Há muito quem ache que Passos Coelho era mau... Sob o regime da troika, para cuja intervenção não contribuiu nem um bocadinho - haverá que lembrar pois há muito quem o tenda (a querer) esquecer - no que tocou às pensões cortou 600 milhões
Agora Costa corta 1000 milhões nas pensões...
Mas Costa é um gajo porreiríssimo
(e o ministro das finanças é um gajo porreiraço)
Não me alargo sobre o tema, há muito que desisti de levar este país a sério.
Esta coisa tem vindo a progredir para um sítio onde tudo se proíbe de acordo com regras de minorias que se consideram muito "prafrentex"; um sítio onde "cidadão" deixou de ser prioritariamente alguém com direitos, liberdades e garantias para passar a ser um poço de deveres prioritariamente fiscais; um sítio onde as gentes estão fartas, fartinhas, fartíssimas e fingem sistematicamente a sua satisfação de alminhas felizes mas, à primeira oportunidade, caem no insulto, na agressão, num puxar de galões de aviário; e o pior, um sítio nivelado por baixo onde tudo o que está acima é alvo de chacota, de crítica destrutiva, de queda em desuso. Em queda.
Somos a prova social da lei da gravidade
Pelas razões acima sumarizadas, e outras, perdi o hábito de me debruçar sobre as politiquices nacionais mas sub-repticiamente acontecem coisas tão escandalosas que, por mais que tente, não consigo ignorar.
Neste âmbito caiu-me hoje ao colo um artigo que espelha bem a falsidade das últimas acções de marketing económico do Costa, os barretes que estão a ser enfiados nas permeáveis cabecinhas dos crédulos e dos incautos. Essa lenga-lenga do "Pacote"... Não peca por ser curto, peca por ser mentira, uma peneira feita à pressa para tapar um Sol que já nos caustica.
Deixo um apanhado, curto e claro, mais não vale a pena dizer.
«Corte de mil milhões de euros nas pensões. Mudança das regras de cálculo das mesmas. Aumentos de 2% na função pública em 2023 (com a inflação nos 7,4%). Insustentabilidade do sistema de pensões…
Isto diz-lhe algo? De repente parece que o país foi transportado para o período 2011-2014, quando a troika veio tirar a República da 3.ª pré-bancarrota. Bem-vindos à austeridade, versão António Costa. O mesmo Costa que passou sete anos a prometer não mais sujeitar os portugueses a medidas difíceis… O mesmo Costa que garantiu sempre que era possível evitar a bancarrota de 2011 sem cortes de salários e pensões.
Vejamos o caso das pensões. Costa disse sempre que nunca faria cortes nas pensões. E atirou-se com unhas e dentes à “promessa” de Passos Coelho, de cortar 600 milhões que, segundo a troika, era necessário para garantir a sustentabilidade do sistema. Agora é o mesmo primeiro-ministro que vem dizer que se se mantivessem as regras da lei de Vieira da Silva, a despesa permanente das pensões subiria dois mil milhões. Aumento que, segundo Costa, é insustentável.»
Camilo Lourenço - in Jornal de Negócios - 13 Set. 2022
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