O "ÍNTIMO E PESSOAL" E O "PRINCÍPIO ENTRÓPICO"

Ultimamente mais de uma ou duas pessoas me disseram que faz tempo que não publico por aqui nada de pessoal, nenhum daqueles "posts" que na "Blogoteca" do Real Gana, aí do lado direito, se encontram sob as etiquetas "Sobre mim", "LR", "Os meus amigos", "Caminhos", "Pensamentos" e talvez outras de que não me lembro de momento e não vou agora à procura.

Pois eu sei, é verdade, não estou distraída. Há várias razões pelas quais isso acontece ou, talvez melhor dizendo, não acontece.

Primeiro, a grande maioria das vezes que escrevo sobre questões pessoais, faço-o porque aquilo de que falo não se prende exclusivamente comigo; aspectos da vida, da amizade, das relações humanas e sociais, conversas que presencio, etc., que reflectem e se prendem com a vida de todos nós, dos amigos aos filhos, dos sentimentos às recordações, do maravilhamento à indignação, e tudo o resto que nos faz humanos.

Depois, mais raramente, escrevo sobre, e para, os meus amigos ou pessoas que passam pela minha vida. Faço-o para eles, meus amigos, e para mim, deixando uma marca expressa daquilo que até então era apenas sentido e recordado. Pela mesma razão escrevo sobre e para o meu filho, para que fique escrito, para que ele venha a ler, porque lhe acho graça e porque me derrete.

Por último há o que escrevo exclusivamente por mim, interessante ou não para quem por aqui passa, trata-se fundamentalmente de uma forma de comunicar com aqueles que me são próximos, íntimos, dando-lhes "notícias" do que me vai na alma, dentro dos limites do que considero "publicável" - sem franquear as portas da minha vida, exponho aquilo que considero humano, verdadeiro, característico de mim. São exercícios de exteriorização dentro dos limites da privacidade. Porque me apetece, porque sim, porque me dá na real gana.

Então e ultimamente?
Pois ultimamente não me tem dado na real gana.
A forma mais simples que encontro para (me) explicar este rarear de "posts" mais pessoais é o Princípio Entrópico. A sério.

Se não travarmos uma batalha diária, ou quase diária, a entropia dá conta das nossas vidas, do meio que nos rodeia, das nossas relações, da nossa saúde física e mental.
Se não colocarmos a loiça na máquina, e o detergente, e não carregarmos no botão, veremos o caos, em pleno acordo com o princípio entrópico, tomar conta da nossa casa em dois ou três dias. O mesmo é válido para tudo o resto.

Há coisas que outros podem fazer por nós mas temos de ser nós a gerir essa delegação de tarefas, nem que seja na comunicação do que desejamos, na supervisão, no reconhecimento ou tão apenas na prontidão de um ordenado; outras coisas, menos frugais, teremos de ser nós a controlar, a manter sobre os carris da vida.

A minha vida é, habitualmente, uma correria; não que isso me agrade por aí além mas também não é dramático, é assim.

Muitas vezes sinto-me como uma torre, de diâmetro considerável, isto é, abrangendo vários "tipos de terreno", permanentemente a restaurar os seus blocos para não ruir - recaíndo sobre os "edifícios anexos e próximos" - ou, pelo menos, para não abrir brechas complicadas.

Tento, dentro das folgas que conquisto à entropia circundante, e até interior, salvar algum tempo para parar de correr. Não para parar, esse tempo durmo-o, mas para parar de correr, abrandar o ritmo. (O tempo que uso escrevendo neste blog faz parte dessas folgas da correria).
Os abrandamentos têm de ser cuidadosos para não virem a gerar "sprints", às vezes englobando "barreiras" e "corta-mato", em correrias infernais e desgastantes.
Também as faltas de abrandamento, físico e emocional, têm consequências similares: o desgaste resultante é idêntico. Abrem-se brechas, a fragilidade domina, o perigo de ruir espreita.
Este equilíbrio entre "o restauro continuo" e o abrandamento - para já não evocar o descanso - é fundamental. E é difícil.

O que é que tudo isto tem a ver com o conteúdo mais pessoal dos meus "posts"?

No que está fragilizado não se mexe. Reforça-se, repousa-se mas não se agita.

A dada altura, não sei exactamente quando, devo ter confundido a minha capacidade de "corredora de fundo" com a possibilidade de viver em "sprint".
Foi a exaustão, claro. Mas continuei...

