O CONFRONTO DE SOMBRA

Há notícias que não encontram terreno fértil na "grande media"" porque só se tornam relevantes quando relacionadas com outras notícias, quando se somam vários factos; e isso requer mais tempo de antena, mais espaço na mancha de imprensa, mais atenção e a maior parte das pessoas não "está para isso"
Para quem souber e quiser fazer contas, de somar, de multiplicar e, lateralmente, de dividir, deixo abaixo uns minutos de  passatempo de domingo ou para o café de arranque de segunda-feira;
esqueçam as subtracções, os tempos são de crescendo

Há um pequeno pormenor que tenho dificuldade em entender: 
O Irão justifica as suas remessas de armamento para a Rússia como « um esforço legitimo de apoio aos seus aliados». Ok. Então por que não pode a Ucrânia usar armamento fornecido pelos seus aliados para, num esforço legitimo, combater os seus invasores dentro das fronteiras russas?

Iran, Russia, and Turkey hold Syria talks on sidelines of U.N. meeting September 28, 2024 - 21:30 Teheran Times (Link)







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A INCÓGNITA

 A 28 de Junho de 1914 em Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, então governada pelo império Austro-Húngaro, foi assassinado por um grupo nacionalista  o Arquiduque Francisco Fernando, herdeiro  do império. 

Este assassinato desencadeou a I Guerra Mundial a 28 de Julho do mesmo ano



Hoje, 28 de Setembro de 2024, foi confirmado o assassinado em Beirute, no Líbano, de Hassan Nasrallah, desde 1992 líder da milícia terrorista Hezbollah , a soldo do Irão com permanência predominante no Líbano, Iraque e Síria, pelo exército israelita após ordem de Netanyahu a partir de um telefonema feito das Nações Unidas em Nova Iorque

(Tenho de expressar o meu aparte: arre que é preciso ser torcidinho! Queriam um cessar-fogo, não era? )

Aguarda-se a reacção do Irão. O ayatollah Khamenei foi levado para um bunker de segurança onde se  reunirá com os seus comandantes

Não se trata do assassinato de um indivíduo, um líder terrorista responsável por horrores durante mais de trinta anos, esse seria o lado positivo se não acarretasse a morte de dezenas de civis e as previsíveis e perigosas consequências mas trata-se de uma declaração de guerra, a um Estado potencialmente nuclear
Se for despoletada será uma guerra de anos, alterando o sempre instável equilíbrio geo-estratégico do Médio-Oriente, 

Sem mais... 

IN MEMORIAM - DAME MAGGIE SMITH

28 / 12/ 1934 - 27/ 09/ 2024

INESQUECÍVEL   INSUBSTITUÍVEL  INSUPERÁVEL




O TRIGO E O JOIO



Ontem publiquei aqui inacreditáveis palavras proferidas por um ex-presidente dos EUA, candidato a um novo mandato e nomeado pelo Partido Republicano que "foi-e-já-não-é". 

Reitero a publicação, mais completa, para memória futura, e para servir de comparação com o que se passou hoje em Washington

Trump, 25 Set.24 -  «A Ucrânia está obliterada, com vilas e cidades que desapareceram e que nunca poderão ser reconstruídas. Temos dado biliões de dólares a um homem que se recusa a fazer um acordo, Zelensky.  Não havia nenhum acordo que ele pudesse ter feito que não fosse melhor do que a situação que temos neste momento. Temos um país que foi destruído e que não é possível reconstruir, Milhões e milhões (!?!?!) de pessoas morreram,  a Ucrânia está a usar crianças e velhos, uma vez que as suas forças armadas estão a sofrer uma escassez de soldados.»

«Mas estamos presos nessa guerra a menos que eu seja presidente. Eu vou conseguir. Vou negociá-la. Eu saio. Temos de sair. Biden diz que não sairemos até ganharmos. O que é que acontece se eles (os russos) ganharem? É isso que eles fazem, lutam em guerras. Como alguém me disse no outro dia, eles venceram Hitler. Derrotaram Napoleão. É isso que eles fazem»

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27.Set.24 - Durante uma aparição ao lado de Zelensky, Kamala Harris sugeriu que o seu oponente republicano forçaria a Ucrânia a ceder território aos invasores russos, alinhando com as exigências do Presidente Vladimir Putin.

