Teoria, e prática, económica: A redução de salários é um meio para baixar o desempregoNão é preciso uma licenciatura em economia para perceber isto.
O que o primeiro-ministro disse foi que, face à necessidade de criar emprego, o mais sensato seria a descida do salário mínimo nacional , dando como exemplo o que foi feito na Irlanda.
E SEGUIU DIZENDO...
O governo afastou essa hipótese porque o valor do salário mínimo em Portugal é tão baixo, que dificilmente consegue garantir o mínimo imposto pela dignidade da pessoa humana.
Citando:
«Mas a Irlanda tinha um nível de salário mínimo substancialmente superior ao nosso. .../...Foi por isso que o anterior Governo não incluiu essa cláusula (no memorando de entendimento), e foi também por isso que o actual Governo não o fez.»Estamos entendidos, parece-me.
Neste mesmo dia, pelas 4 horas da tarde (ainda não tinham saído jornais nem chegado a hora dos "telejornais") entrei no bar da escola onde está o meu filho e diz-me a impagável funcionária:
«Isto está bonito, agora o Passos Coelho vai baixar os ordenados mínimos!»
Kééé???
«Não foi isso que ele disse», retorqui eu perante o pânico da senhora
«Foi sim, disse na Assembleia, fui eu que ouvi há bocado na rádio»
E pronto, estava o baile armado. Não no bar da escola, aí foi pacífico, estava o baile armado no país inteiro e a orquestra filarmónica entrou à hora do "telejornal" acompanhada por vários tenores de afinação dúbia e esganiçada de comoção
Dá muito gozo fazer isto? Dá algum, dá o gozo do desgaste e da intrigalhada. A semente que fica na cabecinha do Zé Povo e da Maria Povinho é: " O Passos Coelho queria baixar os ordenados mínimos mas a oposição fez um sarapatel e ele andou para trás". Dois pontos para o Casa-Pia!
A este propósito diz, e bem, o cada vez mais odiado Camilo Lourenço:
«O que se passou na semana passada em torno desta questão mostra um país de mão no coldre, que dispara para tudo o que mexe ao menor ruído. As perguntas, essas, vêm depois… Não é bom sinal. Até porque nós, comunicação social, em vez de servirmos de catalisador para uma discussão civilizada e serena deste e de outros problemas, parecemos mais interessados em fazer manchetes artificiais. Para surfar ondas populistas? Não sei. Mas que o país não ganha nada com isto, não restam grandes dúvidas.»É precisa muita pachorra...
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