De vez em quando lá calha falar de qualquer coisa mais íntima ou, talvez melhor dizendo, mais pessoal, tratando-se normalmente de um qualquer desabafo, um post sobre, ou para, algum amigo, alguma coisa que conto por se prender de alguma forma com questões que nos tocam a todos.
Há pouco passeava eu pelas ondas do "YouTube" em busca de um vídeo específico quando um outro, que não procurava, me encontrou. A imagem parada que lhe servia de capa despertou-me a atenção, mais do que o título. O título beliscou-me a curiosidade. E "cliquei no play".
Dois minutos e poucos segundos depois tinha sido conquistada - diria mesmo arrebatada - pelo pequeno texto que se vai desenhado sobre uma sequência de imagens de maior ou menor inspiração, não exactamente, na sua maioria, as que eu escolheria mas isso não se firma com qualquer importância; cumprem a sua função de ajudar a contar uma história em poucas palavras.
"Mas o que é isto?" bailava-me nos olhos muito abertos de espanto. Revi.
Aquilo era como a "a minha versão" dos "príncipes encantados" (e sedutores) com que as meninas sonham em alguma fase da pré adolescência, ou até mais adiante se forem muito sonhadoras (após os 20 anos já não é ser sonhadora, é ser parva)
A minha versão ali sumarizada em meia dúzia de linhas, de pontos, de ideogramas difusos.
Foi quando me veio à cabeça aquela conversa, quase sempre bem intencionada, que não leva a parte alguma - nem conclusão, minha ou de quem pergunta - sobre a «importância de ter um "namorado"», sobre o porquê da minha "solteirice impenitente", que é «uma pena», que é «um disparate», que é um «desperdício» (gosto particularmente desta última abordagem ecológica).
Já expliquei a quem me pediu (ou a algumas das pessoas que me pediram) que o defeito é meu, que sou uma mulher complicada, com exigências difíceis no que toca ao que quero e muitíssimo difíceis no que toca ao que não quero.
Como disse por aqui há dias, a propósito de nem me lembro o quê, já são muitos anos a "virar frangos"; já vi muita "galinha depenada" e muito "galaró" a cantar de alto e a estatelar-se em voo picado.
Aquilo que eu acho graça, graça a sério, não está no "mercado", esgotou-se, partiu-se a matriz.
Não acreditam?
É verdade...
Se encontrarem um "Inventor de coisas impossíveis, conhecedor de segredos" que, além disto, seja suficientemente seguro de si para ser capaz de partilhar Conhecimento, e suficientemente maduro para saber ver a magia da inocência, digam-me; ou dêem-lhe o meu número de telefone (o e-mail, também pode ser).
Se não encontrarem não fiquem tristes e, lá no fundo, vão compreender-me.
Agora, após estes breves momentos de invulgar abertura da alma em território não vedado, vou retornar à sanidade possível e costumeira. Se quiserem, fiquem com dois minutos dos meus sonhos inocentes encontrados numa coincidente página da Internet.
«One strange day
a curious young woman
found at her door
an invitation
and a glowing box
She was wary of it
for it kept changing
What she found inside
puzzled her
and when she looked through it
she saw a man looking back at her
He asked her to follow him
and she wandered into his world
He was an inventor
of impossible things
and had the key
to many mysteries
and knowledge of secrets
He was a seer
of unseen worlds
He had many guises
and could appear
anywhere
He taught her
all he knew
and how to travel
to other worlds
and in all directions of time
He taught her about illusions
and about Truth
and how to see
the magic of innocence
But without word
he left
Nothing made sense
Who was she?
What was real?
Find me!
- How?
- Use your magic
- I have no magic
- You do
Remember
Like this
Trust your heart
Find me!
Steady
Listen
Trust»
..............................Maribel Dobson
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