UM INVERNO QUENTE ANUNCIA-SE
O serviço de Internet Starlink (de Musk) na Ucrânia, proporcionou uma vantagem significativa na linha da frente às forças ucranianas desde 2022, permitindo que as suas forças partilhassem em tempo real imagens de drones entre unidades e comunicassem em áreas onde o combate interrompia a rede móvel.
Foi fundamental para as forças sitiadas na linha de frente e, na época, Musk conquistou os ucranianos porque sua SpaceX financiou o serviço de rede internet
E em 22 Musk começou a conversar com Putin...
Apesar de contratos de biliões com a NASA, com as forças armadas e com várias agências governamentais americanas, Musk queixou-se do custo da prestação do serviço. O acesso ao Starlink foi restringido em áreas como a Crimeia, ocupada pela Rússia. O Pentágono anunciou, em Junho de 2023, que iria pagar dezenas de milhões de dólares por mês para financiar o Starlink na Ucrânia
As perguntas sobre a influência de Musk na guerra começaram a vir a público quando os militares ucranianos relataram o aumento progressivo de russos que utilizavam esse serviço de internet via satélite.
Diz quem sabe mais disso do que eu que, em 2022, Musk ordenou, verbalmente, aos seus engenheiros que desligassem a rede por satélite Starlink sobre costa da Crimeia para impedir um ataque furtivo ucraniano à frota naval russa. Sobre a rede ter sido desligada nunca ninguém negou e, quando o facto foi comentado, Musk escreveu no seu X (Twitter) que o serviço Starlink fornecido pela SpaceX nunca esteve activo sobre a Crimeia. Porquê?«A Europa sozinha não pode financiar esta guerra. Algumas pessoas continuam a querer enviar enormes quantias de dinheiro para esta guerra perdida, mas há um número crescente de pessoas que permanecem em silêncio, apesar de já terem falado alto». 8 Nov. - Cimeira da Comunidade Política Europeia em BudapesteO Instituto Kiel para a Economia Mundial estima que os Estados-Membros e as instituições da UE (como o Banco Europeu de Investimento e a Comissão Europeia) gastaram um total de 161,11 mil milhões de euros (173,57 mil milhões de dólares) em apoio militar, humanitário e financeiro desde o início da guerra, em Fevereiro de 2022, até 31 de Agosto de 2024; os EUA terão contribuído com 108 mil milhões de dólares durante o mesmo período.
Como uma desgraça nunca vem só, no mesmo dia em que Orban aliviou o fígado, Robert Fico, primeiro-ministro eslovaco, também questionou a agenda de financiamento europeu.(Quando a Rússia invadiu a Checoslováquia Fico tinha 4 anos, aparentemente até hoje ninguém lhe contou como foi...)
«Quando há dinheiro para apoiar a matança sem sentido de eslavos na Ucrânia, temos de encontrar uma enorme quantidade de dinheiro na UE para combater a migração ilegal, que é uma ameaça existencial para a Europa enquanto tal»
E Putin, não é uma ameaça existencial para a Europa enquanto tal? Ó homem...
Só um pequeno à parte que me atravessou agora: até me arrepia pensar que poderia ser Le Pen e não Macron a estar no comando da França, só faltava essa...
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...E os BRICS?
O mundo de hoje não é feito de países(zinhos), de Estados ilusoriamente independentes, é feito de Blocos e só um bloco unido pode sobreviver a outro bloco.
