Nós, portugueses, fazemos uma certa "gala" em dizer mal daquilo que é nosso; há uns bons anos essa atitude era mesmo arraigada a uma certa certa "superioridade cultural" que encapotava um pensamento do tipo: "Eu conheço muito mais do que isto e o que eu conheço no estrangeiro é que é bom".
Não me está a dar nenhum ataque de bairrismo nacionalista - pois que há muito que fazer e aprender neste nosso pequeno país para que nos possamos comparar à nata da civilização ocidental em muitos e fundamentais aspectos - mas também é verdade que temos por cá muito do bom e do melhor no que toca a recursos materiais, geográficos e humanos; assim os saibamos aproveitar, explorar, desenvolver, rentabilizar e - fundamental - proteger.
A notícia que abaixo transcrevo, quase na integra, versa sobre as castas vinícolas; poderia referir-se a muitos outros produtos da nossa pequena terra - queijos, azeite, fruta, conservas, peixe, pão, gastronomia, etc., etc.
Há algumas coisas em Portugal que fazem dele um grande país; temos de saber protege-las e trata-las, temos de saber merece-las, temos de aprender a não ser "pequeninos"
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«Vivemos no país com mais variedade de castas autóctones, são cerca de 250 e já estão a ser desenvolvidos estudos que podem vir a descobrir mais.
«Acredito que há várias dezenas que não estão ainda referenciadas, só nos últimos anos descobrimos mais cinco variedades de castas», afirma ao SOL Antero Martins, professor do Instituto Superior de Agronomia e coordenador da Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira (Porvid).
Existem quase três vezes mais variedades de castas do que em Itália e seis vezes mais do que em Espanha e em França. Esta constatação constitui uma vantagem competitiva para o sector vitivinícola e ajuda a desmistificar a crença de que as videiras foram trazidas do Oriente. Afinal, nasceram cá e não vieram com os mercadores fenícios, como se pensava até agora.
«As nossas castas, além de serem as mais numerosas da Europa, são quase todas exclusivas», garante o especialista. Há alguma sobreposição com Espanha, em especial, nas zonas fronteiriças, mas os trabalhos da Porvid provaram que não há vestígios das nossas castas no Oriente, nem sequer no caminho até à Península Ibérica.
Através de técnicas sofisticadas consegue-se olhar para o passado das castas e comprovar que existe uma maior parecença genética entre as autóctones e as silvestres de uma determinada região, em comparação com castas e plantas silvestres de regiões distintas.
Para Antero Martins a diversidade de castas só enriquece o mercado do vinho, considerado um dos produtos mais emblemáticos do país. No entanto, mais importante do que a variedade das castas são as diferenças dentro das próprias castas. Estas são «difíceis de ver a olho nu e estão em risco de acabar», alerta. Se nada for feito «em 2020, pode perder-se toda a diversidade genética (mutações naturais) de cada casta e, como consequência, a possibilidade de fazer diferentes vinhos».»
...continuar a ler - in "Sol" 3 Set.11
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O nosso grande problema foi que os homens de negócios eram quase todos judeus e esses, o Sr. D. Manuel I obrigou-os ou a converterem-se, ou a fugirem. Resultado: exite uma sinagoga portuguesa em Amesterdão! Ou seja, a produzir, sem dúvida que estamos entre os melhores do mundo, mas falta-nos o mercantilismo dos holandeses, por exemplo!
ResponderEliminarMuitíssimo bem posto.
ResponderEliminarTenho alguma esperança que a nova geração de "empreendedores" (expressão muito em voga) tenha estaleca para "se fazer ao mar", que a sua arte de navegar não se fique pela internet.
Por outro lado há que cuidar que o tal "empreendorismo" não atente apenas na expansão esquecendo que sem a matéria prima que advém do sector primário nada feito.