É fácil sermos enredados na contestação de uma narrativa falaciosa, na contra-argumentação de uma mentira descarada que, face aos factos, desenrola uma série de larachas encavalitadas umas sobre as outras sem inibições éticas de espécie alguma, estranhas a qualquer evidência ou lógica numa teia de mentiras infinita.
Desde 3 de Novembro (desde antes de 3 de Novembro), data das últimas presidenciais nos EUA, que o Bode-Maligno berra e grita que lhe roubaram a presidência cimentado nas teorias mais disparatadas com as consequências que todos testemunhámos culminando num 6 de Janeiro cuidadosamente arquitectado e o mais que está por vir.
O inacreditável é acreditado com uma obstinação cega, semeada e bem regada.
É fácil que a estupefacção perante o inconcebível nos desvie o olhar da pedra de toque, do ponto crítico de um enredo fantasioso e perverso.
Mas essa pedra de toque existe. Existe e é tão óbvia, tão simples, que nos escapa; pelo menos a mim, rapariga atenta e indagadora nesta coisas das politiquices, confesso que me escapou. Ao confrontar-me com a sua simplicidade quase me senti envergonhada perante este "Ovo de Colombo"
Jorge Ramos é um prestigiado jornalista norte-americano de ascendência mexicana, aclamado pela Time, detentor de um prémio EMMY-lifetime achievement, colunista em mais de 40 jornais e âncora de vários programas de TV. É também conhecido pela precisão certeira das suas perguntas...
Há dias, a 1 de Julho, esteve presente numa pequena reunião no Texas, por ocasião da visita de D.Trump à fronteira, onde pode o questionar. E contestar a sua primeira resposta. E já não houve mais respostas, nem perguntas, nem reunião. D.Trump saíu porta fora. O "Ovo de Colombo" estava exposto. Game over.
Presidenciais USA 2020
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