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PORNOGRAFIA


Pornografia

Qualquer conteúdo que possui cenas ou imagens obscenas ou de apelo sexual.
imoralidade, devassidão, impudor, indecência, perdição, perversão, pouca vergonha, obscenidade, libidinosidade, lascívia, libertinagem

A SÉRIO QUE ESTOU COM PENA DO HOMEM

Roger Stone estava em contacto com a WikiLeaks , sabia que hakers russos (GRU) tinham roubado os e-mails do Partido Democrático e nunca contou nada ao homem


Paul Manafort foi falar com o Presidente do Equador, visitou Assange na embaixada onde também falou com os seus amigos da GRU e nunca disse nada ao homem (Vale uma boa gargalhada vê-lo aí abaixo negando, ou mais ou menos, que o homem tenha negócios com oligarcas russos)



Michael Cohen, quando era o seu advogado havia mais de 10 anos, esteve a negociar com Moscovo - e directamente com o porta-voz de imprensa de Putin - a construção da Trump Tower Moscovo, a proposta de negócio incluía a oferta da penthouse (no valor de 50 milhões de dólares) a Putin e nunca disse nada ao homem

O próprio filho Mini-Donald, e o genro, tiveram uma reunião na Trump Tower de N.Y (num dia em que o homem lá estava na sua penthouse dourada) com os russos e nunca disse nada ao pai. Nem dos e-mails dizendo que Putin apoiava a candidatura do homem ele contou

Coitado do homem, não há de ele andar nervoso...


IN MEMORIAM - O CREPÚSCULO DE UMA DIVA






María de Montserrat Bibiana Concepción Caballé i Folch 

12 de Abril de 1933, Barcelona  
6 de Outubro de 2018, Barcelona

RIP





IN MEMORIAM - PARTIU UM PEDACINHO DO MEU CORAÇÃO

Dia 11 de Dezembro de 2016, ainda não há dois anos, escrevia eu por AQUI sob o título "L'Arménien":

Ontem à noite Monsieur Charles Aznavour encheu a MeoArena. De muito alto dos seus 92 anos (pode lá ser, parece que são a fingir) cativou as várias gerações de público durante quase duas horas, sem intervalo nem cansaço. Cantou, conversou, gracejou e fez promessas para a próxima  
.../...
Com o charme de sempre mas bem menos nostálgico do que testemunha da dor que presenciamos diariamente a açoitar os mais desafortunados do nosso injusto mundo, abriu o espectáculo com "Les émigrants": «Comment crois-tu qu'ils sont venus? Ils sont venus, les poches vides et les mains nues...», o mote estáva dado. Mais adiante, em jeito de conversa, fechou as suas palavras, sem revolta nem declamação dizendo "Je suis un homme libre, de libre pensée", e seguiu-se "Comme Ils Disent". Mesmo canções como "La Bohème" ou "Il faut savoir" ganharam uma outra dimensão neste contexto, de um homem de 92 anos, presente e consciente, que sempre se recusou a ignorar o sofrimento alheio, que se embrenhou na vida com profundidade e dignidade. 
E que continua a cantar maravilhosamente. 
 .../...
Foi uma companhia frequente ao longo da minha vida desde que me lembro de ser gente. E continuará a ser, os artistas têm essa centelha de eternidade.

Ficam duas das minhas canções favoritas (são quase todas favoritas...) que guardo como parte de mim coladas a lembranças felizes.
E a ultima entrevista, dia 28 de Setembro, há apenas 3 dias...

Merci Monsieur Azmavour, merci Charles.





PORREIRO PÁ!

Lisboa 28 de Setembro 2018
Tribunal Central de Instrução Criminal 
Sorteio do juiz de instrução do processo relativo à "Operação Marquês"

Inquérito da Operação Marquês - acusação de 28 arguidos  
(19 indivíduos -entre os quais José Sócrates - e nove empresas)
Quase 200 crimes económico-financeiros

Juízes do TCIC - 2 - Carlos Alexandre e Ivo Rosa
Número de tentativas do sorteio informático - 4
16h -  Nos primeiros minutos o programa bloqueou, o computador não respondeu. Quando respondeu, deixou de fora do processo Carlos Alexandre

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Janeiro 2018  - In "Visão"
Procuradores pedem afastamento do juiz Ivo Rosa

Dois procuradores pediram o afastamento do juiz de instrução de três processos judiciais, um deles o caso EDP, por haver dúvidas sobre a sua imparcialidade. Outros apresentaram queixas disciplinares

Novembro 2016 - In "DN"
Tribunal de Relação arrasa juiz que deixou espião ir para casa
O Tribunal de Relação de Lisboa criticou duramente, em acórdão proferido esta semana, a decisão do juiz de instrução criminal, Ivo Rosa...

Além do espião russo e do caso EDP,  (só este último é uma festa, safou Manuel Pinho, António Mexia e Manso Neto)
Ivo Rosa ilibou 18 dos arguidos da “Operação Zeus”, processo relacionado com a corrupção nas messes da Força Aérea.
Após uma trabalhosa investigação do DCIAP sobre lavagem de dinheiro de indivíduos das elites angolanas Ivo Rosa decidiu não levar nenhum dos suspeitos a julgamento
Caso "Gangue do Multibanco", criminosos responsáveis por mais de 100 assaltos e outros crimes graves, Ivo Rosa libertou 11 dos 12 membros (que vieram a ser condenados após recurso do Ministério Público)

Como diria José Sócrates: "PORREIRO PÁ!"

