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PODEM SER 10 MILHÕES DE EUROS

«Campanha pede um euro para os bombeiros portugueses»

Foi lançada uma campanha solidária no Facebook, que apela aos portugueses para que amanhã, sábado, dia 31, se dirijam à corporação de bombeiros da sua área de residência e deixem um euro 


«A ideia do criador do evento na rede social, Pedro Fonseca, é que o dinheiro conseguido seja usado para que os corpos de combeiros "comprem carros-tanque, mangueiras, material de protecção e de comunicação, ou o que quer que faça falta."

"Vamos ajudar nós aqueles que têm como um dos lemas a seguinte frase: "Não sabemos se voltamos, mas vamos sempre"

O promotor da iniciativa relevou, no Facebook, já ter enviado um email às associações de bombeiros a pedir que a informação sobre a campanha fosse enviada às corporações para que
tenham uma caixa ou alguém disponível para receber os donativos.»


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ANO DE AUTÁRQUICAS, POIS.



Não tem importância, é só a demissão da provedora responsável pelo canil e gatil da CML
Que inconveniência... pôs a "boca no trombone"!
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«HOJE TORNO PÚBLICA A MINHA JÁ APRESENTADA DEMISSÃO»
Provedora Municipal dos Animais de Lisboa

Hoje, dia 13 de Agosto de 2013, passam apenas 57 dias da minha tomada de posse enquanto Provedora Municipal dos Animais de Lisboa, nomeada pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa.

Nestes 57 dias, o sucesso que consegui obter no âmbito da missão que tomei em mãos é incomparavelmente inferior às dificuldades, às inverdades, a ausência de emergência, à inexistência de urgência que circunda a Casa dos Animais de Lisboa, as suas paredes actuais e aquelas que já há muito deviam estar erguidas. Os seus dirigentes e outra gente. As salas de quarentena que persistem em ser feitas de fumos de palco, as bactérias e vírus que se espalham gatil afora, e outras canil adentro.

 O que consegui foi um pouco para além do óbvio, e que tão pouco caberia a um “tradicionalíssimo provedor”: tirar algumas fotos e divulga-las pelo mais céleres dos meios actuais – o facebook -, dar informações legais a quem me as solicitou, procurar dar abrigo para animais abandonados, e pressionar muito, muitíssimo – trabalho que não se vê e, consequentemente, não existe para quem procura muito a cegueira. Conseguimos, num dia épico de 40º à sombra, fazer prevalecer a vida de um animal sobre a propriedade privada. Uso o plural porque sem um grupo de elementos da Polícia Municipal, seu Chefe e seu Comandante, dotados dos aparelhos de sensibilidade que deviam ser funcionais em todos os humanos e não são, e da coragem dos destemidos, sem eles, o Corujinha jazeria provavelmente morto há mais de um mês. Sem um dado Encarregado da Casa dos Animais de Lisboa o Corujinha jazeria morto, depois de uma doença contraída na Casa dos Animais de Lisboa que apenas podemos saber ser “provavelmente” uma parvovirose. Porque análises de sangue é coisa que não vi ali sucederem. Nunca. Nem quando nove gatos recolhidos da mesma casa, com o delicioso ar felino de pequenos bebés e aparência saudável, começaram a morrer fulminantemente em casa dos adotantes, a contagiar dramaticamente os gatos próximos, com diagnósticos concretos de calicivírus por médicos veterinários analistas da exames de sangue. A resposta, quando questionada, da equipa veterinária da CAL, foi “panleucopenia”, embora sem certezas porque, para não ser diferente, não se analisou sangue ou animais. Para quê? Afinal, estamos apenas a falar do canil e do gatil que alberga os animais da capital do país.