De repente apercebi-me de que me sentia mal, de que vinha a sentir-me mal sem ligar a devida importância ao facto. Havia muito para fazer, para além do trabalho e das rotinas diárias, muitas frentes de "combate entrópico"; meteu-se o Natal, as azafamas costumeiras e as acrescidas, o "não dá para parar agora". Mesmo com a chegada das férias escolares da época, o que sempre alivia o vai-vem, os horários e, sobretudo, a imprescindível hora da alvorada, mesmo assim o meu nível de energia continuava baixo e a luta contra o caos tornava-se mais pesada do que o suportável.

Creio que o último "post pessoal" que aqui escrevi, talvez o único dos últimos dois mêses - Votos de Ano Novo - começava com um pedido de desculpas aos meus amigos que me telefonaram, ou de alguma forma me procuraram pelo Natal, amavelmente, carinhosamente, e que esbarraram com uma parede de silêncio, sem respostas e telefones desligados.

O virar do ano não foi melhor, pelo contrário. Por razões que não vêm a propósito houve que superar algumas provas amargas ainda que imprescindíveis ao fechar de assuntos longamente arrastados e definhados.

Até que um dia, sabe-se lá porquê, sentindo um cansaço que não tinha descanso, o corpo a pesar-me arrobas e encontrando-me no espelho com mais dez anos do que há um mês ou dois, medi a tensão arterial... Foi o pânico. Pânico!
A sistólica a bater no 10 e diastólica a rondar o 17/18... Eu, habitualmente hipotensa. E não, desta vez não se tratava de um pico de tensão motivado por uma situação isolada e identificável, os valores mais baixos batiam nos 9/16, continuamente.
Travões a fundo.
Não sofro de medo da morte mas sofro, mesmo racionalizando, de angustia de mãe de uma criança pequena
Parou, que se lixe a taça.

Como disse atrás, o tempo que passo escrevendo neste blog faz parte das folgas na correria quotidiana. Sento-me frente ao computador e concentro-me noutras coisas que não a rotina, o que há para fazer, o que preciso de tratar, etc. Treino as célulazinhas cinzentas, treino a escrita, o raciocínio, alheio-me de tarefas e obrigações.
As polítiquices, as pouca-vergonhas deste nosso país, e de outros, as questões sociais e outras que são do foro externo, não pessoal mas comum, ocupam-me a cabeça, até as emoções, mas deixam o meu foro íntimo em paz. E esse, mais do que alguma vez, eu quis deixa-lo em paz, uma paz verdadeiramente imprescindível - não mexe mais para não aumentar a entropia, "em absoluto acordo e respeito pela segunda lei da termodinâmica".

Agora, chegada aqui, a este momento, a esta linha, encontro-me neste "post muito pessoal".
Ainda não me refiz do susto. Reentro pela vida com pés de lã sabendo que não posso continuar a protelar o meu bem-estar em nome das urgentíssimas ninharias que nos comem a vida, se deixarmos.

Agradeço a quem me entendeu, a quem me deu tempo, a quem me dá espaço, a quem me dá a mão.
Não tenho ainda vontade de sair por aí correndo nem me parece que fosse grande ideia mas, se bem me conheço, não tarda vou sentir falta de um Rock'n Roll.

Keep rocking
Keep rollin'


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A LIBERDADE de ensino TEM PREÇO?

A medida chegou discretamente, embrulhada noutros acontecimentos e crises que saltaram para os jornais tomando a primazia e diluindo o seu carácter pernicioso .
Os pais não engoliram, as escolas não se axambraram.

A Ministra disse que nem ia discutir o assunto que não voltaria atrás.
Os pais não engoliram, as escolas não se axambraram.

«Na terça-feira (25/01), a ministra da Educação, Isabel Alçada afirmou que o Governo não vai continuar a financiar “privilégios e lucros” de alguns colégios e adiantou que, se as restantes escolas não assinarem, o Governo encontrará alternativas para os alunos na rede pública ou mesmo noutros estabelecimentos privados que, segundo a ministra, já manifestaram vontade em assinar aquele tipo de contratos.»

A VERSÃO NÃO MINISTERIAL, FALEI DELA, HÁ DIAS, AQUI (EM CIMA DE PEDRA, COICE)

Quando as pessoas se revoltam e se mexem as coisas podem mudar. Porque não se calam. Mas só o sentimento de revolta não chega.

