OUTRA PINCELADA COLORIDA
30 DE DEZEMBRO 2009
Eu disse que queria mais...
Se soubesse que bastava pedir já o teria feito há mais tempo.
Os funcionários da TAP e da ANA voltaram a encher de música e alegria aquela sala de "chek in" tão fria, chata e impessoal.
Parabéns uma vez mais, assim dá gosto.
Àparte - Quando estava a ver este vídeo veio-me à cabeça o seguinte pensamento:
"Será que vou voltar um dia a sentir-me bem em Portugal?"
Sim, eu sei que falta TOOOOODO o "resto" mas a vida é feita de muitas pequenas coisas; a criatividade, a alegria e a livre iniciativa são algumas das fundamentais.
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UMA PINCELADA DE COR
23 DE DEZEMBRO DE 2009
Parabéns à TAP pela iniciativa
Não é original mas é simpáctica e divertida
É uma pincelada de cor no cinzentismo nacional
Pode ser que para a próxima o público se desiniba...
Cá por mim gostei, e quero mais.
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DIAS DE SUOR E MEL
As festividades natalícias são cansativas... São... É por isso que se diz que "o Natal é para as crianças":
Nada como porem-nos na frente a boa comidinha que outros fizeram, papada a uma mesa linda que outros puseram, comer em pratos de natal que outros terão de pôr na máquina, tirar, arrumar.
Mas nem foi por aí, este ano não me tocou essa parte, estive como as crianças.
Nada como desembrulhar, deixando papeis e fitas pôr todos os cantos, aquilo que outros embrulharam, e esconderam com perícias de conto de fadas; sem ter de as procurar, de as "inventar", (que as pagar), de as transportar em dias frios e lojas quentes.
Nada como brincar com mil e uma coisas que outros terão de encontrar sítio para arrumar - dos sacos aos armários próprios, passando pela fase do transporte.
Pois não é fácil e essa parte lá me tocou, outra vez, para não falar já do complicado puzzle que é encaixar o novo com o pré-existente. Acrobacias...
Mas desta vez o desaforo total não veio (só) das festividades, desta vez arranjei uma estratégia infalível para não ter o menor sossego (que tanta faltinha me faz...)
Dia 22, terça-feira, tinha conseguido, finalmente, comprar umas prendas que os amigos me pediram que eu inventasse para oferecerem ao meu filho - «é mais fácil, dizem, tu é que sabes o que ele gosta e evitam-se repetições». Não deixa de ser verdade mas garanto-vos que requer algum reforço de imaginação...
"Só" faltavam as outras: a minha prenda para o meu filho, para a minha mãe, para as pessoas que se reuniriam connosco na consoada... Coisa pouca...
Eis que lá tinha uma mensagem a piscar no télélé, eram cerca de duas da tarde: O criador a quem tinha encomendado um cachorro, em fins de Outubro, tinha recebido o cão, acabara de chegar e precisava que eu o fosse buscar até ao dia seguinte o mais tardar... A Gondomar!
QUÊ?
O Natal, o resto das prendas (esta de "resto" sou eu a facilitar), os embrulhos, a criança, o tempo que estava mau que e se anunciava escorregar para o péssimo, a debandada de quem vai passar o Natal à terra, e depois... A véspera e o dia de Natal em casa da minha mãe que tem dois cães, um dos quais ainda cachorro e que nunca pára quieto... Avizinhava-se a loucura total.
Pois, mas não havia outra hipótese, tinha de ser.
Dia 23 lá fui com o meu filho a tiracolo, acompanhada por um amigo que se dispôs a partilhar esta aventura pela A1, chuvosa e pouco apetecível, sob os avisos mais tenebrosos da Protecção Civil, direitos a Gondomar sentindo que esta ficaria a pouca distância do fim do mundo.
O nosso primeiro encontro (foto ao lado) foi amor à primeira vista.
Vi-me com quase 7 quilos de bola de pêlo, dois meses e quatro dias de vida e patas descomunais a abraçar-me, literalmente, como se não houvesse amanhã.
O simpatiquíssimo casal de criadores, estavam tristes por o ver partir, literalmente. Muitas festinhas e lambidelas depois partimos deixando a promessa de notícias e fotografias.
E regressamos, sãos, salvos e cansados.
Claro que o Luís queria dormir com o cãozinho.
Claro que o cãozinho queria dormir connosco.
Claro que eu só queria era dormir, muito, e discutir o mínimo.
Chegamos a uma plataforma de entendimento: abre-se a cama do sofá da sala e ficamos lá os três. Finito!
O Luís dormiu; o cãozinho dormiu pouco, mas fez os xi-xis, os có-cós, as palhaçadas, as diabruras e lá pelas 71/2, 8 horas, da manhã, entenda-se, caímos, ambos, KO.
Às 9 horas a minha empregada meteu a chave à porta e o cãozinho deu de imediato provas de que já considerava que a nossa casa é mesmo nossa, incluindo dele... e quem era aquela estranha que entrava sem avisar, hã?
Greef- Au-au-au! Se não tivesse tanto sono creio que teria achado graça.
Voltamos a ser três cá em casa, apresento-vos o
É uma ternura de cão,
com dentinhos tipo agulha que precisam mordiscar a toda a hora.
Por sorte nem sempre mordiscam a primeira mão mais a jeito, embora seja muito mais giro porque as bolas e os brinquedos não gritam AI nem dão tanta luta a tentar agarrar uma vez mais.
De vez em quando dorme qualquer coisita,
desde que não haja o menor barulhinho, desde que não cheire a comida, desde que esteja verdadeiramente cansado, muito depois de nos ter estafado a todos.
