Aãããã? Aaahg! Gruuunfff...
Levanto-me, dou um murro na cabeça do Winnie-the-pooh (despertador) – a música pára e o Winnie diz com ar jovial: “GOOD MORMING!” – respondo com a mesma palavra de todos os dias (não devo escreve-la aqui, talvez frente à entrada da residência oficial do primeiro-ministro fosse mais apropriado mas estou certa de que iria presa).
Volto para a cama, como sempre.
Quinze minutos depois o despertador do télélé dispara – aaahg, vai voltar a disparar daqui a dez minutos; deixo-o a barulhar sem forças para estender o braço e carregar na tecla vermelha.
Dez minutos depois, que pareceram dois, a cena repete-se. Aaahg, outra vez, só mais dez minutos... lá vai o miúdo chegar atrasado, não pode ser... só mais cinco... entro na fase de negociação que tem duas vantagens: fico no quentinho enquanto argumento e contra-argumento comigo mas também me ajuda a recomeçar a raciocinar, dentro da medida do possível; só ainda não arranjei uma maneira de conseguir convencer-me a abrir os olhos. Vá, tem de ser...
De olhos fechados, enjoada de sono, arrasto-me até à casa de banho, acendo a luz – aaahg , enganei-me! Apago-a e acendo a outra, a vagamente suportável. Olho para a torneira e tento lembrar-me do que devo fazer a seguir. Abro a água e luto para me manter em pé durante aquele minuto, que pode ser fatal, enquanto espero que a água aqueça. A porta mal encostada abre-se:
- Bom dia mamã, SURPRESA!
- Aãããã? Hoje acordaste sozinho?
- Claro, estou de férias! Não te lembras?
- Aãããã? Aaahg.... Aaahg.... Férias...pois...
Fecho a torneira embora comece a ver o lado obscuro daquela situação que poderia ser tão agradável.
- O que é que estás a fazer a pé? Hoje não tens sono? Não estás a morrer de sono?
- Mamã, ouviste o que te disse? Estou de férias! Achas que vou ter sono?
- Ouve lá, falta ¼ para as 8, claro que tens sono! Vai dormir mais um bocado.
- Não tenho sono, quero levantar-me.
- Aaahg.... mas porquê?
- Mamã, porque estou de férias... Tenho de aproveitar, não é? Tu não ficavas preocupada se eu saltasse assim da cama nos dias de escola? Achavas normal?
Desmancho-me, completamente!
Visto-lhe o roupão, dou-lhe o leite e anuncío decidida: Vou dormir uma hora até chegar a Luísa. Quando me (re)encaminho para o meu quarto a Luísa abre a porta de casa e diz com aquele ar jovial que eu não consigo entender a estas horas:
- Boôom Díííiaaa!
Aaahg! Gruuunfff.
- Bom dia Luísa. Veio às 8h porquê?
- 8h, menina? Então não mudou a hora?
- Aãããã? Aaahg! Aaahg..... Aaahg... Desisto!
- Desiste de quê menina?
A segunda boa pergunta desta manhã alucinante... também sem resposta.
Ai Garfield, só tu me compreendes. Volto para a casa de banho e abro a torneira....
Gruuunfff!
MOVIMENTO 560 - MADE IN PORTUGAL
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e quando lá chegar volte a clicar ou continuará sem consegui ler, e o raio do cartaz é feio que se farta;
(UM MAU MARKETING PARA UMA BOA IDEIA)
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Jantar à luz das velas?
E ALÉM DISSO SEMPRE GOSTEI DA LUMINOSIDADE DAS VELAS
SÁBADO, O JANTAR VAI SER ASSIM:
ESTÃO TODOS CONVIDADOS... EUH... A FAZER O MESMO.
UFF, UFF, UFF
Foi sexta, sábado, domingo e segunda!
DANCE!
SÓ PORQUE ME APETECE
Já houve um Amigo que escreveu sobre mim – e não foi banido porque manteve discrição q.b. – a quem respondi , a pedido, expondo-me mais do que o usual, aqui no Real Gana.
Já escrevi sobre a amizade, um “aviso de navegação”, tendo em mente alguém que não identifiquei, nem nas entrelinhas, por ter a esperança de que, “enfiando a carapuça”, a pessoa em questão se apercebesse da iminência da derrocada e arrepiasse caminho, pois trata-se de alguém por quem tenho verdadeira amizade.
Já aqui deixei uma “carta” a alguém que deixou o nosso mundo para trás mas a quem eu precisava escrever... uma vez mais.
