No início do livro "As Aventuras de Alice no País das Maravilhas" (Lewis Carroll), aparece o Coelho Branco (White Rabbit) dizendo:
"Ai, ai! Ai, ai! Vou chegar atrasado!"
«Coelho Branco é quem inicia a aventura, quando Alice o segue até à toca. Ele transporta um relógio e parece estar muito atrasado para alguma coisa.
Em contraste com a Alice, o Coelho Branco tem medo de tudo - da sua rainha, da Alice e das próprias situações em que se encontra. Esta oposição foi pretendida pelo autor para enfatizar os atributos positivos da personagem principal.
Durante o julgamento de um valete de copas *(no último capítulo), dá-se uma mudança repentina na covardia de Coelho Branco, revelando uma vontade de manipular.»
*Valete de Copas: Inicialmente é o criado que transporta a coroa do Rei; mais tarde é acusado de roubar as tartes .
Agora ando a ler "As Aventuras de José no País da Maravilhas"
José é um Valete de Ouros acusado de roubar as tranches.
Tem um amigalhaço, Coelho Branco, que o safa de ir depor ao M-DCIAP (Magistério de Direito do Coelho Inteligente Amoral de Portuvilhas) alegando que já está tudo atrasado, ai, ai, ai, muito atrasado.
Fim.
(to be continued...)
Caso Freeport - Vice-PGR impede inquirição de Sócrates
Por Felícia Cabrita
«Os magistrados do DCIAP queriam ouvir Sócrates no inquérito ao caso Freeport, mas não tiveram tempo. Receberam ordem para encerrar o caso até 25 de Julho»
«Pinto Monteiro não vê motivo para que investigação seja reaberta»
«A ordem do vice-PGR – que terá tido em conta o facto de o segredo de justiça sobre o inquérito terminar a 27 de Julho – impediu que chegasse, em tempo útil, a resposta às cartas rogatórias enviadas para paraísos fiscais, sobre informação de várias contas bancárias.
Mas sobretudo, impossibilitou a inquirição de José Sócrates, que à data dos factos era ministro do Ambiente, e de Rui Gonçalves, seu ex--secretário de Estado.
Os magistrados do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), responsáveis por este inquérito no último ano e meio (a investigação começou em 2005 mas esteve cerca de quatro anos nas mãos da Polícia Judiciária de Setúbal sem avançar), fizeram mesmo questão de, no despacho de acusação proferido esta semana, elencar as 27 questões que pretendiam colocar ao primeiro-ministro sobre o caso. E que revelam que, para o Ministério Público (MP), Sócrates tinha muito para esclarecer.»
In "Sol" 30 de Julho 2010
«Sócrates não foi ouvido por ‘falta de tempo’»
Segundo o Público de hoje, os procuradores Paes de Faria e Vítor Magalhães ficaram com 27 perguntas sem resposta »
Em despacho de 4 de Junho, a Procuradoria-geral da República colocou o dia 25 de Julho como limite para o encerramento do inquérito. Contudo, o relatório final da Polícia Judiciária apenas chegou às mãos dos procuradores a 21 de Junho.
Sendo necessária autorização do Conselho de Estado para ouvir Sócrates, e tendo em conta o tempo que todas essas diligências tomariam, os procuradores viram «por ora, inviabilizada» a inquirição ao primeiro-ministro. No despacho final da investigação do Ministério Público (MP) ao ‘Caso Freeport’, os procuradores responsáveis referem que teria sido importante «proceder à inquirição do então ministro do Ambiente, actual primeiro-ministro, e do então secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, actual ministro da Presidência», avança o Público.
Isto porque, segundo o documento hoje citado pelo jornal, José Sócrates e Silva Pereira teriam sido «os principais decisores políticos do processo de licenciamento» do Freeport em Alcochete «e, além do mais, foram referidos em diversos documentos apreendidos e em depoimentos prestados».
O diário esclarece, contudo, que a referência a Silva Pereira poderá ser um lapso, querendo o MP referir-se a Rui Nobre Gonçalves. Por responder pelo primeiro-ministro ficou, por exemplo, uma questão relacionada com uma carta de Manuel Pedro em que o tratava por ‘caro amigo’.
Sobre as ligações familiares, os procuradores queriam saber se Sócrates «confirma ter havido um apoio efectivo da família Carvalho Monteiro [tio e primos de Sócrates] ao licenciamento do Freeport» ou como explica as declarações do seu primo sobre uma reunião do seu pai com Sócrates, que terá sido decisiva para a aprovação do projecto, ou sobre a suposta autorização de Sócrates para que o mesmo primo «invocasse o seu nome, para prestigiar o projecto».
A alteração dos limites da Zona de Protecção Especial, detalhes da campanha eleitoral de então e supostos apoios partidários ficaram também por esclarecer.
In "Sol" 29/07/2010
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