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PRENDA DE NATAL PARA TODOS
PRENDAS DE NATAL-11
CONTINUO A DEIXAR AS MINHAS "PRENDAS"
CARLOS, FELIZ NATAL MEU AMIGO
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PODIA SER O PAI NATAL
Por qualquer razão, provavelmente porque o Anjo da Guarda de alguém assim o conseguiu, ficamos uns momentos a conversar dentro do meu carro. Fazia um frio de rachar, o termómetro do carro indicava 5ºC.
Aparecido do nada um Senhor muito idoso, talvez rondando os 90 anos, chegou-se ao carro e ficou a olhar-nos. Olhei para ele tranquilamente... Tinha um aspecto invulgar...
Sim, podia ser o Pai Natal. Olhos claros mas profundos, de uma meiguice e tristeza inultrapassável; bem vestido, barba bem cuidada e aparada. Abri a janela e perguntei:
"Posso ajuda-lo?"
Do fundo do peito veio-lhe um lamento, implorado:
"Levem-me convosco... Não me importa para onde vão, levem-me convosco". Assim, sem mais.
Fiquei sem saber o que pensar, menos ainda o que fazer. Tentando perceber o que estava a acontecer respondi-lhe tão mansamente quanto possível:
"Hoje não posso, talvez outro dia. Vá para casa hoje que está tanto frio e já é tão tarde..."
"Ora..", respondeu-me, ou talvez nem isso, parecia mais pensar alto, "Se eu pudesse (ou soubesse, não percebi).
Valha-me Deus pensei... A conversa repetiu-se e eu tentava raciocinar.
A minha amiga deu-me um toque no braço e murmurou:
"Acho que o senhor está perdido..."
"Está perdido e deve ter Alzheimer", disse eu.
O Senhor começara a afastar-se atravessando a rua direito a três rapazes de aspecto pouco recomendável.
Saímos as duas do carro. "Não o deixes ir embora, vou ligar o 112".
Ela trouxe-o de volta, lentamente, de braço dado, enquanto eu explicava à polícia o que se passava e onde estava. Uma angústia.
A polícia disse que enviaria um carro de imediato.
Convidamos o Senhor a sentar-se connosco no murete que separa o passeio dos poucos metros ajardinados.
Perguntei-lhe o nome, não sabia. Lá se lembrou que se chamava Manuel, nada mais.
A minha amiga perguntou-lhe por filhos, mulher, família... Disse não ter ninguém. Morada? O nome de uma rua? Nada! Que aflição...
Voltei a ligar para a polícia, confirmaram-me que estava um carro a caminho, que enviariam uma comunicação de reforço.
Eu olhava o Senhor Manuel de alto a baixo:
Bem vestido, lavado, tratado, com uma aliança e um anel de ouro com uma pedra escura e rasa que me pareceu um anel de brazão - não quis ver de perto com medo de o assustar, ainda mais do que já estava. Tinha um bom relógio no pulso, uma "parka" verde de aspecto novo e de boa marca. A situação denunciava-se nos sapatos: as meias mal calçadas deixavam ver os tornozelos até aos pés e os atacadores não estavam atados, tinham sido metidos para dentro dos sapatos bem engraxados.
"Resolveu sair, tirou as pantufas, vestiu o casaco e esgueirou-se..." pensei recorrendo a memórias de situações semelhantes.
"Tem fome?" , perguntei-lhe.
"Tenho muita, e tenho muito frio... Ali dentro do vosso carro é que eu ficava bem..."
Sentámo-lo no carro. Ele murmurou para consigo que mais valia morrer.
"Então Senhor Manuel, a vida é assim, tem dias maus e dias bons mas vale a pena vivê-lo todos, não é?", disse eu tentando acreditar que era verdade. Não respondeu, estava a olhar para onde tinha o pensamento...Longe, longe.
"Parece um monumento à Tristeza", disse eu à minha amiga que estava de lágrimas nos olhos.
Chegou a polícia. expliquei o que se passava. Perguntaram-me se ele trazia alguma identificação. Respondi que não sabia, não lhe tinha tocado senão para o ajudar a entrar para o carro.
A agente deu-lhe as boas noites e disse-lhe: " Vá Senhor Manuel, vamos até à esquadra ver se descobrimos onde é que o Senhor mora".
"Para a esquadra?", como quem achava que a agente tinha endoidecido, " Não, eu estou aqui bem, vou com esta menina".
Lá lhe expliquei que ninguém o queria prender ou fazer-lhe mal, que ele precisava comer, descansar um bocadinho para ver se se lembrava de mais qualquer coisa.
"Sim, está bem", disse-me o Senhor Manuel olhando-me fundo olhos nos olhos, "mas eu vou consigo". Colocou as mãos cruzadas sobre o guarda chuva, assim à laia de bengala, olhando em frente aparentemente calmo, educado e irredutível.
Perante isto decidi-me a leva-lo à esquadra. Despedi-me da minha amiga e segui o carro da polícia, rezando para que ele saísse do carro de livre vontade.
Lá fomos, ouvindo música clássica, sem palavras, cada um com os seus pensamentos.
Ao chegarmos o Senhor Manuel permanecia imóvel dentro do meu carro. Disse-lhe que lhe iam dar qualquer coisa para comer e uma bebida quentinha... A polícia interrompeu o trânsito para lhe dar todo o tempo que precisasse para sair do carro em segurança, foram pacientes e amigáveis.
Ele lá se resolveu a sair, ou melhor, resolveu deixar que o ajudássemos a sair, conformado e pouco convencido. Lá foi, amparado sem olhar para trás, indiferente.
