Lisboa 28 de Setembro 2018 Tribunal Central de Instrução Criminal Sorteio do juiz de instrução do processo relativo à "Operação Marquês" Inquérito da Operação Marquês - acusação de 28 arguidos (19 indivíduos -entre os quais José Sócrates - e nove empresas) Quase 200 crimes económico-financeiros Juízes do TCIC - 2 - Carlos Alexandre e Ivo Rosa Número de tentativas do sorteio informático - 4
16h - Nos primeiros minutos o programa bloqueou, o computador não respondeu. Quando respondeu, deixou de fora do processo Carlos Alexandre
Dois procuradores pediram o afastamento do juiz de instrução de três processos judiciais, um deles o caso EDP, por haver dúvidas sobre a sua imparcialidade. Outros apresentaram queixas disciplinares
O Tribunal de Relação de Lisboa criticou duramente, em acórdão proferido esta semana, a decisão do juiz de instrução criminal, Ivo Rosa...
Além do espião russo e do caso EDP, (só este último é uma festa, safou Manuel Pinho, António Mexia e Manso Neto)
Ivo Rosa ilibou 18 dos arguidos da “Operação Zeus”, processo relacionado com a corrupção nas messes da Força Aérea.
Após uma trabalhosa investigação do DCIAP sobre lavagem de dinheiro de indivíduos das elites angolanas Ivo Rosa decidiu não levar nenhum dos suspeitos a julgamento
Caso "Gangue do Multibanco", criminosos responsáveis por mais de 100 assaltos e outros crimes graves, Ivo Rosa libertou 11 dos 12 membros (que vieram a ser condenados após recurso do Ministério Público)
Como diria José Sócrates: "PORREIRO PÁ!"
Pronto, era só isto. Durmam descansados. Vamos todos aguardar a conclusão da instrução do processo calmamente, certo? Certinho.
Lembram-se de Bob Woodward? Sim, esse, o daquele explosivo duo Bob Woodward e Carl Bernstein (Os Homens do Presidente) que investigaram e publicaram as "bombas" do Watergate sob os bons auspicios e coragem da proprietária do Washington Post, Katharine Graham.
Pois bem, Woodward está prestes a lançar um novo livro: "FEAR", título inspirado numa notável declaração de Trump em 2016 durante uma entrevista com o próprio Woodward e o repórter do W.P. Robert Costa :
“Real power is, I don’t even want to use the word, ‘Fear.’ ”
Depois de cerca de 40 livros, dos quais 8 sobre presidentes dos EUA - de Nixon a Obama - chegou a vez de se debruçar sobre Trump.
Como em todas as situações anteriores semelhantes tentou falar com Trump, durante meses. Trump encolheu-se, é doido e ignorante mas não tão ignorante que não saiba que não tem arcaboiço para tropedear Woodward; este conhece Washington D.C. por dentro e por fora como poucos jornalistas (diria como poucas pessoas) e tem uma vida, uma cabeça e uma bagagem que, por respeito para com ambos, não se devem comparar.
Trump evitou Woodward durante meses, talvez tentando atrasar a publicação do livro ou mesmo evita-la (vindo dali admite-se tudo). Azar! O livro sai dentro de dias e já faz sorrir uns e rugir outros.
O Donald está acagassado (perdoem o termo mas é o apropriado). Sabe que Woodward não é um pivot da Fox News a quem dê a volta ou mande calar por via do patrão; é um homem batido, respeitado, incólume a escândalos e com uma credibilidade testada ao longo de 50 anos de carreira.
A 14 de Agosto resolveu telefonar-lhe. Woodward atendeu e pediu licença para gravar a conversa. Foram 11 minutos de troca de respeitosas palavras entre o Investigador e o Troca-tintas.
A transcrição e o áudio desta conversa são, por agora, um testemunho de mais do mesmo, já ninguém se surpreende; dentro de alguns anos, quando (se) regressarmos à normalidade em termos de decoro da imagem presidencial, será um documento destes loucos dias que vive a América e, mais concretamente, "O estranho caso do ilusionista da Casa Branca".