FOTOS LUSA

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OXALÁ TENHA RAZÃO

«Os jornalistas só falam do FMI, mas Portugal não precisa de nenhuma intervenção externa, não precisa de nenhum FMI, nem de nenhum conselho do FMI»
José Sócrates, 28/01/2011

«The Portuguese plea was pointless, he* said, because Sócrates would not follow any advice he was given.»
*Dominique Strauss-Kahn, Director do FMI, membro do Partido Socialista francês


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«A situação com que estamos confrontados exige apenas isto: que o país tenha quem o defenda, quem o defenda dos especuladores, desta crise, quem encontre um novo rumo.»
José Sócrates, 28/01/2011

Embora eu possa jurar que se trata de "um falar e dois entederes", por uma vez, neste aspecto, estou plenamente de acordo com José.

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TRUQUE DA TRETA 2011


Este ano contém quatro datas curiosas:
1/1/11,
11/1/11,
1/11/11,
11/11/11 .

Agora a parte com graça:
Considerem os últimos 2 dígitos do ano em que nasceram
somem-lhes a idade que farão este ano.
O resultado será 111, para todos!
E quem nasceu depois de 2000 inclusive?
Dá 11, sempre.

Está bem, é básico mas tem graça; no ano que vem dá 112 e já não tem piáda nenhuma, excepto para os caçulas do séc. XXI.

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OS FILHOS DA TERRA

ou A VANTAGEM DE JOGAR EM CASA,
quando lá em casa gostam de nós

Só por curiosidade...


José Manuel da Mata Vieira Coelho
Um filho de Gaula, Santa Cruz, Madeira
39,01% - 36,32% - 45,75%


Aníbal António Cavaco Silva
Um filho de Boliqueime, Loulé, Faro
52,27% - 62,88% - 74,40%



Manuel Alegre de Melo Duarte
Um filho de (freguesia??) Águeda, Aveiro
17,55% - 21,01%




Defensor Moura, um filho de Viana do Castelo ( freguesia??)






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Francisco José de Almeida Lopes, um filho de Vinhó, Gouveia, Guarda
O melhor que conseguiu - 7,09% na sua freguesia, Vinhó (4,59% Gouveia; 3,80% Guarda)
Um honroso 4 em 6, abaixo de Fernando Nobre
(Deve ser por causa do vinhó...)


Fernando Nobre nasceu em Angola, não dá para comparar.

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Outras perspectivas...

Vilar de Maçada, Concelho de Alijó
(Freguesia que saltou para a fama por ter abrigado a vinda ao mundo daquele que será provavelmente o seu maior "filho da terra": José Sócrates Pinto de Sousa)

« Não houve autocarro porque ninguém o pediu »
Presidente da Câmara de Alijó, 24/01

Então ó malta, lá porque não foi preciso pedir das outras vezes não quer dizer que não tivessem de pedir agora, um autarca tem mais em que pensar em vésperas de eleições, não é só pensar em como é que a malta vai votar à vila, ou até se a malta quererá ir votar. Pois pedissem.





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CONTAS DE RESCALDO À MANEIRA DA CASA

Recebi um e-mail de uma Senhora minha prima (Olá N...) que me trazia o texto abaixo prantado, a quase totalidade de um "post" do "blogger" do «República do Caústico»

Diz assim:
«Votos de protesto»

João Maria Condeixa, 24/1/11

«Não acredito que ninguém no seu perfeito juízo tenha votado em José Manuel Coelho com vista à sua eleição e tenho a ideia que a grande maioria dos votos de Nobre lhe foram atribuídos, não por lhe reconhecerem capacidades para o cargo, mas por personificar uma candidatura fora do sistema.

No fundo foram dois canais de votos de protesto que somados representam 18.6%, ou seja, 782 482 votos. Se a estes somarmos 4.26% brancos e 1,93% de nulos, ficamos com 1.028.000 votos de protesto, ainda que alguns nulos sejam de monárquicos. Um milhão e 28 mil eleitores (!) a reclamarem melhores políticos e políticas, o que num universo de 4.489.904 pessoas que foram votar representa 23%.»