Identifiquei-me e disse que no dia seguinte contactaria porque queria saber o que acontecera, o que aconteceria. A jovem agente respondeu-me que deixaria uma indicação para que me fossem prestadas todas as informações que eu pedisse.
Meti-me no carro direita a casa, triste, revoltada, preocupada e dando graças por ter estado no sítio certo à hora certa.
Quem seria o Senhor Manuel? Como viveria? Com quem? Que vida o trouxera ao longo dos anos até uma situação tão frágil, solitária, perigosa e revoltante?
Tentei dormir em paz, não foi fácil.
Hoje liguei para a esquadra. Após alguns momentos de busca de informação e confirmada a minha identidade disseram-me que o Senhor Manuel Fulano de Tal havia sido encaminhado para o Hospital Curry Cabral numa ambulância do INEM, sem problemas de oposição, e que se encontrava internado devido a ligeira desnutrição, desidratação e falta de medicação para a doença de Alzheimer. A sua morada havia também sido localizada.
Agradeci, liguei à minha amiga dando-lhe as notícias, respirei e fui tomar um duche bem quente e longo.
Agora o outro lado...
Embora muitas pessoas desconheçam existem à venda em muitas farmácias, particularmente nas associadas da Associação das Farmácias de Portugal, colaboradora do programa "RUMO SEGURO", umas pulseiras com um sistema de localização GPS destinadas à localização permanente de doentes de Alzheimer.
O que me parece absurdamente revoltante é que não existe qualquer protocolo de apoio, ou mesmo, ao menos, de divulgação por parte do Ministério da Saúde, de comparticipação então muito menos.
Diversas Associações particulares são colaboradoras, diversos laboratórios farmacêuticos, a Liga dos Bombeiros Portugueses, a PSP, a GNR, o INEM.
O nosso Estado não, o Governo tem mais o que fazer e é muito mais giro e proveitoso andar a brincar aos "Magalhães", sobretudo se tivermos em consideração quem os produz.
As Juntas de Freguesia colocam-se "de fora", adiam, dizem "pois, pois", apesar de serem contactadas nesse sentido (sim, sei do que falo)
Não quero rogar pragas a ninguém mas se o paizinho ou a mãezinha da senhora ministra da saúde ou do nosso José, ou mesmo do senhor Presidente da Junta, etc., etc., desaparecessem de casa sem saberem quem eram ou onde estavam e passassem fome, frio e um sem número de perigos, talvez as ilustres figuras sofressem um "bác" que os acordasse.
No entanto a Sociedade Civil tem a sua grande quota parte de responsabilidade; tem de se mexer, protestar e exigir.
Esta aflição, esta angústia, pode, de repente, à saída de qualquer bem disposto jantar ou à saída de casa logo de manhã, se tropeçarmos em alguém que caiu de cansaço à nossa porta, tocar a qualquer um de nós, não apenas a quem perde de vista a mãe, o pai, ou qualquer outra pessoa querida que tenha a enorme infelicidade de sofrer de demência.
E depois?
Algumas informações:
http://industria.netfarma.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=820&Itemid=49
http://www.publico.clix.pt/Sociedade/alzheimer-as-pessoas-passam-ao-lado-pensam-que-sao-semabrigo_1401541
http://www.alzheimerportugal.org/scid/webAZprt/defaultArticleViewOne.asp?articleID=343&categoryID=808
http://www.rumoseguro.pt/ (PONTO NOTÍCIAS)
http://saude.sapo.pt/prevenir/artigos/geral//saude/ver.html?id=811366
http://www.solidariedade.pt/sartigo/index.php?x=3745
http://www.inosat.com/particulares/child-locator/doentes-de-alzheimer.aspx?gclid=COzp9vuX5p4CFZKhzAodnSaIMg
http://www.keruve.com/funcionamiento/
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PRENDAS DE NATAL - 9
CONTINUO A DEIXAR AS MINHAS "PRENDAS"
FRANCISCO, "THE MASTER", FELIZ NATAL
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PRENDAS DE NATAL - 8
CONTINUO A DEIXAR AS MINHAS "PRENDAS"
EMIÉLE, FELIZ, FELIZ NATAL
UM ABRAÇO APERTADO AO MEU PRIMO LINDO
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CONVERSA DE ESPLANADA COM UM FRIO DE RACHAR
- Bronca? Qual bronca?
- O quê, não sabes?
- Não, não sei; não sei eu nem a maior parte das pessoas.
Só sei da suspensão por 30 dias e da sequente demissão da presidência do Eurojust. E sei que isto se deveu às pressões que ele foi acusado de ter feito sobre os magistrados que se ocupam do "Freeport". E também sei que essa pena de suspensão pode ser aplicada de entre 20 a 240 dias. Presumo que 20 dias daria, ainda mais, nas vistas... fica-se por 30... É só mais uma vergonhaça que Portugal suporta com uma "perna às costas", o hábito facilita...
- Então e isso não é uma bronca?
- O quê, a vergonhaça? É, mas é só mais uma entre muitas
- Não, a suspensão, a demissão, as pressões...
- Isso? É uma vergonha, um compadrio de canalhas mas uma bronca não me parece.
Ou passa pela cabeça de alguém que o Lopes da Mota um dia acordou e resolveu ir fazer ameaças aos procuradores? Não estou a dizer que não as fez, só não passa pela cabeça de um tinhoso que as tenha feito porque ele pensou que as devia fazer. Aí é que está uma bronca potencial, uma grande bronca, mas dessa quem é que sabe? De que raio querias que eu falasse no blog?
