O problema é que isto já tem pouco de democracia. Definitivamente os partidos deram, mais uma vez e à semelhança do fim da monarquia constitucional e da 1ª república, uma machadada violentíssima no país. Não quero ser mal interpretado mas, a Manuela Ferreira Leite tinha razão... Estes senhores ainda não perceberam que só uma força una, nacional, motivada e empenhada em fazer frente aos problemas, é que nos pode tirar deste buraco. Com esta gente “democrata” que por aí anda, tal não será possível. Não se esqueçam que esta maltinha, com excepções que as há, são os das passagens administrativas após o 25 de Abril ou os das licenciaturas de encomenda tipo “aquele cujo nome não se pode pronunciar”, mais o “outro cujo nome também não se pode pronunciar”. Sou português e orgulho-me muito disso! No entanto, sempre tive uma relação de amor/ódio por este povo, capaz das piores ou das mais fantásticas coisas. Por triste que seja, hoje não acredito que tenhamos noções de cidadania suficientes, para podermos ter um sistema político civilizado. O déspota iluminado seria um bom sistema mas, o problema, é que os déspotas normalmente não são iluminados. Assim sendo, vamos ter de continuar a brincar às democracias com os interlocutores que temos, já que as referências, as verdadeiras, já há muito que são somente espectadores, embora de vez em quando falem. Desculpe o desabafo e se calhar este não seria o melhor artigo para o expressar, mas gosto deste seu espaço.
Estava a lê-lo com muita atenção, como sempre, e fez-me lembrar o meu pai - que faleceu em 97 e já não viu este relambório. O que escreveu poderia ter sido escrito por ele...
Para mal dos meus pecados não posso deixar de lhe dar, perdão, de lhe reconhecer, razão. E doi-me. Doi-me porque eu, que já tenho idade para ter juízo, insisto em manter acesa aquela chama de optimismo crédulo que arde em nós quando somos jovens. Eu sei identifica-la, sei reconhecer o idealismo com que a alimento e tenho o descernimento suficiente para separar os idealismos da realidade. É por isto que eu ainda sou capaz de ir a uma especial manif. e você não vai; É mais "crescido" do que eu... (O meu pai também não ia, nunca foi.)Entendo perfeitamente. Creio que preciso manter essa chama para não bater a porta e desistir deste país. Não quero. Claro que a Manuela Ferreira Leite tinha razão quando disse que seria necessário suspender a democracia. Eu sei. Sei mas continuo a militar nesta coisa bonita de que "os fins não justificam os meios", é uma espécie de luxo que me concedo. Enquanto existirem americanos, p/ex., que limpam o sebo a terroristas pela calada eu posso dar-me ao luxo de dizer que "os fins não justificam os meios". Prezo tanto a liberdade humana que não quero acreditar que não é possível transpor a ignorância, a desonestidade, o egocentrismo, sem abdicar dela. Realmente os déspotas não são iluminados... Não me peça desculpa pelos seus desabafos, são manifestações de alma. É sempre agradável e interessante "conversar" consigo.
O problema é que isto já tem pouco de democracia. Definitivamente os partidos deram, mais uma vez e à semelhança do fim da monarquia constitucional e da 1ª república, uma machadada violentíssima no país. Não quero ser mal interpretado mas, a Manuela Ferreira Leite tinha razão... Estes senhores ainda não perceberam que só uma força una, nacional, motivada e empenhada em fazer frente aos problemas, é que nos pode tirar deste buraco. Com esta gente “democrata” que por aí anda, tal não será possível. Não se esqueçam que esta maltinha, com excepções que as há, são os das passagens administrativas após o 25 de Abril ou os das licenciaturas de encomenda tipo “aquele cujo nome não se pode pronunciar”, mais o “outro cujo nome também não se pode pronunciar”. Sou português e orgulho-me muito disso! No entanto, sempre tive uma relação de amor/ódio por este povo, capaz das piores ou das mais fantásticas coisas. Por triste que seja, hoje não acredito que tenhamos noções de cidadania suficientes, para podermos ter um sistema político civilizado. O déspota iluminado seria um bom sistema mas, o problema, é que os déspotas normalmente não são iluminados. Assim sendo, vamos ter de continuar a brincar às democracias com os interlocutores que temos, já que as referências, as verdadeiras, já há muito que são somente espectadores, embora de vez em quando falem. Desculpe o desabafo e se calhar este não seria o melhor artigo para o expressar, mas gosto deste seu espaço.
ResponderEliminarEstava a lê-lo com muita atenção, como sempre, e fez-me lembrar o meu pai - que faleceu em 97 e já não viu este relambório. O que escreveu poderia ter sido escrito por ele...
ResponderEliminarPara mal dos meus pecados não posso deixar de lhe dar, perdão, de lhe reconhecer, razão. E doi-me.
Doi-me porque eu, que já tenho idade para ter juízo, insisto em manter acesa aquela chama de optimismo crédulo que arde em nós quando somos jovens. Eu sei identifica-la, sei reconhecer o idealismo com que a alimento e tenho o descernimento suficiente para separar os idealismos da realidade.
É por isto que eu ainda sou capaz de ir a uma especial manif. e você não vai; É mais "crescido" do que eu... (O meu pai também não ia, nunca foi.)Entendo perfeitamente.
Creio que preciso manter essa chama para não bater a porta e desistir deste país. Não quero. Claro que a Manuela Ferreira Leite tinha razão quando disse que seria necessário suspender a democracia. Eu sei. Sei mas continuo a militar nesta coisa bonita de que "os fins não justificam os meios", é uma espécie de luxo que me concedo. Enquanto existirem americanos, p/ex., que limpam o sebo a terroristas pela calada eu posso dar-me ao luxo de dizer que "os fins não justificam os meios".
Prezo tanto a liberdade humana que não quero acreditar que não é possível transpor a ignorância, a desonestidade, o egocentrismo, sem abdicar dela. Realmente os déspotas não são iluminados...
Não me peça desculpa pelos seus desabafos, são manifestações de alma. É sempre agradável e interessante "conversar" consigo.
Até breve.