Pronto, era só isto. Durmam descansados. Vamos todos aguardar a conclusão da instrução do processo calmamente, certo? Certinho.


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BILLIONS AND BILLIONS OF BING BING BING

Independentemente do que se pense do homem uma coisa é inegável: não há outro igual e este tem facetas imperdíveis. Ora vede...
 Coisinha fofa!

O INVESTIGADOR E O TROCA-TINTAS

Lembram-se de Bob Woodward? Sim, esse, o daquele explosivo duo Bob Woodward e Carl Bernstein (Os Homens do Presidente) que investigaram e publicaram as "bombas" do Watergate sob os bons auspicios e coragem da proprietária do Washington Post, Katharine Graham.


Pois bem, Woodward está prestes a lançar um novo livro: "FEAR", título inspirado numa notável declaração de Trump em 2016 durante uma entrevista com o próprio Woodward e o repórter do W.P.  Robert Costa :

“Real power is, I don’t even want to use the word, ‘Fear.’ ” 

Depois de cerca de 40 livros, dos quais 8 sobre presidentes dos EUA - de Nixon a Obama - chegou a vez de se debruçar sobre Trump.
Como em todas as situações anteriores semelhantes tentou falar com Trump, durante meses. Trump encolheu-se, é doido e ignorante mas não tão ignorante que não saiba que não tem arcaboiço para tropedear Woodward; este conhece Washington D.C. por dentro e por fora como poucos jornalistas (diria como poucas pessoas) e tem uma vida, uma cabeça e uma bagagem que, por respeito para com ambos, não se devem comparar.
Trump evitou Woodward durante meses, talvez tentando atrasar a publicação do livro ou mesmo evita-la (vindo dali admite-se tudo). Azar! O livro sai dentro de dias e já faz sorrir uns e rugir outros. 

O Donald está acagassado (perdoem o termo mas é o apropriado). Sabe que Woodward não é um pivot da Fox News a quem dê a volta ou mande calar por via do patrão; é um homem batido, respeitado, incólume a escândalos e com uma credibilidade testada ao longo de 50 anos de carreira.

A 14 de Agosto resolveu telefonar-lhe. Woodward atendeu e pediu licença para gravar a conversa. Foram 11 minutos de troca de respeitosas palavras entre o Investigador e o Troca-tintas. 
A transcrição e o áudio desta conversa são, por agora, um testemunho de mais do mesmo, já ninguém se surpreende; dentro de alguns anos, quando (se) regressarmos à normalidade em termos de decoro da imagem presidencial, será um documento destes loucos dias que vive a América e, mais concretamente, "O estranho caso do ilusionista da Casa Branca".
A não perder num site perto de si

Deixo-vos o áudio e e link para a transcrição
Como brinde deixo-vos também o link para um artigo de hoje, 4Set., no Washinton Post sobre Woodward, o novo livro e a Casa Branca dos nossos dias



MARKETING DA TRETA - BUÉ CONVINCENTE

O Marketing funciona, até talvez mais do que seria desejável, e o marketing político em particular talvez seja o que mais explora e manipula as emoções, boas e más, das pessoas. A maior parte das vezes nem é preciso dizer muito, "uma imagem vale por mil palavras" aplica-se como uma luva.
Mas também há o marketing da treta, espécie muito e voga e largamente disseminada; Se uma imagem vale por mil palavras três imagens é sempre a multiplicar, n'é?
Põe-te aqui, isso. Agora aponta para o ecrã. Não, não olhes para a câmara. Ok.



 Mais em cima do acontecimento ainda chamuscavas os pelos das pernas meu manganão!


SENTIDO DE HUMOR POLÍTICO

O Capitólio do Colorado possui uma colecção de pinturas que retratam os Presidentes dos Estado Unidos oferecidos pelos seus cidadãos. Até hoje não foi possível encomendar o retrato de Trump por falta de fundos, cerca de $10 000,  que são colectados pela Colorado Citizens for Culture, existe apenas um espaço vazio.

Na passada quinta-feira, durante uma visita guiada, o grupo deparou-se com um retrato de Putin com as dimensões apropriadas para ocupar o espaço.


Colorado Citizens for Culture, é uma associação promotora das artes que faz a colecta de fundos para os retratos dos presidentes dos EUA a serem expostos no Capitólio do Estado do Colorado.


Segundo esta associação, até ao aparecimento do retrato de Putin não tinha sido doada qualquer quantia para o retrato de Trump; desde então foram feitas duas doações num total de $45...

O AMOR TEM RAZÕES QUE A RAZÃO DESCONHECE

Trump não tem qualquer dúvida sobre o assalto informático, mediático, de troca de informações e compromissos que continuamente foi e está sendo operado pela Rússia na América e na Europa. Um dos seus dramas é esse, não ter qualquer dúvida: cria-lhe inseguranças de várias espécies. Não só o leva a, repetidamente, afirmar que ganhou as eleições como o impede de ultrapassar a questão e assumir-se como Presidente de pleno direito, que é.

