Imagine-se uma casa num sítio onde não passam carros, nem aviões, por onde passa uma pessoa ou outra de vez em quando.
Um sítio onde uma criança pode andar sem vigilância permanente e acurada; onde os cães andam à vontade, dentro e fora, fora e dentro sem pedir licença.
Uma casa com uma TV tão pequena que nem dá vontade de olhar
Uma casa onde há tempo e disposição para ler, preguiçar, respirar; onde há flores e árvores à volta...
Só por um bocadinho, uns dias, uma quebra no tempo e na correria, no "tenho de...".
Depois regressa-se.
O trabalho ali a olhar-nos como se não pudesse passar sem nós.
Inocentemente liga-se a TV, o computador, vai-se tomar um café e somos surpreendidos por um jornal, um noticiário no rádio do carro...
Está tudo doido! Tomam a jogatana política por realidade social, a nuvem por Juno.
Não é possível chegar a um acordo de salvação nacional. Não é possível? Mas andamos a brincar às casinhas e aos parlamentos, ou quê? Como não é possível? Aqueles meninos não deixam?
Deixem-se de merdelices. Nem que digam agora que sim e depois façam que não - não faz mal, não seria a primeira vez, nem a segunda, nem sequer a última.
Entendam-se!
Quero ir-me embora outra vez, agarrar-me ao livro que ficou a um pouco mais de meio e fazer de conta que a realidade é a que me apetece. Ou só eu é que não posso?
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