SÓ FOFURAS!

 Sexta-feira à noite, quero é sopas e descanso, nem me dou ao trabalho de comentar (como dizia o outro: "Palavras para quê?" )

Há 4 dias escrevia eu por aqui sobre as cegas e tenebrosas intenções da extrema-direita europeia e americana, concretamente o AfD da Alemanha que considera :

“A NATO não é atualmente uma aliança de defesa. Uma comunidade de defesa deve aceitar e respeitar os interesses de todos os países europeus, incluindo os interesses da Rússia”.
“O governo alemão deve optar pelo final da guerra. A Rússia ganhou esta guerra. A realidade surpreendeu aqueles que afirmam querer tornar a Ucrânia capaz de vencer a guerra”.

E finda a citação acrescentei: 

«Se, até finais do Séc.XX, alguém viesse dizer que após uma década de Séc.XXI veríamos a extrema-direita europeia (e americana)  defender a Rússia e os seus interesses, mesmo os que declaradamente tem sobre o Ocidente, seria tido como louco ou supinamente ignorante. É espantoso!

E a quantidade de amiguinhos que estes gajos têm... Andam todos a comer da mesma malga, doa a quem doer.»

Hoje o gajo que, de facto, está a mandar no outro gajo que encabeça o partido republicano e, que de hoje a um mês irá mandar nos EUA, saiu-se a enviar "flores e corações" à líder do AfD:


E ela, Weidel, respondeu ao Dear Elon, mandando beijinhos a Trump:



E depois disto a fofinha comentou:
"Sim, tem toda a razão, Elon Musk! Veja a minha entrevista sobre o presidente Trump, como a socialista Merkel  ( !!!) arruinou nosso país, como a União Europeia Soviética  ( !!!) destrói a espinha dorsal econômica dos países e sobre o mau funcionamento da Alemanha!"
Pois. Não comento. Não há pachorra! 
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Acabadinha de escrever isto e pronta a carregar na tecla "Publicar" caiu-me no e-mail uma opinião que não quero deixar de partilhar aqui; é que parece que nada do que digo acima é grave, é só mais um faits divers. Não é. Trump é perigoso, Musk é um abismo
«Utilizando uma técnica de “caos estratégico” e armado com a sua imensa riqueza e a propriedade da plataforma de comunicação social X, Musk transformou-se num "agente activo de influência" que utiliza essa técnica para minar a unidade do Ocidente e desestabilizar as instituições democráticas”

O endosso de Musk via X da Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, é outro sinal da sua crescente influência na Europa. Os democratas devem investigar os laços de Musk com Moscovo, o seu acesso a contratos com o governo dos EUA e a sua autorização de segurança.

A intromissão de Musk vai muito além dos tweets, com laços secretos e ligações a Putin e controlo total sobre Trump enquanto ele assume o papel de "presidente-eleito em exercício". Ao amplificar as agendas nacionalistas, desmantelar as normas democráticas e alinhar-se com figuras autocráticas, as acções de Musk refletem o manual da Rússia para desestabilizar as democracias ocidentais e avançar os seus objectivos geopolíticos.

Moscovo só tem a ganhar com a erosão das instituições democráticas ocidentais e com a ascensão global da extrema-direita. O acesso de Musk a autorizações de segurança dos EUA, a numerosos contratos governamentais, aprofunda a gravidade das suas acções, ele explora a sua posição para enfraquecer os próprios sistemas que defendem a democracia.

Isto é absoluta insanidade.
De facto a influência de Musk é crescentemente alarmante e expõe-se no seu alinhamento com os evidentes objectivos do Kremlin: enfraquecer as capacidades dos serviços secretos e o aparelho de segurança dos Estados Unidos, enquanto executa tácticas de desinformação e desestabilização a nível mundial destinadas a minar a confiança nas Instituições públicas levando à sua alianação e manifestações de revolta contra as mesmas»

Olga Lautman - membro sénior do Center for European Policy Analysis,
investigadora sénior do Institute for European Integrity,
consultora dos Serviços Secretos Britânicos

Bom fim de semana



OS ALEMÃES QUE FALAM RUSSO (E MANDARIM)


Berlim, 15 dez 2024 (Lusa) - O co-líder do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Tino Chrupalla, afirmou hoje que a Alemanha deve reconsiderar a sua manutenção na NATO se a aliança não defender os interesses dos países europeus, “incluindo os da Rússia”.
“A NATO não é atualmente uma aliança de defesa. Uma comunidade de defesa deve aceitar e respeitar os interesses de todos os países europeus, incluindo os interesses da Rússia”.
“O governo alemão deve optar pelo final da guerra. A Rússia ganhou esta guerra. A realidade surpreendeu aqueles que afirmam querer tornar a Ucrânia capaz de vencer a guerra”, disse o político de extrema-direita.