E depois há a outra insegurança permanente, a de saber, melhor do que quase toda a gente, que algures fechado a sete chaves existem provas, documentos, gravações de ocorrências e negócios no mínimo comprometedores; saber, melhor do que quase toda a gente, quem possui as sete chaves para todo esse material congelado mas pronto a ser cozinhado.

AINDA ALGUÉM TEM DÚVIDAS SOBRE A TRELA CURTA QUE PRENDE TRUMP E SOBRE A MÃO QUE A SEGURA?


Quem tiver é porque as quer ter, sejam quais forem as evidencias permanecerá militantemente incrédulo defendendo que o pobre é vítima de uma cabala negra.
Seja, é uma opção.

Não há justificação alguma para o comportamento do presidente dos EUA.
E não me venham dizer (creio que essa ainda ninguém se atreveu a dizer) que é por convicção ideológica. Trump não tem ideologia, tem ego, e sobra.

Ao longo de uma semana de preparação digna de constar nos anais da história, para júbilo das hostes anti-democráticas e anti-europeístas, Trump declarou a UE como um Inimigo dos EUA - “I think the European Union is a foe,” . Atacou Merkel como estando subjugada à Rússia (logo ela...) com uma argumentação fraca e falseada nos números evocados, de tão fraca que era. Merkel não se perturbou, apenas a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã repôs os factos e disse placidamente não haver risco nem motivo de preocupação. Fez o possível para destabilizar a cimeira da NATO  - que, a seu ver, é importante fundamentalmente para os europeus - sob a capa das contribuições económicas, assunto já batido e debatido com calendário estabelecido.  Mas as tropas lá do sítio não se deixam enervar por tão pouco, fizeram-lhe a vontade e o bicho acalmou-se.
De notar que as declarações de Trump sobre as contribuições percentuais foram prestadas imediatamente após o início da reunião com as delegações da Georgia e da Ucrânia. (Ele há coisas...) Estas duas delegações tiveram de abandonar a sala de conferencias onde se realizou uma reunião de emergência dos países membros. Poder-se-ia pensar que lhe meteram uma "cunha" quanto ao timing escolhido.

Depois meteu-se no avião dirigindo-se a terras de Sua Majestade. Antes de aterrar  já tinha dado uma lamentável entrevista onde pretendeu abalroar a já encalacrada Theresa May e declarou um acordo comercial com a G.B. como morto. Depois deu o dito por não dito (once more) mas deixou no ar que quem seria um bom primeiro-ministro era o loiro europeu, nem mais nem menos de que Boris Johnson... Pois.

Por fim, ahh at last, o momento mais ansiado, desde há anos, o Vlad só para ele!
Ou talvez melhor dizendo, ele só para o Vlad...
Que se lixe a América, que se lixem as Agências de Informação e de Segurança, que se lixe a democracia e as eleições, que se lixem os assassinatos, os espiões, os refugiados sírios (e todos os outros), que se lixe a Crimeia e quem morreu num avião comido por um míssil. Que se lixem os aliados. E que se lixem as investigações, sobretudo isso; há verdades que não podem, em circunstância alguma, ser expostas; venham elas de onde vierem.

Querido Vlad, passa-me a bola que eu defendo.

"I have great confidence in my intelligence people, but I will tell you that President Putin was extremely strong and powerful in his denial today," 

THE BIZARRELY RUDE MAN

O QUE SE PASSOU?
ESTÁ AÍ, NO VÍDEO ABAIXO
https://twitter.com/twitter/statuses/1017896641553199104

O QUE REALMENTE SE PASSOU?
ESTÁ AQUI, EM PRIMEIRA MÃO, NO REAL GANA



Queres jantar? Pede à Teresa.
Eu dou-te um chá que bem precisas
http://time.com/5333083/queen-elizabeth-trump-visit-presidents/




...E FEZ-SE LUZ.


Às vezes o impossível acontece, não é frequente mas acontece. É uma conjunção  de factores que entram em convergência num mesmo lugar ao mesmo tempo:
é o milagre, a ciência, a perseverança, a vontade férrea, uma esperança desmedida e coragem, a coragem posta em prática gerando actos heróicos.
O impossível desfaz-se, as trevas cedem e a luz brilha de novo.

Às vezes o impossível acontece, é bom reter esta verdade, esta lição de vida.


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QUE QUERES QUE DIGA?

Recebi um e-mail de um amigo, do qual transcrevo o início,  que se refere ao meu silêncio, aqui no blog e, sobretudo, por achar "estranho" que quebre esse silêncio para falar de futebol. Resolvi responder-lhe aqui por me parecer apropriado, vamos lá a ver se me faço entender



E por aí fora.

Está bem,.
Em primeiro lugar gosto de futebol, sobretudo das grandes competições como o Europeu e o Mundial. Não me passo dos carretos, não paro a minha vida, não tenho discussões. Vejo, emociono-me "à séria", torço e regresso à normalidade possível. Tive pena de ver "os nossos meninos" virem para casa tão cedo, achei que mereciam mais mas ganha quem marca, sejam os penalties justos ou não. Adiante.

