A FOREIGN OFFICE THAT ROCKS THE WORLD

 

UM PAU-MANDADO, UM SENHOR E UM HEROI

 Até onde chega a cara-de-pau dos líders russos?

Face à primeira aparição pessoal de Volodomyr Zelenskyy no Conselho de Segurança, sobre a invasão do seu país, logo no início da sessão e antes da chegada de Lavrov-O-Símio, o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, opôs-se a que Zelenskyy tomasse a palavra 

O primeiro-ministro albanês, Edi Rama, que presidia à sessão, evocou com digníssimo sarcasmo a afirmação do Kremlin que «a invasão não equivale a uma guerra, mas sim a uma mera operação militar especial» respondendo:

"Quero assegurar aos nossos colegas russos, e a todos aqui que estão, que a tomada de palavra pelo Presidente Zelenskyy não é uma operação especial da presidência albanesa" provocando risadas abafadas na sala. E dirigindo-se directamente a Nebenzia: “Há uma solução para isto se concordarem, parem a guerra e o Presidente Zelenskyy não tomará a palavra”.

Antes do início da reunião, havia alguma especulação sobre se Zelenskyy e Lavrov entrariam em conflito, dialogariam ou se evitariam. 
Nenhum confronto aconteceu, Zelenskyy deixou o conselho logo após seu discurso; Lavrov fez a sua rábula "sózinho"

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A QUASE TOTALIDADE DO DISCURSO DE ZELENSKYY  NO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU - 20 /08 /2023

(O original encontra-se AQUI)

«Distinto Primeiro-Ministro Rama,
Agradeço à Presidência albanesa o facto de ter organizado este encontro.

Senhor Secretário-Geral!
Minhas Senhoras e meus Senhores,

Quinhentos e setenta e quatro dias de dor, de perdas e de luta já passaram desde o início da agressão em grande escala lançada pelo Estado que, por alguma razão, ainda está presente aqui entre os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. A Rússia matou pelo menos dezenas de milhares do nosso povo e transformou milhões de pessoas em refugiados, destruindo as suas casas.

A maior parte do mundo reconhece a verdade sobre esta guerra. Trata-se de uma agressão criminosa e não provocada da Rússia contra a nossa nação, com o objetivo de se apoderar do território e dos recursos da Ucrânia. Mas não é só isso. Com a sua agressão, o Estado terrorista está disposto a minar todos os diques das normas internacionais destinadas a proteger o mundo das guerras.

Estou grato a todos aqueles que reconheceram a agressão russa como uma violação da Carta das Nações Unidas.

A Ucrânia exerce o seu direito inerente de auto-defesa. Ajudar a Ucrânia com armas neste exercício, impor sanções e exercer uma pressão abrangente sobre o agressor, bem como votar a favor de resoluções relevantes, significa ajudar a defender a Carta das Nações Unidas.

As resoluções da Assembleia Geral reconheceram claramente o facto de que a única fonte desta guerra é a Rússia. Mas isso não mudou nada para a Rússia nas Nações Unidas.
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Ontem, no meu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, afirmei que a Fórmula de Paz ucraniana se tinha tornado a base para actualizar a arquitectura de segurança existente no mundo, em particular - para restaurar o verdadeiro poder da Carta das Nações Unidas e a ordem internacional baseada em regras.

Gostaria agora de apresentar os pormenores - possíveis acções concretas baseadas na Fórmula de Paz, nomeadamente no seu ponto 5 "Aplicação da Carta das Nações Unidas e restauração da integridade territorial da Ucrânia e da ordem mundial".

Infelizmente, todos no mundo vêem o que torna a ONU incapaz. Este lugar no Conselho de Segurança, que a Rússia ocupou ilegalmente, através de manipulações de bastidores após o colapso da União Soviética, foi ocupado por mentirosos cuja função é branquear a agressão e o genocídio levados a cabo pela Rússia. E todas as acções da ONU - quer do Conselho de Segurança, quer da Assembleia Geral - que poderiam ter impedido esta agressão, são anuladas pelo privilégio concedido por esta sede ao agressor. O poder de veto nas mãos do agressor é o que conduziu a ONU a um beco sem saída.
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Lamento que, até à data, o Conselho de Segurança das Nações Unidas seja apenas a plataforma mais visível do mundo. Acredito que a ONU é capaz de mais. Estou confiante de que a Carta das Nações Unidas pode efetivamente trabalhar em prol da paz e da segurança mundiais. No entanto, para que isso aconteça, as discussões de projectos de reforma da ONU, que se arrastam há anos, devem traduzir-se num processo viável de reforma da ONU.