Vai daí, qual é o título que o Pravda publica? Não vale a pela falar do AfD, fala-se da Alemanha e está feito (A foto é deles)

Germany admitted that NATO 
is not about German interests

Se, até finais do Séc.XX, alguém viesse dizer que após uma década de Séc.XXI veríamos a extrema-direita europeia (e americana)  defender a Rússia e os seus interesses, mesmo os que declaradamente tem sobre o Ocidente, seria tido como louco ou supinamente ignorante. É espantoso!

E a quantidade de amiguinhos que estes gajos têm... Andam todos a comer da mesma malga, doa a quem doer.

Moscovo cultivou durante muito tempo "relações de amizade" com dezenas de membros da AfD,  através de viagens luxuosas à Rússia tudo pago, segundo documentos e entrevistas.
O carismático deputado Petr Bystron (AfD) fez uma viagem secreta de 3 dias à Bielorrússia em Novembro de 2022, que só reconheceu depois de ter sido exposto pelos meios de comunicação social lituanos e alemães. Kalbitz também visitou frequentemente Moscovo “para consultas”. Essas visitas foram patrocinadas pela Fundação Russa para a Paz, propriedade do chefe da Comissão de Relações Externas do Parlamento russo, Leonid Slutsky, que tem sido repetidamente denunciado como parte das manobras dos serviços secretos militares da Rússia.
O dinheiro chega através de “pagamentos de serviços”, todos eles minuciosamente documentados pelos russos. As autoridades receiam que venha à tona outro caso semelhante ao da francesa Marine Le Pen,  que obteve um empréstimo em condições mais do que vantajosas junto de um banco russo; esta hipótese é apoiada pelo facto de o adido russo em Berlim descrever Markus Frohnmaier, deputado doAfD, como “um legislador totalmente controlado” no Bundestag, o que sugere que a Rússia desenterrou um “kompromat” sério

Deixo aí a baixo um excerto traduzido do DER SPIEGEL de Abril 24 (e o link ao original) sobre as ligações doAfD à China, Rússia e a quem tenha um punho de ferro e a conta bancária generosa. 
Muito interessante e educativo









«.../... Não se trata apenas de deslizes de políticos individuais. Desde a fundação do partido, os membros da Alternativa para a Alemanha têm procurado contactos com Estados autoritários, em particular com a Rússia. .../...
Os contactos da AfD com a autocracia russa são multifacetados - mas, no seu conjunto, começam a parecer uma rede bem tecida. E é provável que um outro membro da AfD tenha algo a ver com isso: Vladimir Sergiyenko, que, até há pouco tempo, foi colaborador do deputado da AfD Eugen Schmidt.

.../...Em "chats" confidenciais, discutiu com uma sinistra pessoa de contacto em Moscovo se as entregas de tanques alemães à Ucrânia poderiam ser impedidas ou atrasadas através de uma ação judicial. Para o efeito, escreveu que seria útil um “apoio financeiro”. De acordo com as conversas, o objetivo da operação era claro: “O trabalho do governo deve ser dificultado”.
Em conversas confidenciais, discutiu com uma sinistra pessoa de contacto em Moscovo se as entregas de tanques alemães à Ucrânia poderiam ser impedidas ou atrasadas através de uma ação judicial. Para o efeito, escreveu que seria útil um “apoio financeiro”. De acordo com as conversas, o objetivo da operação era claro: “O trabalho do governo deve ser dificultado”.

.../...Durante a última legislatura, Sergiyenko estava a trabalhar para o então deputado da AFD Ulrich Oehme. Em Dezembro de 2019, os dois viajaram para a Bielorrússia e reuniram-se no President Hotel com representantes das duas repúblicas auto-proclamadas de Donetsk e Luhansk. De acordo com as actas dessa reunião, os separatistas expressaram gratidão pelo “passo corajoso dado pelo Sr. Oehme” para se encontrar com eles e queixaram-se do que alegaram ser um “putsch” apoiado pelo Ocidente na Ucrânia em 2014. Todas as pessoas com quem Oehme e Sergiyenko se encontraram nesse dia constam actualmente de listas de sanções internacionais.