Harris - «Com toda a franqueza, partilho consigo, Sr. Presidente (Zelensky), que há algumas pessoas no meu país que forçariam a Ucrânia a ceder grandes partes do seu território soberano, que exigiriam que a Ucrânia aceitasse a neutralidade e que exigiriam que a Ucrânia renunciasse a relações de segurança com outras nações. Estas propostas são as mesmas de Putin e, sejamos claros, não são propostas de paz. Pelo contrário, são propostas de rendição, o que é perigoso e inaceitável.»

Poucos dias antes do início da invasão russa, em Fevereiro de 2022, a vice-presidente encontrou-se com Zelensky na Conferência de Segurança de Munique, onde os dois discutiram o reforço militar da Rússia em torno da Ucrânia e a possibilidade do início de uma guerra.

No seu discurso na Convenção Nacional Democrata no mês passado, Harris lembrou:

“Cinco dias antes de a Rússia atacar a Ucrânia, reuni-me com o Presidente Zelensky para o avisar do plano de invasão da Rússia. Ajudei a mobilizar uma resposta global - mais de 50 países - para nos defendermos da agressão de Putin.  Como Presidente manter-me-ei firme ao lado da Ucrânia e dos nossos aliados da NATO”.

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Quando Zelensky deixou a Ucrânia em direcção a Nova Iorque tinha marcado na agenda algumas entrevistas, uma rápida passagem por Capitol Hill e três ocorrências: A Assembleia das Nacões Unidas, o encontro com Biden e Harris e um encontro com Trump, enquanto candidato presidencial. 

Durante uma entrevista ao New York Times, Zelensky, respondendo às múltiplas declarações de Trump dizendo que acabaria com a guerra na Ucrânia em 24h,  Zelensky disse: “A minha sensação é que Trump não sabe realmente como parar a guerra, mesmo que pense que sabe como o fazer”. 

Numa entrevista ao The New Yorker, publicada no passado domingo,  Zelensky considera o candidato a vice-presidente JD Vance “demasiado radical”. “A sua mensagem parece ser a de que a Ucrânia tem de fazer um sacrifício. Isto leva-nos de volta à questão do custo e de quem o suporta. A ideia de que o mundo deve acabar com esta guerra à custa da Ucrânia é inaceitável. Para nós, estes são sinais perigosos, vindos de um potencial vice-presidente”.

Após a entrevista Trump desmarcou o encontro. Na quarta-feira a birra ainda não lhe tinha passado, como fez questão de declarar (ou declamar?) : «O Presidente da Ucrânia está no nosso país. Ele está a fazer pequenas calúnias maldosas contra o vosso presidente favorito, eu»

Como as birras não são coisa que um candidato presidencial deva ter com conhecimento público, alguém o deve ter convencido a alterar essa desmarcação. Numa evidente atitude de "Se ele pedir muito..." Trump publicou esta quinta-feira na sua rede social, Truth Social,  o que parecia ser uma comunicação privada entre o vice-embaixador ucraniano e um seu assessor pedindo para transmitir uma mensagem de Zelensky ao antigo presidente e pedindo para se encontrar com Trump,  mas não indicou no post se se iria encontrar com o presidente ucraniano.

Haverá encontro? Não haverá? A trama adensa-se... 😬

Zelensky já deveria ter partido dos Estados Unidos, mas ficará mais um dia para facilitar o encontro, segundo fonte familiarizada com os seus planos. É tem razão, aposto as minhas fichas todas que o outro não perderá a oportunidade de mostrar como é encantador e conhece o Putin como ninguém. 

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Entretanto Biden

Biden ordenou um aumento da assistência à Ucrânia, dando instruções ao Pentágono para atribuir todos os fundos restantes já aprovados pelo Congresso antes de deixar o cargo, na esperança de posicionar Kiev para a vitória, independentemente do vencedor das eleições presidenciais americanas de novembro.

Falando aos jornalistas ao lado de Zelensky pouco antes do encontro privado na Sala Oval, Biden disse: “Isto irá reforçar a posição da Ucrânia em futuras negociações.  Os EUA e os aliados têm de apoiar a Ucrânia no seu caminho para a adesão à UE e à NATO e continuar a fazer reformas para combater a corrupção assegurando que o país é capaz de repelir quaisquer futuros ataques russos.

