CHEGUEM-LHE MAS NÃO O DESMORALIZEM

O Primeiro-ministro sabia do "negócio PT/TVI"

O Primeiro-ministro interveio "no negócio"

O Primeiro-ministro escudou-se, com o rabo de fora, em sofismas descarados evocando a formalidade ou informalidade do seu conhecimento como se fosse relevante.

O Primeiro-ministro faltou à verdade, ou, como se diz em bom português, mentiu.

E agora?
Agora nada. Continuará tudo como antes; continuaremos a ter um Primeiro-ministro trafulha e mentiroso. Nada de novo na ponta ocidental da Europa.

Num país normal a sequência seria lógica e não é preciso ser bruxo para a adivinhar. Por cá não, por cá levaremos isto na desportiva, num "Sporting/Benfica" político como se não existissem factos. Uns continuarão a dizer que foi tudo "distorcido", voltarão à "cabala negra", à vitimização política. Os outros continuarão a saber aquilo que já sabiam e continuarão a vociferar contra o ponto a que se chegou - o que não tem qualquer importância - enquanto os cães ladram a caravana passa

E isso incomoda alguém?

Na Europa não incomodará, quando muito provocará uns quantos sorrisos ao canto da boca, uns quantos "ainda bem que não é nada comigo" e está feito.

A Sócrates não incomoda, enraivece-o mas não o envergonha.
Sócrates continuará impávido, provavelmente pouco sereno, com a sua postura de "não me derrubarão assim", e tem razão. Estamos no país de todos os possíveis (não de todas as possibilidades, essas andam curtas), aqui tudo é permitido a quem tem cara de pau e escassez de vergonha.
Vivó Sócrates!

E a mim, incomoda-me? Incomoda, muitíssimo.
Incomoda-me porque não posso dizer
"ainda bem que não é nada comigo". Mesmo que me raspasse daqui para fora, mesmo que fosse para os confins do mundo como tantas vezes me apetece, continuaria a "ser comigo".
Talvez se um dia mudasse de nacionalidade, talvez, me deixasse de incomodar... Mas, para mim, a nacionalidade não é uma questão "formal", não se muda com meia dúzia de papeis que alteram o bilhete de identidade. Nacionalidade tem raiz em Nação; não é o mesmo que País e, ainda menos, do que Estado. Nação corre-nos nas veias e faz-nos bater o coração.

O Estado está apenas pobre e mal gerido. Portugal, enquanto nação, está doente, em coma.

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«O relatório da comissão de inquérito ao "caso TVI" conclui que o negócio teve "a perspectiva" de alteração da linha editorial daquela estação e destaca o "papel proeminente" e as ligações políticas do ex-administrador Rui Pedro Soares. Nas conclusões do relatório, hoje divulgado na reunião da comissão de inquérito, o deputado relator começa por referir que em 2008 e 2009 a TVI foi alvo de duas tentativas de aquisição", a primeira pelo Taguspark e uma segunda conduzida pela PT. »


«O primeiro ministro reiterou que "não sabia, não estava informado, não tinha o mínimo conhecimento" do negócio de compra da TVI pela PT e que "a única coisa que disse à comissão é que tinha lido os jornais, como toda a gente faz, e como os jornalistas também fazem. E, por isso, a única conclusão sobre essa matéria que se pode tirar é que eu disse exactamente a verdade no Parlamento", defendeu José Sócrates.»
In "SIC on line"


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Agora "A GRANDE QUESTÃO":

COMO ESTAVA VESTIDO JOSÉ QUANDO TRATOU DA PT/TVI ?


SEGUNDA GRANDE QUESTÃO:

FORMALMENTE, MENTIR É DIFERENTE DE NÃO DIZER A VERDADE desde que se fique calado mas não vamos "distorcer os factos".

INFORMALMENTE, QUEM MENTE MENTE E SABE QUE O FAZ, quer seja apanhado ou não.
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In "SIC on line" com Lusa

«A comissão de inquérito à actuação do Governo na tentativa de compra da TVI visa apurar "se o Governo, directa ou indirectamente, interveio na operação conducente à compra da TVI e, se o fez, de que modo e com que objectivos".

