BETWEEN YOU AND ME

Have a peaceful christmas...
Come home safe

QUEM ENGANA PARA MANIPULAR É UM MANIPULADOR MENTIROSO. PONTO

Quem engana para manipular é um manipulador mentiroso. Ponto.
Quem engana para manipular é um manipulador mentiroso que não merece crédito, confiança ou atenção; merece ser denunciado e votado ao ostracismo. Venha de onde vier, pense o que pensar, acredite no que acreditar, sejam quais forem as razões que tenha ou julgue ter.
Quem tem razão que puxe por ela, com factos e veracidade.
Quem exerce manipulação para mostrar a razão de que está convicto, não mostra qualquer razão, mostra a sua falta de carácter; vira a verdade contra si próprio.

Eu. Não.Gosto.Mesmo.Nada.de Ser. Manipulada.
Seja.Por.Quem.For.

Há dois dias apareceu por aí, pelas redes sociais, "You Tube" e afins, um vídeo no qual se vê a ministra da cultura soltar a bandeira portuguesa de uma placa inaugural e deixando-a no chão para poder dar palmas. É , no mínimo vergonhoso. Não me alongo.

Uma imagem vale por mil palavras, não é? Não, não é.
Talvez já tenha sido, in illo tempore, é uma questão debatível mas actualmente não é, de maneira alguma.

Acontece que o tal vídeo foi "arranjado a gosto"; foi cortado em extensão e, pior, em enquadramento.
Este é o vídeo que circula inflamando a revolta; Retirado de um "Jornal da Noite" é aparentemente insuspeito.



Costumo ter um cuidado quase doentio na verificação da autenticidade daquilo que publico (ou assumo como factual). De há uns anos a esta parte verifico a primeira fonte (apesar de tudo há umas bastante mais fiáveis do que outras) e procuro mais duas fontes credíveis. Desta vez não o fiz "que diabo, ali escarrapachado no "Jornal da Noite"...

Acontece que o que foi "escarrapachado no Jornal da Noite" não foi este mini-vídeo de 9 segundos.
Queiram, por favor, atentar na sequência abaixo.



Não se trata, de forma alguma de defender este governo, impede-me a civilidade e os bons costumes de ser explicita relativamente aos pensamentos que florescem em mim a tal respeito, a questão é outra e enoja-me: há matéria factual mais do que suficiente para enterrar esta cáfila no esterco que produzem, não se justifica a invenção de tretas para proceder a ataques infundamentados.

É baixo, desnessessário, vitimizante e manipulativo. É mentira. Ponto final

AH SE EU FOSSE UM GÉNIO MUITO ESTÁVEL...


O "very stable genius", Donald para os amigos,  no seu discurso durante uma conferência em Pittsburgh na passada quarta-feira, 23 Out., perante uma assistência maioritariamente composta por americanos do Colorado e do Kansas, disse que ia construir um muro no Colorado;  mais precisamente:

"You know why we're going to win New Mexico? Because they want safety on their border. And they didn't have it"And we’re building a wall in Colorado. We’re building a beautiful wall, a big one that really works that you can’t get over, you can’t get under."We’re building a Wall in Colorado. We’re not building a Wall in Kansas but they get the benefit of the Wall we’re building on the Border”

Pronto, está bem, cada um sonha com os muros que quer mas há uma pequena dúvida que me assalta:
Ele vai ganha no Novo México porque os vai fazer sentir seguros... Mas o povo do Colorado anda a assombrar o pessoal do Novo México? Não estou a perceber. E o povo do Kansas, como se relaciona com o "muro da fronteira"? Também não estou a perceber.
É claro que eu não sou "a very stable genius", o problema deve residir aí...
Pronto, resumo-me à minha óbvia insignificância, nunca irei ser presidente dos USA


'MÔR, PARA ME CHOCARES TENS DE TE ESFORÇAR MAIS

Não sei quem é o Manuel Damas. só sei que é do Porto, que vive em Londres, que não é parvo e que tem sentido de humor - uma boa conjugação a destes últimos dois factores.
Enquanto uma boa parte das gentes reage com crítica ou mesmo desdém à manifesta imaturidade dos afiliados do "Livre" (seja lá o que for essa nova invenção) o tal Manuel Damas aproveita para um exercício de sátira bem esgalhado.
Quando a intenção é chocar há que fazer como se faz com as crianças e os adolescentes que pretendem firmar a sua diferença com encenações mal conseguidas: sorrir de soslaio e fazer aquele rápido e compreensivo olhar de " está bem mas deixa-te de merdas".
Não me demoro no assunto que não tem sumo para tanto, deixo as acuradas observações do Manuel.

Chegada à A.R da deputada do "Livre" e seu assessor

Não.