E não se deve tratar apenas da representação aqui, no Conselho de Segurança. A utilização do poder de veto - é isso que exige uma reforma, e esta pode ser uma reforma fundamental. Pode ser a que restaura o poder da Carta das Nações Unidas.

Senhoras e Senhores, 

Quinhentos e setenta e quatro dias de verdadeira agressão russa são quinhentos e setenta e quatro motivos para mudanças nesta Câmara. E o número de votos a favor destas alterações ascende efetivamente a milhares de milhões. A maioria absoluta das pessoas no mundo aspira a viver num mundo livre de agressões. Em contraste com todos nós, há apenas alguns indivíduos obcecados em Moscovo. O veto não deve servir de arma para aqueles que são obcecados pelo ódio e pela guerra.

O que observamos nas Nações Unidas é um apoio crescente à ideia de que, em casos de atrocidades em massa, o poder de veto deve ser voluntariamente suspenso. Mas também observamos que a Rússia não renunciará voluntariamente a esse privilégio roubado.

Por isso, a Assembleia Geral da ONU deve ser dotada de um poder efetivo para ultrapassar o veto.
Este será o primeiro passo necessário.

Se for impossível parar a guerra porque todos os esforços são vetados pelo agressor ou por aqueles que apoiam o agressor, é necessário chamar a atenção da Assembleia Geral para esta questão. No caso de dois terços dos votos reflectirem a vontade das nações da Ásia, África, Europa, ambas as Américas e a região do Pacífico - uma maioria qualificada global - o veto deve ser efetivamente ultrapassado e essa resolução da Assembleia Geral deve ser juridicamente vinculativa para todos os Estados-Membros.

O segundo passo. O Conselho de Segurança da ONU deve ser totalmente responsável perante as nações do mundo. Congratulo-me com as propostas de vários líders no sentido de alargar a representação das nações no Conselho de Segurança. A composição dos membros permanentes do Conselho de Segurança deve refletir as realidades actuais e a justiça.
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Ao mesmo tempo, a participação no Conselho de Segurança de qualquer Estado deve ser suspensa por um período de tempo quando esse Estado recorre à agressão contra outra nação em violação da Carta das Nações Unidas.

O terceiro passo.  É necessário um sistema para prevenir a agressão através de uma resposta rápida a acções que violem a integridade territorial e a soberania dos Estados. É altura de o fazer
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A invasão russa da Ucrânia mostrou o que pode ser um mecanismo deste género. Entre outras coisas, sanções poderosas contra o agressor. Não apenas na fase em que a Bucha já aconteceu, mas também na fase de formação de um exército de invasão. Qualquer pessoa que queira iniciar uma guerra deveria ver antes do seu erro fatal o que é que vai perder exatamente quando iniciar uma guerra. A questão da aplicação de tais sanções preventivas deve ser automaticamente submetida à apreciação do Conselho de Segurança das Nações Unidas sempre que qualquer membro da Assembleia-Geral das Nações Unidas comunique uma ameaça de agressão.

Os soldados ucranianos estão atualmente a fazer, à custa do seu sangue, aquilo que o Conselho de Segurança da ONU deveria fazer através da sua votação - estão a impedir a agressão e a defender os princípios da Carta das Nações Unidas.

E agora, gostaria de me centrar na integridade territorial. Este é um elemento tanto da Carta das Nações Unidas como da nossa Fórmula de Paz que está indissociavelmente ligado à questão da libertação do território dos ocupantes. A ocupação é uma fonte inesgotável de dinamite no âmbito da ordem internacional baseada em regras.
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A cooperação é sempre a palavra-chave para a Ucrânia nas relações internacionais. Esta palavra é também a chave para a paz. Portanto, que a paz prevaleça! Que as nossas instituições e a nossa cooperação sejam mais fortes. Agradeço-vos a oportunidade de proferir este discurso. 
Obrigado pelo convite e pela vossa atenção. »

«Слава Україні!»