Sei o que estranhas embora não especifiques. Queres que te adivinhe, queres ver se afinal estou atenta. Estou. E adivinho-te.

Estranhas que não tenha tecido o menor comentário ao que se está a passar nos EUA - nos EUA, como é possível? -  com as quase 3000 crianças que foram separadas dos pais. Que queres que diga? 

Claro que o governo federal dos EUA tem o direito de implementar a política de imigração que bem entender mas a questão não é essa.
Claro que está consagrado o estatuto de refugiado e o direito ao pedido de asilo  na Constituição americana mas a questão também não é essa.
Claro que é uma violação do Direito Internacional  e da Carta de Direitos Humanos da qual os EUA são signatários mas a questão até já nem é essa.

Trump implementou uma acção política para alimentar as suas bases e como meio dissuasor para os emigrantes sul-americanos. O tiro saiu-
lhe pela culatra.

Primeiro, qualquer pessoa com um mínimo de seriedade sabe que nunca seria assim que se poderia fazer uma reforma da política de emigração, para já não falar de uma reforma legislativa. 
Mais uma vez, para Trump, a questão não é essa, é outra, demonstrada mas não confessada. E está-se "nas tintas", desde que caia bem para o lado dele. 
Segundo, acresce que o "birras" quer construir "A Great Wall" e tem de ser antes das presidenciais de 2020. A coisa não está a correr bem, não sobram os dólares ao Congresso e muito menos ao Senado. Os Democratas são uns malandros que querem os EUA invadidos por gangs e traficantes. Há que ir satisfazendo as bases enquanto não chegam as betoneiras.

Porquê o meu silêncio?

Porque crianças não são meio de fazer política, seja por que razão for. Nunca.
O pânico e a aflição de pais não são meio de fazer política, seja por que razão for. Nunca.
Porque me recuso a fazer um ataque de cariz político utilizando uma questão tão grave e angustiante quanto esta, que ultrapassa todas as políticas, que degrada toda a ética.
"Eles que não os tragam para servirem de passaporte" não é argumento. É desumanidade, é insensibilidade, é um nojo. Argumento não.

Pior. Quando foi assinada a ordem executiva de "Zero Tolerance" não passou por aquela platinada cabeça que tivesse de a inverter subitamente. 
O resultado foi o caos habitual mas desta vez recaindo sobre crianças e pais. Quantas são, onde estão, quando são entregues aos pais, tornaram-se perguntas absurdamente repetidas e não respondidas. Nos EUA? Impensável.

Que queres que diga, que comente? Não tenho nada para dizer, constato com um nó no estômago, penso no meu filho, olho-o nos olhos enquanto jantamos e sinto uma náusea. Felizmente não vivemos numa vila de gangs e traficantes na América do Sul. Não tenho nada para dizer, do mal o menos, não sou americana.

Se não te importas vou ver o futebol. À falta dos "nossos meninos" dediquei a minha atenção e boa-vontade aos súbitos de Sua Majestade. Não me estou a dar mal, hoje equipei-me a rigor e saiu-me um grande e vitorioso jogo:

 
Deixa-me sentir boas emoções.

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FAKE NEWS?

Desconheço a fonte, não faço ideia se é fidedigna mas juro que desta vez não fui eu que fiz.
(mas tenho pena)

O GATO VOADOR


Os jogos ganham-se com golos. Certo.

Também se ganham com um grande guarda-redes,
Grande, enorme,
Rui Patrício;


e com uma grande defesa:
...mas o Pepe estava lá.

O MÁGICO


Eu, olhando para a televisão estupefacta:
- "Este miúdo tem um anjo por cima dele"

O meu filho, estupefacto olhando para a televisão:
- "Não mãe, ele é um anjo"

THE DEAL ARTIST


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"You know, instead of doing that, you could have the best hotels in the world right there." Trump, 12/06/2018
(Instead of launching intercontinental ballistic missiles, you could have a five-star luxury Trump hotel right there!)
"As an example, they have great beaches. You see that whenever they're exploding their cannons into the ocean, right? I said, 'Boy, look at the view. Wouldn't that make a great condo behind?" Trump, 12/06/2018
(North Korea: Come for the beaches. Stay for the exploding cannons in the ocean.)
In CNN Politics

EXCELENTE!

A CAPA DA "TIME MAGAZINE" QUE SAI ESTA SEMANA

Que grande capa!


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Pois é, é mesmo assim que ele se pensa

Depois da foto de ontem - post anterior - que alguém com graça ontem, no Twitter, intilulava:'
The Persuasion of the Imbecile' by Caravaggio


como não havia o homem de sair dali a twittar demónios contra quem se opõe à sua régia e absolutista vontade...
Só uma pergunta: ele está de pé, não está?