Prometeu a continuação do apoio dos EUA aos esforços de recuperação e reconstrução do país, em alguns casos “utilizando também activos russos”, confiscados no âmbito das sanções em vigor

Biden disse que estava a aprovar novas armas de longo alcance, mísseis Patriot e formação para pilotos de caça, e planeia reunir os líderes ocidentais no próximo mês na Alemanha para coordenar os seus esforços no sentido de ajudar a Ucrânia a alcançar a vitória. Publicamente não concedeu à Ucrânia autorização para disparar armas de longo alcance fornecidas pelo Ocidente para o território russo, uma linha que Biden não gostava de ultrapassar, mas à qual parece estar mais aberto, uma vez que tem estado sob crescente pressão para ceder.

Pergunto-me se esta alteração política e estratégica alguma vez será anunciada publicamente.

Durante a visita às Nações Unidas Biden declarou perante um enxame de jornalistas:
«A minha
 administração está determinada a garantir que a Ucrânia tem o que precisa para prevalecer na luta pela sobrevivência. Amanhã, anunciarei uma série de acções para acelerar o apoio às forças armadas ucranianas - mas sabemos que a futura vitória da Ucrânia é mais do que aquilo que acontece no campo de batalha, é também aquilo que os ucranianos fazem para tirar o máximo partido de um futuro livre e independente, pelo qual tantos se sacrificaram”»


Faltam 40 dias...


O PONTO DE NÃO RETORNO


O Ponto de Não Retorno é uma expressão usada habitualmente em aeronáutica para designar um ponto, num trajecto, a partir do qual já não é possível voltar para trás, normalmente por falta de combustível; É usado metaforicamente para identificar uma situação ou comportamento em que foi atingido um ponto cujas consequências não podem já ser prevenidas ou evitadas

Ou seja...

Toda e qualquer tentativa de alterar um destino para o qual se converge só tem hipóteses de êxito se tomada antes de ser atingido o Ponto de Não Retorno.

Em linguagem muito simples: Se não desejarmos chegar após o anoitecer a um lugar que fica a 1h de caminho teremos se iniciar a caminhada pelo menos 1h antes do anoitecer

Neste momento começa a fazer-se tarde... A noite anuncia-se, a escuridão pressente-se

«O secretário de Estado, Antony Blinken, passou os últimos três dias - à margem da reunião anual de líderes mundiais da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque -- a procurar o apoio de outros países para o seu plano de paz regional. 

Os EUA apresentaram uma proposta de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah para travar a escalada do conflito no norte de Israel e no sul do Líbano, informaram esta quarta-feira as autoridades norte-americanas.

O presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, também referiu que estão a ser feitos "esforços sérios" para uma solução política com vista a alcançar uma trégua no confronto entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, acrescentando que "As próximas 24 horas serão decisivas para o sucesso ou fracasso destes esforços para alcançar uma solução política"» fonte - Agência Lusa 

As próximas 24 horas serão decisivas... 
As "próximas 24horas" estão passando, esta quinta-feira, dia 26/09, e o que aconteceu? Sumariamente:

O chefe do exército israelita informou que as forças armadas estão a preparar-se para uma possível incursão terrestre no Líbano. As declarações foram feitas no momento em que as FDI anunciaram a convocação de duas brigadas de reserva “para missões operacionais no sector norte”.

Israel e o Hezbollah trocaram vagas de ataques enquanto o conflito se agrava. No Líbano, e em apenas 3 dias, cerca de 90.000 pessoas tiveram de abandonar as suas casas. As forças armadas israelitas prometeram acelerar as suas operações ofensivas contra o Hezbollah sem qualquer trégua.

Os EUA, o UK e vários países da UE encontram-se a trabalhar interruptamente para ser estabelecido um acordo diplomático visando uma trégua de 21 dias na fronteira israelo-libanesa que permita o avanço de sequentes negociações e a retoma de conversações sobre um acordo de cessar-fogo em troca de reféns em Gaza.

Mas... 

Este desesperado esforço só terá sentido se houver vontade política, e pessoal, entre as partes em conflito. Se...

Enquanto o embaixador de Israel na ONU diz aos jornalistas que o seu país acolheria de bom grado um cessar-fogo e que prefere uma solução diplomática, o chefe do exército diz que os ataques israelitas no Líbano têm como objectivo preparar o terreno para a possível entrada de tropas e, dirigindo-se aos soldados, acrescentou : “As vossas botas... entrarão em território inimigo”.