Não vou concordar com criticas que li em relação a esta foto.
Da chegada dos Deputados e Deputadas e outros e outras ao Parlamento para a cerimónia de tomada de posse.
Porque é uma Cerimónia de Estado, é preciso não esquecer.
E não nenhuma noitada em "discoteca" alternativa...por mais que os frequentadores sejam, muitas vezes, os mesmos...
Mas não concordo com as críticas.
Até porque convenhamos...
A pessoa (tentei arranjar um vocábulo que fosse "gender fluid") adoptou o "dress code"...para quem presta assessoria parlamentar.
Está "vestido"(neste caso é mesmo vestido) de preto, em tom sóbrio, escuro, de respeito.
Usa, como diziam as costureiras, a saia pudicamente "uma mão travessa" abaixo do joelho. Para que não se vislumbrem as impudícias.
O que denota pudor.
Usa meias de vidro baças (eventualmente para não se ver que não fez a depilação ou até que tem um daqueles pelos encravados, incomodativos, que ficam com uma crosta amarela de pus).
Traz a blusinha, branca como se impõe, com os botõesinhos fechados até cima para que não se possa vislumbrar o tronco desnudo e algum pelo encaracolado a escapar pelo decote.
E não ostenta joias. O que seria abusivo. Nem sequer um daqueles colares de pérolas, de plástico, das lojas dos indianos...até porque poderia ser considerado provocação a algumas origens...
Tenho, todavia, uma dúvida...qual a fragância? Será o másculo "Old Spice" ou o feminino "Tabu"?
E não fez o buço...mas ninguém sabe a noite agitada que terá tido...
Mais...faz-se, virginalmente, com pudícia, acompanhar pela Senhora lá de casa...como diria a Judite.
Apercebe-se, inclusive, que é pessoa (cá está de novo e cumprindo as regras da "modernice" o vocábulo "gender fluid") de parcos recursos pela saquinha de pano que traz a tiracolo. Eventualmente com a "merenda"...
Eu preferia uma carteira de pele preta, sóbria e sem pinduricalhos...mas reconheço que são caras. E não dão jeito para trazer os croquetes "fanados" da recepção e muito menos as garrafas...
Mas podia ter optado por uma sacola de ráfia (não sei se ainda se produz por causa desta moda de eliminar o plástico descartável) que sempre ficava mais em conta ou daquelas de rosetas de crochet, multicolor, mas...gostos são gostos.
Ainda que, com sinceridade, preferisse ver a pessoa envergar um trajo típico da Guiné...com saiote ou não. Apesar de ser caucasiano e nao afrodescendente...
Em fundo podiam ouvir-se os acordes do... "acuna, matata...acuna, matata".
Espero, até por uma questão de coerência, que use o mesmo traje se e quando, em comitiva de visita oficial...por exemplo a um País africano...daqueles que usam a tortura pública para determinadas atitudes não normativas...
Voltando ao registo sério...
Está tudo louco????
  Manuel Damas - 25 Out.2019

Só uma breve observação: Não, não está tudo louco, há é uma enorme falta de criatividade, originalidade autêntica, para se conseguir primar pela diferença. A diferença não se inventa por exercício de vontade - isso é apenas uma teatrada efémera - a diferença nasce e cresce com alguns.

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UM GENOCÍDIO PELO PREÇO DA TRAIÇÃO - QUEM FALA PELOS CURDOS?

 Mais um "jeito" que Trump se prepara para fazer a Putin.
Tão à socapa quanto possível - sem qualquer aviso a aliados estacionados na região nem tão pouco à aliada milícia curda -  Trump deu ordem para ser dado início ao projectado abandono, por parte das topas norte-americanas, do norte da Síria, junto à fronteira com com a Turquia. É o preâmbulo do genocídio dos curdos por parte dos turcos. Erdogan tem vindo a aguardar... Salivando com o freio nos dentes. 
Que se lixe a NATO, Putin já lhe deu a sua diabólica benção. E as armas.

A primeira de graves consequências é que um confronto do Ocidente com a Turquia, mesmo que apenas diplomático, será a sua suspensão da Nato; Putin dá a sua gargalhada e bate palmas.

A segunda e mais do que provável consequência será o êxodo de refugiados curdos para o norte do Iraque. Os curdos são cerca de 40 milhões, o maior grupo étnico carente de um Estado no Médio Oriente; Esta situação não será linear nem livre de conflitos, os curdos iraquianos talvez não aceitem de bom grado uma interferência nas suas, já per si frustradas, ambições nacionais.

Em terceiro lugar, o êxodo dos curdos deixará um vazio de ocupação territorial que não tardará a ser (re-) ocupado pelos fugitivos da ISIS, aqueles que se encontram em campos de detenção entregues à mílicia curda e aos muitos milhares de mulheres e crianças familiares dos guerrilheiros ISIS deixados para trás num limbo. 


Desta vez até o Gollan , líder do senado republicano com o nome de guerra Mitch McConnell, não pode permanecer (comme d'habitude) ao lado de Trump - arrastando consigo senadores e congressistas normalmente enfeudados ao dono da Casa Branca - e se pronunciou de forma suficientemente clara para deixar sub-entendido o veto de ambas as câmaras da Hill (pasme-se!)
“A precipitous withdrawal of U.S. forces from Syria would only benefit Russia, Iran, and the Assad regime,” McConnell said in a statement Monday. “And it would increase the risk that ISIS and other terrorist groups regroup.”
Several senators said Monday that Trump's move would abandon U.S.-allied Kurdish fighters ahead of a long-threatened Turkish offensive into northern Syria. 
"This betrayal of the Kurds will also severely harm our credibility as an ally the world over. President Trump should rethink this decision immediately." Sen. Patrick J. Toomey (R.)
 “So sad. So dangerous,” he said on Twitter. “President Trump may be tired of fighting radical Islam. They are NOT tired of fighting us.” Sen. Lindsey O. Graham -(R.)


Declaração conjunta do senador Utah Mitt Romney - (Republicano/ Utah) - e de Chris Murphy (Democrata/Connecticut)

The president’s decision to abandon our Kurdish allies in northern Syria in the face of an assault by Turkey is a betrayal that will have grave humanitarian and national security consequences,” said the senators, who are chairman and ranking member, respectively, of the Senate foreign relations subcommittee on near East, South Asia, Central Asia and Counter-terrorism.
After enlisting support from the Kurds to help destroy ISIS and assuring Kurdish protection from Turkey, the US has now opened the door to their destruction,” they said. “This severely undercuts America’s credibility as a reliable partner and creates a power vacuum in the region that benefits ISIS.”

Trump depressa se dispôs a esquecer, ou melhor dizendo, a ignorar,  quanto o mundo ocidental, e não só, deve aos curdos; foram eles a imparável linha da frente na reconquista do solo que servia de pátria ao califato do ISIS, na Síria e no Iraque.