G7, PUTIN E TAXAS

Putin diz que sim, faz que também, age como lhe apetece, nega tudo, vitimiza-se e sobra-lhe tempo.
Quem diz (e faz) o que quer ouve o que não quer, diz o povo sábio.
Invasões, assassinatos, jogos eleitorais, jogos de guerra, chantagens, espertezas...
Toma lá sanções e aguenta-te; Toma lá mais e embrulha.
Há que promover nacionalismos obtusos, mas bem alicerçados no medo, para combater uma Europa incómoda

...E era uma vez os G8 que passaram a G7

Será que Trump sabe o que se passou na Economia dos States entre 1918 e 1928?
Muito sumariamente: a Europa saia da II Guerra de rastos; os States estavam na maior,  aumentara a produção exponencialmente e o "American Way of life" afirmava-se no mundo.
Pois, mas a Europa recuperou, passou a produzir mais e a importar muito menos. Em 1929 deu-se o crash da Bolsa americana sucumbindo à super-produção que se afundou numa oferta muito superior à procura. A Grande Depressão entrava sem bater à porta e instalava-se. Em 1930 foram lançados impostos alfandegários sobre milhares de produtos estrangeiros, Os economistas avisaram mas o presidente Hoover insistiu e manteve. A Europa retaliou. O baile estava armado.  Em 1933 os States estavam num fosso económico e social. Hoover foi ver se chovia perdendo a presidência para Roosevelt que iniciou a reversão da política económica.
O mal estava feito, a Grande Depressão atingira a Europa, os partidos extremistas, à esquerda e à direita, ganharam força, Hitler encontrou terreno fértil onde semear e crescer.
 E o resto é história. (É importante estudar história)

Donald... Percebeste??? Hummm

Abaixo: Expressiva foto tirada no segundo dia da reunião dos G7 entre sessões de trabalho, publicada no Instagram de Angela Merkel.
Há muito quem não goste dela, pois é, ela não actua para o "hoje" quando isso compromete os anos vindouros... E vê muito bem ao longe.

Pergunta: "- Donald, sabes o que são os G6?"
(Resposta: "-São bull-shit ao pé da "Minha Cimeira", quero que vocês se lixem")






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DEEP STATE

A verdade deixou de ser relevante. 
A verdade, actualmente,  é aquilo que se mostrar mais conveniente a quem tenha o poder e a capacidade de o difundir repetidamente com maior eficácia.

Em Maio do ano passado começou a ser filmada a primeira série  britânica de 8 episódios «Deep State», portanto cerca de um ano antes de os EUA se retirarem do JCPOA, mais conhecido como Acordo com o Irão.
Relevante? Não, nada, estamos a falar de ficção.

No Reino Unido terminou perto do final de Maio, por cá terminou ontem mas está disponível na Fox+ (Fox Play) e por certo não tardará a ser repetida.

Embora, quanto a mim, não tenha as entrelinhas factuais e profundidade da excepcional "Segurança Nacional" (Homeland), quem não viu e goste de um bom thriller de espionagem na dará o seu tempo como mal gasto, se o vir com olhos e cabeça de ver.



Além de umas cenas de estalo bem feitas pode-se constatar:
> como se faz a prova da existência de instalações de enriquecimento de urânio concebidas para escapar às inspecções internacionais (ou qualquer outra coisa que dê jeito) - independentemente do facto de estas não existirem;
> como se pode despoletar uma guerra justificada - independentemente de a justificação ser totalmente fabricada;
> como a existência de milícias privadas, à margem das instituições militares, é útil e importante para os "poderes ocultos";
> como pôr em marcha mais uns quantos acordos comerciais no valor de muitos milhões - a melhor e mais imediata razão, perdão, consequência, de uma nova guerra.

Trás à mente que ainda hoje não sabemos a verdadeira história das "armas de destruição maciça" que, supostamente, existiriam no Iraque. Sabemos que o que sabemos é ficção, já não é mau...
Como "Deep State", também é pura ficção, não se preocupem.

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CIMEIRAS E OUSADIAS

Primeiro foi um e-mail a perguntar se não me sentia motivada a escrever sobre a cimeira entre entre os chefes de Estado das duas Coreias; depois mais outro perguntando o que pensava sobre o assunto. Ontem alguém manifestava a sua curiosidade sobre o meu silêncio sobre este momento importantíssimo. Por amabilidade respondi mais ou menos isto: "Ainda não vi nada, acho que a montanha pariu um rato, e quando um rato vem ao mundo traz sempre irmãos consigo". Ponto.

Mais do que isto?

Ok, reconheço que ficaram bem na fotografia.
Os parabéns à organização, impecável e sábia - o diabo esconde-se nos detalhes.
Acredito que o presidente Moon Jae-in, filho de refugiados da Coreia do Norte, homem com uma carreira dedicada aos Direitos Humanos,  esteja de boa-fé. É digno mas insuficiente.
O que eu queria mesmo saber? Aaaahhhh... O que disse o presidente Xi ao Kim-zinho nos dois encontros que tiveram. Isso é que eu gostava...


Passando à fase seguinte, dia 12 de Junho em Singapura... Será?
Para dizer a verdade estou-me completamente nas tintas, não acredito que alguma coisa positiva para o mundo daí resulte, se acontecer será o encontro de dois cabeçudos egocêntricos com objectivos pessoais muito concretos a marrarem um com o outro; a pergunta que se põe é quem levará a melhor, não é a estabilidade mundial ou o bem-estar dos povos que os move.


