Nigel Farage e o seu partido, Reform UK, foram amplamente criticados por “dar graxa a Moscovo” depois de o partido ter proibido o hastear da bandeira ucraniana nos edifícios municipais que controla.
As recentes eleições locais aumentaram o número de municípios liderados pelo Reform UK, sem dúvida devido à frustração entre alguns Conservadores face à retumbante vitória Trabalhista nas legislativas. Farage não cabe em si de tão inchado e, como sempre acontece com tipos da sua laia - e quando ainda não aconteceu é porque ainda não chegaram ao patamar que lhes confere relevância para isso - mal sentiu o inchaço arreganhou a dentuça e não se inibiu de mostrar de onde sopram os ventos que o enfunam: de leste, claro, do mais a leste dos confins da Europa. Não é novidade, já o tinha feito quando, em Julho de 24, conseguiu finalmente sentar-se na Câmara dos Comuns. Nessa altura disse que o Ocidente “provocou” a invasão da Ucrânia pela Rússia ao expandir a União Europeia e a aliança militar da NATO para leste. (Já tinha ouvido isto algures, vindo de outra boca...) Agora, com uma vitória nas eleições locais, restringida às áreas mais populosas de Londres e do norte de Inglaterra (não deixa de ser significativo que Oxfordshire e Cambrigeshire permaneceram duas ilhas negando a penetração dos Reformistas - por que será? Na Escócia não há rasto deles, nem no País de Gales, nem na Irlanda)
No mesmo dia em que um pequeno número de militares ucranianos desfilou ao lado dos militares, e veteranos, britânicos na parada do Dia da Vitória, Farage achou por bem mandar retirar todas as bandeiras ucranianas colocadas em edifícios municipais dos seus 10 burgos eleitorais. Nem numa janela nem numa varanda.
O rei faz continência aos militares ucranianos,
o primeiro ministro tem um pequeno galhardete ucraniano sobre a sua secretária de trabalho,
mas os reformistas incomodam-se com a sua bandeira...
«Como nos recorda o Dia da Vitória, a Grã-Bretanha tem uma história orgulhosa de colaboração com aliados para derrotar ditadores e tiranos.»
Nb10-Downing Street
«Diz-nos tudo o que precisamos de saber sobre o Reformismo de Nigel Farage que a sua primeira acção, depois de ganhar as eleições locais, é banir a bandeira ucraniana das nossas câmaras municipais»
«Farage e os conselheiros da Reforma deviam deixar de dar graxa a Moscovo e desistir imediatamente da proibição de hastear a bandeira ucraniana.»
O presidente do partido é Zia Yusuf, um filho de emigrantes muçulmanos do Sri Lanka, antigo executivo da Goldman Sachs e fundador de uma empresa de concierge de luxo, tornou-se presidente do Reform UK. ( O dinheiro não compra felicidade mas ajuda muito) Esta segunda-feira Yusuf anunciou a política que será seguida pelas 10 autarquias locais de Inglaterra onde o partido assumiu o controlo nas eleições locais da semana passada.«Mas, embora seja repugnante, não deve ser uma surpresa: Farage disse-nos que Vladimir Putin é o líder mundial que mais admira.»
“As autarquias inglesas controladas pelo Reform UK vão actuar rapidamente para que as únicas bandeiras autorizadas a serem hasteadas nos seus edifícios sejam a bandeira da União e a bandeira de São Jorge. Nenhuma outra bandeira poderá ser hasteada nos seus mastros, varandas, balcões de recepção ou paredes dos seus edifícios.”
Um porta-voz do Reform disse mais tarde:
«O Reform UK hasteará orgulhosamente a bandeira da União, a bandeira de São Jorge e as bandeiras dos condados. Ao contrário dos Conservadores e dos Trabalhistas, temos orgulho no nosso país e na nossa história»
Esta "importantíssima notícia internacional" é a primeira na página de abertura do Pravda-Moscovo.
Com tanto orgulho no país e na história não têm vergonha de lamber as botas a Putin?
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