Promessas? Compromissos? Há um ano Trump discursava de outra forma, obviamente com palavras vazias:
“We do get along great with the Kurds. We’re trying to help them a lot. Don’t forget, that’s their territory. We have to help them. … They fought with us. They died with us. They died. We lost tens of thousands of Kurds, died fighting ISIS. They died for us and with us. And for themselves. They died for themselves. They’re great people. And we have not forgotten. We don’t forget.”

Desde Dezembro de 2018 que Trump tenta "retirar do terreno as tropas americanas, doa a quem doer, sob as desculpas mais esfarrapadas:
Trump defended his decision and said that the United States was being played for a “sucker” by continuing to serve as “a policing operation” for people in Middle East countries “who don’t even like the USA.”
Quando deflagra no Iraque uma  insurreição aparentemente descontrolada onde os mais jovens estão a morrer como tordos Trump volta à carga...
Quem incita e manipula os jovens iraquianos em "guerra contra a corrupção institucional"? Não, não é Trump, não é a América...
Quem é?
Quem se dispõe a demonstrar um átomo de coragem na defesa e protecção dos curdos face à coragem que todos lhes devemos?

Não me restam dúvidas, a Besta anda pelo mundo

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A ler sobre o assunto:

THE U.S. IS NOW BETRAYING THE KURDS FOR THE EIGHTH TIME






MAGNA CARTA, MAGNUM POPULUS

A gente sabe que os "Brits", de modo geral e bastante disseminado, não gostam de estrangeirismos lá na terra deles; estrangeiros toleram ou não se importam sob as condições correctas, consoante os casos, mas lá essa coisa de "Normas europeias", sejam elas quais forem e mesmo que os favoreçam, aplicadas imperativamente lá no sagrado território é " é quite unpleasant; depois até podem adoptar algumas, como as aplicadas à segurança alimentar, p/ex., mas porque querem e são "deles". Isto e, não menos, a sagração do populismo-da-moda, foram os factores decisivos para, em números redondos, ser gerada a grave clivagem de 50%+1 brexetiers e 50% remainers. Esta clivagem tomou proporções desmesuradas e em 2019 não é mais uma "clivagem", é uma verdadeira falha tectónica sob uma pressão avassaladora. Saiu do controlo racional, do privilégio do superior interesse nacional e tornou-se uma luta clubista tendente à cegueira, gerida por emoções fortes e interesses de poder pessoal. É um desgosto ver a pátria da fleuma contorcer-se asfixiada em guerrilhas absurdas.

Primeira lição, a aprender e decorar: uma decisão que tenha como consequência aspectos tão profundamente mutantes de uma vivência nacional quanto os abrangidos pelo "Brexit" não devem ser sujeitos a referendo que não exija uma maioria qualificada, 50%+1 não funciona.
Segunda lição: o "a gente depois pensa como" também não funciona; a previsão minuciosa é fundamental.
No meu humilde entender, que não sou cidadã do UK, um segundo referendo impõe-se desde há muito e, ao contrário do que politiquices partidárias badalaram mediaticamente, Corbyns e Mays, nada nisso seria um desrespeito pela vontade popular expressa, bem pelo contrário. Bem, mas o que eu penso sobre a questão não tem a menor importância (o que me aborrece mas aceito confrangida)

Porém...
Aaaahhh, porém, se os estrangeirismos são tolerados, foram tolerados durante 65 anos, há algo que os Brits não toleram - não toleram mesmo: um ditador. Nem sequer um ditadorzeco.

A Constituição do Reino Unido é um conjunto de documentos, leis, tratados e convenções, não existe enquanto um documento escrito no qual assente toda a norma constitucional do reino. Mais. A mãe constitucional - a Magna Charta Libertatum- apelidada frequentemente como mãe de todas as Constituições, data de 1215 e surgiu como forma de limitação do poder absoluto do rei sujeitando-o à lei. Concretamente do rei João e à forma como tomou o poder após a morte de Ricardo-Coração-de-Leão.
Nada disto é irrelevante hoje. Quando uma Constituição assenta numa Lei-Mater com mais de 800 anos e em convenções (para além da lei e jurisprudência que é evolutiva), há uma absoluta necessidade, e exercício, de profundo respeito pela convenção, pela  boa-prática, pela dignidade e carácter; So very british! Contornar as convenções com espertezas e e jogos políticos de cintura é um suicídio, uma ode à vergonha.
Quase todos os cidadãos do Reino Unido sabem este capitulo da história: o que é a Magna Carta, como e porque surgiu. E Boris Johnson deveria saber que a coisa não correu nada bem ao Rei João, nem mesmo matando Artur, o sobrinho que lhe estava no caminho para o trono.

Para se fazer uma entrada de leão, um "Do or die", um "No ifs or buts", há que ser um leão... Ou um tigre, ou um elefante, ou qualquer outro bicho com poder real, indiscutível, alicerçado.
O poder sonhado por um menino loiro que frequentou Eton e que queria ser, segundo as suas palavras, "the king of the world" não chega.
O poder do primeiro-ministro de um Estado com  67 milhões de cidadãos nomeado por 92,153 membros do Partido Conservador é curto.
O poder de um líder que na véspera do referendo Brexit tinha dois artigos de opinião opostos, escritos para o  Daily Telegraph, para escolher qual havia de dar à estampa consoante o resultado do referendo, é trémulo
O poder de um homem que expulsa de um partido político membros eleitos para um parlamento porque se opõem a uma manobra política sua, é reles.
Um badameco que põe os seus sonhos de glória no pedestal tendo plena consciência (badameco mas não burro) de que está a fazer perigar a integridade do Reino Unido -  ao ignorar as brechas que se alargam relativamente à Escócia e à Irlanda - não merece ser sequer funcionário público do reino, muito menos seu primeiro-ministro.

Dear Bo-Jo, uma entrada de leão-impostor é, mais tarde ou mais cedo, seguida de uma saída de sendeiro-desembuçado. Terceira lição.