.../...As descobertas das agências de segurança internacionais lançam luz sobre a origem provável deste documento. Durante uma reunião realizada no início de setembro de 2022 nos escritórios da Administração Presidencial, uma chefe de departamento chamada Tatyana Matveyeva foi encarregada de desenvolver um novo conceito para o partido Alternativa para a Alemanha, a fim de melhorar os seus números nas sondagens e alcançar uma maioria nas eleições a todos os níveis, como diz um memorando de uma agência de inteligência ocidental.
Os presentes chegaram mesmo a falar de uma possível mudança de nome do partido. O AfD, sugeriram alguns, poderia chamar-se “Alemanha Unida” ou “Unidade Alemã”.
As agências de informação ocidentais acreditam que o Kremlin esperava que o partido, com o seu novo nome, fizesse aprovar uma proibição da discriminação dos chamados “alemães russos” - os alemães étnicos e os seus descendentes que nasceram na União Soviética mas que vivem atualmente na Alemanha - e estabelecesse coligações com outros grupos extremistas. O Partido de Esquerda, de extrema-esquerda, que nessa altura ainda não se tinha dividido, foi explicitamente mencionado como potencial parceiro.

Mas porque é que os países autocráticos sob liderança comunista procuram estabelecer laços com os partidos de extrema-direita e os seus políticos?  “A China está a investir em actores políticos que acredita terem potencial para ascender ao poder e poderem exercer influência na opinião pública”, diz o especialista em China. Os chineses estão preocupados com a mudança do discurso sobre o seu país e com o acesso à informação.

Os políticos pró-Kremlin são alvos especialmente fáceis para os lobistas e agentes dos serviços secretos chineses. “Tal como a Rússia, a China apresenta-se como um contra-modelo do Ocidente livre, o que torna estes países interessantes para muitos extremistas”.

Os serviços secretos chineses são extremamente pacientes, diz, quando se trata de exercer influência sobre as pessoas, ganhar a sua confiança e, por vezes, comprar a sua lealdade com dinheiro.

O chamado manifesto não é o único documento do aparelho de poder de Moscovo em que os estrategas expõem as suas ideias sobre a AfD. Há alguns anos, DER SPIEGEL noticiou um documento que foi enviado pela Duma para os mais altos níveis da Administração Presidencial. O documento era um pedido de apoio ao político pró-russo da AfD, Markus Frohnmaier. Se ele fosse eleito para o Bundestag, dizia o documento, seria “um deputado sob controlo absoluto”. Frohnmaier rejeita a afirmação e diz não conhecer o documento.

O reforço do AfD é uma estratégia interessante para os russos. Tudo o que enfraquece o Ocidente é benéfico para o Kremlin - especialmente agora que a Rússia tem um grande interesse em torpedear o apoio à Ucrânia.»

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NÃO SE PASSA NADA A OCIDENTE

A 4 de Dezembro, 3 dias antes das milícias rebeldes sírias tomarem Damasco, perguntava eu aqui no Real Gana : 
«O regresso dos "Rebeldes" à guerrilha Síria, neste momento em que Rússia e Irão têm as mãos - leia-se armas e mercenários - ocupadas à exaustão é assunto a ter em conta por todas as partes. Pergunto eu porque sou curiosa: por quem e onde está a ser feito o treino nos "novos rebeldes" sírios? E de onde lhes chegam as ferramentas? Quem as faz, quem as paga, quem as distribui?»

Não encontro em nenhum site de notícias absolutamente nada sobre qualquer acção militar do Ocidente na Síria. Os israelitas bombardeiam, e entram na Síria para além da "zona tampão" previamente acordada após a queda de Assad, os russos batem em retirada com quilómetros de armamento pesado ao longo de auto-estradas,  os turcos apelam a isto e àquilo enquanto pensam como melhor podem aproveitar a instável situação. De resto não se passa nada... 

A coisa mais próxima que encontrei foi uma curta declaração do secretário de Estado americano, o incansável Blinken, numa conferência de imprensa em Aqaba, na Jordânia:

 “Sim, temos estado em contacto com o HTS (Hayat Tahrir Al-Sham - milícia rebelde síria)  e as outras partes”

 Os Estados Unidos, a Turquia, a União Europeia e países árabes concordaram que "um novo governo na Síria deve respeitar os direitos das minorias". Um  acordo de paz foi assinado em Aqaba este sábado,14, e foi objecto de uma declaração conjunta dos EUA e da coligação de outros países numa reunião ministerial urgente. Blinken afirmou: «O acordo envia uma mensagem unificada à nova autoridade interina e às partes sírias, afirma o apoio total à unidade, integridade territorial e soberania da Síria» (Esta da "integridade territorial e soberania" até poderia parecer um recado a Israel...)

