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O INSULTO

 Zelensky falou hoje ao parlamento português na sequência da sua incansável comunicação e denúncia ao mundo do holocausto que se vive no seu país 

Disse o espectável, o desgraçadamente espectável; o que mais poderia dizer? 

Como transmitir o inimaginável mesmo a quem testemunha, dia após dia, os horrores de uma chacina? Como falar de um inferno em que se está imerso e, pior, quando se tem a responsabilidade esmagadora de conduzir todo um povo na travessia desse inferno?

O PCP fez saber que não estaria presente na Assembleia que representa os portugueses porque, no seu cego, comandado e obliterado entender, Volodymyr Zelensky "personifica um poder xenófobo e belicista, rodeado e sustentado por forças de cariz fascista e neonazi, incluindo as de caráter paramilitar"

Nauseante. Repugnante. Sórdido. Miséria moral. Vácuo ético.

Como se não bastasse, sobrasse e entulhasse, hoje, após o dicsurso de Zelensky, veio a público escarrar que a referência de Zeliensky  ao 25 de Abril "é um insulto à Revolução dos Cravos"

Um insulto?

É um insulto sim.

É um insulto do PCP...

... a milhões de ucranianos aos quais fugiu o chão sob os pés, é um insulto àqueles que perante a sua impotência perdem filhos - crianças - pais, maridos e mulheres, irmãos, amigos, testemunham o seu sofrimento sem socorro, perdem casa, trabalho de uma vida inteira, subsistência; passam fome, frio, dores e agonia e um sem número de horrores que nem nos passam pela cabeça. 
É um insulto aos que foram mortos sem sequer estarem em combate, aos que são torturados, violados, sujeitos a condições de sobrevivência a que mal se pode chamar vida, aguardando uma provável morte abaixo do nível do chão e da luz sem palavras para confortar as suas crianças e os seus idosos
É um insulto aos que oferecem o peito e a vida para defender o seu chão, a sua forma de vida, a sua independência, a sua liberdade. 
É um insulto a um homem inteiro que não se vendeu pelo negro preço do poder como um degenerado bielorrusso, que faz frente a uma super-potência cleptocrática e se recusa a procurar o abrigo de uma segurança estrangeira. 
É um insulto ao povo russo que é mantido numa ignorância dos factos por meio de propaganda e desinformação acuradamente dirigida. 
É um insulto aos que pagaram com a vida a exposição da corrupção, aos que estão privados de liberdade e dignidade por insistirem em exercer uma liberdade de imprensa que lhes é sonegada. 
E é um insulto aos milhões de pessoas que pelo mundo recebem refugiados, alteram drasticamente as suas vidas para acudir, exercem a sua humanidade sem preço estendendo a mão  a quem se encontra em desespero

É um insulto ao Sofrimento, à Resistência, à Humanidade.

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Por muitas discussões políticas e ideológicas que possa ter, algumas momentaneamente acesas, considero-me um ser tolerante no que reporta a esses temas; converso com pessoas de todos os quadrantes políticos, da extrema-direita à extrema-esquerda. Nunca deixei de falar com alguém devido à sua filiação partidária ou ideologia.
Mas... 

Há facetas nas pessoas com as quais não sou tolerante nem pretendo ser. A realidade é clara, exposta, inegável, indiscutível

Dizia eu no post que aqui deixei dia 28 de Fevereiro último, 4 dias após o início da guerra na Ucrânia:
Quando digo - indiscutivelmente - digo-o de forma radical, recusando todas as tentativas de explicação ou justificação que opiniões contrárias tentem oferecer. O meu profundo respeito pela opinião alheia não chega para tanto.  Esta não é uma questão de opinião, nenhum crime de guerra praticado pela imposição de poder e da vontade egocêntrica o é.
Que alguém seja filiado, simpatizante ou votante no PCP é algo que não me afecta e, politicamente, pensarei deles mais ou menos o que eles pensam de mim. Adiante. 
No entanto...
Afecta-me, e muito, que alguém aceite estes insultos, este seguidismo cego e profanado, independentemente da sua opção partidária. Ou é idiota, incapaz de pensamento crítico, do mais básico raciocínio sustentado pela constatação dos factos, ou é partidário de um "ValeTudo" subjugado à vontade férrea e desumana em nome de seja-o-que-for por mais inadmissível que seja. 
Para esses, os idiotas e os outros que me recuso a adjectivar ficou, desde ontem, dia do " xenófobo e belicista, rodeado e sustentado por forças de cariz fascista e neonazi", o meu corte de relacionamento consumado. Não há conversa possível, não os respeito como Pessoas. 
Será para eles um alívio e para mim uma limpeza de alma, porque a tenho




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