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I REST MY CASE

A conivência republicana enojaria os presidentes republicanos, talvez à excepção de Nixon; talvez... Porque nem Nixon se vendeu a uma potência estrangeira.
Se Reagan ressuscitasse voltaria a morrer em seguida, de desgosto
... E tenhamos presente que Mueller é um republicano, de outra cepa.

GOP Rep. Ken Buck:- “Could you charge the President with a crime after he left office?” Mueller: -“Yes.” Buck: -“You believe that...you could charge the President of the United States with obstruction of justice after he left office?” Mueller: -“Yes.”
cnn.it/2YdBoWD





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FLY ME TO THE MOON - II

Muito raramente faço uma re-publicação aqui no Real Gana, que me lembre, na integra, fiz uma, mais aquela ou outra repescagem de excertos quando vem a propósito de um tema ou de um acontecimento mas este vem mais a propósito do que nunca, do que mesmo a sua publicação original. Passaram dez anos. Dez anos? Pode lá ser! 
Falava eu do 40º aniversário da primeira alunagem, foi agora há meio século... e eu ainda caibo nos mesmos jeans. O meu filho já não sonha com ser astronauta mas tudo o resto não carece de actualidade. 
Mais, digo aí abaixo : 
«"O MUNDO É REDONDO" ganhou um significado novo, ainda simbólico mas mais real, simultaneamente pessoal e social - a Humanidade é una e habita toda no mesmo lugar.
Depois de fotografada a Terra "encolheu".»
Isto é hoje uma realidade quotidiana com um carácter urgente e que já nada tem de simbólico. Quem não entende isto nada entende do mundo.

Fica o tal post velho de uma década. O significado é o mesmo, o mundo é outro.
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Passou o dia 20 de Julho, passaram 40 anos sobre a primeira alunagem.
Por aqui, no Real Gana, não falei disso mas fiquei a roer-me;
Não falei, ou melhor dizendo, não escrevi uma linha sobre o assunto porque estava, mesmo, mesmo, de férias, tão desligada do mundo quanto as circunstâncias e a mente mo proporcionaram.
Também é verdade que andava a "trabalhar sem rede" - w.w.n. working without net - o que, como toda a gente sabe, é perigosíssimo - sobretudo quando há leões na pista - hum... private joke... (Lembras-te Victor? Coitada da Marlene, já o pai dela tinha morrido assim...) e foi dia de (outro) aniversário lá no nosso burgo.

Mas estou a divagar... Acho que as gotas não me andam a fazer efeito.


Dizia eu, fiquei a roer-me por não assinalar aqui o 40º aniversário da missão Apollo 11.

Dia 20 de Julho, há 40 anos, a minha Mãe arrancou-me da cama a meio da madrugada, sob uma tremenda excitação: "Vá acorda, anda ver os astronautas a chegarem à Lua" e, em vez de me levar para a varanda, dei comigo a estremunhar na sala, cheia de amigos dos meus pais e quase às escuras para se conseguir ver melhor aquelas imagens um tanto fantasmagóricas. Passados alguns minutos não tinha vestígios de sono, tinha os olhos bem abertos a beberem deliciados aquelas imagens espantosas que se passavam "lá em cima", num outro planeta e que, estranhamente, nada tinham de inacreditável - " Eu estou aqui e eles estão na Lua... vindos de aqui... Isso significa que qualquer outra pessoa pode lá estar, até eu... ou mais longe... obviamente É POSSÍVEL!"

Não sei se me ficou um trauma por me terem arrancado do sono, ainda hoje reajo muito mal, mas desde muito novinha que tenho um enorme fascínio pela generalisticamente chamada "Conquista do Espaço", expressão um bocadinho megalómana, parece-me, mas, dada a grandeza e grandiosidade do empreendimento, perdoa-se.

Quando andava no liceu era uma péssima aluna de Física; depois apareceu aquela fantástica "Cosmos" de Carl Sagan... Esse Professor fora de série que nasceu a saber explicar e despertar a sede de Conhecimento, o voo da imaginação, a interligação racional da parte com o todo - tornava tudo fácil e tangível, tinha uma capacidade quase mágica de demonstrar a interligação de todas as coisas: a Física, a Química, a Biologia, a Matemática, a Filosofia, a História com a Astrofísica, com a Terra, com o Espaço, com a Vida.
A minha "Viagem de Sonho"? À NASA, sem dúvida, um mês, com um cartão de livre trânsito. Melhor do que isso? Só se fosse a bordo do Space Shuttle, e olhem que eu enjoo...

A "Conquista do Espaço", mais concretamente, a ida à Lua, foi, na minha humilde opinião, a maior "pedrada no charco" da Idade Moderna, de longe. As inovações e criatividade que daí advieram, e se desenvolveram, não tiveram precedentes na história humana. Da tecnologia à investigação bioquímica abriram-se novos mundos: os materiais, os medicamentos (em especial a maior parte dos antibióticos com que hoje contamos), a informática, as tele-comunicações, todos os outros tipos de engenharia, etc., etc.
E não só... Não só de Ciência e tecnologia vive o Homem
Houve uma revolução do pensamento, na abordagem do "Futuro" - o "Futuro" passou a estar conceptualmente ligado à ideia de expansão espacial, como hoje está tão negativamente ligado à ideia de sobrevivência. Mas mesmo a nossa actual noção de que a sobrevivência é uma relação de causa/efeito na qual a parte e o todo têm papeis inter-dependentes, jogam um jogo no qual não há vencedores e vencidos, encontrará a jusante aquela imagem paradigmática, fotografada pela tripulação da Apollo 8, em que todos podemos ver, pela primeira vez, a Nossa Casa, mais pequena do que julgávamos. "O MUNDO É REDONDO" ganhou um significado novo, ainda simbólico mas mais real, simultaneamente pessoal e social - a Humanidade é una e habita toda no mesmo lugar.
Depois de fotografada a Terra "encolheu".
A World Wide Web é, sem dúvida, a maior promotora da noção de globalidade mundial e humana, da globalização em si, mas não foi esta que a plantou e fez germinar; A "Consciência Global" nasceu desta imagem.