Ao que eu respondi - ao e-mail da N..., claro - mais ou menos assim:

Feitas as contas temos os "Protestantes" situados um pouco acima de Alegre e um tanto abaixo de Cavaco; Não altera nada senão talvez para Alegre...
(isto partindo do princípio não linear de que se trata de "votos de protesto")

E agora adiciono o seguinte:

Só não entendo muito bem a ressalva feita no expresso:
«...ficamos com 1.028.000 votos de protesto, ainda que alguns nulos sejam de monárquicos.»
Embora alguns monárquicos prefiram escrever "Viva o Rei", e outras coisas parecidas, nos boletins de voto, não creio que careçam de ressalva, é um protesto tão bom quanto qualquer outro (por mim diria até que melhor do que muitos outros)
Também há monárquicos que votam em branco; por protesto.
Também há monárquicos que se abstêm de votar num candidato a Presidente da República. Por coerente protesto.
Mas um protesto contra o regime republicano, não outro, já que estamos a ver as coisas pelo prisma da diferenciação do voto dos monárquicos

Não constava no meu e-mail mas este "post" de João Condeixa termina assim:
«Com uma abstenção a bater recordes e a posicionar-se nos 53,37% e 23% de votos de protesto já descritos, não devíamos estar a falar no estado de saúde da democracia - como já é hábito e se tornou cliché - mas sim no estado de saúde político daqueles que trabalham sob a sua égide. É que a primeira está viva e recomenda-se, agora os seus protagonistas, esses, definham a cada acto eleitoral que passa. Sinal de que há uma geração por acabar. Só espero que não tenha feito escola..»

Primeiro, não estou convencida, mesmo nada convencida, de que os tais 53,37% de abstenção sejam "abstenção de protesto", antes fossem, teria um significado mais racional e menos vergonhoso.

- Aparte aqueles que não votaram porque boicotaram as eleições como "forma de luta" escolhida para os seus fins mais ou menos justos,
- aparte os que não votaram porque seus abençoados Cartões de Cidadão lhes boicotaram a vontade
- e mais os não sei quantos que não tiveram transporte autárquico, como vi hoje num qualquer "telejornal" que vociferava - sem som mas com muito "rodapé", valha-nos isso - no restaurante onde almocei.
A dada altura já não conseguia ler mais "rodapés", como aquele "Não votou porque lhe disseram que já tinha votado"; tinha os olhos rasos de lágrimas... de tanto rir (sim, eu sei que não tem graça mas é o meu jeito de lidar com as inevitáveis manifestações de pobreza cívica nacional). Senti-me num qualquer pequeno país da América Latina - cheguei mesmo a adiantar que o nosso próximo acto eleitoral será supra-visionado pelas tropas da O.N.U.

Estou convencida sim de que a grande maioria dos não votantes não se inscrevem nos "Protestantes" mas antes nos "Não estou p'ra isso e está um frio do caraças" e outros nos "Votar p'ra quê?". Sem protesto, por alienação pura e dura. (sobretudo dura)


Segundo, essa boa fé em que a nossa Democracia "está viva e recomenda-se" gostaria eu de a ter. Viva está mas não me parece nada recomendável. Esta campanha eleitoral deu bem testemunho desse "estado de espírito".

Quanto aos "protagonistas", não me parece que sejam os que se submeteram ontem a sufrágio que gozem da justeza dessa generosa qualificação de "protagonistas da nossa democracia"; Creio que esses são outros, uns mais expostos outros mais ocultos e, infelizmente, a "fazerem escola", alarvemente.
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«O problema é que, com mais ou menos votos, as eleições são legitimas e aos que não votam resta acatar sem protesto as decisões dos políticos.
Estava na altura da maioria silenciosa perceber que em democracia o melhor mesmo é fazer-se ouvir»
Raquel Abecassis
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A propósito ou talvez não:


«Comissão Nacional de Eleições admitiu ontem à tarde que a confusão instalada nas mesas de voto iria "aumentar, com certeza, a abstenção". Governo rejeita a tese
AQUI

E AQUI
«Eleitores por todo o país aguardavam hoje (23/01) à tarde em longas filas, com cartão de cidadão na mão, para obter um novo número de recenseamento, que, em alguns casos, sofreu alterações desde as últimas eleições. O problema foi agravado pelas falhas nos serviços electrónicos disponibilizados pelo Governo para facilitar o processo. Face à demora e à falta de informações, algumas pessoas terão mesmo desistido de votar.»


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A FRASE DA NOITE

Foi dia de eleições.
Uma vergonha, eu sinto vergonha.