O inquérito, criado pelo BE e PSD, visa ainda "apurar se o senhor primeiro ministro disse a verdade ao Parlamento, na sessão plenária de 24 de Junho de 2009", quando disse não ter sido informado da operação. »

«O relatório da comissão de inquérito à tentativa de compra da TVI conclui que o Governo e o primeiro ministro "tinham conhecimento" da operação da PT, e que o Executivo interveio em duas fases diferentes do processo. »
.../...

«A proposta de relatório elaborada pelo deputado João Semedo dá como adquirido que José Sócrates tinha conhecimento do negócio quando disse na Assembleia da República que não sabia e, para o provar, aponta, entre outros elementos, as próprias respostas do primeiro ministro à comissão de inquérito.

José Sócrates admitiu que tinha lido notícias nos jornais sobre o assunto, às quais não deu valor por desconhecer o seu fundamento, argumentando que um primeiro ministro não pode comentar assuntos sobre os quais não tinha "qualquer conhecimento formal ou oficial".

Ora, no relatório, João Semedo recusa este argumento, afirmando que, "como é evidente, ambos (o conhecimento formal e informal) constituem conhecimento -- informação adquirida".

"O que os pode distinguir é a respectiva origem mas, um e outro, não deixam de ser conhecimento", sublinha, frisando que "as afirmações do primeiro ministro contrastam com a informação de que o Governo dispunha".

"Assim, o Governo e o primeiro ministro tinham conhecimento das negociações entre a PT e a TVI", refere João Semedo.

O relatório refere que, pelas declarações dos depoentes, o conhecimento do primeiro ministro não adveio de "informação oficial" e nota que a comissão de inquérito "não dispôs de condições para identificar a fonte particular que esteve na origem do conhecimento" nem "quando tal ocorreu".

A dificuldade em identificar a fonte, acrescenta, resulta do facto, "demonstrado e comprovado", de ele ter "extravasado as fronteiras das empresas nele interessadas e de ter chegado ao conhecimento de diversas pessoas sem qualquer ligação ou relação com aquelas empresas ou com aquele negócio em particular".

Pessoas que, em alguns casos, "são relações pessoais do primeiro ministro e/ou com ele apresentam afinidades político partidárias, como o é o caso de Armando Vara", diz. »

"a partir de data desconhecida e até ao dia 25 de Junho, desde que o primeiro ministro e o Governo tomaram conhecimento do negócio, o Governo deixou as negociações evoluir e progredir sem que tenha manifestado qualquer reserva -- económica, política ou de qualquer outra natureza -- à aquisição pela PT de uma participação na TVI/Media Capital".

Depois, no dia 25 de Junho, o Governo toma a decisão de "opor-se ao negócio perante o debate público desencadeado sobre o caso, a intervenção do Presidente da República e a discussão no Parlamento".

"O Governo - por razões políticas do seu exclusivo interesse -- viu-se forçado a acabar com o negócio, em contradição com as afirmações anteriores do primeiro ministro" segundo as quais "o Governo não orientações sobre negócios que tenham em conta as perspectivas estratégicas da PT", assinala.»


TVI

«"a linha editorial da informação produzida pela TVI e, em particular, o Jornal Nacional de Sexta apresentado pela jornalista Manuela Moura Guedes, eram alvo de críticas públicas, recorrentes e contundentes, por parte do primeiro ministro, membros do Governo e dirigentes" do PS. »

«O relatório sublinha que, no mesmo período, a TVI foi tratada "de forma discriminatória no acesso a fontes de informação do Governo e do primeiro ministro, em violação do que estabelece a Constituição".

De acordo com as conclusões do relatório, o negócio tinha "também a substituição de José Eduardo Moniz" na direcção geral e na informação da estação "na perspectiva da alteração da sua linha editorial".

"O convite para consultor e assessor da PT dirigido por Zeinal Bava a José Eduardo Moniz, com o conhecimento de Manuel Polanco 1/8administrador Prisa e Media Capital 3/8 na data e nos termos em que foi apresentado, revela que a transacção em preparação incluía também a substituição de José Eduardo Moniz das funções que então exercia na TVI, director geral e responsável pela informação e programação desta televisão, na perspectiva da alteração da sua linha editorial". »





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