De então para cá progredimos enormemente, nem tudo é mau no nosso planeta. Fomos mais longe, enviamos as nossas fotografias, a nossa música e outros detalhes da nossa cultura para os confins da galáxia sonhando com um eventual encontro com outra civilização da nossa família galáctica, comprovando assim a nosso engenho mas sobretudo a nossa capacidade de Sonhar, de Ter Esperança, de Acreditar. Fotografamos estrelas, planetas do sistema solar, nebulosas e maravilhamentos insuspeitos; estudamos "em campo" as características e possibilidades de Marte; construímos a Estação Espacial Europeia em órbita aonde nos deslocamos "de avião", a qual reparamos e criamos através de "passeios no Espaço"; colocamos satélites que nos munem de novíssimas possibilidades - nem todas boas... nem todas más, algumas óptimas.
Mais teríamos feito, ou pelo menos há mais tempo, não foram os "cortes orçamentais" que dedicaram fundos a outras causas indubitavelmente menos apelativas para a humanidade; Mesmo assim, e espero que seja um sinal do mudar dos tempos, projectamo-nos agora para uma nova odisseia lunar, e mais além, já para 2018 e recomeçamos a fazer brilhar os nossos sonhos, depois do Mercury, do Apollo, do Discovery e tantos outros, no vanguardista projecto Constellation.

Provavelmente eu já não irei à Lua ou a Marte... parece que lá também não se pode fumar (não sei porquê, não me venham com a treta de que polui a atmosfera). Não faz mal, eu fascino-me mesmo por cá.
O que acho giro é que o meu filho já me disse que vai para o Espaço; sempre quis ser astronauta, assim directo, sem passar por polícia, cowboy ou bombeiro. Enquanto for pequeno quer ser super-heroi e quando for grande vai ser astronauta e ponto final.
Ok... Espero que consiga, está provado que é possível.



http://pt.euronews.net/2009/07/09/da-terra-para-a-lua/

http://www.nasa.gov/externalflash/apollo40jpl/

http://www.nasa.gov/mission_pages/constellation/main/index.html


http://www.google.com/moon/

A VINGANÇA É COMO O GAZPACHO

A vingança é como o gazpacho, requer paciência na preparação e toma-se frio.

No passado fim de semana houve murros na mesa de reuniões  do Conselho de Segurança no Kremlin: a FSB - o Serviço de Segurança Federal Russo, sucessor do KGB - foi violado por hackers  e 7,5 terabytes de informação foram descarregados pelo o grupo de hackers "0v1ru$". É muito byte...

O equivalente a uma "evasão de intima privacidade" do FBI ou do MI5, com uma diferença substancial: a FSB, que reporta directamente a Putin, não se ocupa apenas de assuntos internos, domésticos, mas opera também no domínio internacional, como a CIA ou o MI6.

Posteriormente o "0v1ru$" passou toda a informação para a poderosa "Digital Revolution" e esta divulgou-a, na sua totalidade (???) ,  a algns órgãos de comunicação social - como a BBC -  e publicou no Twitter alguns fac simile comprovativos da operação

De acordo com a informação até agora divulgada os ficheiros visados encontravam-se nos "cofres virtuais" da "SyTech" - um vasto conjunto de operadores afectos à FSB que trabalham uma série de projectos de Internet, operativos on line e de investigação, como a identificação (quebra do anonimato) de utilizadores da Tor browsing.

Desde 2012 que, através do Instituto de Investigação Kvant sob a alçada do FSB, a Russia tem procurado comprometer as ligações dentro da estrutura do Tor - que é um software gratuito de código aberto que proporciona a comunicação anónima, segura para navegação na Internet e em actividades online, protegendo a privacidade e contornando a censura - a fim de prevenir comunicações fora da rede e interceptar essas comunicações, tendo tornado esta acção um objectivo prioritário; Outras acções compreendem a análise e criação de conteúdos das plataformas de "social media", apoio ao Estado russo no projecto da opção de separação da sua Internet da rede  internacional (censura, divulgação e controlo de publicação), identificação de alvos utilizadores de navegação anónima e identificação de empresas alvo.

A maior parte dos projectos da "SyTech" foram contratados pela Unidade Militar 71330, parte da 16a divisão da FSB, que lida com a inteligência e espionagem de sinais virtuais; este mesmo grupo, entre outras façanhas, foi acusado de enviar spyware e malware via e-mail para oficiais de inteligência ucranianos em 2015. Ou seja, nem só do domínio nacional vive a "SyTech" o que não será propriamente novidade para ninguém...

Esta apropriação e divulgação de ficheiros é provavelmente a maior brecha de dados na história dos serviços de inteligência russos.
De momento não são conhecidos segredos de Estado... publicados.

Como diria a minha avó, toma lá do teu xarope para ver se gostas.

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IN MEMORIAM - SIR JAMES

 16 AGOSTO 2007 - 16 JUNHO 2019



«Os cães são o nosso elo com o paraíso.» - Milan Kundera

PARA ALÉM DO IMAGINÁVEL

Considere-se um pais democrático, um qualquer país que considerássemos o
nosso, no qual tivéssemos direitos, liberdades e garantias consagradas na Constituição.





