grande convergência. Cada vez mais a coligação faz sentido em nome de Portugal", disse o cabeça de lista da coligação, acrescentando que se tem sentido "muito confortável" como 'número um' da lista "Força Portugal".
Eleições europeias 13 Junho 2004 - in Público
Sem comentários:
Enviar um comentário