Em causa não está melhorar as condições oferecidas às crianças do Ensino Básico, essas que se lixem como vem sendo hábito desde que desataram a fechar escolas "porque tinham poucos alunos"; se os miúdos pequeninos tiverem de ser desterrados e de se levantar ainda mais cedo, se tiverem de ir para mais longe de casa, amanhem-se - onde não há dinheiro não há vícios, nem para chavalecos.
Ainda por cima um dos conteúdos desta alteração curricular visa limitar o estudo acompanhado a alunos com mais dificuldades.
Ora estão à espera que o Estado vá gastar um dinheirinho que faz tanta falta a tanta coisa importante para andar a pagar acompanhamento escolar a crianças com dificuldades? Essa agora... desenrasquem-se, façam exames ao domingo, peçam equivalências... Era o que faltava.
Ou então, quando forem mais crescidinhos vão a Boston e arranjem um mestrado durante as férias de Verão, não é assim tão complicado... Num estante estão doutorados.
O que está em causa são 43 milhões de euros, diz a Isabelinha-Ministra.
«Isabel Alçada disse não ter onde ir buscar os 43 milhões de euros que são necessários se a reforma não se concretizar:
“O Ministério, quando elaborou o orçamento, fez um orçamento de contenção e é neste
quadro que estamos a trabalhar. Ao elaborarmos este orçamento tivemos em conta a disponibilidade e a eficiência dos recursos. Não temos onde ir buscar”.»
Não tem onde ir buscar? Ó Isabelinha, por que não pede uns cobres ao Toni das Obras? Uns milhõezitos aqui outros ali, até nem se notava, era uma questão de aproveitarem uns mármores dos aeroportos... De desfazerem um negóciozito com algum sucateiro.
Isto para não dizer que podiam pôr à consideração do povo o que acham mais importante: O Ensino Básico ou o TGV?
(Só um à parte: Já repararam que isto do TGV está na razão inversa do FMI? Um não pode entrar, o outro não pode sair... Não sei se ambas as vontades serão compatíveis)
Antes que alguém se lembrasse de perguntar alguma coisa menos conveniente - sim, porque o que estava combinado com os jornalistas para a conferência de imprensa que a Isabelinha deu hoje no Conselho de Ministros eram 3 perguntas apenas e acabou - veio a assessora do Ministro da presidência, o grande e leal amigo Silva Pereira, interrompeu a cena e pôs fim à conversa.
A Isabelinha aceitou e esgueirou-se com um sorriso. Finito.
«A assessora do ministro da Presidência interrompeu ontem a ministra da Educação no final da conferência de imprensa no Conselho de Ministros. Ana Margarida Valada justificou a interrupção com as três perguntas combinadas com os jornalistas presentes. Isabel Alçada abandonou a sala com um sorriso, evitando assim responder à comunicação social.»In Correio da ManhãEu não estava lá mas a notícia está AQUI.
Que barracada...
No entanto o que me está cá a fazer cócegas no estômago nem são os 43 milhões, isso é das tais, "chapéus há muitos" e a irresponsabilidade não é nova.
O que me está a pôr em pondo de rebuçado é o seguinte:
«Hoje, independentemente do chumbo da oposição, foram publicadas em Diário da República as novas regras do estudo acompanhado, para entrarem em vigor a 1 de Setembro.»
A Assembleia da República chumba e a coisa é publicada do Diário da República para entrar em vigor a 1 de Setembro?
Por acaso até não me importava nada que a rapaziada do CDS me explicasse as razões da sua abstenção, assim só por curiosidade. Será por alergia a votarem com o PC e com o BE? Hum... Algo me diz que não será bem isso.
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