Vergonha, uma vez mais, pelo nível de abstenção.
(não comento mais esta vergonha, deixo um vídeo abaixo que falará por mim*)

Uma vergonha o que se passou com os "cartões de cidadão" nas assembleias de voto. A burocracia escondida sob a capa da informática; a incompetencia, o impensável na era do simplex, do "Magalães". Um "Magalhães" por freguesia, ligado à net, teria feito muita diferença. Deixem-se de merdas.
(graças dou pelo meu cartãozinho de eleitor e pelo meu B.I. ainda não caducado)

Uma vergonha por aqueles que não sabem, não querem, ou não estão para isso, que tentam resolver os seus (reais) problemas locais - muitos dos quais se poderiam resolver, justamente, ao "estalo" se preciso fosse (ou seja...) - mas resolveram não votar, não deixar votar, boicotar eleições.
Não é assim que se vai lá. Não é assim. Não é eficaz. Não é democrático. É uma profunda falta de respeito pelos direitos dos concidadãos. Mas é também uma profunda falta de noção de Cidadania. Paciência...
Andem ao estalo se tiverem coragem e punhos mas assim... não vão lá, ninguém vai a parte alguma

Posto isto, elejo como frase da noite a que foi dita por José Sócrates, às 21h30 enquanto secretário-geral do PS:

«Foi com orgulho que todos os socialistas estiveram a seu lado (de Manuel Alegre) durante a campanha»

Bolas José, o PS, e o Bloco de Esquerda e outras franjas, só representam 19.7 %- mais trolaró menos trolaró - dos totais dos votantes nacionais?
Ó José, esta não te saiu nada bem...



*
Aos não votantes




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MENTIROSOS...

Nã nã nã nã nã, não se ponham já todos aos pulos, de satisfação ou de indignação, porque não estou a chamar "Mentirosos" aos nossos governantes; é que não sei porquê mas assim que se fala de mentirosos, quer os "prós" quer os "contras" pensam logo na rapaziada do José e em José mais propriamente. Manias...

Estou a falar dos jornalistas do "Guardian" e dos responsáveis pelo que aquele jornal publica.


Então não querem lá ver que ontem, dia 18, foram escarrapachar nas suas british pages que José tinha andado a telefonar à Tia Angela a pedir ajuda, a pedir para ela ralhar com os outros meninos que queriam bater no Zé-zé, perdão, em José.

Dizem aqueles malandros no subtítulo da notícia:

«José Sócrates reportedly begged for help last week as Portugal became the latest eurozone country tipped for a bailout. But the cynical response reveals rising tensions within the bloc»

«Angela Merkel was locked in talks about the euro crisis when the phone rang in the gleaming chancellery in Berlin.

The Portuguese prime minister, José Sócrates, was on the line from Lisbon with a plea for help. Portugal is tipped to be the third of 17 eurozone countries to collapse under the weight of its sovereign debt, needing a German-led bailout. Sócrates sounded desperate and eager to please, according to witnesses.

He asked Merkel what he should do, promised to do anything she wanted, with one big exception. He would not ask for money – for a eurozone bailout with extremely tight strings attached.

[This update was inserted on 19 January 2011. Since publication of this story, a spokeswoman for Portugal's prime minister has contacted the Guardian to say that the phonecall described in this story did not take place, and that no such conversation between the two leaders had occurred: "This is not true," Mafalda Costa Pereira said.]

According to accounts circulating in Berlin, Merkel left Sócrates to wait while she sought the views of her high-powered visitors – Dominique Strauss-Kahn, the French head of the International Monetary Fund, and Giulio Tremonti, the highly regarded Italian foreign minister who has recently been lobbying for the introduction of "Eurobonds" as part of a solution to the year-long crisis.

Merkel asked Strauss-Kahn about Sócrates' dilemma. The German-speaking IMF chief was dismissive. The Portuguese plea was pointless, he said, because Sócrates would not follow any advice he was given.

The exchange, which occurred last week in Berlin, highlights what a senior German official describes as "Europe's big communication problem".»
Para quem desejar ler o resto da notícia, e vale o esforço, encontra-a
AQUI,
desde já adianto que termina assim:
«• This article was amended on 19 January 2011, to update the text by including a post-publication denial from the Portuguese prime minister's office.»

Jetzt... (que é como a Tia Angela diz Agora...)
das duas uma:

Ou os tipos do "Guardian" são uns grandes mentirosos,
andam a inventar telefonemas entre governantes europeus e ainda têm a lata de inventar quem foi que os testemunhou - e não propriamente o mordomo ou o motorista.
Merecem que o nosso primeiro os processe, os obrigue a retratarem-se - sim, que virem com falinhas mansas publicar que o Gabinete de José disse que é mentira e que nunca aconteceu, é um desmentido do Gabinete, não uma retratação do "Guardian"

Ou os tipos do "Guardian" não são uns grandes mentirosos...
E Angela Merkel sabe,
Dominique Strauss-Kahn sabe,
Giulio Tremonti sabe,
mais meio mundo do mundo destas andanças sabe,
até o mordomo da Tia Angela sabe.