OS CAVALOS DE PEQUIM

 Não será novidade para qualquer pessoa medianamente atenta que a China caminha a passos largos para uma ruptura económica; Décadas de políticas estatais megalómanas em vários sectores sendo que os principais não são produtivos em termos económicos: a perseguição da supremacia militar mundial, o programa espacial com carimbo "Urgente", a construção de ilhas artificiais no Mar da China no triângulo Vietnam/Filipinas/Malásia e o seu sequente equipamento ( nesta altura já são 8 das quais 3 com bases aéreas), uma classe política e partidária enorme e pesadíssima. E... Dezenas de super-cidades construídas e semi-construídas totalmente desertas, abandonadas, milhares de quilómetros de estradas construídas por onde circulam as moscas, fábricas montadas e equipadas que nunca entraram em funcionamento... 

E as "ajudas" que vieram depois: O controlo forçado da gigante económica e financeira, e privada, AliBaba, a crise da Bolsa de Hong Kong, e a queda da Evergrande, os  anos de Covid com lock down total de mais milhões de pessoas - leia-se , e empresas - do que sei contar, uma população envelhecida por anos de política de "só um filho por casal"; 

Por fim a cereja no topo do doce, há 1 ano e picos Biden assiva o “CHIPS and Science Act proibindo a exportação para a China de material e equipamentos para o fabrico de chips de 14 nm. Pelosi ia a Taiwain tratar do mesmo assunto (e não só). Um descalabro tecnológico e económico que, para além de todas as consequências imediatas obriga a um re-investimento e investigação tecnológicos assombrosos. Há que reconhecer que a vida não está fácil por aqueles lados e os amigos não são muitos

Claro que há aspectos favoráveis, à China a ter em conta, a quantidade de produtos o mais diversificados possível que invadem quase o mundo inteiro com a marca #Made in China... De alguns essenciais às maiores tralhas que a China ao mundo deitou estão por todo o lado, até na Tesla do taradinho nº2. 
Chegam para sustentar o colosso megalómano em que a China se transformou? Não, não chegam, há que as fazer render em aspectos que não se prendem directamente com os bens de consumo 

Era aqui que queria chegar; avante então

Os chineses são bons em duas actividades lucrativas: a copiar e a produzir. Também são bons noutro tipo de actividades: a expiar, a escutar e a invadir informaticamente. Deixemos este mote a levedar e já o veremos crescido mais abaixo

Quem navega pela Net, pelas várias redes sociais, sobretudo nos sistemas Android ou IOS - com telemóvel - dificilmente não se terá deparado com anúncios a tudo e mais alguma coisa da "TEMU". Se fizer a busca  para comprar um qualquer produto na Google é trigo-limpo-farinha-amparo que logo ao cimo, nos produtos patrocinados, vão encontrar coisas baratíssimas da TEMU; consoante o produto outras quantas serão da Shein e da AliExpress. Coisas baratas que podem não valer nada em qualidade mas que são largamente apetecíveis particularmente para as bolsas menos favorecidas, ou seja, a maior percentagem da população mundial por muitos, muitos pontos
E é com a venda de tralha por menos de meia dúzia de euros/dólares/libras/etc. que a China vai vencer a sua crise económica? Não, claro que não e, por mais que ajude, o objectivo não é esse.

Lembram-se do "Cavalo de Troia"? Os chineses lembram-se.

Experimentem a fazer uma busca no Google , de preferência no TM de p/ex. "cheap dresses" e vejam as coisas maravilhosas que vos aparecem...
Ah pois, só que para comprar não basta ir ao site e pimba, nada disso; para comprar há que fazer o download da App. A partir daí não interessa nada se compram ou não. 

