A 7 de Novembro de 2014 eu escrevia assim aqui no blog:
Estou um bocadinho preocupada...
Quando os russos invadiram a Crimeia comecei a ter uns sonhos estranhos.
Depois tanques russos entraram na Ucrânia (ou passou a ser do domínio público que entravam) por um lado, enquanto eram enviados camiões de "ajuda humanitária" por outro, a frequência e estranheza destes sonhos começou a aumentar e não há meio de me passar.
Desde que a NATO interceptou, no espaço de uma semana, mais de cem bombardeiros russos em territórios da sua responsabilidade militar a coisa agravou-se exponencialmente, comecei mesmo a considerar a séria hipótese de deixar de ver, antes de ir dormir, o noticiário internacional.
Mas hoje tornou-se assustador, as imagens dos meus sonhos perseguem-me mesmo estando acordada, ao mais singelo fechar de olhos lá está ele, tão mudo e quedo quanto lívido, já não sei o que fazer...
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Sendo o embrião da catástrofe que vivemos hoje - vivemos, todos nós, os que já deram por isso e os que julgam que isso é lá com os russos e os ucranianos - na altura era capaz de abordar a questão com uma certa leveza de ânimo... Nesta altura não há "ânimo leve" onde consiga refugiar-me
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Há uns dias fugi dos noticiários para a Netflix e acabei embrenhada num filme que faz uma mistura entre uma ficção de espionagem com factos e personagens históricos, a saber "Munique- No limite da Guerra" (Munich - The Edge of War), estreado nos finais de 2021.
Ainda pelo primeiro quarto de hora do filme aparece o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain (impecavelmente representado por Jeremy Irons) a fazer uma comunicação pela BBC ao Reino Unido, referindo-se à anexação de parte da Checoslováquia por Hitler em Setembro de 1938
(porque "nos Sudetos (região noroeste) onde viviam cerca de 3 milhões de alemães - que estariam a ser alvo de maus tratos e privações - e onde foi criada uma violenta situação de desacatos com a polícia")
"How horrible, fantastic, incredible it is that we should be digging trenches and trying on gas-masks here because of a quarrel in a far away country between people of whom we know nothing."
"Quão horrível, fantástico, incrível é que devamos estar cavando trincheiras e experimentando máscaras de gás aqui por causa de uma briga num país distante entre pessoas das quais nada sabemos."
Estas palavras, ditas naquele momento que antecedeu um dos maiores horrores da história, caíram sobre mim com o estrondo de uma bomba; tive de carregar no botão da pausa...
Céus, já vi este filme... (Não o da Netflix, o outro, o de personagens bem reais) As conversações de Munique, os falsos acordos, a declaração de guerra exactamente 1 ano depois, a 3 de Setembro de 1939:
"This morning, the British Ambassador in Berlin handed the German government a final Note stating that, unless we heard from them by eleven o'clock that they were prepared at once to withdraw their troops from Poland, a state of war would exist between us. I have to tell you now that no such undertaking has been received, and that consequently this country is at war with Germany."
E sei como se desenrola; sei quanto tempo de desgraça impôs e como acabou em 1945, não sei como será agora, em 2022... Nem como nem quando olharemos para trás, feito "passado"
Pior, não sei eu e não creio que alguém saiba, nem mesmo os Senhores do Mundo
Não tenho dúvidas de que a história se repete, tenho dúvidas sim de que alguma vez a humanidade aprenda e passe a colocar os loucos malignos em local apropriado, talvez numa estância de acolhimento em Marte
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A Senhora primeira-minnistra da Lituânia a chamar os bois pelos nomes:
https://twitter.com/IngridaSimonyte/status/1495859739128913924?ref_src=twsrc%5Etfw
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