NÃO AGUENTO ISTO SÓBRIA

Eu bem digo que não posso ouvir os noticiários nacionais...
Nem dez minutos passados das 20h estava a olhar, estupefacta, para a bastonária da Ordem do Advogados, Elina Fraga -  amigalhaça daquele finíssimo rapaz Marinho e Pinto -  cheia de dúvidas sobre a legalidade da detenção do outro durante três dias.
"Temos visto nos últimos tempos com preocupação a permanente detenção de pessoas para interrogatório. A detenção só pode ser feita de acordo com aquilo que está estipulado no Código de Processo Penal (CPP) e, portanto, havendo perigo de fuga, flagrante delito, perigo de continuação da actividade criminosa ou havendo o perigo de alguma intranquilidade na comunidade"
Queria que lhe tivessem mandado uma cartinha a pedir "S.F.F. passe por cá"... C'um caraças! A mulher estava a ombrear com a Edite Estrela na inflamação que pôs na defesa do homem! Do homem-macho!
A senhora que se seguiu
Escusando-se sempre a comentar o caso concreto da detenção do ex-primeiro ministro José Sócrates, Elina Fraga advertiu ainda que esta é uma das duas dimensões que a estão "a atormentar enquanto bastonária da Ordem dos Advogados" e que "merecem preocupação de toda a sociedade".

A outra é, segundo Elina Fraga, "estar-se a estimular a justiça na praça pública, com pessoas a serem detidas sem que haja o gozo da presunção de inocência, à frente de câmaras de televisão, com fugas de informação que constituem violações do segredo de justiça, o que é crime em Portugal". (in Jornal de Negócios/Agência Lusa)
O gozo da presunção de inocência???  Ela achará que o "gozo" foi pouco?
Terá a senhora bastonária, mulher de leis, visto com igual preocupação a prolongadíssima impunidade de José?

Às 20h11 aparece o Pinto Monteiro... O Pinto Monteiro! Dêem-me um whisky por favor que eu não aguento isto sóbria! 


"Fiquei surpreendido quando José Sócrates me convidou para almoçar na terça-feira passada (no Ritz), eu nunca tinha almoçado com ele, nem nunca tinha falado com ele a sós... Falamos das viagens dele, disse que tinha um livro para me oferecer... Almoço absolutamente inocente".
"O Processo Freeport foi uma fraude, volto a afirma-lo, é um processo inventado, fez-se tudo o que era possível, análises a contas bancárias, e não foi encontrado nada: Eu nunca na vida tive o processo no meu gabinete" diz o Procurador que mandou queimar as gravações telefónicas. Porreiro pá!

Só a expressão "absolutamente inocente" empregue num contexto que envolve estes dois, ou qualquer um deles per si, me eleva os cantos da boca, não sei se sorria se rosne.

Como é possível eu conseguir jantar depois disto? Bahhh, que enjôo!

Mudo de canal, aparece-me a Constança Cunha e Sá a opinar a bem da justiça. Esta quer que a escrivã venha explicar, junto dos jornalistas,  por que é que a comunicação das medidas de coação aplicadas aos arguidos está tão demorada; os noticiários da noite estão quase a terminar...
Ai tia, não aguento mais, são muitas medidas de coação sobre a minha cabeça; acho que vou levar o copo para a cama e ver o Fox Crime.

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