A TEMU, a Shein e a Pinduoduo

Temu recolhe, entre outras coisas:
• Informações como nome, endereço e número de telefone. 
• Detalhes inseridos, como aniversários, fotos e perfis de redes sociais. 
• O sistema operativo e a versão do telefone ou computador 
• O endereço IP, localização GPS (se em permissão) e dados de navegação. 
• Informações  e fontes de terceiros - contidas noutras apps  no aparelho - sobre o usuário como vendedores Temu, registos públicos, redes sociais, colectores de dados, instituições de crédito e bancárias, parceiros de marketing, acessos de fichas clínicas, e tudo o que pode estar num telemóvel ou computador desde a escola dos filhos à oficina do carro ou o cabeleireiro da sogra

Temu é propriedade e operada pela empresa PDD Holdings, com sede na China e registada nas Ilhas Cayman, que também possui a Pinduoduo, uma plataforma de comércio on-line na China.

A plataforma Temu foi lançada nos Estados Unidos em Setembro de 2022 e é o segundo aplicativo de compras mais popular nos EUA, apenas suplantado pela da Amazon, por enquanto... Mais de 50 milhões de americanos usam a App Temu desde que foi lançada
Em Fevereiro de 2023, foi lançada no Canadá. Em Março de 2023 foi lançada na Austrália e na Nova Zelândia. Um mês depois foi lançou-se em França, Itália, Alemanha, Holanda, Espanha e Reino Unido. Em Portugal aparece crescentemente em anúncios e para aceder ao produto há que instalar a app (aliás como a SHEIN)
Em Maio de 2023 foram finalmente levantadas preocupações sobre os riscos para os dados pessoais dos utilizadores; o aplicativo de compras Pinduoduo, propriedade da Holding que detém a TEMU, foi removido da Google Play Store depois de provado conter malware.

Os analistas de segurança cibernética descobriram que A TEMU, e a Shein, não se limitam a rastrear informações e atividades dos dispositivos, instalam códigos maliciosos que permitem ignorar as configurações de segurança  e espiam outros aplicativos, lêem notificações e mensagens, alteraram configurações, copiam ficheiros e transmitem-nos

Depois de instalada a aplicação é difícil remover tudo, mesmo depois de "apagada".
Descrição, por um profissional, do processo de compra e sequente eliminação da App

«Segui um anúncio TEMU do Facebook.
Instalei o aplicativo e coloquei algumas coisas no meu carrinho. A certa altura pediram para criar uma conta/login. Não o fiz. Adicionei algumas coisas mais ao carrinho e deixei-as ficar
Não fiz o pedido
Removi completamente a App TEMU do telefone. Limpei meus dados do Facebook, dados do Chrome e desinstalei o Temu. Reeinstalei a App Temu - ainda tinha o que coloquei no carrinho de compras,
o que significa que, de alguma forma, armazenou informações noutro lugar do telefone.  
Tentei com outro endereço IP para não correlacionar com base no IP; os produtos escolhidos continuavam lá
Obviamente TEMU estava a armazenar dados que relacionavam o carrinho de compras com o dispositivo. Isso significa que a App foi capaz de extrair informações de identificação específicas do telefone (como IMEI ou outros) para gravar a impressão digital do dispositivo, armazenou dados fora do seu próprio aplicativo ou de alguma forma roubou dados de outra App instalada no dispositivo. Cerca de uma semana depois segui outro anúncio e instalei novamente a App TEMU; o meu carrinho anterior ainda estava intacto Isto deveria ser basicamente impossível tendo em conta como os aplicativos Android funcionam. »
Sumáriamente:
«Não criei conta na Temu, removi o aplicativo do telefone e a Temu não deveria ter nenhuma maneira legítima de restaurar um carrinho a menos que estivesse de alguma forma armazenando dados no meu dispositivo fora do armazenamento do próprio aplicativo.
A Eset mobile sinalizou o aplicativo Temu como tendo a capacidade de sequestrar um dispositivo, assumir o controlo e de enviar informações para o controlador da App.
Se fez download da TEMU ou da Pinduoduo, precisa fazer um reset completo para configurações de fábrica no seu telemóvel para eliminar qualquer código ou rastreamento restante.»