"Território inimigo"? A grande maioria dos libaneses não engole o Irão nem com molho de tomate servido em salva de ouro, são eles as primeiras vítimas da sua política internacional. 

O Hezbollah tem aguardado uma "justificação" para atacar Israel para além da guerrilha fronteiriça. Hoje, pela primeira vez, atacou Tel Aviv com um míssil

Israel tem provocado o Hezbollah para além dos limites do aceitável porque Netanyahu precisa, pessoalmente, prolongar um estado de guerra e a situação em Gaza já é tão miserável que dificilmente lhe poderá assegurar a continuidade bélica

Porém...

O Hezbollah não é o Hamas... O Hezbollah é o mais potente "exército" não pertencente a um Estado
E... Não é filho mas é afilhado. Israel não tem capacidade para enfrentar o afilhado dilecto do Irão.

No sábado passado o Irão fez desfilar as suas últimas produções de armamento; nem é necessário ser "bom-entendedor" (vídeo)

Netanyahu está perfeitamente consciente de que arrastará os EUA, e não só, para uma guerra no Médio-Oriente se for desencadeada em larga escala. O Irão marca presença no Líbano, na Síria, no Iraque, no Yemen e, de alguma forma em Gaza. Obviamente que não será permitido ao Irão estender os seus tentáculos de Estado teocrático radical do Golfo Pérsico até ao Mediterrâneo sem a menor resistência pelo meio 
E depois há aquela questão entre Xiitas e Sunitas...

Começa a fazer-se tarde... A noite anuncia-se, a escuridão pressente-se.

Como se não bastasse... A cereja olha ávida para o topo do bolo

Faltam, hoje, 41 dias para que o potencial Ponto de Não Retorno se possa, ou não, transformar no Ponto de Aceleração em direcção ao abismo; 
Tendo em conta o discurso de Zelensky na Assembleia das Nações Unidas e a conversa que terá com Biden e Harris, para apresentar os seus planos de combate para vencer a Rússia, a sua visita a Trump, enquanto potencial futuro presidente dos EUA,  foi desmarcada  (talvez por Zelensky não levar os tais planos debaixo do braço vá-se lá entender por quê) ; mais... durante uma entrevista ao New York Times Zelensky disse: “A minha sensação é que Trump não sabe realmente como parar a guerra, mesmo que pense que sabe como o fazer”.   

O camarada Trump não aguentou mais não ser explicito, a versão do debate com Kamala -  o mini-video aqui - já não foi suficiente, vociferou  todo o ódio que tem trazido contido a tanto custo; ele tem de provar a Putin que merece os esforços feitos e a sua confiança:

«A Ucrânia está obliterada, com vilas e cidades que desapareceram e que nunca poderão ser reproduzidas. Temos dado biliões de dólares a um homem que se recusa a fazer um acordo. Milhões e milhões (!?!?!) de pessoas morreram,  a Ucrânia está a usar crianças e velhos, uma vez que as suas forças armadas estão a sofrer uma escassez de soldados.»

«Mas estamos presos nessa guerra a menos que eu seja presidente. Eu vou conseguir. Vou negociá-la. Eu saio. Temos de sair. Biden diz que não sairemos até ganharmos. O que é que acontece se eles (os russos) ganharem? É isso que eles fazem, lutam em guerras. Como alguém me disse no outro dia, eles venceram Hitler. Derrotaram Napoleão. É isso que eles fazem»

"But we're stuck in that war unless I'm president. I'll get it done. I'll get it negotiated. I'll get out. We got to get out. Biden says we will not leave until we win. What happens if they win? That's what they do, is they fight wars. As somebody told me the other day, they beat Hitler. They beat Napoleon. That's what they do."

Há outro Ponto, para além do de Não Retorno; enquanto este marca o momento em que um futuro se torna inevitável, há um outro que, se escolhido a tempo, revoga a inevitabilidade, altera o futuro; um que requer coragem, visão, compreensão, persistência e  é frequentemente um ponto de salvação: 

é o Ponto de Viragem.   Se no Médio-Oriente o inevitável parece ascender a cada dia, na Ucrânia o inacreditável acontece há mais de dois anos e meio. É impensável que possamos assistir à vitória de um invasor diabólico graças a um homunculo de alma vendida

Oxalá... 

Oxalá...


O DEBATE?

Diz assim, em dois ou três e-mails que recebi (em dias diferentes)

«Então não dizes nada sobre...»