Boa José, continuas a reforçar a tua credibilidade.
Que vergonhaça!
Mas a gente habitua-se a tudo. Cada um que pense por si...






A "BANDA SONORA" AQUI


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ORGANIZEM-SE!!!

Vai José e diz que «a visita ao Médio Oriente não é para vender a Dívida pública», não faz parte da agenda da visita

José foi aos Emiratos para falar de "energias renováveis" na Cimeira Mundial de Energia

José foi todo contente porque, segundo disse (vá-se lá saber...):
«Sou o primeiro chefe do Governo da Europa (ele queria dizer "chefe de Governo de um Estado europeu" mas teve saiu-lhe um acto falhado...) a usar um carro eléctrico nas deslocações urbanas e também vamos ser o primeiro Governo com carros eléctricos para todos os ministros» (vá, 'bora lá às compras...)


Depois...

Bem, depois veio aquele rapaz um bocado broncas que é amigo do Kadhafi e que ainda é Ministro dos Negócios Estrangeiros, o Luís Amado, e quando lhe perguntam se «Portugal estava a tentar vender dívida pública aos investidores do Qatar», o dito vai e responde com toda a convicção:
«Com certeza, está dentro das preocupações. Acredito que os ministros das Finanças tenham falado sobre isso»

E depois...

Depois José reiterou.
"O primeiro-ministro reiterou, esta segunda-feira, que a visita aos Emirados Árabes Unidos tem como objectivo falar sobre energias renováveis, garantido que não estava na região para vender dívida pública, ao contrário do que sugeriu o ministro dos Negócios Estrangeiros." Aqui p./ex.

e mais disse José:
«A questão da compra da dívida pública portuguesa não é uma questão de ajuda, mas de investimento» (E que investimento, digo eu. Tivera eu com que investir que hoje a 7,008% não ia nada mal.)

Oh raios, José também já disse, e reiterou, que Portugal não precisa de ajuda; já disse que o défice está controlado; já disse que não há derrapagem orçamental. Mas por que é que não acreditam no homem?


(Luís a ver os "os eléctricos a passar")

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DAS DUAS UMA

OU ELA BEBE OU CHUTA P'Á VEIA...



«AQUILO QUE EU DEFENDO É QUE

ALGUMAS DAS MEDIDAS SÃO FEITAS

EXACTAMENTE PARA QUE O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

PARA OS PORTUGUESES

CONTINUE A SER COMO É,

TENDENCIALMENTE GRATUITO»
Ana Jorge dixit


(olhe, rica, as medidas não são feitas,
ou se tiram... mas consigo não é nada disso,
ou se tomam, q'é o c'a qrida q'é dezer, t'a-ver?
tamém se podem tomar medidas à medida do que nos convém,
q'é o c'a rica tá a fezer, e julga que não t'amos a ver, p'cebe?)


QUE MAIS?


Como, segundo a santa, «a quase gratuitidade da vacina da Febre Amarela (19 cêntimos) levava muitos barcos estrangeiros a fazer escala em Portugal»

(é vê-los ali na barra do porto de Lisboa, até fazem bicha)

( por outro lado não era má ideia, com as taxas de aportagem, as refeições, as licenças, uma comprita ou outra, se calhar até nem era mau negócio...)

Agora toca a pagar uma taxa que irá de 50 a 100 euros aplicável às vacinações contra:

Febre Amarela;
Encefalite ;
Febre Tifóide;
Meningite tetravalente

"A ministra explicou que este processo é «complexo», uma vez que exige um boletim de vacinação especial (com encadernação em couro?) e consultas (???) com enfermeiros, não se tratando somente do custo em si da vacina."
(Isto sim, é uma política de defesa da saúde)
(RIDÍCULA!)

(espero que não venham mais barcos com o pessoal para outras vacinas senão...)

E OS ATESTADOS MÉDICOS?

«Os atestados médicos que subiram de preço, a ministra adiantou que os aumentos das taxas são «adequados àquilo que é o valor do trabalho executado» para os obter, tratando-se de atestados cujo «único objectivo» passa por conseguir benefícios fiscais !!!
(HIPÓCRITA)

Já a partir de segunda-feira:

Atestado médico "normal" - passado por autoridade de saúde ou profissional de saúde pública (médico de família, p/ex.) - custava menos de 1 euro - passa para 20 euros;

Atestados multiuso de incapacidade em Junta Médica - 50 euros;

Atestado em Junta Médica de Recurso - 100 euros
(presumo que queira a santa dizer "Recurso de Atestado em Junta Médica, porque uma "junta médica de recurso" deve ser mais baratinha...)