Onde eu quero chegar é que, de uma forma ou de outra, houve sempre uma razão especifica que me levou a escrever sobre ou a... quando o tema é Amizade.
Hoje apetece-me escrever sobre a Luísa.
Por razão alguma, só porque me apetece e não vou esperar pelo seu aniversário – ainda faltam cerca de 4 meses – nem vou dar voltas à cabeça a tentar descobrir que razão me assiste. Deu-me na real gana e chega.
A Luísa é a minha Amiga mais antiga – a primeira, a do tempo das fraldas. Não sei se é “a minha melhor amiga”, abomino esta classificação perigosa e injusta; a primeira é.
Durante a primeira infância não éramos particularmente próximas do ponto de vista afectivo; éramos, e somos, muito diferentes e tínhamos alguma dificuldade em nos entender, como se não falássemos e mesma língua. Bem sei que ela é muito mais velha do que eu... Sim, um ano e dezassete dias não é brincadeira nenhuma, é quase um "generation gap"... (Pois, desculpa lá mas é verdade...)
A Luísa era uma miúda a puxar ao intelectual, às vezes chata na sua insistência em fazer “perguntas inteligentes”, em reter a atenção de um ou outro adulto que lhe estimulava mais o seu apetite por conversas profundas. Não me lembro de a ver a brincar, lembro-me dela a observar, a desenhar e, mais tarde, a ler. Lembro-me dela nas festas de crianças um tanto "trombuda"; festas infantis e vestidos bonitos eram para ela uma grande chatice. Enfim, como as nossas famílias eram amigas e se davam com bastante frequência nós fomos crescendo juntas "por arrasto". Foi uma sorte.
À medida que crescemos e fomos entrando na idade de conversar mais e brincar menos, descobrimos que podíamos conversar uma com a outra. Conversar mesmo, não apenas contar coisas uma à outra. Conversar sobre fosse o que fosse independentemente das nossas visões pessoais sobre os assuntos.
Tornámo-nos Amigas e companheiras, cúmplices e conselheiras, silenciosas e palradoras. Divertimo-nos, desenvolvemos os nossos sentidos de humor, por vezes muito "gozões" e aguçados, exploramos livros e filmes, ciências e metafisicas, discutimos políticas e fomos a manifs. juntas, cobrimos as costas uma da outra. Nunca tivemos trocas de olhares porque nunca precisamos de confirmar qualquer "podes estar descansada", qualquer "estou a perceber-te" nem qualquer "estás a ver isto?". Tanto assim que neste momento, enquanto escrevo, me refiro a ambas sem sentir a necessidade de dizer "pela parte que me toca".
Foi-se criando entre nós uma verdadeira Confiança, daquela de "olhos fechados" e "de olhos bem abertos", absolutamente preciosa. Nunca emitimos qualquer tipo de juízos relativamente à outra, muito menos perante terceiros. Emitimos sim aquelas que considerámos serem as nossas melhores opiniões, ainda que isso implicasse expor "verdades" menos fáceis de dizer e de ouvir. Mas nunca implicou um julgamento ou uma não aceitação e, ao dizer isto, quero fazer uma ressalva importante. Esta plena aceitação não nos advinha, não nos advém, de qualquer pacto de apoio incondicional nem de qualquer tipo de absolutismo idiota. Esta aceitação tem as suas raízes no profundo respeito mútuo e este na honestidade que sempre nutriu o nosso relacionamento, no conhecimento do que ambas somos capazes para o melhor e para o pior. Não há qualquer pacto, conhecemos bem a face invisível uma da outra e a face obscura também; as verdades inconfessáveis, as mentiras ao mundo. Mas não os podres. Não há podres. Conhecemos bem o lado mais luminoso de cada uma, mesmo aquele que não é manifesto aos olhos de outros, e alguns dos "outros" até são amigos.
Depois de um verão em que passamos bastante tempo juntas, a Luísa foi estudar medicina para Coimbra. Não me lembro se nos escrevemos, talvez uma ou duas vezes - nessa época não existia internet e muito menos e-mails; Não nos telefonávamos e não fez qualquer diferença.
Nessa época a Luísa conheceu um estudante de direito com quem, mais tarde veio a casar. Na altura eu nunca soube de nada, só o conheci quando nasceu a primeira filha. A verdade é que isso era muito natural. O nosso relacionamento, ainda que muito intímo, não passava pelos relatos do nosso quotidiano atribuídos aos relacionamentos de amizade femininos, muitas vezes com razão.
