PEC IV - A NOVELA

OS EQUILIBRISTAS


“Nós não podemos aumentar as pensões, tal como estão definidas na lei. Não podemos. E isso é o esforço que se pede para 2012, mas a verdade é que não decorre dessa lei que tenhamos que congelar as pensões mínimas. Temos margem de manobra para proceder a uma actualização- limitada, é certo - das pensões mínimas e é o que faremos”. José Sócrates
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O PULHA


“A comunicação do ministro das Finanças ficará, certamente, para a história como a mais desastrada e desastrosa que alguma vez foi feita em Portugal, se não mesmo no hemisfério Norte, de todos os pontos de vista”. António Costa
E mais...

Sobre a anunciada recusa de Passos Coelho de negociar com o Governo, António Costa sublinhou:

«Não sei se Passos Coelho quando disse isso porventura ainda estava com algum dos equívocos que uma má comunicação tinha gerado. Eu próprio confesso que só no domingo à noite percebi que as pensões mínimas não estavam congeladas. Porventura, muita gente tomou posições com base em posições equívocas».


Eu, que tenho uma mente pecaminosa, diria que o nº 2 do PS está a aquecer para se surgir uma brecha que o retire do banco... Nesse caso não convém nada beliscar o Passos Coelho, não vá o diabo tecer um Bloco Central
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O PAU-MANDADO


Coitado do homem, quase tenho pena dele,
a estupidez não é uma deficiência de carácter, é meramente mental

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O TROCA-TINTAS
«Sócrates afirmou que o seu Governo se limitou a apresentar antecipadamente, como no ano passado, “as linhas de orientação para o PEC”, sublinhando que está agora “disponível para negociar”.
Essa apresentação não foi feita “lá fora”, mas sim “aos portugueses”, e com o objectivo de defender Portugal junto da União Europeia e evitar ajuda externa, tendo “obtido uma vitória nessa cimeira” de sexta-feira, acrescentou o Primeiro-ministro.» 18 Março - A.R.

João Galamba, deputado socialista, 11Mar.
"Admito que as medidas anunciadas esta manhã tenham sido negociadas ontem ao final da noite. Teve uma equipa do BCE e da Comissão Europeia [em Portugal] nos últimos tempos, admito que tenham havido negociações e que isto tenha sido tomado à última da hora. Espero que tenha sido assim e estou convencido que foi porque a maioria dos deputados do PS não sabia, ninguém sabia, eu tenho a certeza que até ontem à noite mesmo o primeiro-ministro e o ministro das Finanças não sabiam".



Em Outubro último discutia-se o Orçamento 2011.

Governo e PSD discutiram durante horas e horas as alterações que permitiriam a passagem do Orçamento na Assembleia da República.
A 27 de Outubro as conversações foram interrompidas:
"O que nós detectámos foi que não existia vontade política de fazer medidas adicionais que implicassem um maior esforço relativo do lado da despesa, face ao esforço relativo da área da receita".
"O Governo foi insensível à nossa argumentação" depois de ter deixado "engordar desmesuradamente a despesa pública em 2010." - Eduardo Catroga.
"O PSD achou que estava a fazer um favor ao Governo" ao sentar-se à mesa das negociações." - Teixeira dos Santos

Dois dias depois, após uma reunião do Conselho de Estado, Cavaco pronunciou-se sobre a "birra":
«Enquanto Presidente da República tenho obrigação de voltar a dizer que a actual situação financeira do pais é muito grave e não se compadece com atitudes que levem a uma crise política»

«Ninguém pode demitir-se das suas responsabilidades. Por isso espero convictamente que se chegue a um entendimento».

Nesse mesmo dia as conversações foram retomadas:
Em declarações aos jornalistas no Parlamento, Eduardo Catroga referiu que quarta feira as negociações entre a equipa do Governo e a do PSD, que liderava, foram interrompidas porque foi confrontado com um "ultimato inegociável" que não aceitou."

"O ministro das Finanças telefonou-me de manhã dizendo que estava muito preocupado e queria voltar a ter a oportunidade de apresentar uma nova proposta, derrogando a posição anterior que era inegociável"

"Eduardo Catroga, revelou que o ministro das Finanças lhe disse "implicitamente" que "não podia ser insensível" aos apelos do Presidente da República, quando lhe telefonou para retomar as negociações."

Após a apresentação da nova proposta e feitos os respectivos ajustes, essencialmente focados na diminuição da Despesa, foi assinado, no dia seguinte - 30 Outubro - um "documento de entendimento sobre o orçamento de Estado 2011"

Nem seis meses passaram... Já vamos no 4º Programa Estabilidade e Crescimento.
Esse, o PEC, veio feitinho de Bruxelas, foi comunicado em segunda mão e, agora, após a inflamação da oposição - em geral, não apenas do PSD - Sócrates apela à «
largueza de espírito e abertura para a negociação».
«Interrogado se o Governo admite reavaliar medidas previstas para o novo PEC como o congelamento das pensões e os cortes ao nível das deduções fiscais, Sócrates disse que Portugal precisa de alterar a lei que indexa o crescimento das pensões à inflação.
«Isso não será possível, mas estamos disponíveis para conversar sobre essa e sobre todas as medidas. Mas é inaceitável é a posição de quem não quer conversar sobre nada e de quem não apresenta nenhuma solução, achando que passar para um
défice de três cento [em 2012] não exige medidas nenhumas»
Moral da história:
Quando Sócrates está à rasca quer dialogar
Quando é o supra-primeiro não quer conversas com ninguém, faz como bem entende.
«E não me responda que falou com o Presidente da República porque queria falar primeiro com os portugueses porque eu acho até nova prova que o Presidente da República não é tibetano e que por sua vez a Senhora Merkel não é transmontana» - Paulo Portas, 18 Mar. AR.
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