  • Imagine-se:

  • Que o Parlamento deixava de conseguir fiscalizar o Governo;
    pois que ainda que tivesse Poder para tal, o governo não prestava declarações nem esclarecimentos, não apresentava documentação legalmente requerida.
    • Imagine-se:
    Que o Governo não permitia que os seus membros e colaboradores respondessem perante Comissões de Inquérito.
    • Imagine-se:
    Que esse mesmo Governo tinha sido alvo de uma profunda investigação realizada pela Procuradoria Geral tendo sido comprovada a existência de numerosas ilegalidades e actos criminosos.
    • Imagine-se:
    Clicar para aumentar
    Que o chefe do Governo não podia ser indiciado enquanto estivesse em funções por determinação do seu ministério da Justiça
    • Imagine-se:
    Que 566 ex-procuradores de justiça assinavam uma carta-aberta declarando que não fora a condição de "Chefe de Governo em funções" qualquer outro cidadão seria indiciado face aos resultados e provas provenientes dessa mesma investigação
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    • Imagine-se:
    Que o Governo não informava sobre os seus contactos com representantes de outros Estados, mesmo com Estados hostis ao nosso país
    • Imagine-se:
    Que o chefe do Governo obtinha avultados lucros pessoais, através das suas empresas pessoais, privadas, provenientes de altos dignitários estrangeiros, mesmo daqueles que mantivessem relações comerciais e outras a nível estatal.
    • Imagine-se:
    Que o Governo retirava a presença militar de territórios contra a vontade e conselho das chefias militares e conselheiros de segurança ainda que essa acção tivesse como consequência a insegurança do território abandonado,  a insegurança de forças aliadas e o favorecimento de forças hostis.
    • Imagine-se:
    Que o Governo, com pleno conhecimento de ataques e ameaças à segurança nacional e interferência em processos relativos à soberania nacional por parte de entidades estrangeiras, se recusava a tomar medidas de segurança e  de acção externa por forma a obstar e punir esses procedimentos 


    Imagine-se, imagine-se, imagine-se, etc.,etc., etc.

    Inimaginável num país consagradamente democrático?

    Não é preciso ser o Walt Disney, basta atentar - factualmente - no que se está a passar nos Estados Unidos da América. 

    I-NI-MA-GI-NÁ-VEL!!!




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    IST'AGORA-NÃ-ME-DÁ-GÊTO-N'NHU-ÀS-CONTAS

    "Nenhum programa eleitoral prometia o descongelamento do tempo [das carreiras dos professores] cumprido, prometia pôr o tempo novamente a contar" A.C.

    3 Maio 2019 

    Aprovação pelo Parlamento da recuperação do tempo total de serviço dos professores no período em que houve congelamento de progressões.  com os votos contra do PS, 

    António Costa, primeiro-ministro do XXI governo constitucional - não eleito - ascendido a essa posição com 32,31% dos votos nas Legislativas de 2015, disse:
    "A comissão parlamentar de Educação da Assembleia da República aprovou na especialidade, na quinta-feira, um conjunto de normas que, independentemente das muitas dúvidas de inconstitucionalidade que suscita, é socialmente injusta e financeiramente insustentável" 
    "Nem no programa do Governo nem no programa eleitoral de qualquer partido estava previsto que o descongelamento das carreiras fosse acompanhado da recuperação do tempo entretanto decorrido. O que se previa e foi cumprido era muito claro: por o tempo a contar, sem pretender refazer a história" 
    "Nestas condições, entendi ser meu dever de lealdade institucional informar o Presidente da República e o presidente da Assembleia da República que a aprovação em votação final global desta iniciativa parlamentar forçará o Governo a apresentar a sua demissão"
    No próximo dia 15, dia da votação em plenário da A.R., poderemos assistir ao próximo episódio. 

    Ó, Ó, Ó SRª MINISTRA, VÁ À, À, À...


    A Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, mulher do Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita:  "Ó, ó, ó, ó Senhor deputado, eu não lhe vou responder a essa pergunta (porquê?) Porque não me apetece"



    Coitado do Eduardo Cabrita...

    Já agora, ó, ó, ó, ó Sr. ministro das Finanças, eu não me está nada a apetecer pagar impostos, tenha lá paciência.

    .

    O OLHAR DA IMPOTÊNCIA

    Hoje não há Brexit. Hoje não há Trump-palhadas. Hoje não há revolução no Sudão. Hoje não há caos na Venezuela. Hoje não há atentados no Paquistão nem guerrilhas no Mali. Hoje não há rescaldo eleitoral em Israel.
    O 15 de Abril de 2019 ficará marcado pelo incêndio que derrubou um ícone da arquitectura gótica, da arquitectura medieval europeia. Nem as pedras ficarão indiferentes a este golpe profundo na cultura ocidental







    "UMA IMAGEM VALE POR MIL PALAVRAS"

    Quando Theresa May quis esclarecer o mundo sobre o significado de "Brexit" a explicação não primou pela clareza nem pela precisão:
    "Brexit
       means
          Brexit"

    Agora, que o prazo aperta e o tal "Brexit" atinge uma situação-limite
    surge a primeira imagem, a primeira fotografia e tudo se torna finalmente
    óbvio (ia a dizer "claro" mas não me parece uma expressão apropriada)



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    JOLLY BRITISH

    Como resolver a questão rapidamente e com punhos de renda

    IN MEMORIAM . INSUBSTITUÍVEL

    O Zeca...

    O Zeca deixa um vazio 
    que não será preenchido

    porque o Zeca 
    era uma dessas 
    raras pessoas insubstituíveis.

    THE NAYS HAVE IT

    Há coisas que se metem pelos olhos dentro, de tal maneira que chega a ser aflitiva a constatação do tempo, energia e empenho desperdiçados na negação do óbvio.

    Não gosto de emitir julgamentos, muito menos públicos, acerca do Q.I. de outrem - pior do que ser estúpido é não ter caracter -  mas lá está, há constatações que chegam a ser aflitivas; a Senhora May é  estúpida, aflitivamente estúpida, e possuidora de uma teimosia que só aos estúpidos assiste. Diga-se, em abono da verdade, que Theresa é organizada e trabalhadora, é de borracha: aguenta todo o embate e retorna à forma original, mas não perseverante - é teimosa. Se a questão fosse arrumar impecavelmente, por cores e tamanhos, os Tupperware lá de casa não tenho a menor dúvida sobre o êxito da tarefa, mas não é...