Sumariamente, a questão é sobre quem conseguirá enganar quem ou levantar-se primeiro para sair atirando culpas ao outro. Pela minha saúdinha que gostaria de não ter razão nesta parte mas é bem possível que a tenha colada a mim. Claro que muito depende do que Xi disse a Kim... e essa é a parte que eu gostava de saber agora para conjecturar com mais convicção.

Se eu fosse Trump... tinha dito que sim, com certeza, já lá vou mas deixemos os criados falarem entre si primeiro, estabelecerem uma lista de prioridades, de toma-lá-dá-cá, colocarem sobre a mesa o que haverá a digerir. Aquela pressa em apresentar-se ao mundo como O Único tipo capaz de resolver os imbróglios insolúveis para os mortais é um calcanhar de Aquiles permanentemente exposto.
A asneira está feita resta tentar dar-lhe a volta.
Se eu fosse Trump chegava e dizia: Kim, filho, vim cá para nos conhecermos, para iniciar uma relação amigável que, tenho esperança, seja proveitosa para todos mas a diplomacia é para os diplomatas, os detalhes técnicos para os especialistas e nós, líders, temos mais o que fazer. Espero que voltemos a encontrar-nos para assinar um amazing agreement como o mundo nunca viu e se quiseres telefona-me. 'Bora lá tirar umas fotos e beber uns copos a bem da paz e da amizade entre os povos.

Se eu fosse Kim... Ah, se eu fosse Kim vingava-me que nem um Little Rocket Men (se o presidente Xi deixasse, claro). Neste momento (amanhã já o filme pode ser outro)  Kim tem Trump onde quer, a sonhar com o Nobel da Paz (só falta essa...) e a querer demonstrar que é o Mestre na Arte de Negociar.
Trump disse  que sim avidamente, Kim pode jogar com isso a seu bel-prazer. A seu favor está também a geografia: Singapura é longe de Washington mas muito perto de Pyongyang, são tempos de vôo muito diferentes.
Pois se eu fosse Kim deixava Trump meter-se no Air Force One e depois não punha lá os pés. Até dava tempo para dar um saltinho a Singapura, deixar uma caixa de Mon Chérie na almofada do loiro e pirava-me, disfarçado de americana obesa, ainda a tempo de o ver chegar na reportagem da Fox News. Depois... bem, depois fazia o que melhor me servisse, como está demonstrado à saciedade, com estes dois nunca é tarde para dar o dito por não dito.

Mas isso era eu, que sou mázinha, Kim é um honorable men, diz o entendido.


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QUANDO O REVANCHISMO CAI SOBRE O MUNDO

O revanchismo de Trump é desmedido. Trump tem uma necessidade patológica de desfazer tudo o que Obama fez. Não, não senhores e senhoras que acham gracinha ao monstro, não é política nem, muito menos, ideologia, é revanchismo puro, nado e alimentado no âmago que uma maldade profunda que toca as raias da sociopatía.
Trump não governa a "fazer" mas a "desfazer", é uma metodologia eficaz.

Agora chegou a vez do Acordo com o Irão. Surpresa? Nenhuma.

Netanyahu já tinha estendido o tapete vermelho nesta última apresentação ridícula de teatralidade cheia de lombadas de dossiers e DVD's brilhantes



Este último fim de semana ouvi uma das mais importantes entrevistas sobre o assunto - a quebra do Acordo com o Irão - se não a mais importante, não só pela opinião expressa mas, sobretudo se considerarmos quem a expressou  e de onde vem.


O General Danny Yatom é um antigo director da Mossad; se mais não houvesse isto bastaria. Mas mais há. 
Foi "chefe de staff"  de Ehud Barak, antigo Chefe do Estado Maior do Exército e antigo primeiro-ministro de Israel; Foi também conselheiro militar Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de Israel nos anos 70 e mais tarde nos anos 90 quando foi assassinado pela direita radical israelita; Actualmente integra a "Commanders for Israel's Security", organização composta por cerca de 300 generais reformados seriamente preocupados com o futuro de Israel enquanto Estado. (Ele explica sumariamente porquê.)
Como será evidente o General Yatom sabe mais sobre o Irão mesmo a dormir do que Trump acordado durante um ano inteiro

O General Yatom foi entrevistado pelo impecável, e não sectário, Fareed Zakaria este fim de semana. Esta entrevista só teve um defeito, foi curta para o desejável.
Sem comentários deixo o vídeo e a transcrição com alguns "negros" que sublinhei.



-ZAKARIA: In the aftermath of the announcement most experts agreed there was little new to what the prime minister (Netanyahu) had supposedly revealed making these anti-Iran new case first in English and only then in Hebrew. Perhaps Bibi was talking to just one person, the man who will decide by May 12th whether the United States stays in the deal or pulls out. I wanted to get an Israeli perspective on the speech and got one from

General Danny Yatom. He is a former head of Mossad, the Israeli intelligence agency, and now a member of an organization of top Israeli retired generals who are concerned about the future of that nation. It is called Commanders for Israel's Security.

General Yatom, a pleasure to have you on.

- GEN. YATOM, FORMER MOSSAD DIRECTOR: Thank you very much, Mr. Zakaria.

