Na Arábia Saudita só os homens são passiveis de obter carta de condução, não porque seja lei escrita mas porque é assim e ponto final. Mulher que precise de se deslocar, para trabalhar, para transportar os filhos, para acartar os sacos do supermercado, para o que bem entender, vai conduzida por homem ou anda a pé (e bem embrulhada que com aquelas temperaturas podem constipar-se).
Depois de o Egipto ter, teoricamente, que é como quem diz mediaticamente, iniciado uma revolução no Facebook, agora as mulheres na Arábia Saudita iniciaram um outro tipo de revolução - ao volante.
É verdade, dito assim quase parece ter graça mas não tem, as consequencias são graves e os fundamentalistas propõe mesmo que a pena para tal crime - ser apanhada a conduzir um automóvel - seja o espancamento público.
Hoje, 17 de Junho, um grupo de mulheres lançou, via net, uma campanha, diria melhor um apêlo, para que as mulheres comecem a conduzir por todo o país.
Claro que a coisa não é fácil, para além de todas as outras graves implicações, conduzir um automóvel não é apenas chegar, dar à chave e ir andando, há que saber conduzir minimamente.
A enorme coragem que estas mulheres demonstram fazem com que as sufragistas se assemelhem a crianças de jardim de infância. Não fora a pena de prisão que enfrentam, as ameaças bem reais dos fundamentalistas, há em torno delas toda uma cultura milenar aceite e praticada na qual estao inseridas social e familiarmente.
Considerando as loucas convulsões sociais que veêm ocorrendo nos países árabes os sauditas ainda não perceberam? Não, só talvez comecem a perceber quando lhes cheirar a sangue.
"É d'homem" para isto não chega, é de Mulher mesmo.
«Uma das iniciadoras do protesto, Manal Alsharif, tinha publicado este vídeo na Internet, ao volante de um carro, no Leste do país.
Um grupo conservador ameaça espancar em público todas as mulheres que ousem conduzir.
Uma activista explica que não necessita de um homem para poder conduzir um carro:
“graças a esta liberdade poderei trabalhar e ocupar-me da casa, conduzir os meus filhos à escola e fazer a minha vida quotidiana, em segurança e sem depender de um taxista ou de um estrangeiro que sirva de motorista”.
Impermeável até agora às revoltas nos países árabes, o regime saudita, continua a travar qualquer reforma. Duas automobilistas detidas foram acusadas de manchar a reputação do país.» In Euronews, 17 de Junho, 2011
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