    E outra coisa, a Senhora May é forte e silenciosamente afectada pelo estigma feminino na história. A Senhora Thatcher era uma dama, mas de ferro... A rainha Isabel está muito além, e acima, das guerrilhas de poder e de afirmação pessoal. Coitada, até entendo, Theresa luta que nem uma leoa para se afirmar, para ligar o seu nome a uma viragem histórica do destino do Reino Unido. Luta por demonstrar que é uma grande governante (está a ser uma demonstração complicada...) Mais, luta pela sua afirmação num meio de homens - digo de homens, não digo machista.
    Os machos britânicos não são geralmente machistas mas são tradicionalmente exclusivistas no que que toca aos seus domínios: o whisky e o charuto depois de jantar, a irmandade do rugby, os clubes masculinos e os bastidores do poder em Westminster. É muito, há que ser de ferreamente inteligente. Pois.

    Esta manhã dei-me ao luxo de ligar a BBC e de ouvir um cadexinho do debate nos Comuns, tem sempre momentos dignos de admiração, pela urbanidade no honorable insulto, pelo humor e pela pontaria certeira. A dada altura parlamentou o Senhor Corbyn;  eu não gramo o Senhor Corbyn, o que para o caso é totalmente irrelevante, mas, como dizia no início, há coisas que se metem pelos olhos dentro. O Senhor Corbyn desfez os novos e cansativos argumentos da Senhora May em duas penadas antes mesmo de ela chegar ao parlamento. É que o Senhor Corbyn será um filho de sua mãe mas não é estúpido. Nada estúpido.

    Esta coisa do Brexit é uma teia de problemas, de coisas pequenas e grandes que não foram atempadamente pensadas e menos ainda acauteladas. Quando surgiu o referendo ninguém acreditou que a saída da UE fosse plausível. Falando bem e depressa, está tudo à rasca. Tudo e todos. No meio deste emaranhado há a questão política e aí não há qualquer hipótese de acordo. É que a questão política desta vez não é partidária, é muito mais profunda e transversal a ambos os partidos, para já não falar da Irlanda e da Escócia, temas que não são omissíveis, são um enorme sarilho adiado.

    Há "brexetiers" de linha dura em ambos os partidos, opõem-se não só à permanência mas à mera ligação à Europa por razões diferentes mas politicamente manifestas na mesma oposição. São os defensores de uma saída mesmo sem qualquer acordo, o que seria uma tragédia não só económica (indústria, banca, comércio, etc.) mas manifesta em múltiplos e variados campos como a segurança, a saúde e outras colaborações científicas, a educação, you name it...
    Há "remainers" em ambos os partidos que não vão aceitar qualquer acordo de saída enquanto houver um vislumbre de reversão.
    E há uns maduros no meio que tentam defender um acordo dificilmente defensável porque não é sim nem não, não traduz a verdadeira vontade dos inconfessos de ambos os lados numa pretensa defesa da "vontade popular manifestada", o que é o mesmo que coisa alguma porque de Junho de 2016 para cá muitas opiniões mudaram, muitos problemas imprevistos se manifestaram na vida do cidadão comum e na vida das empresas, muitas posições se radicalizaram devido a factores político-sociais alheios à permanência ou saída da União Europeia.

    O Reino Unido de unido tem o nome. É curto e preocupante. A Europa, e não só, habituou-se a ver a grande ilha como um símbolo de fleuma, racionalidade, filosofia moderna, tolerância. O país da Magna Carta  for heaven's sake! Tudo isto está há quase três anos de pernas para o ar, sem rumo definido, sem sensatez. É grave.


    Por mim  deixo-lhes um conselho: não tirem tão depressa os andaimes ao Big Ben, quando "The Houses" descambarem pode ser que a velha torre bata horas certas, por agora ninguém sabe às quantas anda.

    Amanhã o "No Deal" será votado e, muito provavelmente, afastado. Depois será votado o pedido de extensão do prazo de saída, se sim ou não, se longo ou curto.
    E depois? Depois só há uma alternativa viável: que o povo se  pronuncie.
    Se assim não for "Goodbye Piccadilly, Farewell Leicester Square, It's a Long Way To Tipperary"
    Goodbye Theresa May, anyway.

    .

    NÃO MORDAS A MÃO QUE TE AFAGA...

    Ouvi o depoimento do Sr. Cohen quase todo.
    Foi um daqueles raros momentos da vida em que a tolerância, complacência e calma têm recompensa imediata na gratificante sensação de enorme gozo que lhes sucede.

    Citando o Sr.Cohen no seu sermão aos republicanos, após várias horas de lhes ouvir os insultos:
    "Eu sei o que vocês estão a fazer porque o fiz durante dez anos: protegi o Sr Trump sem ouvir a minha consciência e hoje encontro-me aqui coberto de vergonha. Mas era o Sr Trump, não o presidente dos EUA, Agora não posso mais fazê-lo. Quem seguir o Sr Trump cegamente, como eu segui, vai sofrer as mesmas consequências que eu estou a sofrer "
    Sim, eu sei, o Sr Cohen não é flor que se cheire mas ouvir tanta virgem ofendida por o Sr. Cohen ter mentido ao Congresso - com pleno conhecimento prévio do Sr Trump e dos seus juristas, que nada tiveram a opor e menos ainda a denunciar - em leviana defesa do mentiroso-mor que preside ao país, é hilariante.