Após ter acabado medicina a Luísa voltou para Lisboa, e passado algum tempo foi viver para Braga. Teve mais duas crianças, divorciou-se, sacudiu a poeira e deu a volta por cima. Aguentou-se que nem uma leoa, lutou, trabalhou, deu conta de três filhos.
É uma mulher decidida, inteligente, criativa, dura de roer e, felizmente, não esconde risos nem lágrimas. Conquistou tudo o que tem e repudiou tudo o que não quer. É uma grande mulher a minha grande Amiga.
E lá ficou por Braga. Continuamos sem nos escrevermos, mesmo já nesta época de contacto virtual na ponta dos dedos. Telefonamo-nos de vez em quando, normalmente por um motivo concreto, nem sempre. Mas sempre que queremos ou precisamos.
Sinto falta de conhecer mais profundamente a Beatriz, a Margarida e o Joaquim; gostava de ter com eles uma relação de profunda amizade como os pais da Luísa tiveram comigo e os meus pais tiveram com ela. Claro que gosto profundamente deles mas eu queria mais. Gostava que o meu filho crescesse com eles, se possível se tornassem bons amigos, sei que estaria "bem entregue".
Às vezes sinto a falta dela; não que ela me falte... mas às vezes gostava de a ter mais perto. Com um whisky, dois cigarros, três ironias e mil conversas.
E o «olhos nos olhos» absolutamente limpo, sempre.
HÁ MEIO SÉCULO...
- «The Statement of His Holiness the Dalai Lama on the 50Th Anniversary of the Tibetan National Uprising Day» - 10/03/09
- «1959 Tibetan Uprising: Rebels With A Cause» - 06/03/09
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THE QUEST
NASA's Kepler mission to seek other Earth-like planets is undergoing final preparations for liftoff Friday, March 6, from Pad 17-B at Cape Canaveral Air Force Station in Florida.
The spacecraft launch aboard a Delta II rocket has two windows of opportunity Friday, from 10:49 to 10:52 p.m. and 11:13 to 11:16 p.m. EST.
Kepler is designed to find the first Earth-size planets orbiting stars in habitable zones -- regions where water could pool on the surface of the planets. Liquid water is believed to be essential for the formation of life. "This mission attempts to answer a question that is as old as time itself -- are other planets like ours out there?" said Ed Weiler, associate administrator for NASA's Science Mission Directorate at NASA Headquarters in Washington. "It's not just a science question - it's a basic human question."
.../... After a commissioning period lasting about two months, Kepler will begin its job of staring at more than 100,000 stars for three-and-one-half years, looking for planets. Its isolated perch behind Earth will give the telescope an unobstructed view of a single, very large patch of sky near the Cygnus and Lyra constellations.
"We will monitor a wide range of stars; from small cool ones, where planets must circle closely to stay warm, to stars bigger and hotter than the sun, where planets must stay well clear to avoid being roasted," said William Borucki, science principal investigator for the mission at NASA's Ames Research Center at Moffett Field, Calif. Borucki has been working on the mission for 17 years.
"Everything about the mission is optimized to find Earth-size planets with the potential for life, to help us answer the question - are Earths bountiful or is our planet unique?"
Kepler will find planets by looking for periodic dips in starlight. Planets that happen to pass directly in front of their stars from Earth's point of view cause the stars to dim by almost imperceptible amounts. Kepler's powerful camera, the largest ever flown in space, can see the faintest of these "winks."
"Trying to detect Jupiter-size planets crossing in front of their stars is like trying to measure the effect of a mosquito flying by a car's headlight," said Fanson. "Finding Earth-sized planets is like trying to detect a very tiny flea in that same headlight.
" If the mission does find Earth-sized planets in the habitable zones of stars, it should find them first around stars that are smaller than our sun. This is because the habitable zone is closer for small stars; planets circling in this region would take less time to complete one lap and, theoretically, less time for Kepler to find them and for other ground-telescopes to confirm their existence. Any Earth-size planets orbiting in the habitable zones of stars like our sun - the true Earth analogs - would take at least three years to be confirmed.
Kepler is a NASA Discovery mission. Ames is the home organization of the science principal investigator and is responsible for the ground system development, mission operations and science data analysis. NASA's Jet Propulsion Laboratory in Pasadena, Calif., manages the Kepler mission development. Ball Aerospace & Technologies Corp. of Boulder, Colo., is responsible for developing the Kepler flight system and supporting mission operations. For more information about the Kepler mission, visit: http://www.nasa.gov/kepler
JOHANNES KEPLER - ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA
SIC/LUSA
A NASA prepara para sexta-feira, 6 de Março, o lançamento do primeiro telescópio espacial destinado a procurar planetas semelhantes à Terra, com possibilidades de conterem vida e orbitarem estrelas situadas na nossa vizinhança galáctica.
