24 DE ABRIL DE 1998
19 DE OUTUBRO DE 2009
19 DE OUTUBRO DE 2009
Quando eu nasci havia um fabuloso cão lá em casa, um membro da família, muito independente e cheio de personalidade, que nunca distingui dos outros habitantes da casa; lá em casa éramos uns quantos, o Drake incluído.
Depois vieram outros companheiros, amigos caninos, todos diferentes uns dos outros, nas raças, nas personalidades, na sua maneira de ser. Todos eles foram uns tipos fantásticos, cada um à sua maneira.
Quando saí de casa trouxe o meu cão comigo, claro; foi um companheiro inexcedível de quem guardo as melhores recordações e umas saudades que não esmorecem. Chamava-lhe "a minha alma gémea", Reilly de seu nome.
Por último veio o Merlin.
Eu amei de todo o coração todos os meus cães mas, sem sombra de dúvida, o Merlin foi aquele que mais me amou.
Sei que este último ano e meio da sua vida se deveu a uma força e teimosia em não me deixar; sei eu, sabem aqueles que privaram connosco, sabe até a invulgar veterinária que o assistiu este último semestre - a Drª Marta Cipriano, cardiologista do Hospital Veterinário do Restelo - não tenho palavras para expressar o carinho, dedicação e humanidade com que seguiu o Merlin até ao último minuto.
Hoje o Merlin deixou-nos.
Ultrapassando todas as mais optimistas perspectivas, depois de vários sustos e de várias "piruetas" surpreendentes, hoje o Merlin precisou descansar. Fê-lo em paz.
Foi o mais dócil e generoso dos amigos, nunca fez questão de ser prioritário em coisa alguma, nem sequer no meu coração apesar de eu ser para ele como o ar que respirava. Na minha vida, no entanto, foi muitas vezes prioritário; assim o mereceu, sempre, e hoje sinto-me bem por assim ter sido.
Se existe um paraíso é lá que está agora o Merlin, nunca conheci ninguém, pessoa ou bicho, que o merecesse mais - o Merlin continha um paraíso de bondade, amabilidade, alegria e generosidade no seu enorme coração.
Uma última palavra:
Se conhecerem alguém que tenha um Rottweiler que seja mau, que seja um cão "de raça potencialmente perigosa" tenham cuidado... com o dono.
Posso garantir-vos que estes cães, como todos os outros, à excepção dos que tenham perturbações mentais, são aquilo que fizermos deles. Potencialmente são um misto de docilidade, dedicação extrema, sensibilidade e força.
Não há qualquer agressividade doentia ou perigosa nos Rottweilers, há um instinto de defesa do(s) seu(s) dono(s) e da sua propriedade como há em qualquer cão normal, do Caniche ao São Bernardo.
Os Rottweilers, como qualquer outro cão não são animais que devam estar presos, a quem se possa bater ou agredir sem que isso se repercuta na sua estabilidade emocional.
São cães de enorme sensibilidade e que desenvolvem uma verdadeira e desmesurada paixão pelos seus - com estas características não é difícil entender que, mal tratados e/ou acirrados, se possam tornar animais perigosos, não porque lhes esteja nos genes mas porque gente estúpida, ignorante, com complexos de inferioridade e necessidades de afirmação é o que por aí não falta.
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Que o Merlin encontre os meus Rex & Lady e seja muito feliz! A melhor honra que lhe poderemos prestar é lembrá-lo, mesmo quem não privou muito com ele, tendo aquele carinho e aquele espaço no coração para a amizade sem contrapartidas.
ResponderEliminarBem hajas Merlin pelos momentos que me foste querido e pelo susto que me deste um dia e que na boa essência jamais esquecerei :)
Merlin, foste o exemplo do Amigo!
Para a Xana, coragem amiga, nunca se esquece e a dor fica sempre lá, mas faz com que nos lembre quem marcou a diferença e nunca nos deixou. Beijinhos
"Fê-lo em paz."
ResponderEliminarParece-me a parte mais importante do teu post...
Considera-te feliz por teres tido ao teu lado durante tanto tempo um ser de excepção.
Um abração daqueles muito, muito apertados...
Bjs Gdes
C
Tu sabes que a minha relação com os teus quadrúpedes (desde os mais antigos, lá no corredor, até este último Herói) nunca foi muito fácil... Mas de uma coisa tenho absoluta certeza: tinhas ali um Amigo!
ResponderEliminarSei que saberás viver e ultrapassar este momento, com a serenidade que só tu sabes ter nos momentos que te são penosos.
Ainda assim, na esperança de que seja de algum conforto, fica aqui um beijo deste teu Amigo...
TP
Minha querida, quando vi este título entendi logo o que ia ler.
ResponderEliminarÉ um desgosto tão pessoal. Porque todos podemos imaginar, pormo-nos no teu lugar, relembrar o que sofremos quando perdemos um amigo desses, mas não há nada mais pessoal do que um desgosto. A vossa relação era linda. Ele era protector fisicamente e protegido emocionalmente. Um abraço muito grande.
E tens razão, o Merlin era muito grande mas não metia medo a quem fosse teu amigo. O J., que tinha medo de cães, (e ainda tem algum dos cães desconhecidos) fazia-lhe festinhas sem receio. Vai ter pena também.
Hoje, Alex, não tenho cão nenhum. Os que tive, quatro, deixaram-me uma saudade imensa. Tive dois de raça "cão", um que viveu enquanto as suas travessuras o deixaram, e outro que, como o Merlin, viveu muito tempo e partiu em paz, e foi a melhor companhia que meu pai teve.
ResponderEliminarOs outros dois, aliás duas, foram boxer's. As mais fieis e maravilhosas criaturas que tive. Ambas morreram novas, com menos de três anos. Nem tive tempo de lhes gozar a companhia. Depois, decidi deixar de sofrer, e durante nove anos não quis ter animal algum.
Sei bem o que é deixar de ter o companheiro e o amigo incondicional.
Ainda bem que o Merlin pode partir em paz. Ajuda a diminuir a falta que faz.
Um abraço amigo
José Magalhães
Ao contrário do habitual não vou responder a cada um individualmente; desculpem-me, estou um bocado merdosa.
ResponderEliminarObrigada a todos
Beijinhos
Alex
Olha, um grande beijinho para ti.
ResponderEliminarAlex,
ResponderEliminarSinto muito.
Um grande beijinho.
Do pouco que conheci o Merlin, fiquei com melhor impressão dos "mal-afamados" rottweilers. Mas isso não tem importância nenhuma.
ResponderEliminarO Luís deve ter ficado na merda. Um abraço para ele. E outro para a mãe dele.