Enquanto uma boa parte das gentes reage com crítica ou mesmo desdém à manifesta imaturidade dos afiliados do "Livre" (seja lá o que for essa nova invenção) o tal Manuel Damas aproveita para um exercício de sátira bem esgalhado.
Quando a intenção é chocar há que fazer como se faz com as crianças e os adolescentes que pretendem firmar a sua diferença com encenações mal conseguidas: sorrir de soslaio e fazer aquele rápido e compreensivo olhar de " está bem mas deixa-te de merdas".
Não me demoro no assunto que não tem sumo para tanto, deixo as acuradas observações do Manuel.
Chegada à A.R da deputada do "Livre" e seu assessor |
Manuel Damas - 25 Out.2019
Não.
Não vou concordar com criticas que li em relação a esta foto.
Da chegada dos Deputados e Deputadas e outros e outras ao Parlamento para a cerimónia de tomada de posse.
Porque é uma Cerimónia de Estado, é preciso não esquecer.
E não nenhuma noitada em "discoteca" alternativa...por mais que os frequentadores sejam, muitas vezes, os mesmos...
Mas não concordo com as críticas.
Até porque convenhamos...
A pessoa (tentei arranjar um vocábulo que fosse "gender fluid") adoptou o "dress code"...para quem presta assessoria parlamentar.
Está "vestido"(neste caso é mesmo vestido) de preto, em tom sóbrio, escuro, de respeito.
Usa, como diziam as costureiras, a saia pudicamente "uma mão travessa" abaixo do joelho. Para que não se vislumbrem as impudícias.
O que denota pudor.
Usa meias de vidro baças (eventualmente para não se ver que não fez a depilação ou até que tem um daqueles pelos encravados, incomodativos, que ficam com uma crosta amarela de pus).
Traz a blusinha, branca como se impõe, com os botõesinhos fechados até cima para que não se possa vislumbrar o tronco desnudo e algum pelo encaracolado a escapar pelo decote.
E não ostenta joias. O que seria abusivo. Nem sequer um daqueles colares de pérolas, de plástico, das lojas dos indianos...até porque poderia ser considerado provocação a algumas origens...
Tenho, todavia, uma dúvida...qual a fragância? Será o másculo "Old Spice" ou o feminino "Tabu"?
E não fez o buço...mas ninguém sabe a noite agitada que terá tido...
Mais...faz-se, virginalmente, com pudícia, acompanhar pela Senhora lá de casa...como diria a Judite.
Apercebe-se, inclusive, que é pessoa (cá está de novo e cumprindo as regras da "modernice" o vocábulo "gender fluid") de parcos recursos pela saquinha de pano que traz a tiracolo. Eventualmente com a "merenda"...
Eu preferia uma carteira de pele preta, sóbria e sem pinduricalhos...mas reconheço que são caras. E não dão jeito para trazer os croquetes "fanados" da recepção e muito menos as garrafas...
Mas podia ter optado por uma sacola de ráfia (não sei se ainda se produz por causa desta moda de eliminar o plástico descartável) que sempre ficava mais em conta ou daquelas de rosetas de crochet, multicolor, mas...gostos são gostos.
Ainda que, com sinceridade, preferisse ver a pessoa envergar um trajo típico da Guiné...com saiote ou não. Apesar de ser caucasiano e nao afrodescendente...
Em fundo podiam ouvir-se os acordes do... "acuna, matata...acuna, matata".
Espero, até por uma questão de coerência, que use o mesmo traje se e quando, em comitiva de visita oficial...por exemplo a um País africano...daqueles que usam a tortura pública para determinadas atitudes não normativas...
Voltando ao registo sério...
Está tudo louco????
Só uma breve observação: Não, não está tudo louco, há é uma enorme falta de criatividade, originalidade autêntica, para se conseguir primar pela diferença. A diferença não se inventa por exercício de vontade - isso é apenas uma teatrada efémera - a diferença nasce e cresce com alguns.
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