Sem vontade de brincar deixo abaixo um comentário que encontrei sob uma notícia acerca desta medida do Ministério da Saúde.
Sem mais palavras.



«Na nota informativa, a DGS esclarece que os atestados de juntas médicas taxados em 50 euros - 100 euros se chegarem a uma fase de recurso - se destinam "exclusivamente à obtenção de benefícios fiscais".
Como mãe de uma pessoa deficiente sinto-me profundamente indignada com esta justificação. Deve achar que um deficiente tem que ser penalizado por ter benefícios fiscais? Ou que tem que pagar bem para lhe serem reconhecidos direitos legais? Vê-se bem que não tem nenhum familiar deficiente. Julga que a vida de um deficiente é fácil? Só lhe vê os benefícios? Mais não digo.
Simplesmente a tristeza é tão grande que não há palavras para a exprimir. Só passando por isso. Faço votos para que um dia, o Sr. Director e quem faz as leis , venha a sentir o mesmo que eu.»
Para confirmação, este comentário está AQUI

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VALEM O QUE VALEM

Talvez pouco valham
Alguma coisa valem
Alguma coisa dizem
(as sondagens, gente, as sondagens...)




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COMUNICAÇÃO POR IMAGENS

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UM SUCESSO, MAIS UM.

Teixeira dos Santos, vulgo "O Bode" (expiatório, claro está), disse um dia que se os juros da dívida pública chegassem aos 7%, Portugal teria de secorrer-se do FMI. Mas isso foi um dia, há muito tempo... Os 7% de então já não valem o mesmo... embora a "tradição" continue a ser exactamente o que, então, era.

Na passada sexta-feira, dia 7, os juros da Lusa dívida atingiram a bonita cifra de 7,913%
Ontem, terça-feira, os juros a dez anos recuaram para os 6,889%
Hoje lá nos compraram a 6,716%
(Que maratona hein... Quem andou a meter o dedo?)

Mas hoje... Ah, hoje foi uma festa, um êxito!
José já disse que o país tem uma folga orçamental de 800 milhões de euros!!!

Hoje "O Bode" disse lá na A.R. que «a venda da dívida foi um sucesso».
Pois foi. O "Espectro" (vulgo FMI) ainda não aviou as malas para vir visitar-nos e a dívida, "foi muita bem vendida"
Ontem era enorme, hoje... bem... hoje é bué enorme. Fixe, um sucesso. Mais um.


«O sucesso mede-se em relação às expectativas. A expectativa era Portugal falir hoje.
Não faliu. Foi um sucesso.»

Rodrigo Moita de Deus


«O NOSSO DÉFICE NÃO AUMENTOU POR DESCONTROLO,
O NOSSO DÉFICE AUMENTOU PORQUE NÓS DECIDIMOS AUMENTÁ-LO»
José Sócrates

«TEMOS DE NOS GUIAR PELAS ESTRELAS
MAS TEMOS AQUI UM PROBLEMA,
É QUE AS NUVENS SÃO MUITAS»
Teixeira dos Santos



"Roubado" ao 31 da Armada via You Tube


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A VERY SPECIAL ONE

Assim sim, assim gosto.
Pois que digam que é toleirão, que tem mau feitio, que é malcriado
Deixai falar os invejosos
Cá pelo nosso burgo quem tem carácter é carimbado com o "mau feitio"

Eu gosto dele
porque é competente, o que faz faz com brio e isso vai escasseando
Gosto dele porque não tem papas na língua e sabe fala-la; hei-lo aqui a dizer em bom português aquilo que sente, depressa e bem - não há cá "Bad Enghish" pour épater le bourjois

Ele é, nas suas palavras, «um orgulhoso português»
Nas minhas palavras, tenho orgulho neste português
(só lhe dava um retoquezito no nó da gravata...)

Do mal o menos, talvez não fosse mau primeiro-ministro o
FIFA Best Coach 2010




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ESTÁ BEM, VAMOS TODOS FAZER DE CONTA QUE ACONTECE QUASE TODOS OS DIAS

Está bem, eu posso ter tendências paranoicas que me compelem a desenvolver mentalmente teorias de conspiração.
Ainda não me deu para, na sequência de uma noite de trovoada como a de hoje, cheia de estrondos e "flachadas" luminosas começar a pensar que aquele borbulhina irritada que me surgiu na nuca é sem dúvida um implante feito por um ET e deve ter algum sistema de análises e sua transmissão, um GPS e um leitor de intenções de voto nas próximas presidenciais.

