Trata-se da primeira missão da NASA concebida para detectar planetas, rochosos como a Terra, que orbitem estrelas de que não estejam muito próximas nem muito afastadas, de modo que as temperaturas possam manter a água em estado líquido à superfície, condição considerada essencial ao desenvolvimento da vida.

Colocada em torno do Sol, a sonda fará "um recenseamento planetário de grande importância para a compreensão da frequência do aparecimento dos planetas da mesma categoria de tamanho que a Terra na nossa galáxia (a Via Láctea)", explicou Jon Morse, director da divisão de astrofísica da NASA.

Permitirá também "preparar futuras missões que detectarão directamente e estabelecerão as características desses planetas em órbita de estrelas próximas", acrescentou o astrofísico.

O telescópio espacial recebeu o nome em homenagem ao astrónomo alemão do século XVII Johannes Kepler, a quem se deve a descoberta de que os planetas descrevem elipses em torno do Sol e não círculos perfeitos.

A missão Kepler, orçada em 600 milhões de dólares (477 milhões de euros), deverá perscrutar durante pelo menos três anos e meio mais de 100 mil estrelas semelhantes ao Sol situadas na região de Cisne e Lira da Via Láctea.

A sonda deverá encontrar nessa "minúscula região" centenas de planetas do tamanho da Terra, ou maiores, e mais ou menos afastados da sua estrela.

Se houver muitos planetas de tipo terrestre na zona considerada habitável do seu sistema solar, o telescópio poderá descobrir dezenas deles, segundo os responsáveis do projecto.

Pelo contrário, se não os encontrar, isso poderá querer dizer que a Terra é uma excepção no Universo, segundo William Borucki, responsável científico da missão.