Será que o Tó Seguro (Tótó para os amigos) faz escutas secretas? Será que consegue entrar no PC do Ministro das Finanças?
Esta de ele dizer que vai chumbar um OGE que ainda ninguém conhece e, supostamente, ele também não, mesmo que o governo volte atrás com a baixa da TSU, franziu-me as sobrancelhas...
Mais. Tendo em conta que os donos da massa que nos alimenta disseram ontem em Bruxelas que ou a rapaziada por cá tem juízo e cumpre com o prometido e exigido (redução do déficit) ou temos o caso muito mal parado, pergunto-me:
Será que o Tó espera que o OGE seja aprovado sim, para evitar a "Grande Bronca", mas diz que não para fazer um bonito eleitoralista? Será que ele é capaz de uma coisa dessas? (pois, os anjos que me respondam...)
Claro que há sempre aquela opção "que se lixe a troika"...
Podemos sempre optar por nos virarmos sozinhos.
(As taxas de juro já recomeçaram a subir...)
Convém lembrar que a maior parte do que consumimos é importada e não estou a falar da Burbury's, da Nike nem dos chocolates belgas; estou a pensar em comida, em combustíveis e outros bens essenciais. Para já não referir de onde vem, de facto, o dinheirinho com que são pagos os funcionários públicos e os pensionistas.
Aqui para nós que ninguém nos ouve não há nada que me faça acreditar que o Tó quer "que se lixe a troika", nem o Tó nem a grande maioria das pessoas que no sábado se manifestaram contra a troika, pelo menos aquelas que tenham uma mínima noção do que se passaria em Portugal se a troika nos mandasse lixar.
O Tribunal Constitucional pronunciou-se contra os cortes dos subsídios e o Presidente da República manifestou as suas reservas.
O governo substituiu os cortes pela baixa da TSU como medida para reduzir o défice de 2013, com o prejuízo de 3/4 da receita que conseguiria com os subsídios - uma diferença de 500 milhões de receita contra 2.000 milhões.
Convém lembrar que esta diferença acarreta uma maior austeridade para cumprir o défice de 2013.
Eu acho preferível não ter subsídio a encarar mais austeridade mas cada um sabe de si.
A famigerada alteração da TSU é essencial?
Não, não me parece, desde que uma alternativa seja encontrada e acordada.
E a alternativa existe?
Existe, claro. A palavra de ordem é REDUZIR A DESPESA, já sabemos. Pois.
Não tenhamos a ingenuidade de acreditar que a redução de Despesa se resolve com a redução dos salários dos ministros, dos deputados e outros bichos afins. Não vai lá com a substituição dos BMW's por Fiat's 600 nem mesmo por bilhetes do Metro.
A redução da Despesa significa a diminuição substancial do aparelho do Estado, ou seja, com a dispensa dos funcionários que o Estado tem a mais e a eliminação de instituições que custam milhões sem produção equivalente. Traduzido em português corrente, despedimentos em barda e aumento drástico do desemprego.
Convém lembrar que se o governo optar por esta medida (e, pessoalmente, não vejo como a poderá continuar a evitar) vai haver outra manif. contra a miséria e os despedimentos. A Intersindical já tem os estandartes prontos para sair à rua.
Moral da história:
Ontem de manhã estava a tomar o meu primeiro café com um casal meu amigo e, para além do jogo do Sporting que lá se safou, falamos por alto da manif., do Paulo Portas. A dada altura a minha amiga, rapariga desperta e sensata, sai-se com esta:
- « Eu sou muito estúpida, eu devia era ter votado no Sócrates...»Ora nem mais. Isso é que era bonito de se ver. Eu também devia ter votado no Sócrates.
- « Desculpa lá», espantei-me eu, «devias ter votado no Sócrates quando e porquê?»
- « Pois devia, como diz o povo e o povo sabe, quem comeu a carne que roa os ossos. O Sócrates é que devia ter ganho as últimas eleições e agora estava a aguentar-se com este sarilho todo e a malta na rua contra a troika e a arrear no governo. Isso é que ele merecia e eu gostava de ver. Depois então já poderia vir o salvador da pátria como virá depois do trabalho sujo feito».
.
Sem comentários:
Enviar um comentário