- ZAKARIA: So you are a former general, a former head of Mossad, former chief of staff to Barak, former military adviser to Rabin, and you studied physics, you know, in college. So I feel as though --
- YATOM: In the university.

ZAKARIA: You are perfectly qualified to tell me what to think of Bibi Netanyahu's presentation about the Iranian nuclear program.

- YATOM: I think that we have to be honest and say that we the Israelis, and not only us, but also the Americans, those who are inside the issues, we did not see or hear anything else. We knew that the Iranians are cheating, we knew that the Iranians are lying, we knew that they had military nuclear program. We knew that they hide it.

But it is good for those that did not believe the Mossad and the others that the Iranians had it because look, until today even after the presentation of Mr. Netanyahu, the Iranians say, no, we have never had a nuclear program for military purposes.

- ZAKARIA: Now since 2015 when the Iranians signed the nuclear deal, the IAEA which has inspectors and cameras says they have abided by it, U.S. intelligence confirms that. European intelligence -- is it your understanding that Israeli intelligence also believes that since 2015, since the signing of the deal, Iran has abided by the terms of the deal? 

- YATOM: I think that the answer is yes. But with some suspicions. Meaning, we did not find any evidence that Iran breached the deal but there were some information entered about the cooperation between North Korea and Iran. And when you ask yourself what kind of corporation it can be or it could be, the only corporation is either corporation in the field of nuclear capabilities and especially for military purposes. 

- ZAKARIA: What would your advice to President Trump be on -- for his decision on May 12th? Should he adhere to the deal or should he withdraw?

YATOM: I think that he should adhere to the deal. And I think that this is mainly -- even though I agree there are many, many holes in the deal. But this is the opportunity. And also after what was revealed by us, about all those documents, this is a very good opportunity to come to the Iranians and to say, hey, look what we have found. We now have to make amendments and corrections in the deal. 


- ZAKARIA: If the United States walks away from the deal and Iran in response says then we don't have to adhere to the deal, isn't that a worse situation for Israel because now Iran is free to pursue any kind of nuclear program it wants. 
YATOM: You are 100 percent right. It is worse situation. If the agreement collapses due to the withdrawal of the United States and immediately withdrawal of Iran, it will be the collapse of the agreement. And instead of being in an ordinary place we'll be in a jungle because everybody will do whatever he understands. And the Iranians might come back immediately to where they were left before the agreement. And this is to continue and to enrich uranium in order to achieve in something like a year a nuclear bomb. 

- ZAKARIA: Let me ask you about another issue that is very close to your heart. You are part of this group of almost 300 Israeli generals, former generals from Mossad, from Shin Bet, from the armed forces. Why have you gotten together? What is the driving passion here?

- YATOM: We have many concerns about the future of the state of Israel. We want the state of Israel to exist forever as the only Jewish and democratic state. Now between the sea and the Jordan River, there are approximately half Jews and half Palestinians. If there will not be a two-state solution that we are promoting and the prime minister does not promote and his government does not promote, we might find ourselves in a much worse situation where the world will come to rivals and say, you know what, we are fed of this struggle. 

You cannot find a way to live together side by side, let's have one state. Once there is a one state to the two peoples, it means the end of the state of Israel as a Jewish and democratic state because you can't preserve Israel as Jewish and democratic only if under your sovereignty the majority of the population is Jewish. And between the Jordan and the sea, this is not the situation even not today. So it is the destruction of the state of Israel. 

ZAKARIA: General, pleasure to have you on.

YATOM: Thank you very much, Mr. Zakaria. 


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QUEM LÊ O QUÊ, EM LONDRES

Esta preciosidade caiu-me ao colo e não resisto a partilha-la; já passaram 10 anos mas os públicos dos grandes jornais ingleses continuam a definir-se da mesma forma (basta acompanhar a "press preview" da Sky News durante 3 ou 4 dias para saber o quanto esta hilariante e sucinta descrição é exacta)

Ora vejam lá...

PODERIA CHAMAR-SE "SARILHOS"

Como não tenho nada que fazer aceitei esta prenda, este sarilho, esta carga de trabalhos que ainda nem tem 5 semanas mas já descobriu que se consegue mexer, muito...
Nome de código Wayne, Bruce Wayne...



CONTRA FACTOS ARGUMENTA-SE

Quando se fala em ditadura há que depreender que é uma ditadura de direita.  Não há ditaduras de esquerda. A esquerda é sempre amiga do povo.
Mesmo a rapaziada que ganha as eleições à esquerda, os que as ganham e os que baralham e voltam a dar com umas percentagens deslumbrantes,  mais comunista ou menos comunista ou mesmo da ala "éramos-comunistas-mas-não-dá-jeito-nenhum", é que sabe o que é bom para povo. Pois é, mas o povo é pobre e a rapaziada que ganha sempre as eleições safa-se muito bem. E levam muito pouco tempo a safar-se. Alternância democrática? Isso é um conceito burguês e capitalista que só serve para desestabilizar e confundir.

O PCP tem 4 páginas no seu site dedicadas à Venezuela, apoiando Maduro, claro, esse grande defensor do seu povo, só na 1ª página conta com 10 ligações a artigos. Obviamente não comento mas acho notável e esclarecedor.