E o Pinto Monteiro? Também achas que é uma bronca? Uma bronca é ele continuar no poleiro a cantar de galo que o processo continua que que está tudo numa boa
Uma bronca é o Cavaco ter ficado mudo e quedo quando em Abril passado o Sindicato dos Magistrados lhe pediu uma audiência por causa das pressões sobre os procuradores do "Freeport".
Oh pá, a barracada é mais do que muita, os factos são mais do que muitos, e o processo disciplinar que se arrastou até mais não poder ser para parir um rato, mais a suspensão do processo mesmo à beira das eleições porque o outro não confiava no magistrado.
Ninguém diz, ninguém fala, é suposto acreditarmos em todos os silêncios ofendidos e nas patranhas do "está tudo bem, não há indícios".
De que bronca é que estás a falar? Do José ter chegado nesse dia a Beja para botar discurso às 4 da tarde quando o esperavam ao meio-dia e meia e a culpa foi de um otário do Gabinete dele? E depois baldou-se ao Cavaco...
Não me lixes... Quando ouvir em alto e bom som de quem é que o Lopes da Mota é o "bode expiatório" eu escrevo no blog, Ok?
- Ó rapariga, pronto, queres mais um café? Talvez um whisky?
- Não mas obrigada, ainda é cedo.
Achas que este ano neva em Lisboa? Era a única consolação para tanto frio que tenho.
A quem possa interessar:
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=157362&dossier=Caso%20Freeport
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1449578
http://fragmentosdeapocalipse.blogspot.com/2008/11/justia-de-alto-nvel.html
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PRENDAS DE NATAL - 7
CONTINUO A DEIXAR AS MINHAS "PRENDAS"
ZIZA, MINHA AMIGA DESDE SEMPRE, PARA SEMPRE
FELIZ NATAL (BEIJOS À PROLE)
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PRENDAS DE NATAL - 6
CONTINUO A DEIXAR AS MINHAS "PRENDAS"
XANA, FELIZ, FELIZ NATAL,
COM, FINALMENTE, A PAZ MERECIDA
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PRENDAS DE NATAL - 5
CONTINUO A DEIXAR AS MINHAS "PRENDAS"
ZÉ-MANEL C., FELIZ, FELIZ NATAL
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PRENDAS DE NATAL - 4
CONTINUO A DEIXAR AS MINHAS "PRENDAS"
JOÃO CARLOS, FELIZ NATAL
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PALHAÇADAS
Pois mas eu não tive culpa, eu até faço por não ler jornais, já aqui o tenho dito.
Há por aí umas "almas perversas" que fazem a gentileza de ser minhas amigas e que me me enviam e-mails só para me provocar; Claro está que os escolhem a dedo pensando perfidamente "A-Ah, com esta ela não se aguenta", e não é que às vezes acertam?
Não tive culpa, recebi duas delícias no mesmo dia...
Trata-se pois de um artigo de Mário Crespo, cavalheiro que, confesso, não costumo levar muito a sério embora reconheça que lá vai atirando, com jeito, a sua pedra para o charco.
Pois bem, desta feita o Senhor Mário Crespo atirou um pedregulhozito ao charco; não tanto pela informação que nos trás mas pelas apropriadas classificações e qualificações que atribui aos palhaços que comenta.
Ainda hei-de ouvir uns quantos a suspirar "Volta Moura Guedes, estás perdoada"...
A sorte de Mário Crespo, e não sei se lhe chegará, é que não escarafuncha para desenterrar factos, fica-se pelo comentário, mas há factos que não é nada saudável comentar, muito menos chamando os "boys" pelos nomes.
O pior de tudo é que os palhaços somos nós, que não corremos com eles, pintamos um sorriso na cara e cá vamos vivendo em brandos costumes.
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« O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.
O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.
Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.
O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.
E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.
Ou nós, ou o palhaço. »
In "Jornal de Notícias"
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PRENDAS DE NATAL - 3
CONTINUO A DEIXAR AS MINHAS "PRENDAS"
Sandra, Feliz Natal minha Amiga
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EU NÃO O DIRIA MELHOR...
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José António Saraiva
«O PROCESSO chamado ‘Face Oculta’ tem as suas raízes longínquas num fenómeno que podemos designar por ‘deslumbramento’.
Muitos dos envolvidos no caso, a começar por Armando Vara, são pessoas nascidas na Província que vieram para Lisboa, ascenderam a cargos políticos de relevo e se deslumbraram.
Deslumbraram-se, para começar, com o poder em si próprio. Com o facto de mandarem, com os cargos que podiam distribuir pelos amigos, com a subserviência de muitos subordinados, com as mordomias, com os carros pretos de luxo, com os chauffeurs, com os salões, com os novos conhecimentos.
Deslumbraram-se, depois, com a cidade. Com a dimensão da cidade, com o luxo da cidade, com as luzes da cidade, com os divertimentos da cidade, com as mulheres da cidade.
ORA, para homens que até aí tinham vivido sempre na Província, que até aí tinham uma existência obscura, limitada, ligados às estruturas partidárias locais, este salto simultâneo para o poder político e para a cidade representou um cocktail explosivo.
As suas vidas mudaram por completo.
Para eles, tudo era novo – tudo era deslumbrante.
Era verdadeiramente um conto de fadas – só que aqui o príncipe encantado não era um jovem vestido de cetim mas o poder e aquilo que ele proporcionava.
Não é difícil perceber que quem viveu esse sonho se tenha deixado perturbar.