«E não  queres postar sobre... »

»O que se te oferece dizer sobre...»

------------------------------------------------ O DEBATE?

Está bem, e serei eloquente, porque "uma imagem vale por 1 000 palavras":

P.S. - Há uma parte que não vi, por causa do protector de ecrã, mas ouvi; 
partilho o bocadinho de 2.30min. porque foi um dos melhores  entre vários qualificados



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DOIS ANOS ALÉM

 Quando alguém que preenche um lugar no lado luminoso da nossa vida parte, somos assaltados por sentimentos mas dificilmente apreendemos o legado da vida que deixou, esse requer um ponto de observação que só se encontra um pouco mais além no tempo, uma perspectiva desnevoada de emoções e imbuída de visão global

Hoje fui "apanhada" por um vídeo que relembra a vida da rainha Isabel II feito quando se cumpriu o primeiro  ano sobre a sua morte e retransmitido agora, mais um ano passado.  Que pessoa notável, um inegável exemplo do "Primus inter pares", e além deles. 

Deixo-o aí abaixo juntamente com outro que aqui publiquei por ocasião do seu inesquecível Jubileu de Platina - 70 anos de reinado - em Junho de 22, três meses antes da sua morte. 



CLICL PARA AUMENTAR
(publicado no The Guardian - Set.22)





DUAS DÚZIAS... AINDA SÃO 24?

 Hoje resolvi que sou prémio Nobel da Astrofísica. Sou sim. 
Há quem ache que não? Quero lá saber, eu digo que sou e acabou a conversa. 

A negação deste facto é "ultrajantemente  falsa e podem repetir essa mentira indefinidamente que isso não a tornará verdade". 

Agora é assim, vive-se assim. A verdade é apenas uma versão de quem está contra o que um qualquer manhoso resolve inventar, cabalas negras contra as vitimas da má vontade do mundo; é assim com Putin, é assim com Trump, é assim com Netanyahu (sim, há mais mas estes 3 estão na berra e abusam de descaramento)

Quantos civis morreram em Rafah e no Corredor de Filadelfia? Duas dúzias, dito e repetido (11 segundos depois eram só 20 civis)
 Morreram apenas estes civis porque atenderam aos avisos do exército de Israel e deixaram os locais que foram bombardeados.  Netanyahu dixit - 04/Set./24

(Vídeo abaixo, com tradução, para os incrédulos como eu)

Pergunta do repórter Jeremy Diamond da CNN Internacional:
«More than 40,000 Palestinians have now been killed in Gaza, a majority of whom are civilians, and these numbers are from the Palestine Ministry of Health but they are backed up by the United States, by international organizations. Humanitarian conditions in Gaza have degraded so much that diseases like polio and hepatitis-A are now spreading. We have seen countless children be orphaned. We have seen countless mothers lose their children. How much is too much, sir?»

Resposta de Netanyahu ,
não à pergunta feita sobre Gaza, sabe-se lá porquê, mas fixou-se em Rafah e no corredor de Filadelfia (após um notável discurso introdutório que se encontra na integra no vídeo)
«We're fighting this war in a just war with just means. In fact, with means that no other army has as over form, no other army has done, has taken the precautions that Israel has taken, sometimes at great risk, to make sure that we minimize the number of casualties.»
«How many civilians died? I asked the commander of the division that did the Rafah operation and the Philadelphia border. He said, Prime Minister, there are hardly any civilian deaths because everybody left.(+71.000 hab.) They heeded our warnings. But he said there were probably two dozen, two dozen! And most of them occurred when one of our bombs hit, Hamas ammunition depot that was planted inside a residential area.40 people died. About 20 were terrorists, but 20 were civilians. And he said, that's most of the deaths. That's the lowest ratio of noncombatants to combatants in the history of urban warfare. That's it.

You can say anything that doesn't make it true. You repeat a lie over and over and over again. It assumes the cachet of self-evident truth. But it's false. Israel is doing and the Israeli army is doing something that no other army has done in history. And we'll continue to do that. I'm not going to change my policies, humanitarian policies, vaccination policies, combat policies to minimize civilian casualties.»

Não se me oferecem comentários, confesso que isto está muito além da minha capacidade de entendimento, sou Nobel de Astrofísica, não de Psiquiatria. Só me pergunto... Mas este gajo não vê os noticiários do mundo inteiro? Aaahh pois, estão todos a mentir contra ele, já me esquecia.



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