AMIGOS COMO CÃO E GATO

O Senhor Y é meu amigo há muitos anos, desde que éramos dois adolescentes inconscientes. Não morávamos longe um do outro, tínhamos amigos comuns, frequentávamos o mesmo café-ponto-de-encontro. Quis o destino que a vida nos mantivesse geograficamente perto, não somos bem vizinhos mas quase; um quase q.b./ assim está bem. Vemo-nos com muita frequência e por isso continuamos a ter amigos comuns.

Como todas as pessoas que têm uma grande e longa proximidade, sem cerimónias ou disfarces, volta não volta (mais volta do que não volta) dá-nos para embirrar um com o outro, nada de grave, desabafos rosnados sem a menor intenção de morder. Quando estamos acompanhados com outros amigos, o que acontece praticamente todas as semanas, por vezes sinto-me como um dos velhos dos marretas a desconversar com o outro: de repente temos uma "audiência" a observar-nos contendo uns risinhos, ou não contendo, assistindo a mais um episódio de uma "soap-comedy" no ar há anos. A verdade é que isto acontece sem qualquer intenção de dar espectáculo, tanto assim que as nossas "trocas de galhardetes" ocorrem-nos naturalmente sem "audiência" alguma; somos assim, como cão e gato, amigos de espécies diferentes que manifestam a sua amizade e desatinos superficiais como as normas da vida os ditam.

Quando recebi o vídeo aí abaixo num e-mail da CR, que tem uma paixão por bicharada pelo menos tão grande quanto a minha e, provavelmente, pelas mesmas razões, achei uma graça, pela traquinice e pela ternura.
Não pude deixar de me lembrar do meu amigo Y e do nosso franco relacionamento... e estou certa de que os amigos que vejam as cenas identificarão de imediato o misterioso Senhor Y; quanto a ele não terá quaisquer dúvidas.



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2 comentários:

  1. Bem...conhecendo a "Peste" que és, só podes ser a gata. Está um tipo sossegadinho e tu tunga de picar/arranhar o calmissimo e tranquilo AMIGO (neste caso o cão). Depois atacas logo as patas, ou seja, se tivesse sapatos de atacadores, certamente lá teria o tal calmissimo e tranquilo AMIGO de baixar-se para os apertar de novo. Como diz alguém: "qui ne te conetre que tachet" ( français á Mariou Suarez)". O que vale é que acabam sempre bem com ou sem "BISKE". Não percam o próximo episódio hehehe

    Bêjos

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  2. J.C.,

    Haja dó... Eu não sou "uma peste", sou até muito boa rapariga, aquilo a que tu chamas uma peste é a minha veneta de não me ficar perante procações expressas ou emcapotadas. Era o que faltava...

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