O lançamento do telescópio Kepler, de 1,03 toneladas, está previsto para as 22h49 locais (3h49 de sábado em Lisboa), na base militar de Cabo Canaveral, na Florida, a bordo de um foguetão Delta II.
Trata-se da primeira missão da NASA concebida para detectar planetas, rochosos como a Terra, que orbitem estrelas de que não estejam muito próximas nem muito afastadas, de modo que as temperaturas possam manter a água em estado líquido à superfície, condição considerada essencial ao desenvolvimento da vida.
Colocada em torno do Sol, a sonda fará "um recenseamento planetário de grande importância para a compreensão da frequência do aparecimento dos planetas da mesma categoria de tamanho que a Terra na nossa galáxia (a Via Láctea)", explicou Jon Morse, director da divisão de astrofísica da NASA.
Permitirá também "preparar futuras missões que detectarão directamente e estabelecerão as características desses planetas em órbita de estrelas próximas", acrescentou o astrofísico.
O telescópio espacial recebeu o nome em homenagem ao astrónomo alemão do século XVII Johannes Kepler, a quem se deve a descoberta de que os planetas descrevem elipses em torno do Sol e não círculos perfeitos.
A missão Kepler, orçada em 600 milhões de dólares (477 milhões de euros), deverá perscrutar durante pelo menos três anos e meio mais de 100 mil estrelas semelhantes ao Sol situadas na região de Cisne e Lira da Via Láctea.
A sonda deverá encontrar nessa "minúscula região" centenas de planetas do tamanho da Terra, ou maiores, e mais ou menos afastados da sua estrela.
Se houver muitos planetas de tipo terrestre na zona considerada habitável do seu sistema solar, o telescópio poderá descobrir dezenas deles, segundo os responsáveis do projecto.
Pelo contrário, se não os encontrar, isso poderá querer dizer que a Terra é uma excepção no Universo, segundo William Borucki, responsável científico da missão.
BOA VIAGEM, «KEPLER»
SIC/LUSA
O APAGÃO PARTIDÁRIO
O NÃO é mesmo porque não, e acabou a conversa
O Sim, se algum houvesse, não poderia ser outro do que o "Pois sim, já me tinhas dito".
Eu sei que a degradação partidária é um fenómeno nacional, não é exclusiva do PS. (Ah, não querias mais nada...)
Quando o Aníbal foi para a presidência do PSD aproveitou para resolver alguns dos seus complexos de "Puto-que-ia-prá-escola-a-pé-pela-estrada-de-Boliqueime-mas-agora-é-Prof.Catedrático-que andou-p'la-Inglaterra-e-tudo": afastou da máquina partidária tudo o que era figura que lhe pudesse fazer sombra, e vingou-se, literalmente, de tudo o que era figurão que não lhe tinha prestado a atenção que, no seu entender, merecia. O PSD, já orfão mas esperançado, acabou por dentro e implodiu mais tarde.
Ficaram por lá os que estavam à espreita, os que sabem esperar, os que se estão nas tintas para o país mas sabem que um partido dá sempre jeito para o tráfico de influências, para os seus lobizecos das negociatas.
E mais uns quantos idiotas que desde jovenzinhos sonham com a política como estrelato e protagonismo.
E mais uns quantos bem intencionados que acreditam que existe mesmo oposição, que esta é possível à revelia das reuniõezinhas privadas, pluri-partidárias, a cheirar a charuto, a whisky e a esturro.
(Então agora, com o Aníbal a fazer de Mário Soares-mas-mais-discreto-a-dar-ares-de-ponderado-no-seu-silêncio, pouco digno, digo eu, está a malta toda mais à-vontade para se coçar, lá pela zona laranja.)
Ai Nélita, onde tu te foste meter...
E o CDS? Desculpem... O PP?
PP é um nome bem posto... assim: Pêpê, como um teenager retardado, nado e criado ali pelas imediações da Av. de Roma/ Pça. de Londres, com umas massas no bolso, gasolina na moto e um colega por quem copiar na faculdade.
