Acabei de visitar um Blog que frequento com alguma assiduidade. Não conheço pessoalmente o Pinoka mas uma coisa sei: o Pinoka não é parvo. Sei mais, sei que o Pinoka é pertinente, é emocional e é franco. É um ser humano verdadeiro.
Mas não vim aqui para qualificar o Pinoka, ou mais concretamente o seu Blog; refiro-o porque acabei de ler no seu Blog um post politicamente incorrecto e com o qual concordo inteiramente. Aborda a temática da Ordem do Dia: A Guerra na Faixa de Gaza.
É uma questão que não abordei aqui porque é terrivelmente dolorosa, só posso dar graças a Deus por não viver dias assim. Não consigo ver as imagens dos noticiários sem ser vencida pelas lágrimas. Hoje, face ao post que o Pinoka escreveu, e estando certa de que irá ser alvo da maior discórdia por parte de muitos dos leitores do seu Blog, não pude deixar de lhe escrever um comentário, de expressar a minha, também politicamente incorrecta, opinião.
Abaixo deixo o link para o post do Pinoka e o meu extenso comentário, que transformo assim num post do Real Gana. Sem mais...
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OS BONS E OS MAUS
Pois é Pinoka, é verdade; É verdade mas politicamente incorrecto. O que está a dar é bater nos israelitas e não é de agora, já é do tempo de Arafat. Lutar por um território palestiniano é uma coisa, com a qual se concorda ou não; fazê-lo em "luta" armada com terroristas treinados nos campos da Líbia é outra. O terrorismo está entranhado na cultura e na educação por aquelas bandas. É lamentável mas é verdade; não é xenofobia, é a realidade. Não estou contra ninguém, estou a favor da humanidade e, assim sendo, o terrorismo, seja porque motivo for, com que "causa" for, é intolerável.
Os israelitas são brutos? São. Têm de ser. O povo judeu passou cerca de 2000 anos vagueando pelo deserto a dizer "Até para o ano em Jerusalém"É preciso ter coragem e uma coesão difícil de manter. Creio que as pessoas se esquecem, e muitas ignoram, que o Estado de Israel só foi fundado no final da década de 40, após uma persistência impar, e pacífica. Nessa mesma década de 40 o povo judeu foi dizimado por uma fúria de barbárie, desumanidade e ódio sem precedentes. Em 60 anos fizeram de um deserto um país fértil e próspero. Deveria ser impotente e pacifista? O pacifismo é um luxo a que se podem dar aqueles que não são agredidos ou que contam com outros para os defender. É fácil falar contra a América mas a verdade é que hoje não vivemos sob uma conquista nazi e não passamos pelo terror da segunda guerra. Não falaríamos assim nos dias do desembarque na Normandia, como não teríamos a veleidade que criticar Israel se tivéssemos de defender as nossas vidas, os nossos filhos, mais do que o nosso país, de uma ameaça, permanentemente concretizada, de terrorismo falsamente religioso e "na defesa dos oprimidos".
Que haja paz, claro.
Que a actual situação em Gaza é um barril de pólvora que nos pode rebentar na cara, é óbvio.
Não é possível ficar indiferente perante as terríveis imagens que nos chegam diariamente; ver crianças que nem percebemos se estão mortas ou vivas transportadas ao colo, como nós por cá o fazemos em Paz, quando as retiramos do duche e, entre risos, e as levamos para dormirem um sono calmo e despreocupado. Não é possível…
Israel é constantemente acusado de indiscriminação nos seus ataques, de não respeitar a população civil. Onde está o exercito do Hamas? Qual é o respeito que tem pelas suas crianças um povo que permite que entre as suas famílias se alojem guerrilheiros e armamento? Terão outra opção? Consideram justo e corajoso? Não sei, sei que é assim.
Não podemos ignorar, apenas porque acontece (por enquanto…) longe, o que é o Hamas, como actua, o que pretende, onde se esconde. Não podemos ignorar quem são os seus partidários nem que é apoiado pela Al Qaeda. Se o fizermos será melhor termos consciência de que um dia nos poderá bater à porta e, então o nosso pacifismo politicamente correcto cairá por terra juntamente com a morte disseminada em nossa volta.
CNN - Últimas notícias: 7 Jan 13h00 CET
Al Qaeda's Ayman al-Zawahiri is said to address Muslims in Gaza in an audio message released Tuesday.
2 comentários:
Alex,
Creio que também aqui poderá haver contestação. Não está na moda defender ou pelo menos não atacar Israel.
O que mais irrita em toda esta situação, é um problema gravíssimo como este ser abordado por norma pelo povo consoante a cor politica com se simpatiza e não se fazer uma análise mais profunda independentemente da facção politica com que se simpatize. Quem se revê na esquerda defende a Palestina e quem simpatiza com a direita apoia Israel. Nada mais estúpido. Daí eu insistir que o interesse em toda esta catástrofe de muita gente por esse mundo fora incluído Portugal, não passa de algo superficial que serve sobretudo para ataques a adversários políticos.
Beijocas
Enquanto estava a escrever o meu comentário ao teu post, que acabei publicando aqui, estava exactamente a pensar nisso: à esquerda é fixe ser-se apoiante "da causa palestiniana" (e para a esquerda do "nós-é-que-somos-a-esquerda" há que haver lá por casa um lenço palestino preto e branco para as ocasiões em que se quer mostrar como se é esquerda a sério); a direita apoia Israel porque há que estabelecer uma relação de força estratégica mundial – claro que é desagradável os tipos serem judeus, mas não vamos pensar nisso agora....
Sinceramente acho que os conceitos de Esquerda e Direita estão completamente aquém da realidade, dão um certo jeito para simplificar a conversa e rotular microcosmos mas, em termos reais, de comportamento político, que é na prática dissidente da ideologia outrora subjacente, foram completamente ultrapassados. (Nós temos um governo "socialista" que tem vindo a implantar uma ditadura sob a capa de uma Constituição democrática, que à Direita não chega e de Esquerda nunca foi). Enfim, são conceitos que servem para apaziguar a preguiça, ou a incapacidade, mental. Como visão do mundo... são muito pouco sérios.
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