Ainda a madrugada passada estava a ouvir um porta-voz das Nações Unidas e me fiquei a perguntar quem o teria mandatado para dizer o que disse
Alguns de entre vós poderão pensar neste momento que eu julgo que descobri a pólvora;
Outros pensarão que estou a reagir a alguma coisa que ouvi e não gostei...
Outros pensarão que estou a reagir a alguma coisa que ouvi e não gostei...
Nada disso.
Se quero evitar pensar sobre o comportamento dúbio da ONU é porque, ainda que considerando todos os inevitáveis jogos de interesses e de bastidores, não quero deixar de considerar que as Nações Unidas são capazes de se sobrepor a polítiquices quando estão em causa factos que condicionam o agravamento ou desagravamento de situações limite.
Mais. Ninguém como a ONU tem tanta obrigação de avaliar factos e provas sem se deixar levar por chantagens emocionais e tácticas, por impactos mediáticos estudados e pré-concebidos.
Mais. Ninguém como a ONU tem tanta obrigação de avaliar factos e provas sem se deixar levar por chantagens emocionais e tácticas, por impactos mediáticos estudados e pré-concebidos.
Por outro lado não posso deixar de considerar, no mínimo, estranho que seja emitido um comunicado oficial pela ONU e passado dois ou três dias apareça um porta-voz numa grande cadeia internacional de notícias a dizer exactamente o contrário. Quem o mandatou?
A questão:
O Hamas usa, ou não, a população palestiniana como escudo humano
e, mais concretamente, foi, ou não, guardado armamento e laça-rockets nas escolas protegidas pela ONU que servem de abrigo à população palestiniana.
Pode, quem assim o entender, tentar tapar o Sol com uma peneira e bradar aos céus que se trata de desculpas e mentiras de Israel para dizimar o povo palestiniano. Pode, quem assim o entender.
Foi ontem publicado o conteúdo de um "Manual de Guerrilha Urbana" apreendido ao Hamas (Brigadas Al-Qassam) no qual são expostas as vantagens, militares e mediáticas do uso de "escudos humanos".
Está bem, para quem quiser vamos longe e poderemos supor que foram agentes da Inteligência da Mossad que fabricaram o manual para comprometer o Hamas.
A verdade é que a própria ONU reconheceu que havia armamento ofensivo em escolas sob a sua protecção.
E mesmo que não reconhecesse...
Há dias deixei aqui um vídeo, que reponho abaixo, de uma transmissão em directo na France24 que, se não fosse dramático seria hilariante de caricato.
Com mais pormenor podemos ver como se instala um lança-rockets numa zona densamente habitada e depois se dispara... mas usando um controlo-remoto, não vão os israelitas ripostar. A parte chata... Um jornalista da cadeia televisiva indiana NDTV estava no seu quarto de hotel que tinha uma janela com vista privilegiada
E hoje aconteceu mais uma coisa estranha...
Elie Wieselon, prémio Nobel da Paz que, quando laureado, foi apelidado pela Academia como "o mensageiro para a humanidade".
Durante a II Guerra foi separado da mãe e das irmãs e, juntamente com o pai, foi deportado para o campo de Buna-Auschwitz; após mais de oito meses de trabalhos forçados em três campos de concentração o pai adoeceu, foi espancado e morreu. Ele encontrava-se em Buchenwald quando o campo foi libertado pelos americanos.
Na passada sexta-feira Elie Wieselon publicou uma declaração condenando o Hamas pela utilização de crianças como escudos humanos, intitulada "Os judeus rejeitaram o sacrifício de crianças há 3500 anos. Agora é a vez do Hamas".
Esta declaração ocupou uma página inteira nos jornais americanos The Washington Post, The New York Times, The Wall Street Journal, The Chicago Tribune, The Los Angeles Times, The Miami Herald.
No país da Magna Carta o London Times recusou-se a publicar a declaração porque, e cito: " causará preocupação entre um número significativo de leitores do Times"
( “the opinion being expressed is too strong and too forcefully made and will cause concern amongst a significant number of Times readers”)
Confesso que poderia esperar, ou não me surpreender, uma atitude destas de diversos grandes jornais internacionais europeus, mas o Times...
De facto algumas opiniões são inconvenientes;
sim, mas para quem?
Li e reli o texto com muitíssima atenção. Francamente não vejo o que possa causar tanta preocupação aos leitores do Times. Ainda que estejam árabes entre eles, mesmo que estejam palestinianos entre eles; a menos que "um número significativo" de entre eles sejam do Hamas...
Ou o Times teme retaliação? Hum... not very british...
Ou... quem teme o Times ofender?
Como dizia Hamlet, "algo está podre no reino da Dinamarca"...
Now it's Hamas turn.
"More than three thousand years ago, Abraham had two children. One son had been sent into the wilderness and was in danger of dying. God saved him with water from a spring.The other son was bound, his throat about to be cut by his own father. But God stayed the knife.Both sons – Ishmael and Isaac – received promises that they would father great nations.
With these narratives, monotheism and western civilization begin. And the Canaanite practices of child sacrifice to Moloch are forever left behind by the descendants of Abraham.
Except they are not.
In my own lifetime, I have seen Jewish children thrown into the fire. And now I have seen Muslim children used as human shields, in both cases, by worshippers of death cults indistinguishable from that of the Molochites.
What we are suffering through today is not a battle of Jew versus Arab or Israeli versus Palestinian. Rather, it is a battle between those who celebrate life and those who champion death. It is a battle of civilization versus barbarism.