Agora o Lula foi condenado. Cai o Carmo e a Trindade, aqui d'el rei (vade retro...) a injustiça impera por via das forças fascizantes!
A sério? Estão mesmo convencidos? Claro que estão, chama-se surdez selectiva.

Facto: D. Lula era um pé-rapado que descobriu a árvore das patacas e em 8 anos de trono fez dos dois filhos empresários milionários.
Sem roubo nem corrupção? Ah pois, roo-me de inveja por não saber o segredo. Não me gozem assim, tão descaradamente. Ou, se conseguirem, expliquem-me.

No entanto a esquerda clama por justiça vitimando D. Lula. Mas há pachorra?
Se a história, os processos, fossem exactamente os mesmos mas o D. Lula fosse um gajo de direita outros galos cantariam... Sarkozy vai ser julgado por corrupção e tráfico de influências estando em causa o alegado financiamento ilegal da sua campanha. Ao pé de Lula  Sakozy tem asas mas não vi ninguém insurgir-se com as alegações ou pretender defendê-lo como injustiçado.

Mas que raio se passa com esta gente? Um malandro é um malandro, um ladrão é um ladrão, um corrupto é um corrupto, um mentiroso é um mentiroso; à esquerda, à direita ou às riscas axadrezadas, os factos expõem a realidade. (Sim, já sei, não são factos, são cabalas negras, já vi isso noutro filme).


Não, meus amigos, por mais que queiram rotular-me não sou de direita, nem de esquerda, nem às riscas. Não gosto de salafrários, de gente que ascende ao bem-bom à custa dos outros, muito menos quando estão implicados dinheiros públicos. Mete-me nojo essa gente venha ela de que sector político vier. Defender essa gajada, na melhor das hipóteses, é masoquismo.

A CELTEJO, O TRIBUNAL E O MEXILHÃO

Há mais de um ano, talvez dois ou perto, que de vez em quando deparo com o corajoso estrebuchar de um utilizador do Facebook, o Sr Arlindo Consolado Marques (o perfil é público) , conhecido como o "Guardião do Tejo", batalhador incansável  contra a utilização do rio como se de uma fossa séptica ligada a um centro de tratamento se tratasse.

Este senhor chamou-me a atenção pelo número de fotos e vídeos alarmantes que ao longo deste tempo tem vindo a publicar.

A Celtejo já o processou, claro.
Claro porquê? O senhor Arlindo não é importante mas é incómodo e irrequieto e a Celtejo é uma das três fábricas de papel na área mas é responsável por 90% daquela dramática poluição


O problema é, portanto, há muito conhecido e subsistente.
E então?




Lê-se na página de abertura da Celtejo na net:
«A Celtejo é uma empresa com quase 50 anos de conhecimento e experiência na produção de pasta de papel encontrando-se na vanguarda tecnológica sendo reconhecida internacionalmente pela superior qualidade dos seus produtos. Com linhas de orientação que privilegiam a sustentabilidade económica, a preservação ambiental e a rigorosa certificação de qualidade, investimos permanentemente na total satisfação dos nossos clientes. Mas queremos ir mais longe. Para a Celtejo o limite é a perfeição. Novos patamares de qualidade. Novos limiares de inovação. Mercados mais exigentes e competitivos. Juntos, ambicionamos crescer como um todo coeso. Dinâmicos, motivados, construímos todos os dias o futuro de uma empresa de referência mundial.»

«Para a Celtejo o limite é a perfeição», dizem eles... Desconfio que esta rapaziada é como o pretérito, o mais-que-perfeito, pois já ultrapassaram todos os limites.



- Foram levantados cinco processos de contra-ordenação à Celtejo,
- Três desses processos aguardam decisão
- Os outros dois receberam sentença e foram objecto de recurso:
num destes foi aplicada uma coima de 48 000 euros e aguarda a decisão sobre o recurso;
no outro foi aplicada uma coima de 12 500 euros;

Estes último teve a coima reduzida para 6 000 euros e anda assim o tribunal resolveu substituir o pagamento por uma repreensão escrita.

ISTO É UMA VERGONHA, UM ESCÂNDALO, UMA PORCARIA, UMA IRRESPONSABILIDADE

Os outros processos? A ver vamos... 

E agora? Agora o Tejo vai ser limpo naquela zona - Vila Velha de Ródão, Abrantes - pois, segundo o ministro do Ambiente :
«...estes sedimentos são como uma bomba relógio do ponto de vista da poluição, por consumirem oxigénio, inibindo a possibilidade de haver vida no Tejo .../... obrigando a uma intervenção que acabou por identificar a presença de níveis de celulose 5.000 vezes superior ao que seria normal.»
A primeira fase da limpeza está orçada  em cerca de 1,5 milhões de euros.
Quem paga? A Celtejo? Nááá...
Quem paga é a malta!

E a lei? A lei é complacente
E o Ministério? O Executivo não se mete no Judicial.

Há uma expressão portuguesa, caída em desuso não percebo porquê, que reza assim: "Quando o mar bate na rocha quem se amola é o mexilhão"