    Draft of Michael Cohen's Statement to Congress-

    VAMOS LÁ COM MEIGUICE QUE HÁ MUITOS BRITÂNICOS NA EUROPA


    Os cidadãos estrangeiros - mas da União Europeia - com residência no Reino Unido, poderão manter o seu estatuto de residentes ('settled status') mesmo no caso pouco provável de um Brexit sem acordo europeu, segundo uma declaração que o actual governo britânico entregou esta semana ao parlamento

    No caso de uma saída sem acordo deixará de haver o "período de transição" e o registo e a solicitação do estatuto de residente terá de ser feito até 31/12/2020 e não até 30/06/2021, como se encontra previsto no acordo

    O estatuto de residente permanente ('settled status') será atribuído àqueles com cinco anos consecutivos a viver no Reino Unido, enquanto que os que estão há menos de cinco anos no país terão um título provisório ('pre-settled status') até completarem o tempo necessário.

    O processo será feito através da Internet, num portal actualmente em fase experimental e que abrirá a 30 de Março de 2019.
    Este registo será obrigatório para todos os cidadãos europeus que não tenham dupla nacionalidade, ainda que tenham outro tipo de documentos de residência.


    Cartões de identidade nacionais, como o "cartão de cidadão", só serão aceites pelas autoridades britânicas até ao final de 2020;
    A partir de 1 de Janeiro de 2021 só o passaporte nacional será reconhecido

    Até esta data, 1 de Janeiro de 2021, os cidadãos da U.E. com estatuto de residentes poderão trazer os seus familiares próximos: cônjuges, filhos, pais e avós; direitos actuais dos cidadãos europeus como a assistência médica, educação, subsídios e habitação social serão mantidos pelo Reino Unido

    UM PASSO À FRENTE E DOIS ATRÁS

    Quando era miúda de vez em quando acontecia-me ir atrasada para as aulas. Detestava aquilo. Não era bem o atraso, era ter de explicar por que estava atrasada. Lembro-me de algumas vezes fazer a parte final do caminho para a sala de aula dando dois passos para a frente e um para trás. E o raio da campaínha não tocava... E eu reforçava, dava um passo para a frente e dois para trás...

    Lembrei-me disto ao ver a conversa sobre a redução das taxas sobre os combustíveis
    O Governo anunciou que ia baixar a taxa sobre a gasolina - o gasóleo fica quieto -  em 3 cêntimos por litro a partir de 1 de Janeiro. 30 cêntimos em 10 litros, 1,20 euro em 40 litros que é em média meio depósito. Sempre são, em média, dois cafés... 'Bora lá bater palmas.

    Quem bateu palmas bateu, quem não bateu batesse. Acabou o tempo.
    Na sexta-feira, dia 4, sai uma portaria no D.R que acaba com a festa.
    Aumenta a taxa de carbono e blá blá blá o aumento do preço do petróleo
    «O Brent está a negociar em queda esta quarta-feira, 26 de Dezembro, pela quarta sessão consecutiva, tendo quebrado a barreira dos 50 dólares por barril pela primeira vez em um ano e meio.» Jornal de Negócios 26Dez.
    Vai daí o aumento previsto é de 2 cêntimos/litro na gasolina e 1,5 cêntimos no gasóleo, que não tinha baixado


    Ao contrário de mim, quando chegava atrasada às aulas, que me incomodava ter de dar explicações, esta espécie de governo fá-lo com grande desenvoltura e orgulho expressando na tal portaria que a actualização da taxa de carbono é: "de grande relevância no plano nacional, em linha com o contexto internacional".
    Que fixe!

    Mas há alguém com dois dedos de testa que leve isto a sério?

    OS NÚMEROS DO COSTA

    O meu amigo Miguel é tão dedicado ao Costa, a quem carinhosamente apelidou de Bosta, quanto eu, em seu tempo, me dediquei a José, vulgo "o Sócrates". Como disse ontem ao Miguel, é uma questão de serviço público, e de higiene biliar, acrescento.
    Confesso que me falta a paciência, e a militância, para actualmente me dedicar ao Costa; quanto o tipo foi fazer de primeiro ministro, pela mão de um Cavaco corroído de inveja e despeito pelo Pedro Passos Coelho, combinação odiosa que o levou a preferir uma espécie de governo não eleito a dar um providencial murro na mesa e a proferir o "Entendam-se ou vamos para novas eleições" que se impunha, escrevi por aqui várias vezes "Não vou levar isto a sério".
    Nada disto, do que se vem passando em Portugal, é passível de ser levado a sério. Está uma série de mânfios a reinar e a mentir descaradamente, sustentada por uma malta a quem nunca foi dada legitimidade eleitoral, nem em 75, para ter voz activa.
    "A crise acabou" "Acabou a austeridade", proferiu o Costa nos seu primórdios geringôncicos.  Pois, então não? Os impostos que pagamos hoje, directa e indirectamente, são claustrofóbicos, a impunidade uma regra e a mentira um modus operandi.

    Voltando umas linhas atrás, faço jus ao Miguel pela sua cruzada contra o "Seja o Costa, vale tudo desde que não seja o Passos Coelho". É assim que se vive, no Vale Tudo, por ódio cego a quem fez, sem rodeios, o que era imprescindível ser feito.

    Hoje o Miguel, publicou assim, claro e sucinto; achei que valia a pena re-publicar.
    Bom ano a todos, menos ao Costa




    BOCADINHOS DE 2018 - 3



    TO BREXIT

    OR

    NOT TO BREXIT,

    THAT IS THE QUESTION

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    A MONTANHA

    PARIU

    UM RATO






    HELL - SINKI, 

    O SEGREDO




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    (LINK PARA A HISTÓRIA)




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    UM ENTRE 18


    TIROTEIOS

    EM  ESCOLAS


    NO PAÍS DO "NRA"



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    A AMORALIDADE, A CRUELDADE 
    E A IRRESPONSABILIDADE
    COMO POLÍTICA DE DISSUASÃO
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    SALISBURY, GB

    OS ALVOS DE PUTIN
    E OS 
    DANOS COLATERAIS



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