CURIOSAMENTE, várias pessoas ligadas a este processo ‘Face Oculta’ (e também ao ‘caso Freeport’) entraram na política pela mão de António Guterres, integrando os seus Governos.
Armando Vara começou por ser secretário de Estado da Administração Interna, José Sócrates foi secretário de Estado do Ambiente, José Penedos foi secretário de Estado da Defesa e da Energia, Rui Gonçalves foi secretário de Estado do Ambiente.
Todos eles tiveram um percurso idêntico.
E alguns, como Vara e Sócrates, pareciam irmãos siameses: Naturais de Trás-os-Montes, vieram para o poder em Lisboa, inscreveram-se na universidade, licenciaram-se, frequentaram mestrados.
Sentindo-se talvez estranhos na capital, procuraram o reconhecimento da instituição universitária como uma forma de afirmação pessoal e de legitimação do estatuto.
A QUESTÃO que agora se põe é a seguinte: por que razão estas pessoas apareceram todas na política ao mais alto nível pela mão de António Guterres?
A explicação pode estar na mudança de agulha que Guterres levou a cabo no Partido Socialista.
Guterres queria um PS menos ideológico, um PS mais pragmático, mais terra-a-terra.
Ora estes homens tinham essas qualidades: eram despachados, pragmáticos, activos, desenrascados.
E isso proporcionou-lhes uma ascensão constante nos meandros do poder.
Só que, a par dessas inegáveis qualidades, tinham também defeitos.
Alguns eram atrevidos em excesso.
E esse atrevimento foi potenciado pelo tal deslumbramento da cidade e pela ascensão meteórica.
QUANDO o PS perdeu o poder, estes homens ficaram momentaneamente desocupados.
Mas, quando o recuperaram, quiseram ocupá-lo a sério.
Montaram uma rede para tomar o Estado.
José Sócrates ficou no topo, como primeiro-ministro, Armando Vara tornou-se o homem forte do banco do Estado – a CGD –, com ligação directa ao primeiro-ministro, José Penedos tornou-se presidente da Rede Eléctrica Nacional, etc.
Ou seja, alguns secretários de Estado do tempo de Guterres, aqueles homens vindos da Província e deslumbrados com Lisboa, eram agora senhores do país.
MAS, para isso ser efectivo, perceberam que havia uma questão decisiva: o controlo da comunicação social.
Obstinaram-se, assim, nessa cruzada.
A RTP não constituía preocupação, pois sendo dependente do Governo nunca se portaria muito mal.
Os privados acabaram por ser as primeiras vítimas.
O Diário Económico, que estava fora de controlo e era consumido pelas elites, mudou de mãos e foi domesticado.
O SOL foi objecto de chantagem e de uma tentativa de estrangulamento através do BCP (liderado em boa parte por Armando Vara).
A TVI, depois de uma tentativa falhada de compra por parte da PT, foi objecto de uma ‘OPA’, que determinou a saída de José Eduardo Moniz e o afastamento dos ecrãs de Manuela Moura Guedes.
O director do Público foi atacado em público por Sócrates – e, apesar da tão propalada independência do patrão Belmiro de Azevedo, acabou por ser substituído.
A Controlinvest, de Joaquim Oliveira (que detém o JN, o DN, o 24 Horas, a TSF) está financeiramente dependente do BCP, que por sua vez depende do Governo.
SUCEDE que, na sua ascensão política, social e económica, no seu deslumbramento, algumas destas pessoas de quem temos vindo a falar foram deixando rabos de palha.
É quase inevitável que assim aconteça.
O caso da Universidade Independente, o Freeport, agora o ‘Face Oculta’, são exemplos disso – e exemplos importantes da rede de interesses que foi sendo montada para preservar o poder, obter financiamentos partidários e promover a ascensão social e o enriquecimento de alguns dos seus membros.
É isso que agora a Justiça está a tentar desmontar: essa rede de interesses criada por esse grupo em que se incluem vários “boys” de Guterres.
Consegui-lo-á?
Não deixa de ser triste, entretanto, ver como está a acabar esta história para alguns senhores que um dia se deslumbraram com a grande cidade.»
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ELE HÁ GRANDES VERDADES...
um formado por gente totalmente incapaz e outro por gente capaz de tudo."
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"O Governo que agora toma posse, inicia a sua acção num quadro político complexo, mas não inédito. Ao longo de mais de trinta anos de democracia, já tivemos, por diversas vezes, governos minoritários. Sei, por experiência própria, o que significa liderar um governo minoritário.
É claro para todos que, neste quadro político, o diálogo e a concertação na procura dos consensos possíveis ganham uma relevância acrescida.
É necessário encontrar compromissos com as outras forças políticas, ouvir os agentes sociais e as organizações da sociedade civil, estar particularmente atento aos problemas reais que as famílias enfrentam no seu dia-a-dia."
José, no dia da tomada de posse desta coisa XVIII a que se chama Governo
Será de comer queijo?
PRENDAS DE NATAL - 2
CONTINUO A DEIXAR AS MINHAS "PRENDAS"
ESTA É PARA O MEU FILHO,
FELIZ NATAL MEU AMOR LINDO
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PRENDAS DE NATAL- 1
AS "PRENDAS" QUE ME DEREM NA REAL GANA.
PENSO QUE O FAREI PRINCIPALMENTE SOB A FORMA DE CANÇÕES
- DIGO "PENSO" PORQUE A "COISA" NÃO ESTÁ PREMEDITADA,
É SENTIDA E, DE ACORDO COM O QUE ME VIER À FLOR DA PELE,
ASSIM AQUI SERÁ POSTADO;
É UMA DAS MELHORES FORMAS QUE ENCONTRO
PARA EXPRESSAR O QUE ME VAI NA ALMA.