Do the two cultures that brought us the Psalms of David and the rich libraries of the Ottoman Empire not share a love of life, of transmitting wisdom and opportunity to their children? And is any of this discernible in the dark future offered by Hamas to Arab children, to be suicide bombers or human shields for rockets?
Palestinian parents want a hopeful future for their children, just like Israeli parents do. And both should be joining together in peace.But before sleepless mothers in both Gaza City and Tel Aviv can rest, before diplomats can begin in earnest the crucial business of rebuilding dialogue… the Hamas death cult must be confronted for what it is.
Moderate men and women of faith, whether that faith is in God or man, must shift their criticism from the Israeli soldiers – whose terrible choice is to fire and risk harming human shields, or hold their fire and risk the death of their loved ones – to the terrorists who have taken away all choice from the Palestinian children of Gaza.
I call upon the Palestinian people to find true Muslims to represent them, Muslims who would never voluntarily place a child in danger. I call upon President Obama and the leaders of the world to condemn Hamas’ use of children as human shields.And I enjoin the American public to stand firmly with the people of Israel who are in yet another struggle for survival, and with the suffering people of Gaza who reject terror and embrace peace.
Let us return child sacrifice to the darkest corner of history, and work towards a brighter future with those who choose life, Arabs and Jews alike, all of us Abraham’s children."
O “Times” foi seguramente um jornal de referência, tal como o "Le Monde" ou o "Diário de Notícias". Vejam o que aconteceu a este último... Os britânicos, talvez ainda mais do que os franceses que pelo menos tiveram a coragem de proibir a "burca", estão pura e simplesmente a ter medo. E, face ao passado que têm, nomeadamente durante a 2ª Grande Guerra, dá-nos voltas ao estômago. A questão é que estamos perante muito mais do que uma guerra entre palestinianos e israelitas que, por sinal, até à fundação de Israel até se deram bem. A questão é civilizacional, seja com palestinianos, seja com qualquer muçulmano extremista. Também os há entre os judeus e cristãos e, para mim, são todos iguais. Lixo! A questão é que os muçulmanos interferem com a ordem estabelecida de uma forma directa, nomeadamente no ocidente e, como se isso não bastasse, partiram para uma guerra (guerra mesmo!)contra os nossos valores e modo de vida. E isto, pela parte que me toca, é intolerável. Quanto à ONU, acho que foi uma boa iniciativa que, de ano para ano, se limita cada vez mais a assistir... Não muito mais do que isso. Pronto... Lá estou eu a filosofar outra vez...
ResponderEliminarVamos lá a ver... Não conseguirei por certo avaliar o que será viver numa capital europeia que sofreu atentados terroristas mas mesmo assim... Os ingleses têm um longo historial de convivência com atentados, oferta do IRA; não se deixaram amedrontar por isso. Também tenho a noção de que a Londres actual tem uma percentagem de londrinos muitíssimo menor, até de ingleses... No entanto os ingleses são ainda, como poucos,acérrimos defensores das sua instituições e até mesmo da dignidade das suas instituições. O "London Times" é uma delas. Ná... a qui qualquer coisa que não bate certo.
ResponderEliminarComo não bate certo qualquer coisa na ONU. É verdade que a ONU tem vindo a fazer papel de observador, de fraco observador, de observador passivo e inapto. Porém... nesta altura, e em Gaza, não me parece que seja isso que está a acontecer. Como é possível que, repetidamente, a ONU empreste a sua bandeira a edifícios que abrigam armamento? Como é possível que, repetidamente, lastime a ocorrência de bombardeamentos a edifícios que reconhece cointituírem ameaças reais para Israel? Porque não fazem os "capacetes azuis" vistorias desses edifícios ANTES de os oferecerem como abrigos sob a protecção da ONU? São perguntas a mais... Não entendo, ou não quero entender.
Os ingleses têm um historial de resistência, nomeadamente na 2ª Grande Guerra. Aí sim, “tiro-lhes o chapéu”! Quanto ao IRA a questão é diferente... Eles não resistiram propriamente no seu país. Tirando alguns casos como o do metro de Londres, o IRA normalmente só atacava alvos militares e políticos, sobretudo na Irlanda do Norte. A questão irlandesa, é uma questão de ocupação pura e dura de uma parte do território da ilha por colonos protestantes, que estabeleceram uma verdadeira segregação religiosa e social em relação aos católicos. O problema com os muçulmanos mais extremistas é civilizacional. E a questão é mesmo a que diz: há muito poucos ingleses em Londres, o que torna a gestão daquela miscelânea de gente complicada. Daí, começarem a ter medo. É humano. Hoje, acabou a trégua acordada em Gaza. Imediatamente após as 6 da manhã, houve o lançamento de 5 mísseis em direcção a Israel. Não sei se vai haver resposta, mas a população já começou a fugir; não entendo como é que um povo que é prejudicado todos os dias pelo Hamas, continua a apoiá-lo, pelo menos aparentemente. Quanto à ONU, é difícil engolir o que se está a passar pelo que, se calhar, é melhor “não querer entender”!
ResponderEliminarO problema é civilizacional... É, de facto. Há um enorme cho que mas não podemos ignorar que o ocidente tem aceitado os islamitas no seu território e, no entanto, o radicalismo tem vindo a aumentar. O islamismo radical entrou em cruzada contra o ocidente, há que matar os infiéis... Sei que não é uma posição geral mas é, sem dúvida uma posição manifesta e perigosa. Assim não dá.
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