A Cimeira dos BRICS, que "por acaso" este ano foi realizada na Rússia, é disto a prova evidente levada à saciedade. Os BRICS, nesta altura do campeonato, são tudo menos a versão oficial de um "grupo de países de mercado emergente em relação ao seu desenvolvimento econômico". Sim, o desenvolvimento da economia é fundamental, as guerras são caríssimas, mas a questão não é essa.A questão é que o desenvolvimento e coordenação de um bloco, de alianças, mais assumidas na sua união geo-política ou mais disfarçadas na sua cooperação económica, tem de ser coesa e ter um fim comum. Nos BRICS não há dessas tretas das ideologias, de terem de estar todos à esquerda ou à direita. À esquerda ou à direita de quê? Se são ateus, católicos, hindus ou muçulmanos, sunitas ou xiitas, isso não interessa nada, o que interessa é saber com quem se pode contar e para quê, de resto cada um que sirva lá por casa aquilo que quer dar a engolir. A Rússia, a China, a India, o Irão e mais seis (como os UEI !). Agora convidaram mais 13 a aderir entre os quais a Turquia, que é membro da NATO e a Nigéria que é o banco de lavagem africano. Quando Putin fala de "Uma Nova Ordem Mundial" não fala uma fantasia
Os europeus (tal como os americanos) estão a deixar-se dividir por politiquices bem orquestradas que se focam nas suas diferenças apresentando os seus apoios contra a Rússia como fraquezas económicas e criando divisões acéfalas forjadas em desinformação (A culpa é dessa mania das "democracias")
Nós, europeus ocidentais, desde sensivelmente 1945 que vivemos lado a lado sem grandes sobressaltos. Em 61 começou a ser construído o "Muro de Berlin", a "Crise dos Mísseis" em 62 passou vagamente ao lado da maioria da população europeia, era uma coisa com os americanos; a "Guerra Fria" trouxe a assombração comunista com a invasão da Hungria em 56 e da Checoslováquia em 68 mas a URSS já "lá" estava desde 22, cresceu, aglomerava 15 países mas "estavam "do lado de lá", a Europa Oriental era uma Europa de segunda, na verdade ainda é. A dissolução da URSS em 91 alterou este "estado de espírito", a começar pela reunificação da Alemanha.
Putin tremeu no dia da derrocada do Muro em Novembro de 89. O agente KGB que trabalhava em Dresden com a Stasi viu o seu mundo desabar, o fim do império soviético. Nesse dia deve ter jurado vingança e sem dúvida compreendeu que a Rússia não poderia ficar só
Avançando...
Foi o rescaldo da II Guerra que levou o Ocidente a unir-se em várias frentes num processo relativamente rápido: a NATO e o Conselho da Europa em 49, os Tratados de Roma com a criação da Comunidade Económica Europeia em 57, o Parlamento Europeu em 58/62 e daí para a frente
Porém... Há sempre um "porém", há sempre as vagas "do contra" que olham para o seu umbigo, que vêem em seu redor mas não mais além, que recusam o compromisso de um Bloco salvaguardando uma "independência" totalmente ilusória, e perigosa, mas que suscita apoios pseudo-revolucionários em comícios feitos de inflamação, demagogia e planos de poder pessoal.Não deixa de ser curioso que os Estados que mais problemas e obstáculos têm criado dentro da União Europeia, e concretamente à Ucrânia favorecendo a Rússia, são aqueles que sofreram as mais violentas invasões pela URSS: a Hungria e a Eslováquia (parte da ex-Checoslováquia).E a Áustria... A Áustria que nunca bateu o pé a Hitler. Julgarão que vão tratar com Putin de igual-para-igual ou sofrem da Síndrome de Estocolmo? Os populistas, como se designa agora a direita enraivecida, defendem uma utopia perigosa, uma independência falsa e um poder pessoal muito concreto.
Uma Europa dividida é uma presa fácil, um terreno fértil para a implantação das mais manipuladoras políticas e, até ver, os EUA não salvaguardarão a Europa de coisa alguma, acabou o colo.
É muito significativo que, menos de uma semana após a eleição de Trump, altas patentes militares dos EUA se tenham reunido no Pentágono para discutir como actuar perante eventuais ordens ilegais do futuro presidente. Por agora dizem focar-se na acção interna mas não é necessário ter luminárias na testa para compreender que a posição dos EUA na NATO será a primeira alínea da lista de preocupações
Os europeus, todos nós ocidentais do lado de cá do Atlântico-Norte, vamos ter de, muito rapidamente, mudar a forma como pensamos, como vivemos, como trabalhamos e produzimos, como lidamos com as nossas diferenças ideológicas e sociais. Repito: O mundo de hoje não é feito de países(zinhos), de Estados ilusoriamente independentes, é feito de Blocos e só um bloco unido sobrevive a outro mais coeso e produtivo. Os europeus têm de reconstruir a sua economia e a sua defesa visando uma maior autonomia. Urgentemente. O Estado não pode arcar com todo o investimento necessário, precisa baixar impostos e colaborar com a iniciativa privada, só assim poderá garantir educação, saúde, infraestruturas e defesa. É fundamental que os povos europeus entendam isto, profundamente. Presentemente a política europeia tem de se focar na explicação da importância vital da sua coesão não apenas nacional mas como força de oposição a um outro bloco mais do que ameaçador, crescentemente interferente. Os americanos não perceberam
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