COMEÇO POR DEIXAR UMA CANÇÃO PARA A MINHA MÃE
FELIZ NATAL MÃE, A PRIMEIRA É PARA TI
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A MORAL DO GORILA
Armado e equipado o caçador tentou e falhou. O gorila levou a mal, agarrou-o e disse-lhe:
"Tu és mau, queres fazer mal ao gorila", e pimba, sodomizou-o.
Coberto de vergonha e raiva armou-se o caçador até ao dentes e fez uma espera ao gorilão. De novo tentou e falhou, conseguindo apenas assustar a gorila e o gorilinha.
O gorila levou a mal, agarrou-o e disse-lhe:
"Tu és mau, queres fazer mal ao gorila, à minha linda gorila e ao meu gorilinha", e pimba, sodomizou-o.
O caçador possesso, jurou vingança e foi comprar armamento a Serra Leoa.
Voltou e armadilhou meia selva.
Mas de novo falhou.
E o gorila, com um ar pensativo, agarrou-o e disse-lhe:
"Ok, agora já percebi, tu não és mau... Tu és é paneleiro"
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No passado fim de semana estiveram cá em casa a jantar uns amigos. A meio do jantar alguém referiu a futura igreja de S. Francisco de Xavier, a construir no Restelo, da autoria do Arqtº Troufa Real.
Eu era única a quem a coisa tinha passado ao lado; ouvi falar disso mas desconhecia totalmente o projecto. Confessei, e volto a confessar, que no que toca ao Arqtº Troufa Real tento sempre passar ao lado. Conheço-o pessoalmente e sempre foi educadíssimo comigo, tento retribuir não comentando publicamente a sua pessoa. Adiante.
Uma das pessoas presentes aqui em casa prometeu enviar-me um ou outro "link" sobre o projecto e não pensei mais no assunto.
Hoje abri o e-mail prometido com os tais "links". Caí da tripeça!
Não discuto se a Obra é de bom ou mau gosto, se é ou não grandiosa, vanguardista ou o que se queira. Não discuto sequer se se parece com, ou é arquitectonicamente adequado a, uma igreja ou não. Cada cabeça sua sentença.
O que me fez bradar ao céus é saber que o Arqtº Troufa Real não é estúpido, nem inculto, muito pelo contrário. (Oh e ele bem sabe, ó se sabe...) O Arqtº Troufa Real é um homem que, em termos de representação e aplicação simbólica, não deixa nada ao acaso nem sequer ao mero correr da pena da estética; Não dá ponto sem nó e neste caso dá uma dúzia deles. Cada traço, cada volume e proporção tem um significado definido, racional e simbolicamente expresso.
Conhecendo sumariamente, mas com a clareza mais do que suficiente, a posição da Igreja face a determinada(s) Fraternidade(s), estando atenta às posições da Igreja face à inserção de simbolismos, e não só, de outras religiões em geral, e de algumas em particular, no seu seio, também arquitectónico, e ainda tendo em conta os estilos das igrejas mais vanguardistas - algumas que me assustam outras que me maravilham - que a Igreja tem vindo a aceitar, francamente não consigo perceber... Será que alguém acredita que aquela Nave é uma caravela dos descubrimentos?
Não percebo a ideia... da Igreja, nem da igreja, arquitecto à parte, se é que é possível.
Não percebo a escolha, não percebo a aceitação, não percebo mesmo.
Como disse acima, não está em questão a qualidade arquitectónica do projecto, nem a beleza, isso são outros quinhentos escudos, está em causa o que é que se pretende, o que é que se aceita, o que está e não está de acordo com a política da Igreja e com aquilo que pretende a simbolize, a represente materialmente.
Já a C.M.L. não me espanta, vindo dali nada me espanta.
Como é que a C.M.L., que levanta engulhos ao mais comezinho projecto de alteração de uma fachada sita num beco sem saída, licenciou uma obra de construção de enormes proporções que nada tem a ver com Lisboa e, muito menos com "aquela" Lisboa.
Ah pois, foi a caravela e as ondas do mar branquinhas...
Aqui para nós parece-me que o Arqtº Troufa Real "lhes" deu uma "g'anda volta" com a história da Diáspora portuguesa, a caravela, o Quinto Império, o Restelo e, apropriadamente, tudo ao molho e fé em Deus.
"O projecto de arquitectura baseia-se na vida do apóstolo do Oriente S. Francisco Xavier, da Índia ao Japão, e na aventura portuguesa dos Descobrimentos", explica o folheto informativo da paróquia.Ainda bem que explicam...
As ondas do mar branquinhas (essas ainda as reconheço)
Batem n'areia docemente
Umas trazem conchinhas
As outras principalmente (rima popular)
Ah pronto, está explicado... Tudinho, principalmente.
E quanto a isto:
"Valeu a pena rezar, esperar e ter paciência", diz o padre numa "folha informativa" escrita no início do mês, na qual lembra que o arranque da construção vai exigir dos paroquianos "maior entrega, generosidade e planos para angariar o dinheiro necessário que é muito". Segundo o padre António Colimão, que na missa do último domingo já avisou que agora se vai tornar "um bom pedinchão", a primeira fase da obra vai estar pronta em 12 meses e "está orçamentada em cerca de três milhões de euros", dispondo a paróquia de "cerca de um milhão". in PúblicoComo diria o gorila, "eles" não são maus, o que "eles" são é parvos... Digamos assim.