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Também a Pinduoduo obtém acesso total aos contactos, calendários, álbuns de fotos, todas as suas contas de redes sociais, chats e textos. Noutras palavras, literalmente tudo o que está no telemóvel, tablet e computador sendo que neste último poderá ter mais defesas... Ou não, depende das suas defesas e conhecimento  

Quanto mais permissões um aplicativo solicitar, ou usar infringindo as "permissões" concedidas, mais deve considerar se realmente vale a pena tê-lo.
Não vê grande problema? Pense em tudo o que faz no seu telefone: tem conversas privadas com amigos, família, negócios, médicos, escolas, etc., entra no aplicativo do seu banco, digita senhas, insere informações do seu cartão de crédito, fotografa onde e com quem esteve, e muito mais, mais, mais. Lembre-se destes alertas de segurança antes de clicar em “instalar” o Temu ou outras aplicações "muito vantajosas", nem todas elas sediadas na China

OUTRAS QUESTÕES

- O primeiro objectivo destas empresas não é "ganhar dinheiro"
(Então qual é? Pois...)

Uma análise dos custos realizada pela WIRED – confirmada – da cadeia de abastecimento da empresa mostra que a Temu perde em média 30 dólares por encomenda,.

A empresa financeira China Merchants Securities calculou que a Temu, nas operações nos EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia - sem considerar portanto mercados europeus e outros - está a perder entre 588 milhões a 954 milhões de dólares por ano.

A TEMU, que nada fabrica e tudo vende, pressiona os pequenos fabricantes na China a reduzir preços para níveis que tornam quase impossível obter lucro.

A WIRED analisou diversos custos de envio, incluindo os dados da empresa de pesquisa financeira Haitong International Securities Group, concluindo que o custo de envio, mesmo de um pequeno pacote, dos armazéns da TEMU em Guangzhou para os EUA é de cerca de US$ 14.

A análise da Haitong – confirmada por uma fonte – mostra que a J&T Express, parceira logística da empresa, arca com alguns custos mas a Temu fica em deficit de US$9 a US$10 por encomenda

Levando em consideração os custos além do frete – incluindo descontos e cupóes em dinheiro que a Temu dá aos clientes, custos de serviço e administrativos – o valor médio que a Temu perde em cada pedido para os EUA ronda os US$30.

Adicionemos a isto as ofertas, com objectivos vários, feitas a clientes e o crédito concedido a consumidores que convençam outros a criar uma conta no site através de redes sociais.

Quanto à SHEIN

Desde há muito tempo tem vindo a ser examinado o comportamento da SHEIN, popular retalhista de fast fashion que ganhou popularidade graças ao TikTok, outro aplicativo chinês. Existem muitas razões pelas quais a SHEIN é problemática, desde o facto de os seus produtos serem fabricados por trabalho forçado, o roubo de propriedade intelectual, as informações e declarações falsas sobre práticas comerciais que têm enorme impacto no ambiente
E... Também a SHEIN requer a instalação de uma App
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Há provas crescentes de que qualquer peça de roupa fabricada na China está maioritariamente ligada a trabalho forçado na região de Xinjiang - onde o genocídio do povo uigure pelo Partido Comunista Chinês continua, as crianças são separadas dos pais e internadas em escolas para "formatação cultural".
Centenas de milhares de uigures são forçados a trabalhar nos campos de algodão de Xinjiang, algodão que chega a roupas em todo o mundo. É justo dizer que uma peça de roupa fabricada na China contém algodão produzido por trabalho forçado, algodão que também chega a produtos produzidos noutros países. Existe uma lista continuamente actualizada de produtos de trabalho infantil ou forçado, muitos deles feitos na China

Por último

O mercado de telemóveis está invadido por produtos "Made in China"; são mais
baratos do que outros semelhantes e muitos oferecem características de utilização tentadoras como armazenagem, qualidade das câmaras, etc.
Mesmo aqui no nosso rectangulozinho à beira-mar plantado, é crescente o número de utilizadores de TM XIAOMI (maioritariamente mas não exclusivamente) que se queixa de "de repente" os TM's se terem tornado muito lentos... Às vezes resolvem durante um tempo repondo configurações de fábrica outras vezes nem por isso.

É bom ter presente que onde existe um telemóvel e um satélite existe uma localização, um microfone aberto e pronto a transmitir

Não acreditam? É exagero? Aproveitem uma tarde de chuva e refastelem-se no sofá a ver a mini-série Netflix "Pine Gap", muito instrutiva e bastante realista

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TERAPIA CRIATIVA OU MAIS OU MENOS

 Sim voltei, contrariada mas voltei.

