José António Saraiva, director do "SOL" deu uma entrevista; respondeu a 5 perguntas, ou pelo menos são estas que aparecem publicadas no "I on line".
Deixo aqui a última das 5 perguntas e a respectiva resposta. Esclarecedora.
«Concorda com a ideia de que vivemos os tempos mais difíceis para a liberdade de expressão desde 1974?»
J.A.S. -« No único almoço que o “Sol” teve com Sócrates em São Bento, ele às tantas disse-me que “isto de a gente tentar comprar jornalistas é um disparate, porque a melhor forma de controlar a imprensa é controlar os patrões”. Foi extraordinário o desplante de ter dito isto e depois ter posto esse plano em prática. De há algum tempo para cá, a sua estratégia tem sido controlar os patrões: foi o “Diário Económico” comprado pela Ongoing, a Controlinveste através do financiamento bancário, a TVI através da compra pela PT e depois com a Ongoing e por aí fora. A pouco e pouco, o que a gente vê é que a margem de liberdade começa a ser muito limitada através desse mecanismo simples: entrar por cima, sobretudo num período de crise económica, em que todos os grupos vivem com dificuldades financeiras e em que a chantagem e o controlo têm repercussões enormes, porque toda a gente tem medo de ter dificuldades de financiamento ou de publicidade se estiver contra o governo. »
Pessoalmente também acho que foi extraordinário o desplante de José ter dito isto, não só pela lata de o dizer (mais extraordinário ainda do que o pensar) ao director de um semanário mas, e sobretudo, pela ideia que demonstra ter da actividade jornalística, e até do assalariado em geral.
Ou seja: compra-se o patrão, manda-se nos empregados; quando os "empregados" são jornalistas manda-se no que eles podem ou não escrever, seja verdade ou mentira, estejam eles de acordo ou não, viole ou não as suas consciências.
Que se lixe, o que é preciso é Mandar.
É democrático.
É socialista.
E... Arre, é de Homem!
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