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VALE POR UNS QUANTOS IMPROPÉRIOS

Com alguma frequência recebo comentários, provocações comedidas e perguntas - normalmente retóricas - via e-mail sobre o que escrevo aqui no blog e também sobre o que não escrevo, isto é, por que é que não escrevo. 

Esta semana recebi três e-mails de diferentes pessoas que estranhavam o meu silêncio, ou dele discordavam, sobre aquela chafurdeira que vai na Catalunha. 
Vamos lá a ver se me faço entender: Não tenho nada contra a auto-determinação dos povos (é assim que é politicamente correcto dizer) mas não convém nada misturar alhos com bugalhos e muito menos metê-los no mesmo saco. Não convém por duas razões: primeiro porque é uma incontornável prova de estupidez - o que não se confunde com a divergência de opinião - e segundo porque provoca em mentes menos avisadas, influenciáveis ou com visão unilateral, uma confusão difícil de aturar.
Não há qualquer semelhança entre o referendo independentista kurdo, ainda que tendo em conta a sua rebelião contra o governo iraquiano  e o pseudo-referendo catalão. Não há qualquer semelhança na legitimidade, no universo eleitoral votante, na verdade expressa nos resultados. Não há qualquer semelhança entre um Homem como Barzani e um Peruca como Puigdemont.
Não há sequer qualquer semelhança com o que se vem passando na Escócia onde, concordemos ou não, as consultas têm sido feitas dentro da lei e seguindo o manual das boas práticas. E por aí fora...

O que se passou na Catalunha foi a usurpação de um acto eleitoral que deveria ser democrático, foi um abuso de poder - desde a incrível fita no parlamento regional a horas estrategicamente tardias até à ridícula declaração de independência passando pelo número de votantes face ao número de eleitores - que se revela não mais do que a egocêntrica vivência de uma peruca no seu sonho meio tresloucado de ficar na história como o heroi dos independentistas catalães. Puigdemont sabe perfeitamente que as coisas não podem ser assim mas está-se nas tintas, agarra-se com unhas e dentes à sua oportunidadezinha de ter um momento reluzente montando o cavalo branco. 
Querido Puigdemont, isso não é um cavalo, repara bem, isso é uma mula parda e mal amanhada da qual vais dar um trambolhão seguido de coice à retaguarda

Após estas poucas linhas de linguagem contida torna-se-me difícil manter a compostura; se começo a pensar nos confrontos civis que poderiam ter havido com consequências fatais - e que ainda não estarão fora de causa - nas razões ocultas sob uma capa libertária com objectivos inconfessáveis visando a trajectória da Europa... Nã-nã-nã, não digo mais nada senão começo a sair da linha.

Depois da trampa que fez na Catalunha o Peruca foi com o rabinho entre as pernas fazer uma tentativa de heroi vitimizado para Bruxelas mas o jogo saiu-lhe torto: não há cá estatuto de asilo político para farsantes como tu.
Entregue a si próprio restou-lhe fazer de conta que não queria asilo político, apelar às garantias de Bruxelas sobre a sua cidadania europeia - quanta ironia! - e tentar manter a face fazendo um esforço público para não fazer xi-xi pelas pernas abaixo. Que hijo!!!
Deixa vir eleições a sério a 21 de Dezembro e depois a gente fala.
Feliz Natal.

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