Mal entrei no avião e encarei o arzinho circunspecto dos portugueses, aquelas caras postas por quem se leva muito a sério, deu-me logo vontade de correr escada abaixo e ir trocar o bilhete por outro que me levasse para longe, mais longe.
A sério, não é pedantismo, dolorosamente deixei de me sentir bem no meu país.
Em Portugal o ar está mais pesado, as pessoas instáveis e socialmente amorfas; estão agressivas, irritadiças, frustradas, exercem os seus poderzinhos individuais para mostrar que mandam; e não mandam, cada vez mandam menos mas calam. Refilam nos cafés e noutros sítios onde encontram interlocutor a jeito, aproveitam qualquer oportunidadezinha para arejar os maus fígados mas calam a contestação pública, organizada, jurídica, eficaz. Calam não sei se por não quererem assumir que "não mandam", se por não conseguirem juntar duas frases com sentido e eficácia.  Algumas aspiram a que apareça quem mande, mesmo no que não deve mandar. (Será que ainda existe, por entre os refilões de café, a noção de que há coisas que não devem ser mandadas "por quem manda"?) 
Que diabo, as pessoas não são todas estúpidas, nem são todas ignorantes mas, independentemente das diferenças de opinião, o nível de "cegueira", a ausência de espírito crítico e inoperância é abismal. Falta raciocínio lógico... E imaginação. E criatividade. E acção. Tantas pessoas vivem cristalizadas no seu monótono quotidiano e/ou em negação e busca permanente de compensações que não alteram coisa alguma, na melhor das hipóteses disfarçam a insatisfação, con-ti-nua-men-te, mente, mente 

Quando se sai daqui sente-se mais, quando se regressa é claustrofóbico.

Deu-me um "amoc"  que comecei a pensar se deveria ir ao psiquiatra ou se à bruxa. Acabei no Leroy Merlin de nariz empinado para as prateleiras das tintas e dos "efeitos especiais"; gastei um balúrdio e vim para casa carregada de "munições" para virar a casa do avesso - chama-se a isto "terapia ocupacional" -  e devo avisar os mais conservadores de que não se deve praticar quando se está num estado de espírito como aquele em que me encontro: gera opções pouco convencionais e alterações bastante radicais... Viva la revolucion! Das paredes aos móveis está tudo em fase de metamorfose

Vai daí safa-se o trabalho e os cuidados familiares, o blog que se lixe, o sono que se lixe e, sobretudo, o povo que se lixe; comecei numa ponta e só irei parar quando esvaziar esta energia altamente concentrada em elevado risco de explosão. Felizmente que os cães não têm casota ou nem essa passaria sem barrela profunda e maquilhagem nova

Moral da história, eu voltar voltei mas ainda não estou totalmente cá, parte de mim está numa dimensão paralela em acirrada resistência à realidade quotidiana. Acho que isto vai demorar um bom bocado até porque os ecos longínquos que me vão chegando do que se passa na Terra, na lusa e na global, não ajudam...

PS:
1- Não comprem rolos para pintar sem uma porca na extremidade oposta à abertura para entrada do eixo, tendem a saltar e a terrar nos sítios mais inconvenientes espalhando tinta de forma generosa
2- Com tinta ou vernizes por perto não se dediquem a trabalhos minuciosos com a TV ligada num canal de notícias, as probabilidades de "borrarem a pintura" irritantemente aumentam em escalonamento geométrico, sei do que falo 
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REMEMBRANCE DAY

 ONE YEAR ON...

08/09/23 


08/09/22 - video


























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PARA BOM ENTENDEDOR...

 ...UMA IMAGEM BASTA

Sessão do Parlamento legislativo em Kyiv há dois dias

Nada a acrescentar, cada um retire as ilações que lhe aprouver



O DOM DA UBIQUIDADE

Há uma semelhança entre Vladimir Putin e o Gato de Schrödinger:
Enquanto que o pobre gato permanece num limbo entre vivo e morto até que uma alma caridosa o observe,
Vladimir está e não está no funeral do morto consoante onde, ou como, é observado
Para o melhor e para o pior há um limbo entre semelhante e idêntico...