FUI ASSALTADA!
É verdade, foi um assalto, em pleníssimo dia, seriam umas três da tarde.
Saí para ir ali abaixo ao pub do "Village" buscar um amigo, tomar um café, comprar tabaco, voltar. O meu filho foi comigo (felizmente).
Quando saí ficaram em casa três pessoas que acabavam de almoçar, na retaguarda da casa.
Voltei.
Subi ao meu quarto e deparei com um cesto de praia a prender a porta para não se fechar com o vento. Que raio... o cesto nem é meu. Em cima da cama meia dúzia de moedas, um porta-chaves, uma bolsa com bijutarias...
Voltei para baixo. "Alguém mexeu blá-blá-bla?". Ninguém mexeu...
Três segundos de pausa... e uma revelação iluminada: FOMOS ASSALTADOS!
"Estás parva", dizia alguém, "com três pessoas e três cães dentro de casa... ".
Dentro não, fora, estava tudo a almoçar lá fora e os cães aos caídos das gulodices.
Moral da história: duzentos e tal euros, dois relógios e uns brincos em ouro depois (safaram-se máquinas de filmar, portáteis e a maior parte dos valores em casa, para além do pessoal todo ileso - tudo bem), lá liguei para a GNR.
Vieram dois simpáticos agentes. "Sim, lembro-me de ter visto alguém quando saí... Um moreno atarracado pelos seus 40 anos; passou por mim a pé e só estranhei ( e estranhei mesmo) quando me cruzei com ele vindo de carro, devagarinho, pela direcção que tinha percorrido a pé : aqui há lugar para estacionar à porta de qualquer sítio onde queiramos parar. Qual o carro? Hum... Ah, sim, um Fiat Punto cinza claro"
"Pronto, é o romeno, diz o GNR latagão, a senhora está disposta a apresentar queixa formal?"
No dia seguinte, sob 30 e tal graus, lá fui eu para a GNR passar uma horita a apresentar queixa formal - muito formal - no meio de milhentas gargalhadas perante os casos inacreditáveis que iam chegando à recepção.
Fiquei admiradora do agente Paulo, recepcionista, telefonista, contorcionista e que ainda tomava conta dos autos - primo de famoso "Chico-pião", sem dúvida. Foi uma tarde diferente.
A GNR é fixe.
.