Desde o início afirmei e julguei existente, manifesto e intenso o respaldo do Presidente da CML, promotor das mudanças traduzidas no afastamento da anterior Directora do Canil/Gatil Municipal, Dra. Luísa Costa Gomes e nomeação do actual Director da Casa dos Animais de Lisboa, Dr. Veríssimo Pires; na criação da figura do Provedor Municipal dos Animais de Lisboa e consequente nomeação da minha pessoa para essa missão e; na criação de um Grupo de Trabalho presidido pela Sra. Bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários, por elemento, veterinário naturalmente, indicado pela dita Ordem, pelo responsável pelo Departamento Municipal que tutela a Divisão responsável pela Casa dos Animais de Lisboa, pelo Director da mesma e por mim, na condição óbvia de Provedora. Esse respaldo não apenas não foi manifesto ou intenso, como foi totalmente anulado pelo afastamento do Senhor Presidente do assunto. Esse respaldo tornou-se para mim patentemente fugaz face ao paternalismo demonstrado pela Direção da CAL. Finalmente, tornou-se para mim claro que o meu sítio não é ou será alguma vez aquele em que se constitui um Grupo de Trabalho que alia peritos e os serviços municipais, sob o crédito e a batuta institucional da pessoa que ocupa a louvável posição de Bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários, para um mês e meio depois ver essa figura institucional numa lista partidária candidata à vereação da Câmara Municipal de Lisboa. A promiscuidade que este acto indicia, noutras circunstâncias inocente, destrói completamente a credibilidade de um Grupo de Trabalho que se queria independente, analista ao ínfimo das práticas actuais da Casa dos Animais e recomendador rigoroso das boas práticas que devem marcar o futuro. “À mulher de César não basta ser, há que parecer”, já se diz há séculos. No dia em que soube deste encaixe de lista, a minha decisão entretanto já tomada tornou-se sólida como a pedra mais dura.
Eu acumulei o odioso de ser a cara dada pela Casa dos Animais de Lisboa, quando esta tem Direcção serena; o odioso dos anos em que nada se fez pelo canil/gatil municipal e ali se fizeram coisas impróprias de designação civilizada; o odioso de encarnar um demónio eleitoralista, porque há eleições autárquicas a 29 de Setembro. Tenho costas largas e pelos animais abrigados na CAL acumularia três vezes o odioso que me ofereceram. Se alguma coisa mudasse com urgência. Se eu visse mudança, cheirasse confiança, ouvisse certezas dignas, tateasse cães e gatos saudáveis. Jarra eleitoral não sou. E pouco me interessam os actos eleitorais, se o candidato é pessoa que aprecio ou não. Sempre disse a quem me nomeou que gostando pessoalmente de quem gostasse, gosto muitíssimo mais dos animais. Cada vez mais, friso.
Quando pessoas próximas souberam de antemão que tinha aceite esta missão, rapidamente me alertaram com preocupação para a areia na engrenagem do interior da organização camarária – que considero insustentável, disfuncional e auto proclamatória de nadas –, mas também para os ódios, mesquinhez, inveja e outros tantos adjectivos que pairam sobre a dita “causa animal”. Não estavam errados, até porque essas pessoas conhecem bem o dito universo. Povoado por grandes pessoas, de amplo coração, mas infelizmente ultrapassados em número por pessoas lamentavelmente pequenas, tacanhas e seriamente empenhadas em promover o insucesso alheio.
A quantidade de deseducados e candidatos a donos absolutos da verdade é tão grande que por vezes temo pelos animais que dizem amar e proteger, e que são tantas vezes repositórios de candidaturas à santidade e de desequilíbrios emocionais humanos graves. Lá está, o verdadeiro animal predador, aqui, é o ser humano. E o verdadeiro sabotador dos direitos e protecção dos animais são aqueles que mais batem com a mão no peito clamando conhecimento de causa, ao interessarem-se senão pela sua verdade, pelo seu quintal, pelo português hábito de dizer mal desinformada e gratuitamente. Tive o enorme desprazer de conhecer ou saber da existência de tal gente. Que provavelmente encomendam em correria foguetes para celebrar a minha demissão. Desproporcionados face ao fogo-de-artifício gigantesco que descreve o bem-estar de nunca mais ter de saber da sua existência e não ter qualquer dever de as ter por perto. O feminino não é género alheio à descrição.