Li agora mesmo que, depois dos tordos-sargentos e pássaros-pretos-da-asa-vermelha do Arkansas e da tal única espécie de peixes, depois dos estorninhos e melros no Louisiana, e da espécie de pássaros que também caiu mortinha de todo em Gotemburgo, na Suécia, agora foi a vez de nos contarem que desde domingo, por coincidência, têm vindo a aparecer centenas de rolas mortas em Itália (Faenza, na região da Emília-Romanha).


Ainda que Portugal continue sendo um país de brandos costumes... meus amigos, eu cá por mim nem piu...

E é sempre ao longo das estradas, por quê?
Ele há coisas...
Ele aqui há coisa...

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E VÃO 3... MAU, MAU...

«No primeiro dia do ano, mais de cem mil peixes apareceram mortos no Rio Arkansas, perto de Ozark, depois de uma chuva de pássaros mortos ter afectado a cidade de Beebe, também naquele estado norte-americano. Alguns peixes já foram recolhidos para serem analisados.
Foi aberta uma investigação para apurar a“chuva de aves”– tordos-sargentos e pássaros-pretos-da-asa-vermelha
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O jornal «Arkansas Times» avança que os pássaros poderão ter sido atingidos por granizo a altitude elevada. Entre outras teorias, surge também a possibilidade de que o fogo-de-artifício da passagem do ano tenha surpreendido as aves enquanto voavam

O fogo de artifício e o granizo...Pois. E os peixes tinham ido ver o fogo de artifício quando foram surpreendidos pelo granizo, é? A mania que os peixes têm de ir fazer a passagem d'ano fora... da água.


«No entanto, isso não explica o que aconteceu com os peixes, que curiosamente apenas foram de uma só espécie, o que sugere que não se terá tratado de qualquer intoxicação devido a descargas poluentes ou outras espécies também haveriam perecido.»
In "Ciência Hoje"


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«Cerca de 500 pássaros morreram na madrugada de segunda-feira no estado norte-americano de Louisiana (por coincidência é um Estado vizinho do Arkansas), num incidente que as autoridades locais atribuíram a uma colisão com linhas de alta tensão.

Os pássaros - estorninhos e melros - foram encontrados numa estrada junto à cidade de Baton Rouge, a 480 quilómetros a sul de Beebe, no estado de Arkansas, onde mais de cinco mil aves haviam sido encontradas mortas no sábado.

As autoridades do Louisiana descreveram a proximidade das duas "chuvas de pássaros" como uma coincidência.»

"Não encontrei, por enquanto, nada que ligasse os dois casos", disse o veterinário Jim LaCour à agência noticiosa norte-americana AP.

LaCour acrescentou que pelo menos alguns dos pássaros mortos terão embatido contra linhas de alta tensão.

O biólogo Dan Cristol disse à AP que os pássaros provavelmente já estavam doentes ou assustados por algum outro fenómeno: "Eles não se atiram contra as linhas só porque sim."

«Irão ser realizados outros exames para despistar outras causas, mas as aves sofreram traumatismo físicos agudos que levaram a hemorragias internas e à morte. Não há qualquer sinal de doenças infecciosas ou crónicas», refere o relatório.
In TVI24

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Na Suécia, 4 de Janeiro...

«As autoridades suecas encontraram esta quarta-feira cerca de cem pássaros mortos, perto da cidade de Gotemburgo. No fim-de-semana passado, aconteceu um caso semelhante nos Estados Unidos.

As aves foram encontradas mortas junto a uma estrada em Falköping. O porta-voz local da protecção civil disse à agência France Presse que a causa de morte dos pássaros ainda não era conhecida e que alguns corpos seriam autopsiados.»
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«As mortes abruptas de grandes bandos de pássaros não são invulgares, "O que não é comum é não se saber as causas", disse hoje à agência Luís Costa, director da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), que mantém contactos com colegas norte-americanos, " e continua à espera de mais informações sobre os incidentes nos EUA.»
Lusa, 5 Jan

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«Um outro caso foi denunciado por uma mulher do Kentucky, que diz ter encontrado vários pássaros mortos no seu quintal esta segunda-feira.»
In TVI 24 - 5Jan
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NÃO SEI PORQUÊ MAS TENHO A SENSAÇÃO DE QUE ALGUÉM ANDA A BRINCAR COM COISAS DAS QUAIS NÃO QUER CONTAR NADA A NINGUÉM



PARA BOM ENTENDEDOR

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