E pouco mais que se possa espremer..

Hoje chegou-me um vídeo - não, não é manipulado - que, por mais que procure nas notícias nem sombra de palavra sobre o que mostra
No vídeo, um comboio de veículos blindados Oshkosh M-ATV e de veículos todo-o-terreno das forças armadas americanas entra na cidade de Ain al-Arab, na Síria . Um contingente americano ocupa o lugar onde  se encontravam as tropas russas do agrupamento na cidade de Sarrine e Ain Issa. 
Já não é fácil ser discreto...

POR QUE RAIO...?

 Por cá parece-me que ninguém falou nisto, se falou foi muito baixinho

Portugal tem 28 caças F16 (Julho de 2024)

Que venham instrutores noruegueses a Portugal treinar pilotos e técnicos ucranianos para F16 não me molesta, eu até gosto dos noruegueses, o que me enfada é que a nossa Força Aérea não o faça

Será que a Força Aérea Portuguesa já chegou ao ponto de não conseguir ter instrutores para pilotos e técnicos de F-16? Noruegueses porquê? Não ficamos nada bem na fotografia.

«Ah, não, não é isso, é que...»  Sim, está bem, foram os noruegueses que pediram muito para vir



ESPERO QUE EXISTA INFERNO

 Com uma mão a tapar a boca e lágrimas a fugirem-me dos olhos

Os guardas fugiram, deixaram-no para morrer à sede e à fome, ignorado como um trapo. Os guardas... Os carrascos, partiram, impunes como viveram. Como Assad... partiu, impune como viveu, acolhido por outro assassino. Não, assassino é quem mata um homem, estes não têm adjectivo que se lhes aplique. 

E neste momento ocorre-me, sem pedir licença: Espero que exista Inferno

A ALIANÇA MILITAR E O GAMBITO POLÍTICO

Nas vésperas do início da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados da Nato, com a presença do MEE da Ucrânia e do rei da Jordânia, tendo na agenda "O Dialogo Mediterrânico" e "As Relações com a Ucrânia", o futuro presidente dos EUA apresentou o seu "Plano para a Paz na Ucrânia" no que se assemelha muitíssimo com uma estratégia para desmontar tudo o que for decidido entre os dias 3 e 4 correntes nesta última reunião da Defesa da NATO, antes da sua tomada de posse a 20 de Janeiro 


Escreve Trump na sua rede social "Truth Social":

“Tenho o prazer de nomear o general Keith Kellogg para o cargo de assistente do presidente e enviado especial para a Ucrânia e a Rússia”

 “Juntos, vamos garantir a PAZ ATRAVÉS DA FORÇA e tornar a América e o Mundo NOVAMENTE SEGUROS!”

Segundo Kellogg,  "Biden substituiu a abordagem de Trump por uma abordagem liberal inter-nacionalista que promovia os valores ocidentais, os direitos humanos e a democracia. Esta é uma base bastante sombria a partir da qual se pode construir um compromisso sobre a segurança europeia. O Ocidente dá prioridade aos valores do seu próprio modo de vida e segurança. A guerra da Ucrânia está relacionada com valores que não precisamos de perpetuar e  devemos afastar-nos da ameaça nuclear de Putin.

Mais:  "A produção de armamento do Ocidente não consegue acompanhar o ritmo e os seus valores são um desperdício."

(ocorrem-me vários impropérios)

Kellogg diz que a administração Biden alienou a Rússia ao prosseguir uma política “hostil”, que não só resultou na invasão da Ucrânia pela Rússia, como também aproximou Moscovo da China, criando um novo eixo de poder que envolve a Rússia, a China, o Irão e a Coreia do Norte. 

Refere que "a decisão de Trump ao dar a primeira ajuda letal à Ucrânia transmitiu a força necessária para enfrentar Putin, e a abordagem suave de Trump ao chefe do Kremlin - não o demonizando como Biden fez - permitirá que ele chegue a um acordo". E afirma ainda que "deveriam ter sido fornecidas mais armas antes da invasão russa, e imediatamente depois, para permitir que a Ucrânia vencesse".

Obviamente que  Kellogg não leu a transcrição do telefonema entre Trump e Zelensky em 25 de Julho de 2019; Primeiro - Trump não "deu", vendeu; Segundo - A "grande ajuda" tinha uma condição: "Gostaria porém que nos fizesse um favor...", ou seja: Vendemos-te os Jevelins se nos arranjares umas papeladas do teu ministério da Justiça que provem que o Biden é corrupto.