Pois... mas mais uma vez não percebo. Será possível que sejam todos parvos? Que todos engulam a "camada de verniz" da história do arquitecto? Ná, não acredito, nem eu sou assim tão esperta...
Então é vanguardista, inovador, original, um acontecimento, uma viragem histórica na arquitectura religiosa e não só, um paradigma. Numa palavra, genial! (Genial e de borla, agarra antes que fuja). Será possível?
Só um aparte: a primeira coisa que me veio à cabeça quando vi a primeira foto do projecto foi a Pedra Dourada de Kyaiktiyo, em Myanmar (os budistas que me perdoem), na sua forma redonda e coberta a folha de ouro.
Essa foi a primeira e depois vieram outras.
Se a torre de 100 metros é ou não um minarete, pois pode ser que sim ou pode ser que não; lá que lembra, pois que lembra... Mas também pode lembrar o Farol de Alexandria e pretender simbolizar o que este último simbolizava, sendo que não, apenas, essa a sua simbologia última.
Não me trouxe aqui a menor indignação na defesa de uma Igreja em que não me integro nem tão pouco qualquer ataque à mesma. Não estou indignada, estou confusa, boquiaberta. Acho espantoso!
Também não vim para maldizer o projecto de Troufa Real; pessoalmente não gosto, dá-me uma, má, sensação de peças encaixadas que não se conjungam minimamente umas com as outras mas que se unem por razões que não são, de todo, as que se pretende fazer acreditar ao "bourjois". Aquilo é falso e soa a falso. É uma manta de ratalhos (mal) escondidos uns nos outros. É forçado. Não sei mesmo se não é perverso, ele saberá.
Porém o problema não é o projecto nem o arquitecto, o problema está em quem aprova e aceita.
Então ao que vim?
Vim desabafar.
Já aqui o disse por diversas vezes, sou uma apaixonada pela simbologia mas assim não.
O simbólico é inteligente e integrado; tem de fluir, ser ténue e indubitável, ser visível e invisível, só por isso é Belo. Assim não.
É forçado, já o disse, é falso, já o disse, e é deslocado, desapropriado, desrespeita o Sagrado, é profano. Desrespeita a liberdade e os bons costumes. Assim não.
Senhor arquitecto, não o reconheço...
Troufa Real está a projectar a nova capital de Angola, a "Angólia". Vá, construa a sua imortalidade temporária na terra que o viu nascer.
Não poderia deixar a velha Lisboa em paz?
Verdade seja dita, a culpa não é dele... Se ele faz merda é porque o deixam cagar onde não deve e nós portugueses, lisboetas em particular, bem merecemos.
Como o gorila, Ok, já percebi, nós gostamos é que nos caguem em cima.
"Portal gótico do Mosteiro de S. Francisco, no Porto. Atente-se no Pentalfa Sagrado, símbolo francamente Iniciático, esculpido no topo, prova cabal da Arquitectura Sagrada na qual os Monges Construtores eram Mestres exímios, bem como a sua estreita relação com a Ala Esotérica ou a dos Espirituais da Ordem Franciscana."
http://lusophia.wordpress.com/2009/07/02/a-maconaria-a-luz-da-tradicao-iniciatica-parte-i-nuno-ferreira-goncalves/
O ESPIRITO DE NATAL
NA BUSCA DO QUE TANTO QUEREMOS TER?
(Obrigada Francisco)
"FOR ONE DAY"
No passado 24 de Novembro cumpriram-se 19 anos sobre esse dia frio, cinzento e chuvoso.
"Clássicos de Natal" à parte, que soam sempre bem entre a decoração da Árvore, os tlin-tlins dos copos e o piscar das luzinhas - para quem não se enjoa com o género - há um outro tipo de canções de Natal que referem um lado mais global, mais Humano.
Pela parte que me toca, eu que sou saloia e gosto de luzinhas, velinhas, bolas a brilhar, embrulhos e laços, estrelinhas e renas, etc., etc., gosto de quase todas as canções de Natal, à excepção das que me dão sono.
"Clássicos de Natal" à parte esta é uma das minhas canções de época favoritas. Não será das que mais alegria nos transmite, não será das mais festivas, não tem sininhos, nem neve a cair, nem trenós a deslizar, nem sequer o Pai Natal a chegar.
Lembra-nos que o Natal é uma noite por ano - ao menos por uma noite por ano, pelo menos um dia por ano. E que esse sentimento nos preencha e o transportemos em nós.
Os Queen, a voz de Mercury
(Há mais uma que me toca, ainda mais, fundo nesta época, da autoria de Mercury... deixo-a para mais perto do Natal)
NÃO, AINDA NÃO...
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SE ESTOU CHATEADA? ORA...
Nada disso, desenganem-se as maldosas e torpes mentes. Se o bom povo assim decidiu está decidido, prefiro viver com isso do que num país onde a minha decisão, ou a de fosse quem fosse, fizesse lei.
Aqui para nós que ninguém nos ouve acho que o bom povo é assim a modos que virado para o masoquista, um tanto crédulo, no que toca a ameaças de que os papões vêm aí para o comer, e um tanto incrédulo no que respeita ao facto de que há mesmo papões que andam impunemente a papar à fartazana e à sua conta. Enfim, se esse é o preço da democracia eu pago.
O que me chateia não é que José tenha ganho as eleições; o que me chateia é que a Democracia cujo preço me disponho a pagar de livre e boa vontade é uma democracia de contrafacção, parece uma mala Louis Vuitton comprada em Chinatown por "tan dolár": rasga pelas costuras de tanta trampa que contém, o material de que é feita só engana os incautos, a marca que exibe é falsa e falsamente exibida à custa da imagem, as pontas por onde se lhe pega não podem sofrer grandes abanões - a cola é dura mas o material é frágil, se rasga vem tudo atrás.
