JAZZ

 In Memoriam

O nosso Jazz deixou-nos hoje, foram 12 anos de amor puro, de desassossego, de companheirismo e de todas essas coisas boas que só um cão nos pode oferecer sem quase nada pedir. 

Talvez por ser o cão mais pequeno que tive foi mimado para além do superlativo, foi o que mais me deu conta da cabeça, o que tive de desistir de soltar em campo aberto depois de inúmeras fugas, a última das quais me valeu uma caminhada de 8kms sob um Sol abrasador ao longo de uma estrada que fazia contorcionismo; fui salva por meia-dúzia de jovens que vindimavam e o conseguiram apanhar enquanto serpenteava entre as cepas. 
Obediência? Mostrem-me um beagle obediente e mostrar-vos-ei um fenómeno da natureza. E o Jazz não era bem um beagle, era um cruzamento entre um beagle e um foxhound inglês, nascido para correr e seguir uma pista até ao fim do mundo. Não quero ser maledicente, ele obedecia, dentro de casa ou em recinto fechado... Não por ser obediente mas por não ser minimamente estúpido

O nosso Jazz deixou-nos hoje, depois de quase 2 anos de quimioterapia muita dedicação e empenho. Foi irrepreensivelmente assistido pela oncologista Drª. Ana E., uma síntese de competência, de devoção, de experiência e de humanidade. Nunca passou mal nem mesmo menos bem, não apresentou sequelas de efeitos secundários, teve praticamente mais dois anos de vida plena depois do que temi ser a evidência do fim. Se for verdade que todos os diabos têm sorte o meu diabrete não o negou

O nosso Jazz deixou-nos hoje em perfeita paz, em companhia, sem ter passado pelas provações que tantas vezes a pré-morte trás

Meu querido Jazz, espero que encontres os teus amigos lá no céu dos cães, que deve ser o melhor dos "céus"; se depender de mim voltaremos a encontrar-nos




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