Conheci também das melhores pessoas do mundo, e essas levo-as comigo, para a minha vida pessoal. Críticas, sugestivas, que sabem bem mais que eu mas não apregoam o seu generoso conhecimento, e que realmente ignoram o humano do lado para se focarem em quem interessa: os animais. Encontrei, também, nos funcionários da Casa dos Animais de Lisboa pessoas dedicadas, amantes dos animais que ali se encontram, desamparadas na fama formada sem proveito de serem reais bestas. Foram meus colegas, trabalhei com eles de igual para igual – coisa que efectivamente somos. Mudaram de atitude? Sentiram também que alguém mudou de atitude para com eles. E isso faz muita diferença.
Enquanto escrevo esta mensagem pública, estou em contacto com uma rapariga aflita com dois gatinhos recém-nascidos, que associação nenhuma consegue ajudar a acolher e tratar; com uma senhora que se torna minha comadre, pois juntas acolhemos a partir de hoje uma ninhada de uma mamã gata ferida por um cão, que findo o aleitamento terá de ser amputada pelo veterinário que cuida dos meus “miúdos”, que são a minha família; com um senhor que quer ir de férias e para isso “dá” a uma desconhecida após contacto telefónico, os gatos que tem desde 2009. Em nenhum destes casos me valho senão das minhas possibilidades. Não confio nas condições da ala do gatil da CAL para acolher estes gatinhos. De há duas semanas a esta parte, sou incapaz de promover ou sugerir tal coisa seja a quem for.
Custa-me sair, na medida em que uma batalha enorme aparentemente ganha era apenas uma patranha. Nem toda a boa vontade do mundo chega. Nem todo o querer do universo chega. Nem as mudanças lentas chegam. Quando tudo jaz, afinal, na ponta da caneta de um homem só.
As únicas vidas que me interessam, neste processo de agonia lenta e enorme frustração, são as dos animais. Graças a uma mudança efectiva, posso visitá-los, fotografá-los, mimá-los dentro do horário em que a Casa dos Animais tem portas abertas a visitantes. Levarei uma muda de roupa, que largarei em seguida, para não repetir o risco de transportar vírus para a minha família. Também eu senti na pele o que é ter uma bebé que amo em risco de vida, porque eu transportei comigo a doença que quase a levou. É um número, para além da impotência a que me reconheci remetida afinal desde sempre, que torna “irrevogável”, como é moda dizer-se, a minha demissão: 17. Dezassete gatos falecidos na sequência de doença e contágio, sequência fatal tremenda que começou numa sala da CAL e terminou em cadáveres de gatos que nunca tiveram senão a fortuna de serem amados pelos seus donos. Dezassete cadáveres. Com nome, família, casa e as muitas saudades que deixam. Mas afinal, terá sido só panleucopenia, diz-se lá do Monsanto.
Em geral, as pessoas esperam de uma pessoa que exerça uma tarefa pública, um distanciamento gélido a que se convencionou chamar “cunho institucional”. Se tal pessoa não agir de acordo com o protocolo institucionalizado, não passará de um “baldas” sem decoro. Impróprio. Desadequado. Que não leva a sério o que tem em mãos. Eu sou informal. Sou disponível para as pessoas. Sou aguerrida. Características, aliás, subjacentes ao convite para Prover pelos animais de Lisboa.
Os juízos ficam para quem pratica o desporto de julgar no tribunal doméstico. Para os obcecados, que os há. E para as candidaturas da verdade absoluta. Não sei, com franqueza, se haverá Provedor seguinte. É sorte que não posso desejar a alguém. Mas receber queixas e reencaminhá-las é o expectável de quem se siga. Para incomodar sonoramente, para mais em tempo eleitoral, já houve esta. Que não se repita o erro de não dominar a voz de quem sirva de “Ouvidor”!
Não abandono animais. Mas abandono pessoas e projectos que não são genuínos. Espero que haja grande esforço em provar que eu estava errada. Que tudo o que aqui aponto mude no próximo mês, e que eu engula as palavras escritas. Não as engolirei, porque sei-as tremendamente verdadeiras. Mas nada me importo desse esforço pelo meu descrédito, se tal servir os interesses dos animais que vivem na CAL e cá fora. Porque na verdade, tudo jaz, afinal, na ponta da caneta de um homem só.