Pois chateia-me pagar por esta democracia tanto, digo, mais do que pagaria por uma autêntica na qual o povo fosse de facto soberano, a sua vontade respeitada, na qual o humanismo imperasse e o país fosse de facto o mais importante. Chateia-me não viver numa Democracia a sério, na qual a Pessoa é mais importante do que o Estado e não tratada como uma mera pega que pode berrar o que quiser desde que entregue os proventos. Chateia-me viver num Estado chulo que conta com uma justiça paralisada, estratega, dependente e viciada.
A parte que me chateia é que actualmente a situação não tende minimamente a inverter-se, a melhorar. Na era em que a informação está disponível sem censuras, a baixo custo e ilimitadamente como nunca esteve, só uma ínfima parte dela é aproveitada e, frequentemente, mal.
Os livros estão caros... Estão, imoralmente caros e sobretaxados, mas não mais caros que os video-jogos, o último télélé G5 ou os cremes para a celutite-de-pasteis-de-nata comprados à revendedora por catálogo. E não há tempo para ler... É verdade, há pouco, por mim falo, mas vai havendo para a novela, para o chat, para o jornal da treta ou para ir ao café discutir os penalties.
A ignorância é abismal e o desinteresse ronda a apatia: quanto menos se sabe menos perguntas se fazem, menos dúvidas se têm, menos respostas se buscam; "nunca se pensou nisso" e, perante a ideia ou facto, passa-se adiante, sem culpa nem consciência.
Na era em que a informação foi verdadeiramente democratizada o Conhecimento tornou-se, em Portugal, mais elitista do que nunca e, com ele, a liberdade de pensamento. Isto Chateia-me!
Chateia-me a falta de criatividade, de imaginação e de humanismo institucionais.
Chateia-me que a criatividade e a imaginação florescente nas crianças, e na maior parte dos jovens, sejam sistematicamente abortadas por conteúdos programáticos idiotas e pretenciosos, pedagogicamente muito "elaborados" e vazios da chispa de Inteligência, com a motivação criativa de uma minhoca tonta.
A imaginação pode voar nessa actividade solitária e quase anti-social que decorre horas a fio entre um jovem humano e uma consola de jogos ou uma televisão mas a criatividade vai murchando por falta de rega e Sol.
A vida está muito difícil... pesada, cara, preocupante, desgastante. Não há tempo, há poucos risos, poucos abraços, sonhos esquecidos, perdidos.
Impera o cinzento, o conformismo e, obviamente, a depressão. Não há nada a fazer, a vida é assim... Chateia-me o conformismo.
Chateia-me o nacional-saloísmo e o nacional-porreirismo, chateiam-me os pindéricos, os amorais, os chicos-espertos, os complexados por baixo e arrogantes por cima.
Chateiam-me os lobbies ocultos e supra-partidários que cozinham líders, ministros, directores e todos os mais que forem necessários dentro das teias da inter-protecção; Chateiam-me as leis feitas à socapa, a metro e à medida, chateia-me a impunidade da mentira, da negociata, do roubo, do corrupto, do favoritismo, ou seja, da total e consciente ignorância dos Bons Costumes, da Honra, do Carácter, numa palavra, do Respeito.
Se estou chateada com a vitória de José? Ó gente... Eu quero lá saber da vitória de José; José colabora, oculta, cala, mente mas nem tudo, nem metade, é culpa de José, antes fosse, seria mais fácil... José teve uma vitória merecida dada por um povo que talvez o mereça, ou talvez não.
José é um menino prodígio, vindo de onde vem, que caminhou por onde caminhou, por entre os enredos em que está, onde se meteu, em companhia dos que procurou e / ou dos que aceitou como companheiros.
No meio de toda a infernal salgalhada que brota sob a superfície do nosso país José é um mimo de menino, mais falcatrua menos falcatrua, mais mentira menos mentira, mais licenciatura menos licenciatura. É um pulheco com sorte, é uma obstinadíssima ave trepadora.
José acredita que é o Rei do tabuleiro do xadrez nacional... O "animal feroz" que vê em si próprio e que sabe ser "bonzinho" por conveniencia ou "magnanimidade".
José é um peão favorecido enquanto acreditar que é o "Obama europeu" - pronto, um Obama de contrafacção, descolorido e cidadão do burgo que se fascina ao ver-se como "mais um inter pares" nas reuniões dos líders mundiais, porreiro pá - enquanto os seus sonhos pessoais lhe transmitirem a inegável força e alento de menino mimado.
Será que já passou pela cabeça de José que a força que o sustem ao abrigo da exposição pública nada tem a ver com respeito ou mesmo temor por parte dos seus comparsas? Deve ter passado, digo eu, José não é estúpido... É bem possível que José acredite que ninguém o vai deixar cair porque o desmoronamento que se seguiria seria um amargo inconveniente para influentes cabeças. Eu também acredito.
Sabem o que me chateia mesmo, mas mesmo mesmo?
Que o meu sonho da noite pós-eleitoral, sim, a noite da «vitória da decência e da elevação na política», como disse José, não tenha sido real - a esta hora estava eu bué da fixe a cuidar da minha plantação de cangurus algures numa pradaria daquela ilha imensa e até mandava um bilhete postal a José, com a fotografia da Ópera de Sidney, a dizer-lhe: " Querido José, deixe-se estar onde está que esta muito bem e, se lhe der para imigrar, please dear, GO WEST!"