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T'OU-M'APASSAR! A REPUBLICA POPULAR DE PORTUGAL

 Fui ver porque achei que não podia ser bem assim. Mas é. É exactamente assim

Ou por outra, é mais, bem mais do que assim mas já lá vamos, primeiro o desenrolar da notícia...

O ZMAR é, segundo a informação que disponibiliza no Google:


«Situado perto do sudoeste alentejano e do Parque Nacional da Costa Vicentina, este hotel descontraído fica a 8 km da Praia do Cavaleiro no Oceano Atlântico Norte e a 77 km da estrada europeia E1.
As cabines de madeira simples incluem Wi-Fi grátis e TV de ecrã plano, para além de kitchenette. As cabines com 1 a 3 quartos incluem sala de estar separada.

Dispõem de 2 restaurantes informais e café. Outras comodidades incluem ginásio, spa e piscina exterior com esplanada e espreguiçadeiras, para além de bar junto à piscina e zona recreativa para crianças. Estacionamento disponível.»

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- Segundo o Observador:

«Sem ter chegado a acordo com os proprietários da unidade hoteleira, o Governo avançou com a requisição civil do Zmar, em Odemira, local onde passarão a ficar isolados doentes infectados com o vírus da Covid-19. No despacho, publicado em Diário da República, determina-se que a responsabilidade de gerir o empreendimento turístico passa a ser do município de Odemira, com o apoio da autoridade de saúde e da Segurança Social. A requisição será válida enquanto a declaração da situação de calamidade for aplicável ao concelho alentejano.»

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- Segundo a TSF:

 «Zmar "não é apenas um parque de campismo, mas sim um espaço onde existem várias habitações particulares".
"Há 260 casas, 160 de particulares, e esta requisição civil [do Governo] é para todo o empreendimento
"
O primeiro-ministro anunciou no final do Conselho de Ministros na quinta-feira que o executivo iria fazer requisições naquele município alentejano, com o objectivo de instalar pessoas infectadas, pessoas em risco de contágio e também população que vive em situação de "insalubridade habitacional admissível, com hiper-sobrelotação das habitações", como é o caso de vários trabalhadores agrícolas emigrantes, entre os quais têm sido detetados surtos da doença Covid-19.

Segundo Nuno Silva Vieira, (advogado que representa 114 dos 160 proprietáriosa requisição do Governo é sobre todas as habitações, o que demonstra que o executivo desconhece o empreendimento.
"Ninguém vai sair das suas casas e vamos ficar aqui tranquilamente à espera que o Governo venha falar connosco, porque com certeza o Governo não conhece este empreendimento", destacou.
O advogado reforçou que o 'resort' não é um parque de campismo e que, "de acordo com a mais elementar regra constitucional do direito à habitação, ninguém pode sair das suas casas sem um despacho do tribunal".
"O Governo não é o tribunal e as pessoas que aqui vivem não vão abandonar as suas casas para dar lugar a pessoas doentes. Não se trata de má vontade, tem a ver com leis", apontou.»
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- E indo um quanto mais longe O JORNAL ECONÓMICO, que toca o busílis da questão a 5 deste mês de Abril


«A empresa dona do Zmar entrou em insolvência, a Multiparques a Céu Aberto. O eco camping resort fica localizado perto da Zambujeira do Mar, concelho de Odemira, distrito de Beja.

A insolvência da Multiparques a Céu Aberto – Campismo e Caravanismo em Parques foi pedida pela Ares Lusitani. O juízo de Odemira, do Tribunal de Beja, proferiu sentença a 11 de Março a ditar a insolvência da empresa dona do Zmar.

Entre os seus credores estão a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), o site de reservas Booking, a fornecedora de eletricidade e gás natural Iberdrola, o Novo Banco, o Turismo de Portugal e a Noniussoft, software e consultoria para telecomunicações.

Os credores têm até ao dia 12 de abril para reclamar créditos, e a Deco aconselha os consumidores que estiverem interessados em exigir a devolução de pagamentos já efetuados a dirigirem-se ao administrador de insolvência, Pedro Pidwell da Silva

“Os consumidores interessados podem efetuar a reclamação de créditos que disponham até ao dia 12 de Abril

Questionado pelo Jornal Económico, o administrador de insolvência do Zmar revelou que no dia 27 de Abril vai ter lugar a “assembleia de credores, órgão máximo do processo de insolvência, que irá deliberar sobre os destinos da empresa”, mas que o objetivo é voltar a reabrir portas, o que só poderá acontecer depois de dia 27 de Abril e se os credores assim o entenderem.

“Neste momento, estamos a laborar com o propósito de reabrir o Zmar assim que for possível”, disse por email Pedro Pidwell da Silva.»

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Agora pergunto eu que, além de ser uma chata, estou vagamente em estado de choque e digo coisas sem sentido:

A insolvência da ZMAR foi ditada a 11 de Março; A 27 de Abril teve lugar a Assembleia de Credores; a  29 de Abril o governo decide emitir um Despacho, assinado e publicado nesse mesmo dia, para requisição civil da Zmar, da totalidade da Zmar,  de ambos os tipos propriedade, colectiva e privada. 

Digo eu em estado de choque, mas que descomunal porcaria por aqui vai; sentir-me-ia mesmo tentada a perguntar quem está interessado em deitar a mão à propriedade da Zmar? Algum primo, por certo...

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E já agora outra coisa...

 A Base Aérea n.º 11, ou Base Aérea de Beja, é uma base da Força Aérea Portuguesa, situada a poucos quilómetros da cidade de Beja e que tem na forja, pelo menos dois projectos, a saber: 
1 - Em Junho do ano passado, 2020, o ministro da Defesa, João Cravinho, anunciava que a Base Aérea nº11 iria ser o poiso dos cinco aviões KC-390 que Portugal contratou comprar. Pois, mas os aviões só começarão a ser entregues em Fevereiro do ano que vem, 2023, e, segundo o mesmo ministro, “significa que mais uma centena de militares com as suas respetivas famílias virão para Beja”
2- Existe um projecto para a instalação em Beja uma escola de formação de pilotos  de países NATO,o qual tem estado em ‘stand-by’ devido à pandemia covid-19.

Ora bem...

Constou-me, "ouvi dizer, não sei", que a Base Aérea nº11 tem "estado às moscas", há dezenas de camaratas vazias, em ‘stand-by’...

Só mais uma pergunta descabida: o tal "realojamento profilactico de trabalhadores que não têm condições de habitação digna"  - só descobriram agora - não poderia ser feito na Base Aérea?

E mesmo que... 
Por qualquer razão razão que queiram evocar, inventada ou válida, tanto faz, não seja possível ou conveniente a utilização da Base numa situação apresentada como urgente, por que não fazer a contratação de uma unidade hoteleira do distrito, uma daquelas que devido a confinamentos e todas as outras razões a jusante da pandemia, se encontram vazias e em situações económicas comprometidas?

Que coisa mais prepotente e descarada. Chamem-lhe fascismo, comunismo ou arroz de manteiga, autocracia é isto.

Abstenho-me de outro comentário para além da constatação de que é Portugal inteiro que não tem condições de habitação digna

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