O outro PP, digo, Paulo Portas, que me desculpe, conheço-o de "outros carnavais" e, pessoalmente, como cabeça e relação social, até gosto dele, mas por que raio havia de se ir meter naquilo? Pois... Foi uma oportunidade inigualável, quando ainda havia Adriano Moreira e dava gozo mostrar à malta a ampla careca do Freitas. Só foi chato ter de se enfeudar daquela maneira, na altura ele até tinha futuro no PSD mas, na verdade, tinha mais degraus para subir, a fila era maior e a concorrência mais acirrada. Agora aquilo já nem é um partido, aquilo nem um "cozido à portuguesa" é.
E o PC?
...e o PC?
Se eu fosse do PC, mesmo, de há muito tempo, só iria a comícios e coisas parecidas com uma mesa de pé-de-galo ou uma tábua ouija. Agora é que é caso para dizer: o Álvaro faz (lá) falta.
O PC morreu, Viva o PC - soa bem mas não resulta. Não resultou. Não está a resultar.
E o B.E.
Bem... apareceu recentemente, se comparamos com os outros, ainda não tiveram tempo de desatar todos ao estalo. É claro que, mais dia menos dia, vão mesmo pegar-se.
Aquele partido nasceu de uma necessidade de a esquerda se renovar, se reorganizar, se re-aglomerar. É uma família de filhos adoptados nascidos em meios muito diferentes, com culturas diferentes, visões ideológicas diferentes. Tem tiques intelectuais que não ajudam na congregação da "esquerda-festiva com o proletariado-militante".
Quanto àquele rapaz que tem vindo a protagonizar o leque, que vai de UDP's que amadureceram a PS's desiludidos, passando pelas estruturas político-mentais mais individualistas, tem vindo a lucrar com o facto de não haver nenhum "revolucionário" na cena política actual. É uma especie de MRPP dos tempos modernos, com mais raiva, menos graça e nenhuma ingenuidade.
Não quero agoirar, mas vai dar estalo. E também é verdade que não vai a parte alguma, faltam-lhe os votos e o muito que é preciso além dos votos e para ter votos, mesmo, à séria. Refilam imenso, valha-nos isso.
Mas voltando ao PS e à degradação partidária.
Um problema que o PS tem que o PSD já não tem é que ainda não se deram conta de que o PS também já não existe.
"Essa agora... ", ouço o coiro, "então ainda agora confirmaram o seu lider com 96,...% e não existe? Existe e está coeso". Uma gaita, respondo eu.
Como é que se fazem congressos? Com delegados ao congresso que vão votar "pelos partidários". Delegados que agarram na lanterninha de bolso e afirmam que "um socialista está preparado para todas as crises, para qualquer "apagão":
http://videos.sapo.pt/fkNFzpKd5oLtY7r5zW5g
Mas não é por isso que o PS não existe.
O PS "já era", como partido, não como Força Política, pela mesma razão que não existe o PSD: não existe seriedade, honestidade político-partidária, não existe "amor à camisola" na classe política - nas bases sim, ainda, um pouco, mas as bases não mandam nada.
Existe carreirismo, corrupção, encubrimento, e muita, muita negociata escura, no país; Na "máquina do país" e nos que a movimentam, a mantêm, a lubrificam. O resto é conversa. Muita conversa, muita mentira, muitas complicidades secretas, muitos interesses em jogo... e muito jogo.
Quando chega a hora de tocar para o jogo não há partidos nem fidelidades, não há compromissos programáticos nem com o povo. (O Povo? Raio, como é que o povo aparece aqui, a propósito de quê? O país? Ora, o país está de rastos, isto não tem safa, não sejam anjinhos. Cada um que trate é da sua vidinha o melhor que puder... e dê uma olhada às costas dos parceiros, não vá alguém distrair-se e ainda podem ir dentro um ou dois. Deixem lá isso... Oh pá, já mandaste o teu testa-de-ferro fazer a transferência?)
Nunca, desde Abril de 1974, um primeiro ministro foi tratado pela boca do povo como este. Existiram anedotas, contestação, manifestações, bocas da reacção, etc. Nunca houve um PINÓCRATES, assim, generalizado. A sorte deste governo é que a Esquerda não consegue mobilizar-se e a Direita é comodista. Até agora só os professores conseguiram atirar umas pedras ao charco. Foi curto.
É bem possível que o PS venha a ganhar as eleições - neste país tudo é possível - MAS porque uma grande parte da população não vê alternativas. É uma razão triste.
Tudo isto é uma tristeza. Já não é só para lá do Tejo que "este país é um deserto", com muita areia...