O "Plano de Paz através da força " não explica muito sobre como conseguir o que propõe mas propõe em linhas muito gerais:
  • A adesão da Ucrânia à NATO deve ser suspensa indefinidamente, “em troca de um acordo de paz abrangente e verificável com garantias de segurança”.
  • Se a Ucrânia se recusar a negociar, os EUA deixarão de prestar ajuda militar. Por outro lado, o apoio americano à Ucrânia só aumentaria se a Rússia recusasse as negociações. 
  • As linhas da frente devem ser congeladas por um cessar-fogo sendo imposta uma zona desmilitarizada. 
  • Por concordar com o cessar-fogo, a Rússia obteria um alívio limitado das sanções, e um alívio total quando assinado um acordo de paz do agrado da Ucrânia. 
  • Uma taxa sobre as exportações de energia russas pagaria a reconstrução da Ucrânia. 
  • Não seria pedido à Ucrânia que desistisse de recuperar o território ocupado, mas teria de fazê-lo apenas através da diplomacia. 
  • A futura ajuda dos EUA será provavelmente concedida sob a forma de empréstimo e será condicionada pela negociação da Ucrânia com a Rússia,
Gostaria que Kellogg, ou Trump, especificassem qual foi a primeira, ou a última, vez que Putin respeitou um cessar-fogo; na verdade, quando é que Putin respeitou qualquer acordo que tenha assinado a partir do momento em que se lhe tenha tornado inconveniente
E  Kellogg reconhece: "Isto exigiria um futuro avanço diplomático que provavelmente não ocorrerá antes de Putin deixar o cargo". Ok, então estamos a falar de quê e para quê?

Em momento algum refere o que Moscovo exigirá e ignora totalmente todas as vezes que utilizou o processo diplomático no passado para perseguir avanços militares. O congelamento das linhas da frente precipitará a violência dos ataques russos, na verdade isso já está a acontecerpois Moscovo procura conquistar o máximo de terreno possível antes de ser confrontado com uma negociação. O Kremlin sempre ignorou os cessar-fogo e perseguiu os seus objectivos territoriais negando-o sem rodeios ou engulhos. Já agora é de referir en passant os previsíveis desacordos no seio da UE durante as eventuais negociações do cessar-fogo e do estabelecimento e manutenção de uma "zona desmilitarizada", que quão mais prolongado e controverso mais agradará e servirá a Putin - tudo o que sirva para dividir o Ocidente é bem vindo. Por alguma razão, há menos de uma semana, na cimeira da CSTO - a aliança militar liderada pela Rússia -  Putin elogiou Trump, descrevendo-o como um político "inteligente e experiente capaz de abordar o conflito". Temos homem!


Até 20 de Janeiro há muito mais a fazer do que pensar nas ideias de Trump, Kellogg e do resto da seita sem esquecer o futuro vice-presidente JD Vance, que tem defendido que os recursos dos EUA se devem concentrar na luta contra a China e não no apoio à Ucrânia. E sobre "recursos" opina Musk, o amigo e companheiro de negócios de Putin, que segura Vance pela trela


A presença do rei da Jordânia na NATO tem que se lhe diga... 
O regresso dos "Rebeldes" à guerrilha Síria, neste momento em que Rússia e Irão têm as mãos - leia-se armas e mercenários - ocupadas à exaustão é assunto a ter em conta por todas as partes. Pergunto eu porque sou curiosa: por quem e onde está a ser feito o treino nos "novos rebeldes" sírios? E de onde lhes chegam as ferramentas? Quem as faz, quem as paga, quem as distribui?

O que foi Keir Starmer conversar com Macron a Paris na primeira quinzena de Novembro, 5 dias após a vitória de Trump? 
E a Alemanha? A Alemanha, por agora, entra nas contas mas não na revisão de contas, irá a votos  a 23 de Fevereiro e uma mudança para um governo titulado pelos democratas-cristãos é o cenário mais provável. Olaf Scholz  deu sempre o seu apoio à Ucrânia mas mostrou-se sempre muito cauteloso, talvez demais no entender dos britânicos e dos franceses. Haverá por certo um novo baralho no jogo e redistribuição de cartas
A NATO? A Nato terá de se salvaguardar de Trump, já o fez uma vez e sabe bem com o que conta, e com o que não pode contar. Uma coisa é certa, nada se tornará mais fácil.